quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Paciência

O caminhoneiro solitário seguia, com fome, à margem do rio.

Nervoso e impaciente, ia censurando a tudo e a todos, por achar-se em penúria.

Caminhava devagar, quando viu algo na estrada chamando-lhe a atenção.

Uma cédula!

Abaixou-se e colheu o achado.

Uma nota de cem cruzados, enrolada e manchada.

Contudo, para surpresa sua, era somente a metade da cédula, que apesar de nova, fora inexplicavelmente cortada. Ainda mais irritado, amarfanhou o papel valioso e atirou-o à correnteza do rio, blasfemando.

Deu mais alguns passos à frente, seguindo pela mesma estrada, quando surpreendeu outro fragmento de papel no solo.

Inclinou-se de novo e apanhou-o.

Era a outra metade da cédula que, enervado e contrafeito, havia projetado nas águas.

O vento separara as duas partes; ele, porém, não tivera a paciência de esperar alguns segundos, apenas.

Há sempre socorro às nossas necessidades.

No entanto, até para receber o auxílio da Divina Bondade ninguém prescinde de calma e da paciência.

A Multa Maior

O recinto do Tribunal estava lotado, não tanto pela importância dos crimes que seriam julgados, mas pela presença do prefeito de Nova York, La Guardia, que costumava, nessas ocasiões, sentenciar casos policiais simples, com decisões que ficavam famosas pelo seu conteúdo de sabedoria e originalidade.

Um dos acusados fora pilhado em flagrante, roubando pão em movimentada padaria. O homem inspirava compaixão: muito magro, barba por fazer, roupas em desalinho - era a própria imagem da miséria!...

La Guardia submeteu-o, solene, ao interrogatório, consultou as testemunhas e, após rápida apreciação, considerou-o culpado, aplicando-lhe a multa de cinqüenta dólares. A alternativa seria a prisão...

Em seguida, dirigindo-se à pequena multidão que acompanhava, atenta o julgamento, disse, peremptório:

- Quanto aos presentes, estão todos condenados a pagar meio dólar cada um, importância que servirá para liquidar o débito do réu, restituindo-lhe a liberdade.

E ante a estupefação geral, acentuou:

- Estão multados por viverem numa cidade onde um homem é obrigado a roubar pão para matar a fome!...

***

Todos nós, habitantes de qualquer cidade do Mundo, estamos sujeitos a uma multa muito mais severa, a uma sanção muito mais grave - a frustração dos anseios de Felicidade, os desajustes intermináveis, as crises de angústia - por vivermos num planeta onde as palavras fraternidade, bondade, solidariedade, são enunciadas como virtudes raras, quando são apenas elementares deveres, indispensáveis à preservação do equilíbrio em qualquer comunidade.

Dizem os Espíritos Superiores que a Felicidade do Céu é socorrer a infelicidade da Terra. Diríamos que somente na medida em que estivermos dispostos a socorrer a infelicidade da Terra é que estaremos a caminho da Felicidade do Céu.

Não há alternativa. Podemos nos isolar da multidão aflita e sofredora, mas jamais estaremos bem, porquanto a infelicidade é o clima crônico dos que se fecham em si mesmos.

Mãos servindo são antenas que estendemos para a sintonia com as fontes da Vida e a captação das Bênçãos de Deus!

O Encontro Divino

Quando o cavaleiro D. Arsonval, valoroso senhor em França, se ausentou do medievo domicílio, pela primeira vez, de armadura fulgindo ao Sol, dirigia-se à Itália para solver urgente questão política.

Eminente cristão, trazia consigo um propósito central – servir ao Senhor, fielmente, para encontrá-lo.

Não longe de suas portas, viu surgir, de inesperado, ulceroso mendigo a estender-lhe as mãos descarnadas e súplices.

Quem seria semelhante infeliz a vaguear sem rumo?

Preocupava-o serviço importante, em demasia, e, sem se dignar fixá-lo, atirou-lhe a bolsa farta.

O nobre cavaleiro tornou ao lar e, mais tarde, menos afortunado nos negócios, deixou, de novo, a casa.

Demandava a Espanha, em missão de prelados amigos, aos quais se devotara.

No mesmo lugar, postava-se o infortunado pedinte, com os braços em rogativa.

O fidalgo, intrigado, revolveu grande saco de viagem e dele retirou pequeno brilhante, arremessando-o ao triste caminheiro que parecia devorá-lo com o olhar.

Não se passou muito tempo e o castelão, menos feliz no círculo das finanças, necessitou viajar para a Inglaterra, onde pretendia solucionar vários problemas, alusivos à organização doméstica.

No mesmo trato de solo, é surpreendido pelo amargurado leproso, cuja velha petição se ergue no ar.

O cavaleiro arranca do chapéu estimada jóia de subido valor e projeta-a sobre o conhecido romeiro, orgulhosamente.

Decorridos alguns meses, o patrão feudal se movimenta na direção de porto distante, em busca de precioso empréstimo, destinado à própria economia, ameaçada de colapso fatal, e, no mesmo sítio, com rigorosa precisão, é interpelado pelo mendigo, cujas mãos, em chaga aberta, se voltam ansiosas para ele.

D. Arsonval, extremamente dedicado à caridade, não hesita. Despe fino manto e entrega-o, de longe, receando-lhe o contacto.

Depois de um ano, premido por questões de imediato interesse, vai a Paris invocar o socorro de autoridades e, sem qualquer alteração, é defrontado pelo mesmo lázaro, de feição dolorida, que lhe repete a antiga súplica.

O Castelão atira-lhe um gorro de alto preço, sem qualquer pausa no galope, em que seguia, presto.

Sucedem-se os dias e o nobre senhor, num ato de fé, abandona a respeitada residência, com séqüito festivo.

Representará os seus, junto à expedição de Godofredo de Bouillon, na cruzada com que se pretende libertar os Lugares Santos.

No mesmo ângulo da estrada, era aguardado pelo mendigo, que lhe reitera a solicitação em voz mais triste.

O ilustre viajor dá-lhe, então, rico farnel, sem oferecer-lhe a mínima atenção.

E, na Palestina, D. Arsonval combateu valorosamente, caindo ferido, em poder dos adversários.

Torturado, combalido e separado de seus compatriotas, por anos a fio, padeceu miséria e vexame, ataques e humilhações, até que, um dia, homem convertido em fantasma, torna ao lar que não o reconhece.

Propalada a falsa notícia de sua morte, a esposa deu-se pressa em substituí-lo, à frente da casa, e seus filhos, revoltados, soltaram cães agressivos que o dilaceraram, cruelmente, sem comiseração para com o pranto que lhe escorria dos olhos semimortos.

Procurando velhas afeições, sofreu repugnância e sarcasmo.

Interpretado, agora, à conta de louco, o ex-fidalgo, em sombrio crepúsculo, ausentou-se, em definitivo, a passos vacilantes...

Seguir para onde? O mundo era pequeno demais para conter-lhe a dor.

Avançava, penosamente, quando encontrou o mendigo.

Relembrou a passada grandeza e atentou para si mesmo, qual se buscasse alguma coisa para dar.

Contemplou o infeliz pela primeira vez e, cruzando com ele o olhar angustiado, sentiu que aquele homem, chagado e sozinho, devia ser seu irmão. Abriu os braços e caminhou para ele, tocado de simpatia, como se quisesse dar-lhe o calor do próprio sangue. Foi, então, que, recolhido no regaço do companheiro que considerava leproso, dele ouviu as sublimes palavras:

- D. Arsonval, vem a mim! Eu sou Jesus, teu amigo. Quem me procura no serviço ao próximo, mais cedo me encontra... Enquanto me buscavas à distância, eu te aguardava, aqui tão perto! Agradeço o ouro, as jóias, o manto, o agasalho e o pão que me deste, mas há muitos anos te estendia os meus braços, esperando o teu próprio coração!...

O antigo cavaleiro nada mais viu senão vasta senda de luz, entre a Terra e o Céu...

Mas, no outro dia, quando os semeadores regressavam às lides do campo, sob a claridade da aurora, tropeçaram no orvalhado caminho com um cadáver.

D. Arsonval estava morto.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Uma Lição

Havia em um Centro Espírita um dirigente,que todos os dias estava lá a fazer palestras..

Pessoa culta, inteligente, era admirado por todos pelas suas palavras e pelo entendimento da doutrina.

O interessante é que quando ele fazia suas palestras, ele notava um velhinho lá no fundo, nas ultimas cadeiras.

O velhinho estava sempre lá, todas as vezes que ele fazia sua palestra estava ele lá, olhos miúdos, atento a tudo.

Pois bem, esse velhinho veio a desencarnar e por coincidência ou não o dirigente também.

Qual a surpresa, é que o dirigente do centro ao chegar do outro lado, se viu em um ambiente nebuloso, sombrio e nefasto..

Ficou por ali algum tempo, a orar e pedir a Deus que o ajudasse.. estava aflito, desorientado, não entendia porque aquilo estava acontecendo.

Quando que para seu espanto, ele percebe uma luz, uma luz forte se aproximar dele.. tão forte que lhe ofuscava as vistas.

Ele ao perceber a aproximação daquela luz, ficou radiante, alegre, feliz pois sabia que suas preces foram ouvidas.

Mais espantado ainda ficou ao perceber que aquela luz era irradiada por aquele velhinho que ele via sempre nas suas palestras.

Intrigado com aquilo, ele exclamou:

- É você?

- Você não era aquele velhinho que ficava lá no fundo do centro quieto, não falava nada, só escutava eu falar..

- Como pode?

- Você esta aí com toda essa exuberância divina, e eu nesse estado. Por que?

O velhinho olhou para ele, e com um sorriso que irradiava benções, falou:

- Eu apenas fiz o que você dizia nas suas palestras, apenas fiz.

- E você fazia o que dizia?

Seara de Ódio

- Não! Não te quero em meus braços! - dizia a jovem mãe, a quem a Lei do Senhor conferira a doce missão da maternidade, para o filho que lhe desabrochava do seio - não me furtarás a beleza! Significas trabalho, renúncia, sofrimento...

- Mãe, deixa-me viver!... Suplicava-lhe a criancinha no santuário da consciência - estamos juntos! Dá-me a bênção do corpo! Devo lutar e regenerar-me. Sorverei contigo a taça de suor e lágrimas, procurando redimir-me... Completar-nos-emos. Dá-me arrimo, dar-te-ei alegria. Serei o rebento de teu amor, tanto quanto serás para mim a árvore de luz, em cujos ramos tecerei o meu ninho de paz e de esperança...

- Não, não...

- Não me abandones!

- Expulsar-te-ei.

- Piedade mãe! Não vês que procedemos de longe, alma com alma, coração a coração?

- Que importa o passado? Vejo em ti tão-somente o intruso, cuja presença não pedi.

- Esqueces-te, mãe, de que Deus nos reúne? Não me cerres a porta!...

- Sou mulher e sou livre. Sufocar-te-ei antes do berço...

- Compadece-te de mim!...

- Não posso. Sou mocidade e prazer, és perturbação e obstáculo.

- Ajuda-me!

- Auxiliar-te seria cortar em minha própria carne. Disputo a minha felicidade e a minha leveza feminil...

- Mãe, ampara-me! Procuro o serviço de minha restauração...

Dia a dia, renovava-se o diálogo sem palavras, até que, quando a criança tentava vir à luz, disse-lhe a mãezinha cega e infortunada, constrangendo-a a beber o fel da frustração:

- Torna à sombra de onde vens! Morre! Morre!

- Mãe, mãe! Não me mates! Protege-me! Deixa-me viver...

- Nunca!

- Socorre-me!

- Não posso.

Duramente repelido, caiu o pobre filho nas trevas da revolta e, no anseio desesperado de preservar o corpo tenro, agarrou-se ao coração dela, que destrambelhou, à maneira de um relógio desconsertado...

Ambos, então, ao invés de continuarem na graça da vida, precipitaram-se no despenhadeiro da morte.

Desprovidos do invólucro carnal, projetaram-se no Espaço, gritando acusações recíprocas.

Achavam-se, porém, ligados um ao outro, pelas cadeias magnéticas de pesados compromissos, arrastando-se por muito tempo, detestando-se e recriminando-se mutuamente...

A sementeira de crueldade atraía a seara de ódio. E a seara de ódio lhes impunha nefasto desequilíbrio.

Anos e anos desdobraram-se, sombrios e inquietantes, para os dois, até que, um dia, caridoso Espírito de mulher recordou-se deles em preces de carinho e piedade, como a ofertar-lhes o próprio seio. Ambos responderam, famintos de consolo e renovação, aceitando o generoso abrigo...

Envolvidos pela caricia maternal, repousaram enfim.

Brando sono pacificou-lhes a mente dolorida.

Todavia, quando despertaram de novo na Terra, traziam o estigma do clamoroso débito em que se haviam reunido, reaparecendo, entre os homens, como duas almas apaixonadas pela carne, disputando o mesmo vaso físico, no triste fenômeno de um corpo único, sustentando duas cabeças.

A Bomba d 'Água

MENSAGENS



Contam que um certo homem estava perdido no deserto, prestes a morrer
de sede.

Foi quando ele chegou a uma casinha velha, uma cabana desmoronando - sem janelas, sem teto, batida pelo tempo. O homem perambulou por ali e encontrou uma pequena sombra onde se acomodou, fugindo do calor do sol desértico.

Olhando ao redor, viu uma bomba a alguns metros de distância, bem velha e enferrujada. Ele se arrastou até ali, agarrou a manivela, e começou a bombear sem parar. Nada aconteceu. Desapontado, caiu prostrado para trás e notou que ao lado da bomba havia uma garrafa. Olhou-a, limpou-a, removendo a sujeira e o pó, e leu o seguinte recado:
"Você precisa primeiro preparar a bomba com toda a água desta garrafa, meu amigo.
PS.: Faça o favor de encher a garrafa outra vez antes de partir."

O homem arrancou a rolha da garrafa e, de fato, lá estava a água. A garrafa estava quase cheia de água! De repente, ele se viu em um dilema:
Se bebesse aquela água poderia sobreviver, mas se despejasse toda a água na velha bomba enferrujada, talvez obtivesse água fresca, bem fria, lá no fundo do poço, toda a água que quisesse e poderia deixar a garrafa cheia pra próxima pessoa... mas talvez isso não desse certo.

Que deveria fazer? Despejar a água na velha bomba e esperar a água fresca e fria ou beber a água velha e salvar sua vida? Deveria perder toda a água que tinha na esperança daquelas instruções pouco confiáveis,escritas não se sabia quando?

Com relutância, o homem despejou toda a água na bomba. Em seguida, agarrou a manivela e começou a bombear... e a bomba começou a chiar. E nada aconteceu!

E a bomba foi rangendo e chiando. Então surgiu um fiozinho de água; depois um pequeno fluxo, e finalmente a água jorrou com abundância! A bomba velha e enferrujada fez jorrar muita, mas muita água fresca e cristalina.

Ele encheu a garrafa e bebeu dela até se fartar. Encheu-a outra vez para o próximo que por ali poderia passar, arrolhou-a e acrescentou uma pequena nota ao bilhete preso nela:
"Creia-me, funciona! Você precisa dar toda a água antes de poder obtê-la
de volta!"

Podemos aprender coisas importantes a partir dessa breve história:
1. Nenhum esforço que você faça será válido, se ele for feito da forma errada. Você pode passar sua vida toda tentando bombear algo quando alguém já tem reservado a solução para você. Preste atenção a sua volta! Deus esta sempre pronto a suprir sua necessidade!

2. Ouça atentamente o que Deus tem a te dizer, através de alguém, de um livro, de uma mensagem de rádio ou TV, de um jornal ou revista, através da INTERNET ou de um e-mail, etc. e confie. Como esse homem, nós temos as instruções por escrito à nossa disposição. Basta usar.

3. Saiba olhar adiante e compartilhar! Aquele homem poderia ter se fartado e ter se esquecido de que outras pessoas que precisassem da água pudessem passar por ali. Ele não se esqueceu de encher a garrafa e ainda por cima soube dar uma palavra de incentivo. Se preocupe com quem está próximo de você, lembre-se: você só poderá obter água se a der antes.
Cultive seus relacionamentos, dê o melhor de si!

O que é o amor

Em uma sala de aula, haviam várias crianças; quando uma delas perguntou a professora:

- Professora, o que é o AMOR?

A professora sentiu que a criança merecia uma resposta a altura da pergunta inteligente que fizera.

Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.

As crianças saíram apressadas e, ao voltarem, a professora disse:

- Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.

A primeira criança disse:

- Eu trouxe esta FLOR, não é linda?

A segunda criança falou:

- Eu trouxe esta BORBOLETA - veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção.

A terceira criança completou:

- Eu trouxe este FILHOTE DE PASSARINHO - ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha?

E assim as crianças foram se colocando.

Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo.

Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido.

A professora se dirigiu a ela e perguntou:

- Meu bem, por que você nada trouxe?

E a criança timidamente respondeu:

- Desculpe, professora. Vi a FLOR, e senti o seu perfume, pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu PERFUME exalasse por mais tempo.Vi também a BORBOLETA, leve, colorida... Ela parecia tão feliz, que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o PASSARINHO, caído entre as folhas, mas, ao subir na árvore, notei o olhar triste de sua mãe, e preferi devolvê-lo ao ninho.

Portanto, professora, trago comigo: o perfume da flor; a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe?

A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera, que só podemos trazer o AMOR NO CORAÇÃO.

História de um grande amor

Era uma vez uma ilha onde moravam os seguintes pensamentos:

A alegria, a tristeza, a vaidade, a sabedoria, o amor e outros.

Um dia, avisaram para os moradores desta ilha que ela seria inundada.

Apavorado, o Amor cuidou para que todos os sentimentos se salvassem;

Ele então falou: Fujam todos, a ilha vai ser inundada !

Todos correram e pegaram seus barquinhos para irem a um morro bem alto.

Só o Amor não se apressou, pois queria ficar um pouco mais com sua ilha.

Quando já estava se afogando, correu para pedir ajuda.

Estava a Riqueza e ele disse: Riqueza, leve-me com você.

Ela respondeu: Não posso, meu barco está cheio de ouro e prata e você não vai caber.

Passou então a Vaidade e lhe pediu: Oh ! Vaidade, leve-me com você...

Não posso, você vai sujar meu barco.

Logo atrás vinha a Tristeza.

Tristeza, posso ir com você ?

Ah! Amor, estou tão triste que prefiro ficar sozinha.

Passou então a Alegria, mas estava tão alegre que nem ouviu o Amor chamar por ela.

Já desesperado, achando que ia ficar só, o Amor começou a chorar.

Então passou um barquinho,

Onde estava um velhinho e ele falou: Sobe Amor, que eu te levo.

O Amor ficou radiante de felicidade que até esqueceu de perguntar o nome do velhinho.

Chegando ao morro alto onde estavam os sentimentos, ele perguntou a Sabedoria:

Sabedoria, quem era o velhinho que me trouxe aqui ?

Ela respondeu: O Tempo.

O Tempo? Mas porque só Tempo me trouxe aqui?
Porque só o Tempo é capaz de ajudar a entender um Grande Amor !!!

Lição nas Trevas

No vale das trevas, delirava a legião de Espíritos infelizes.

Rixas, obscenidades, doestos, baldões.

Planejavam-se assaltos, maquinavam-se crimes.

O Espírito Benfeitor penetrou a caverna, apaziguando e abençoando ...

Aqui abraçava um desventurado, apartando-o da malta, de modo a entrega-lo, mais tarde, a equipes socorristas; mais adiante, aliviava com suave magnetismo a cabeça atormentada de entidades em desvario...

O serviço assistencial seguia difícil, quando enfurecido mandante da crueldade, ao descobri-lo, se aquietou em súbita acalmia e, impondo respeitosa serenidade à chusma de loucos, declinou-lhe a nobre intenção. Que os companheiros rebelados se acomodassem, deixando livre passagem àquele que reconhecia por missionário do bem.

- Conheces-me? – interrogou o recém-chegado, entre espantado e agradecido.

- Sim – disse o rude empreiteiro da sombra -, eu era um doente na Terra e curaste meu corpo que a moléstia desfigurava. Lembro-me perfeitamente de teu cuidado ao lavar-me as feridas...

Os circunstantes entraram na conversação de improviso e um deles, de dura carranca, apontou o visitador e clamou para o amigo:

- Que mais te fez este homem no mundo para que sejamos forçados à deferência?

- Deu-me teto e agasalho.

Outro inquiriu:

- Que mais?

- Supriu minha casa de pão e roupa, libertando-nos, a mim e a família da nudez e da fome ...

Outro ainda perguntou com ironia:

- Mais nada?

- Muitas vezes, dividia comigo o que trazia na bolsa, entregando-me abençoado dinheiro para que a penúria não me arrasasse ...

Estabelecido o silêncio, o Espírito Benfeitor, encorajado pelo que ouvia, indagou com humildade:

- Meu irmão, nada fiz senão cumprir o dever que a fraternidade me impunha; entretanto, se te mostras tão generoso para comigo, em tuas manifestações de reconhecimento e de amor que reconheço não merecer, porque te entregas, assim, à obsessão e à delinqüência?! ...

O interpelado pareceu sensibilizar-se, meneou tristemente a cabeça e explicou:

- Em verdade, és bom e amparaste a minha vida, mas não me ensinaste a viver!...

--- xxx ---

Espíritas, irmãos! Cultivemos a divulgação da Doutrina Renovadora que nos esclarece e reúne! Com o pão do corpo, estendamos a luz da alma que nos habilite a aprender e compreender, raciocinar e servir.

Um Encontro Maravilhoso

Um dia, levantei-me de manhã cedo para assistir o nascer do sol.
A beleza da criação divina estava além de qualquer descrição.
Enquanto eu assistia, louvei a Deus pelo Seu belo trabalho.
Sentado lá, senti a presença de Deus comigo.

Ele me perguntou:
"Você me ama?"

Eu respondi:
"É claro, Deus! Você é meu Senhor e Salvador!"

Então Ele perguntou:
"Se você tivesse alguma dificuldade física, ainda assim Me amaria?"

Eu fiquei perplexo.
Olhei para meus braços, pernas e para o resto do meu corpo e me perguntei: quantas coisas eu não seria capaz de fazer, as coisas que eu dava por certas.

E eu respondi:
"Seria difícil Senhor, mas eu ainda Te amaria."

Então o Senhor disse:
"Se você fosse cego , ainda amaria minha criação?"

Como eu poderia amar algo sem a possibilidade de vê-lo?
Então eu pensei em todas as pessoas cegas no mundo e quantos deles ainda amaram Deus e Sua criação.

Então respondi:
"É difícil pensar nisto, mas eu ainda Te amaria."

O Senhor então perguntou-me:
"Se você fosse surdo, ainda ouviria minha palavra?"

Como poderia ouvir algo sendo surdo?
Então eu entendi.
Ouvir a palavra de Deus não é simplesmente usando os ouvidos, mas nossos corações.

Eu respondi:
"Seria difícil, mas eu ainda ouviria a Tua palavra."

O Senhor então perguntou:
"Se você fosse mudo, ainda louvaria Meu nome?"

Como poderia louvar sem uma voz?
Então me ocorreu: Deus quer que cantemos de toda nossa alma e todo nosso coração.

Não importa como possa parecer.
E louvar a Deus não é sempre com uma canção, mas quando somos oprimidos, nós louvamos a Deus com nossas palavras de gratidão.

Então eu respondi:
"Embora eu não pudesse fisicamente cantar, eu ainda louvaria teu nome."

E O Senhor perguntou:
"Você realmente Me ama?"

Com coragem e forte convicção, eu respondi seguramente:
"Sim, Senhor! Eu te amo.
Tu És o Único e Verdadeiro Deus!"

Eu pensei ter respondido bem, mas então Deus perguntou:

"ENTÃO POR QUE PECAS?"

Eu respondi:
"Porque sou apenas um humano.
Não sou perfeito."

"ENTÃO PORQUE EM TEMPOS DE PAZ VOCÊ VAGUEIA AO LONGE?
PORQUE SOMENTE EM TEMPOS DE PROBLEMAS VOCÊ ORA COM FERVOR?"

Sem respostas...
Somente lágrimas...

O Senhor continuou:

"Por que cantas somente nas confraternizações e nos retiros?
Por que Me buscas somente nas horas de adoração?
Por que Me perguntas coisas tão egoístas?
Por que me fazes perguntas tão sem fé?"

As lágrimas continuavam a rolar em minha face....

"Por que você está com vergonha de mim?
Por que você não está espalhando as boas novas?
Por que em tempos de opressão, você chora a outros quando eu ofereço Meu ombro pra você chorar nele?
Por que cria desculpas quando lhe dou oportunidades de servir em Meu nome?"

Eu tentei responder...
mas não havia resposta a ser dada.

"Você é abençoado com vida.
Eu não lhe fiz para que jogasse este presente fora.
Eu lhe abençoei com talentos pra Me servir, mas você continua a se virar...
Eu revelei Minha palavra a você, mas você não progride em conhecimento.
Eu falei com você, mas seus ouvidos estavam fechados.
Eu mostrei minhas bênçãos, mas seus olhos se voltavam pra outra direção.
Eu lhe mandei servos, mas você se sentou ociosamente enquanto eles eram afastados.
Eu ouvi suas orações e respondi a todas elas."

"VOCÊ VERDADEIRAMENTE ME AMA?"

Eu não pude responder...
Como eu poderia?
Eu estava, inacreditavelmente, constrangido.
Eu não tinha desculpa.
O que eu poderia dizer?
Quando meu coração chorou e as lágrimas brotaram, eu disse:
"Por favor, perdoe-me Senhor.
Eu não sou digno de ser seu filho"

O senhor respondeu:
"Esta é Minha Graça, minha criança"

Eu perguntei:
"Então por que continuas a me perdoar?
Por que me amas tanto?"

O Senhor respondeu:
"Porque você é Minha criação.
Você é Minha criança.
Eu nunca te abandonarei.
Quando você chorar, Eu terei compaixão e chorarei com você.
Quando você estiver alegre, Eu vou rir com você.
Quando você estiver desanimado, Eu te encorajarei.
Quando você cair, Eu vou te levantar.
Quando você estiver cansado, Eu te carregarei.
Eu estarei com você até o final dos tempos, e te amarei pra sempre."

Eu jamais chorara daquela maneira antes.
Como pude ter sido tão frio?
Como pude ter magoado Deus como fiz?

Eu perguntei a Deus:
"Quanto me amas?"

Então, O Senhor esticou Seu braço e eu vi suas mãos com enormes buracos sangrentos.
Logo, curvei-me aos pés de Jesus Cristo, meu Salvador, e , pela primeira vez, eu orei, verdadeiramente...

domingo, 15 de novembro de 2009

Uma Nova Chance

Havia um homem muito rico, possuía bens, uma grande fazenda, muito gado e vários empregados à seu serviço. Tinha ele um único filho, um único herdeiro que, ao contrário do pai, não gostava de trabalho, nem de compromissos.
O que ele mais gostava era de fazer festas e estar com seus amigos e de
ser por eles bajulado.
Seu pai sempre o advertia que seus amigos só estavam ao seu lado enquanto ele tivesse o que lhes oferecer, depois, o abandonariam. Aos insistentes conselhos do pai ele não dava a mínima atenção.
Um dia o pai já avançado na idade, disse aos seus empregados para construírem um pequeno celeiro e, dentro dele, ele mesmo fez uma forca e, junto a ela, uma placa com os dizeres:
"PARA VOCÊ NUNCA MAIS DESPREZAR AS PALAVRAS DE SEU PAI."
Mais tarde, chamou o filho e o levou até o celeiro e lhe disse:
Meu filho, eu já estou velho e, quando eu partir, você tomará conta de tudo o que é meu e eu sei qual será o seu futuro. Você vai deixar a fazenda nas mãos dos empregados e irá gastar todo o dinheiro, seus amigos vão se afastar de você e, quando você então não tiver mais nada, vai se arrepender amargamente de não ter me dado ouvido. Foi por isto que eu construí esta forca. Ela é para você e quero que você me prometa que se acontecer o que eu disse, você se enforcará nela.
O jovem riu, achou um absurdo mas, para não contrariar o pai prometeu e pensou que jamais isso pudesse ocorrer. O tempo passou, o pai morreu, o filho tomou conta de tudo. Assim como seu pai havia previsto, o jovem gastou tudo, perdeu os bens, perdeu os amigos e a própria dignidade.
Desesperado e aflito, começou a refletir sobre sua vida e viu que havia sido um tolo. Lembrou-se das palavras de seu pai, começou a chorar e dizer:
-Ah, meu pai..... Se eu tivesse ouvido os seus conselhos... mas agora ? tarde demais.
Pesaroso, o jovem levantou os olhos e, longe, avistou o pequeno e velho celeiro. Era a única coisa que lhe restava. A passos lentos, se dirigiu até lá e, entrando, viu a forca e a placa empoeirada e pensou:
- Eu nunca segui as palavras do meu pai. Vou cumprir a minha promessa. Não me resta mais nada... Então, ele subiu nos degraus e colocou a corda no pescoço e pensou:
- Ah, se eu tivesse uma nova chance.
Então se jogou do alto dos degraus e, por um instante, sentiu a corda apertar a sua garganta. Era o fim...Mas o braço da forca era oco e quebrou-se facilmente. O rapaz caiu e, sobre ele caíram jóias, ouro, prata, esmeraldas, pérolas, rubis, safiras e brilhantes - a forca estava cheia de pedras preciosas - e caiu também um bilhete:
- "Esta é sua nova chance. Eu te amo. Com amor. Seu velho e já saudoso pai."
"DEUS É ASSIM CONOSCO. ELE SEMPRE NOS DÁ UMA NOVA CHANCE."

sábado, 7 de novembro de 2009

A Ciência Na Trilha da Quintessência

O Espiritismo sempre foi claro ao atribuir ao Universo, a onipresença de uma energia primordial, da qual se origina toda a matéria ordinária que conhecemos, dando forma às galáxias, aos mundos, aos corpos orgânicos e inorgânicos. Agora, a ciência humana baseada em cálculos matemáticos e físicos, experimentações e na mais alta exigência na investigação de fenômenos, se depara com novas descobertas.

Físicos e cosmologistas afirmam, através de complicadas equações, que o que vemos é apenas uma amostra do Cosmo, cerca de 5% de sua massa. Isto está em linha com o que os Espíritos nos ensinam referente a nossa limitada visão do Cosmo e provavelmente esta porcentagem é ainda menor. Eles também já se deram conta de que a vastidão dos céus está preenchida fundamentalmente pela chamada matéria escura, espécie de fluído invisível que se esparrama pelo espaço e que leva esse nome porque não interage com a luz; e pela energia escura, que por enquanto só encontra sua maior confirmação através de cálculos matemáticos junto à observação de certos fenômenos no espaço intergaláctico.

Mesmo se um volume de espaço fosse literalmente vazio, sem nada de matéria ou radiação, ele ainda conteria essa energia, o que dá sustentação à resposta dada a Kardec na pergunta 36 de "O Livro dos Espíritos" em que se afirma "...nada é vazio; o que te parece vazio está ocupado por uma matéria que escapa aos teus sentidos e instrumentos."

Muitos cosmologistas estão lidando agora com essa nova idéia e curiosamente a batizaram de Quintessência, que significa "quinto elemento", uma alusão à filosofia da Grécia antiga, que sugeria que o Universo é composto de terra, ar, fogo, água e mais uma substância efêmera que evitaria que a lua e os planetas caíssem para o centro da esfera celeste. Esse nome seria uma espécie de codinome para a energia escura.A quintessência interage com a matéria e evolui de tal forma que se ajusta perfeitamente ao estado atual do universo, o que daria ensejo a várias explicações sobre o passado, o presente e o futuro do universo que buscamos compreender hoje.

Ela ainda apresenta uma característica muito interessante: por ser repulsiva continuaria a crescer sem limites e sem fim, produzindo mais matéria infinitamente e fazendo com que o Universo permaneça em constante expansão, o que também encontra afirmação positiva na doutrina espírita quando diz que a Criação nunca cessou e de que a evolução é uma Lei Universal.

Baseados nesses pontos, logo vemos a semelhança de tais afirmações em relação às explicações dadas à Kardec a cerca da constituição do Universo e as noções de Fluído Cósmico ou Hausto Divino, segundo André Luis em seu livro "Evolução em dois mundos". Até hoje o carro-chefe da ciência para negar a presença de um mundo espiritual, se baseava na afirmativa de não ser possível verificar até então qualquer manifestação através de instrumentos de análise ou observação conhecidos pelo homem. Já que a energia escura ou quintessência não interage com a luz e nem é detectável por nenhum aparelhamento humano, mas ainda assim interage com a matéria, pode-se traçar um paralelo provável com o mundo espiritual.

No capítulo XIV de "A Gênese", no item 7, é dito que o perispírito é formado pela condensação do Fluído Cósmico mas que diferente da matéria comum, conserva sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas; daí o fato de não ser possível perceber-se Espíritos pelos olhos humanos, mas sendo perfeitamente plausível a interação deles com a matéria através de recursos ainda incompreensíveis para nós. Há ainda uma teoria chamada Teoria M (de matriz) que sustenta a possibilidade de dimensões extras, com base nas diferentes condensações dessa quintessência e que encontra semelhança com o mundo espiritual. Provavelmente quando a ciência puder observar a quintessência através de equipamentos, talvez se depare com a presença desses nossos irmãos desenfaixados do corpo carnal, como aconteceu com o Descobridor do Raio-X ao controlar a luz em determinada freqüência e ver que era possível observar ossos que estavam sob a pele. Mas sobretudo, será porquê já teremos alcançado suficiente maturidade espiritual para recebê-los com mais respeito e amor em nossos braços por todo o globo!

Essas são observações ainda acanhadas e um tanto prematuras acerca desse maravilhoso Princípio criado por Deus, já que muito ainda nos falta para compreender a sua totalidade; mas já merecem nossa atenção e satisfação em poder aceitar através da fé e do estudo da doutrina de Jesus, o que os homens ainda terão que trilhar pelos escaninhos da ciência. Felizmente alguns irmãos nossos, empregados temporariamente nos laboratórios para esta respeitosa tarefa, já consideram que uma Teoria de Tudo jamais será estabelecida sem levar em conta uma Consciência como fator de construção do Universo.

Medicina Espiritual

O passe já é utilizado por vários médicos como apoio no tratamento de várias enfermidades.

Está cada dia menor a distância entre medicina e espiritualidade. Médicos de todo o Brasil estão realizando debates para discutir a proposta de inclusão da disciplina "Medicina e Espiritualidade" no currículo universitário. Isso significa uma revisão da literatura médica. É a ciência abrindo-se para verificar e confirmar o poder da fé e da oração no processo de cura.

A idéia não é levar as sessões espíritas para os hospitais ou consultórios médicos, mas valorizar a relação médico e paciente, utilizando os preceitos básicos trabalhados e divulgados pelo Espiritismo. Entre eles, a doação de fluídos durante o passe, que promove um equilíbrio físico e espiritual; além do trabalho voltado ao paciente para que mantenha pensamentos positivos como forma de evitar perturbações emocionais que possam acarretar doenças.

Essa movimentação dentro da classe médica do Brasil não se trata de uma ação revolucionária. Vários países, entre eles, os Estados Unidos, já dispõem de cursos médicos baseados em conceitos espirituais.

Está ocorrendo um crescimento da medicina espírita em todo o mundo. No Brasil, é evidente ao observar o número de associações médico-espíritas. Em 1995 eram nove. Hoje já são 30. São entidades que reúnem médicos que não abandonaram a medicina convencional, mas utilizam a crença para ajudar pacientes que querem conhecer esse tipo de tratamento complementar.

A tática dos médicos-espíritas é adotar medidas preconizadas pelo Espiritismo para reverter quadros de enfermidades.

Uma delas é fazer a aplicação do passe. Outra prática adotada por alguns são as reuniões de desobsessão.

As cirurgias espirituais em centros espíritas estão fazendo parte das pesquisas médicas, embora essa prática não tenha um consenso nem entre os próprios espíritas por favorecer a prática do charlatanismo.

Porém, diante do crescente número de pessoas que relatam ter conseguido a cura através dessas cirurgias, os médicos estão avaliando cientificamente o que ocorre nestes processos. A idéia é estudar não apenas os efeitos das práticas espíritas, mas o poder da oração e da fé no processo de cura.

A curiosidade sobre os fenômenos das experiências chamadas de quase morte, a comunicação com desencarnados, os fluídos e a força religiosa na recuperação de um doente, foram o elo de atração dos médicos. Ainda que pela curiosidade, a solidez dos fatos espirituais convencerão até os mais céticos tudo a seu tempo - e a humanidade será ainda melhor amparada, física e espiritualmente.

A Glândula Pineal, O Orgão da Vida Mental I

Ao longo da historia, o homem, indagador, sempre procurou desvendar os mistérios que o cerca. Sempre buscando resposta, facilitou a vida de muitos que pisaram onde ele, questionador, chegou primeiro, sentindo primeiro o sabor da resposta, enquanto a grande maioria caminharia sentindo o sabor de sua descoberta, que facilitaria a vida de todos. Do caminhar sobre os próprios pés ás primeiras descobertas com adestramento de animais, aumentando a força de sobrevivência do homem e um domínio maior sobre o meio ambiente, até a conquista macrocósmica e o infinitamente pequeno, o átomo, sempre houve dependência de alguém empreendedor, questionador, não aceitando o que estava aparentemente respondido.

O exposto acima refere-se a algo que ainda vai gerar muitas controvérsias, respostas e mais perguntas, até que cheguemos à descoberta final, a resposta definitiva, o que em partes já esta respondida necessitando-se apenas, talvez, que equipamentos mais sensíveis possam atestar sua verdadeira importância. Falamos da glândula das glândulas, também conhecida como EPÍFISE, que René Descartes definia como a sede da alma Racional, que Levdig, expressou-se de forma semelhante ao dizer que a glândula Pineal seria o órgão responsável pelo sexto sentido.

Os estudos efetuados em embriões de lacertídeos (lagartos), descobriram um órgão que foi considerado como olho pineal ou terceiro olho tido por muitos cientistas com o existente em animais fosseis. Segundo o Dr. Jorge A. dos Santos na obra “Palingênese, a Grande Lei”, poderíamos pensar que o olho pineal ao invés de um elemento regressivo ou olho vestigial, com tendência ao desaparecimento, fosse, ao contrário, um órgão em desenvolvimento. O chamado terceiro olho, por mutação e transformações evolutivas, passou gradativamente dar origem à glândula pineal.

Epífise em sua etimologia, significa “acima”(Epi), de forma superior, de ordem superior. é um prefixo de língua grega. “Fise” origina-se da palavra grega “Phisis”, denotando natureza. Portanto “epi + fise” é uma glândula que está em termos de qualidade natural em grau superior, acima da natureza material da terra e do pensamento humano.

Está situado no mesencéfalo, e é um corpúsculo em formato de cone, de cerca de 1 cm de comprimento e que no adulto chega a pesar de 100 a 180 mg. A sua secreção tem certa relação com o aparelho genital masculino (Foa) e dos caracteres sexuais secundários e do crescimento. O tumor (pinealoma) ou ausência da glândula (déficit de função incretora ou nervosa reguladora) produz puberdade precoce, com o desenvolvimento rápido do organismo e adiposidade e prematuro dos genitais e caracteres sexuais secundários, da inteligência e da vida afetiva. Normalmente, há involução desta glândula antes da época da puberdade, com o máximo de desenvolvimento aos 7 anos. É comum estar calcinada (sombra densa, arredondada no centro do crânio).

Esta visão cientifica levou Freud a interpretar o desvio, na influenciação da “libido”, no estudo da indisciplina congênita da humanidade. Segundo os conhecimentos que nos chegam através dos espíritos, temos uma ampliação generalizada das funções deste órgão, que são corroborados pelas próprias descobertas cientificas, embora acanhadas. Onde a ciência para o Espiritismo prossegue abrindo frentes, onde, como dissemos, o homem deve chegar.

André Luiz , utilizando-se da psicografia de Chico Xavier, no livro os Missionários da Luz, tem um capitulo inteiro dedicado a esta glândula. Vemos um médico totalmente surpreso ao verificar como esta glândula, considerada morta no corpo físico, toma proporções vitais nos contatos entre encarnados e desencarnados, chegando a nos mostrar, tratar-se do órgão da vida mental. Nos conta André, que nos círculos terrestres considerava-a como uma controladora da vida sexual no período infantil. Não, passando de um velador dos instintos na fase infantil até que a experiência sexual pudesse deslizar com regularidade, pelos caminhos da vida.

Na próxima edição do Peixinho vermelho continuaremos com o assunto, pois, ainda temos que abordar as questões de influência da glândula na vivência de nossas experiências pretéritas, e sua importância nas comunicações entre os mundos físico e espiritual.

A Glândula Pineal, O Orgão da Vida Mental II

A Glândula Pineal, o órgão da vida mental (parte II)

Continuando o assunto a respeito da glândula pineal, lembramos o livro Missionários da Luz em que, segundo o instrutor Alexandre, ela acorda no organismo do homem, na puberdade, as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre. O Dr. Ricardo di Bernardi, em seu livro "Gestação: Sublime Intercâmbio", esclarece que, em torno do quarto e quinto mês de vida intra-uterina, a glândula pineal já apresenta células e tecido de sustentação, alcançando 2mm de diâmetro. Neste período, o espirito reencarnante começa a perder a consciência, atingindo rapidamente a total inconsciência. É nela, que as expansões energéticas do perispirito (psicossoma) prende-se mais profundamente.

As modificações que ocorrem na glândula são observáveis até os dois anos de idade, daí até 6 ou 7 anos as transformações são muito lentas. É exatamente nesse período que a encarnação poderia ser considerada como definitiva, pois o organismo passa a ter fixação completa ao organismo biológico e principalmente a Pineal.

Aos quatorze anos, a glândula começa a funcionar no homem encarnado, apesar de apresentar uma posição estacionária e o que representava controle é fonte criadora e válvula de escapamento, como informa, ainda, Alexandre, o instrutor de André Luiz. A glândula Pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se a criatura à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões vividas noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos.

Aqui, faremos uma correção em relação à informação na edição passada, em que expusemos que a glândula pineal se calcificava, baseando-nos em pesquisa em livros editados há 40 anos, e informações de profissionais

que recebemos. Em conversa com o Dr. Sergio Felipe, da Pineal-mind da universidade de São Paulo, onde é professor, este conceito de calcificação é ultrapassado e novos estudos mostraram que ela continua ativa, ratificando

os conceitos espirituais de seu funcionamento, como expôs André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier.

Segundo o Dr. Sergio Felipe, a pineal vista no microscópio eletrônico, revela que, em seu interior, formam-se cristais de apatita (mineral sexagonal) reproduzindo uma estrutura muito semelhante ao nosso cérebro, com capacidade diamagnética (captação sensorial, ou interação com ondas eletromagnéticas). Em tese, segundo nos informa, a glândula seria responsável pelos processos telepáticos e mediúnicos.

Num estudo científico sobre mediunidade que está sendo feito na Associação Americana de Psiquiatria, e que chamam “mediunidade” de “estados de transe”, os cientistas afirmam que numa região do cérebro, ao redor da glândulal pineal, há uma área que é um substrato de inúmeros comportamentos chamados psicobiológicos, onde se encontram atividades como a fome, sexualidade, sono (onde transita o sistema reticular) e agressividade, que divide-se em heteroagressividade (irritabilidade) e a auto-agressividade (depressões, medos,etc.). A pineal captando as ondas eletromagnéticas, converte em estímulos neuro-quimicos que é entendido pelo nosso sistema neural, criando as sensações adequadas à informação recebida.

Isso ocorre a todo o instante, com todos nós. Recebemos vários estímulos e decodificamos estes estímulos, segundo a região na qual é mais desenvolvida, ou seja, falando em termos de evolução, para uma mesma informação temos vários tipos de assimilação e entendimento.

Distúrbios desses tipos de comportamento, segundo a hipótese do Dr. Sergio Felipe, estariam envolvidos por alguma influência mediúnica ou espiritual quando houver perda de controle desses comportamentos; flutuações desses comportamentos, ou seja autos e baixos sem que se entenda a causa aparente; não existir uma relação de ação e reação lógica que se possa explicar por qualquer outro fator, nós estaríamos, então, no campo da interferência espiritual ou mediúnica. É algo que vem de fora e se agrega ao comportamento do individuo. Era uma pequena mágoa e se transforma numa grande angústia, era uma pequena tristeza e se torna depressão, ou seja, perde-se o controle das emoções.

Dentro deste quadro, podemos considerar a mediunidade como um fenômeno biológico, ratificando portanto Kardec na codificação Todos nós temos no interior de nosso cérebro uma glândula, um pequeno chip de computador, que recebe constantemente ondas eletromagnéticas e as transforma em estímulos neuroquimicos, atuando no mundo segundo nossa capacidade de afetação, das zonas cerebrais mais imantadas

à informação que nos chega, enviadas por outras mentes encarnadas e desencarnadas.

Aí entendemos os fenômenos mediúnicos, os médiuns equilibrados e desequilibrados, a importância do desenvolvimento de nossa capacidade de perceber e entender nossas emoções. A importância dos estudos da doutrina espírita, de nosso mundo emocional e intelectivo em sintonia com o mundo espiritual e a capacidade de entender e dominar a dinâmica de nosso senso, percepção, fazem o equilíbrio do ser.

Força Magnética

“Entendendo-se que toda mente vibra na onda de estímulos e pensamentos em que se identifica, facilmente perceberemos que cada Espírito gera em si mesmo inimaginável potencial de forças eletro-magnéticas , exteriorizando nessa corrente psíquica os recursos e valores que acumula em si próprio.” André Luiz (Mecanismos da Mediunidade)

Vamos prestar atenção sobre este assunto tão difícil de conscientização. Será que não estamos dentro deste assunto?

Imaginemos alguém que com um perfume muito forte, permanece determinado tempo em um ambiente fechado. A fragrância do seu perfume irá se espalhar pelo ambiente, que ficará impregnado, durante algum tempo, com o odor característico. Da mesma forma, o resultado do que pensamos e sentimos, fica indelevelmente plasmado naqueles ambientes que mais costumamos freqüentar.

Por outro lado, se alguém com um perfume muito forte nos abraça, inevitavelmente herdamos o odor que dessa pessoa é emanado, seja ele prazeroso ou não. Da mesma forma que o perfume alheio invade nossa atmosfera pessoal, as vibrações espirituais de quem nos abraça também invadem nossa organização intima, nem que essa troca energética se processe e também se conclua em poucos segundos, tempo necessário para que a defesa energética da aura administre essa invasão.

Portanto, estamos sempre marcados com a "nossa fragrância espiritual", assim como as pessoas e os ambientes com os quais convivemos, e, ao mesmo tempo, recebendo as suas influências. Quando e se, as nossas defesas espirituais estiverem em boa forma, assimilaremos apenas o que nos for positivo, rechaçando o que não for. Esse processo é inconsciente, uma vez que, na necessidade, os anticorpos agem em nosso corpo. É tudo tão rápido que o cérebro físio-transitórío não se dá conta, apesar de ser ele que administra todo o processo, como também o faz, a nossa mente espiritual, quando o caso se relaciona com as vibrações de terceiros que invadem o Espírito..

É importante perceber que, uma simples troca de olhares, um aperto de mão, um abraço, uma relação sexual, por exemplo, são situações em que a troca energética acontece, independentemente de querermos ou não.

Quando a resultante de defesa vibratória é positiva, normalmente o é nas pessoas de bom ânimo, pois estas não se deixam entristecer pelos fatos. São disciplinadas no campo da oração e/ou meditação, pouco permitindo a invasão da energia alheia, se isto for servir de transtorno ao equilíbrio energético.

Ao contrário, se estiver em baixa condição de defesa energética, tal qual um prato de alimento estragado que inapelavelmente irá causar "estragos", no organismo, a energia deletéria alheia desarmonizará durante pouco ou muito tempo, conforme for a capacidade psíquica-espiritual em restabelecer o equilíbrio que caracteriza, seja ele de que nível for....

André Luiz, na obra acima citada, esclarecendo sobre a importância da reflexão, afirma que, "gerando força criativa incessante em nós, assimilamos, por impulso espontâneo, as correntes mentais que se harmonizem com o nosso tipo de onda, impondo às mentes simpáticas o fruto de nossas elucubrações e delas recolhendo o que lhes seja característico, em ação que independe da distância espacial, sempre que a simpatia esteja estabelecida e, com mais objetividade e eficiência, quando o serviço da troca mental se evidencie assegurado conscientemente.”

Assim, a nossa reflexão e compreensão da força magnética que temos e que existe, obrigatoriamente nos levará ao esforço de manter ondas equilibradas que, por si só, e quase automaticamente, associar-se-á a semelhantes ondas, proporcionando-nos o bem estar em qualquer lugar ou situação.

A Aura

A aura humana é um campo resultante de emanações eletromagnéticas, que envolve todo o ser humano, encarnado ou desencarnado. Reflete a condição evolutiva do espírito, seu padrão psíquico, sua situação emocional e o estado físico do momento, no caso de encarnados. André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier denomina de fotosfera psíquica ou psicosfera e Leon Denis a define como fotosfera humana.

A aura tem sido descrita como uma projeção ovóide circundando o corpo, apresentando inúmeros aspectos cromáticos, em constante e dinâmica variação. André Luiz nos informa: "Articulando, ao redor de si mesma, as radiações e sinergias funcionais das agregações celulares do campo físico ou psicossomático, a alma encarnada ou desencarnada está envolvida na própria aura ou túnica de forças eletromagnéticas, em cuja tessitura circulam as irradiações que lhe são peculiares". (Mecanismos da Mediunidade).

Esta denominação vem do latim e quer dizer brisa, sopro. É conhecida desde a antiguidade, passando a ser, graças ao próprio desenvolvimento cientifico, objeto de importantes estudos e pesquisas.

O método de constatação da aura mais famoso, foi desenvolvido por um casal russo, SEMYON DAVIDOVICH KIRLIAN e sua esposa VALENTINA KHISANFOVNA KIRLIAN em 1939, conhecido mais popularmente como fotos Kirlian. Carlos de Brito Imassahy no seu livro "QUEM PERGUNTA QUER SABER", assim descreve o processo e a máquina: -"É uma câmara fotográfica disposta de tal sorte que seu foco incida sobre uma placa de indução elétrica e sobre a qual coloca-se o dedo para a foto (ou outra parte do corpo adaptável à câmara). Esta placa está induzida por um campo elétrico de altíssima voltagem e baixíssima amperagem, motivo porque não dá a sensação de choque...

Quando colocamos o dedo sobre a placa induzida pelo sistema elétrico da aparelhagem, as energias que emanam dele vão modular o campo simples ali existente e é esta modulação que é fotografada.”

Aqui gostaríamos de chamar a atenção do leitor para um importante alerta que nos faz o professor Wilsom Picler, no Boletim que foi editado pela Associação Médico - Espirita de São Paulo, em 1993:

"O padrão kirliangráfico mais popular, apresenta predominância cromática rosa-avermelhada, com manchas azuis e esporadicamente, surgem regiões alaranjadas. Essas cores são artefatos que ocorrem devido à ionização de minúsculas bolsas de ar, que se formam entre o filme e a placa polarizadora, conforme ficou demonstrado em pesquisas realizadas.

As referidas bolsas de ar, são ionizadas com a aplicação de alta tensão, produzindo corona (efeito luminoso que surge no ar em torno de objetos energizados com alta tensão). O referido efeito possui uma predominância cromática Violeta-Azul, com grande porcentagem de radiação ultravioleta, que sensibiliza o filme, no caso das bolsas, pelo lado oposto. Sendo a última emulsão do filme justamente responsável pelo vermelho, no caso de ionização oposta, seria a primeira a ser atingida. Embora a referida emulsão seja responsável pelo vermelho, ela também é sensível ao ultravioleta e azul, ocorrendo o mesmo com a camada responsável pelo verde. Essa a razão de o filme possuir uma camada de filtro... Com a ocorrência de corona embaixo do filme, a camada de vermelho é atingida diretamente, dependendo das referidas bolsas atinge também a camada verde... Eis a razão para o surgimento das cores rosa, vermelho, laranja e amarelo no padrão mais popular no Brasil..... “

Curiosamente, os pesquisadores envolvidos com esse padrão, correlacionam essas cores a diversos estados psíquicos e patológicos, como sendo sensitivos de curas, equilíbrio de energia ynn-iang.

Pesquisas tenológicas no controle de variáveis interferentes em kirliangrafia indicam que essas cores são artefatos causados por deficiências técnicas nos equipamentos e não constituem, de forma alguma, indicadores de patologia ou estados psíquicos...Isso se agrava ainda mais, pois alguns profissionais da área psicológica e médica, menos avisados, oferecem seus trabalhos de auradiagnósticos com kirliangrafia à comunidade baseados em técnica totalmente falha, expondo seus pacientes a altos riscos e enganos em diagnósticos médicos.

Como um bom médium deve aprimorar-se nos estudos e prática do fenômeno mediúnico, devemos também investir em bons aparelhos, sensíveis a ponto de captar com maior veracidade as nossas ações e reações, para que no futuro tenhamos maior facilidade de entender as forças que fogem ao controle do homem comum, tornando assim disponível a todos os benefícios abundantes ao nosso redor. Outro fator que devemos ter em mente é que, não podemos esconder de uma visão mais apurada, seja ela inteligente ou eletrônica (bem desenvolvida) o rastro que deixamos em nossa passagem.

Mentes Superdotadas

Na grande e próspera Siracusa, antiga cidade grega na Sicília, o sábio Arquimedes cria bases de uma incrível revolução científica. Desenvolve a matemática e descobre como utilizar as leis da física em benefício da cidadania. Suas invenções de guerra protegem seu povo contra invasões das tropas inimigas.

O francês Blaise Pascal, cientista, escritor e filósofo, surpreende os homens de seu tempo ao construir a primeira calculadora mecânica e ao enxergar, no distante futuro, a revolução dos computadores.

Albert Einstein, famoso físico e matemático alemão, criador da teoria da relatividade, revolucionou o conhecimento científico no início do século vinte e era portador de uma inteligência extraordinária. Seu cérebro, conservado, é até hoje estudado pelos maiores nomes na área neurológica de nosso tempo.

O grande Mozart, aos dois anos de idade tocou violino, aos quatro escreveu sua primeira sonata e aos sete sua primeira ópera.

Para não citar casos mais recentes, como o coreano Kim Ong Dyongh, que segundo, Paulo Daltro de Oliveira, autor do livro "A Luz Dissipa as Trevas", em 1962, aos dois meses de idade começou a falar, aos quatro meses andou, aos sete escrevia, aos nove publicou um livro de poemas, aos seis anos ingressou na Universidade de Seul e aos dez anos recebeu o título de doutor "Honoris causa" em química e hoje, é um notável matemático especializado em cálculo diferencial e espacial.

Qual a causa de mentes tão privilegiadas, em detrimento de bilhões de outras que ante estes cérebros parecem pertencer a um mundo primitivo? Diriam uns que seriam o número de neurônios, mas a ciência nos mostra que temos todos cerca de 100 bilhões deles, inclusive os superdotados. A diferença de uma pessoa comum e outra superdotada, estaria não no número de neurônios, mas na capacidade e na complexidade das conexões cerebrais, chamadas "sinapses".

Sabemos que uma pessoa estimulada no desenvolvimento de sua inteligência, desde a infância apresenta melhores condições de raciocínio. O Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), estima que 1% da população escolar (algo em torno de 380.000 crianças), seriam superdotadas.

Em geral, apresentam dons específicos para matemática, música ou idiomas estrangeiros. A criança aprende rápido a ler, chama a atenção pela capacidade de argumentação, pela memória excepcional, pela atenção e pela curiosidade incomuns e raciocínio ágil, que são características marcantes destas mentes.

Diríamos então que Deus em sua infinita justiça teria errado ao produzir estes seres tão capacitados, impedindo a maioria de seus filhos possuir mentes evoluídas levando-se em conta a condição humana. Somente o Espiritismo poderia lançar luzes sobre esta questão.

Kardec, no livro "A Gênese", nos diz o seguinte sobre os homens de gênio: “...Pertencem, realmente, à Humanidade, uma vez que nascem, vivem e morrem como nós. Onde, pois, haurem esses conhecimentos que não puderam adquirir em sua vida? Dir-se-á, como os materialistas, que o acaso lhes deu a matéria cerebral em maior quantidade, e de melhor quantidade?...A única solução racional desse problema está na preexistência da alma e na pluralidade das existências. O homem de gênio é um espírito que viveu por mais tempo; que por conseqüência, mais adquiriu e progrediu mais do que aqueles que estão menos avançados. Em se encarnando traz o que sabe, e, como sabe muito mais do que os outros sem ter necessidade de aprender, é o que se chama um homem de gênio. Mas o que sabe não deixa de ser fruto de um trabalho anterior, e não o resultado de um privilégio...”.

Muitos poderão, a esta altura, estar perguntando-se sobre aquelas inteligências que acabam levando destruição e sofrimento à humanidade,e que nós conhecemos ao longo de nossa história. Gostaríamos de esclarecer que, pelo que entendemos, Kardec chama de "homem de gênio", aquele que, quando encarnado, é provido de facilidades no raciocínio, ou seja, o organismo não oferece tanta resistência às aptidões anteriores e que se volta para a descoberta de algo que faça avançar a humanidade.

Enfim, pelo que podemos deduzir, se somente no Brasil existem tantos espíritos com características de um superdotado, talvez um investimento maciço em educação, por parte de toda sociedade constituída, proporcionaria, ainda nesta encarnação, divisarmos o limiar do mundo de regeneração tão comentado por nós espíritas. Permitindo que mentes com experiências, se manifeste em nosso meio, estaríamos no mínimo mostrando a nós mesmos que estamos começando a descer do pedestal que montamos ao longo de nossa caminhada evolutiva, baseados sobre a areia do tempo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Legítima Visão espírita de Jesus de Nazaré

Em meio à crescente proliferação de idéias exóticas no seio do nosso movimento, sobremodo nos preocupam aquelas cujo resultado é a deturpação da legítima visão espírita de Jesus de Nazaré

Existem alguns confrades inquietos e invigilantes que desejam proscrever Jesus do Espiritismo. São pessoas dotadas de maiúscula insensatez que regurgitam suas santas ignorâncias e as torturantes cantilenas de que Jesus não é o único modelo de amor absoluto (?). Alegam que seria injusto que 2/3 da população da Terra que “nunca” ouviram falar do Messias, ficassem “órfãos” de suas lições. Segundo a revista alemã Der Spiegel o panorama estatístico de religiosos atuais do Orbe é o seguinte: Cristãos não católicos (17,0%), Cristãos católicos (16,9%), Muçulmanos (23,1%), Hindus (13,0%), Budistas (6,1%), Judeus (0,2%) e Outros (23,7%). Observa-se que 1/3 da humanidade procura seguir os ensinamentos de Jesus, e para a crença dos outros 2/3 que não “conhecem” o Cristo, apesar do mundo globalizado atual, existiram e existem outros seres luminares, porém todos foram, são e serão discípulos de Jesus.


Em verdade Jesus, durante milênios, enviou seus emissários para instruir povos, raças e civilizações com conhecimentos e princípios da lei natural. Além disso, há dois mil anos, veio pessoalmente ratificar os conhecimentos já existentes, deixando a Boa Nova como patrimônio para toda Humanidade. Examinando o trajeto histórico das civilizações identificamos que em todos os tempos houve missionários, fundadores de Religião, filósofos, Espíritos Superiores que aqui encarnaram, trazendo novos conhecimentos sobre as Leis Divinas ou Naturais com a finalidade de fazer progredir os habitantes da Terra. Entretanto, por mais admiráveis que tenham sido suas missões, nenhum se iguala ao Adorável Nazareno. Até mesmo porque todos eles estiveram a serviço do Mestre Incomparável, o Guia e Governador Espiritual deste mundo de expiação e provas.


Kardec, na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo escolhe dentre as cinco partes o Ensino Moral, o único que não está afeito a controvérsias, podendo inclusive unir todas as crenças em torno da sua mensagem universalista. Na Terra, onde se multiplicam as conquistas da inteligência (algumas resvalam e se enterram nas valas profundas das retóricas vazias) e fazem-se mais complexos os quadros do sentimento amarfanhado no materialismo, saibamos que Ele “no campo da Humanidade [foi o único] orientador completo, irrepreensível e inquestionável, que renunciou à companhia dos anjos para viver e conviver com os homens”.


Nos tempos áureos do Evangelho o apóstolo Pedro, mediunizado, definiu a transcendência de Jesus, revelando que Ele era “o Cristo, o Filho de Deus vivo” . No século XIX o Espírito de Verdade atesta ser Ele “o Condutor e Modelo do Homem”. Para o célebre pedagogo e gênio de Lyon, o Cristo foi “Espírito superior da ordem mais elevada, Messias, Espírito Puro, Enviado de Deus e, finalmente, Médium de Deus.” Não há dúvidas que Jesus foi o Doutrinador Divino e por excelência o “Médico Divino”, segundo André Luiz. Por sua vez, Emmanuel o denomina de “Diretor angélico do orbe e Síntese do amor divino”.

Quando Allan Kardec questionou os Espíritos sobre quem teria sido o ser mais evoluído da Terra, recebeu uma resposta tão curta quanto profunda: “Jesus!”. Sua lição é não só a pedra angular do Consolador Prometido, da Doutrina dos Espíritos, mas a régua de medida, o referencial universal com que aferiremos o nosso proceder, o nosso avanço ou o nosso recuo no processo de espiritualização que nos propusermos: a visão real do que somos no íntimo de nossa consciência e quão perto ou distante estejamos do amado Mestre Jesus que nos exorta a amarmos uns aos outros como Ele nos amou.


Amado por uns, odiado por outros, indiferente para muitos, Jesus deixou ensinamentos muito singelos mas profundos, ele aplicou a filosofia que difundia, desconcertando os inimigos gratuitos, granjeando apoios no povo e confundindo os restantes. Aos Espíritas sinceros cumpre não perder de vista essa realidade de suma importância - a total vinculação do Espiritismo com os ensinos de Jesus, o Cristianismo primitivo, pela base moral comum a ambos, sem desvios impostos pelo interesse dos homens.


Ele vela pela nau terrestre e Se compadece de cada um de nós, facultando-nos recomeço e paz. Cada palavra que o Mestre plasmou na atmosfera terrena dirige-se a todos nós, ontem , hoje e sempre independente de onde possamos estar ou do que fazemos. O Meigo Galileu transcende as dimensões da análise convencional e do grau de desenvolvimento científico, moral ou espiritual do maior dos nossos intelectuais, porquanto Ele já era o construtor de todo o nosso Sistema Solar, quando sequer a vida neste planeta se apresentara.





*Artigo gentilmente cedido por Jorge Luiz Hessen ao Grupo Espírita Renascer

Aliança da Ciência com a Religião

A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana. Uma revela as leis do mundo material, e a outra as leis do mundo moral. Mas aquelas e estas leis, tendo o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se umas forem à negação das outras, umas estarão necessariamente erradas e as outras certas, porque Deus não pode querer destruir a sua própria obra. A incompatibilidade, que se acredita existir entre essas duas ordens de idéias, provém de uma falha de observação, e do excesso de exclusivismo de uma e de outra parte. Disso resulta um conflito, que originou a incredulidade e a intolerância.

São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber o seu complemento; em que o véu lançado intencionalmente sobre algumas partes dos ensinos deve ser levantado, em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve levar em conta o elemento espiritual; e em que a Religião, deixando de desconhecer as leis orgânicas e imutáveis, essas duas forças, apoiando-se mutuamente e marchando juntas, sirvam uma de apoio para a outra. Então a Religião, não mais desmentida pela Ciência, adquira uma potência indestrutível, porque estará de acordo com a razão e não se lhe poderá opor a lógica irresistível dos fatos.

A Ciência e a Religião não puderam entender-se até agora, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, repeliam-se mutuamente. Era necessária alguma coisa para preencher o espaço que as separava, um traço de união que as ligasse. Esse traço está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal, leis tão imutáveis como as que regulam o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez constatadas pela experiência essas relações, uma nova luz se fez: a fé se dirigiu à razão, esta nada encontrou de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido.

Mas nisto, como em tudo, há os que ficam retardados, até que sejam arrastados pelo movimento geral, que os esmagará, se quiserem resistir em vez de se entregarem. É toda uma revolução moral que se realiza neste momento, sob a ação dos Espíritos. Depois de elaborada durante mais de dezoito séculos, ela chega ao momento de eclosão, e marcará uma nova era da humanidade. São fáceis de prever as suas conseqüências: ela deve produzir inevitáveis modificações nas relações sociais, contra o que ninguém poderá opor-se, porque elas estão nos desígnios de Deus e são o resultado da lei do progresso, que é uma lei de Deus.

Fonte; Evangelho Segundo O Espiritismo (Capítulo 1 - NÃO VIM DESTRUIR A LEI)
Francisco Amado

Editor do site de busca jconexao

Algumas Anotações sobre o Espiritismo e o Terceiro Milênio

Bismael B Moraes(*)

Muitas pessoas têm repetido, sem maior reflexão, que "o mundo passará por grandes mudanças e será melhor a partir do terceiro milênio". Entretanto, quando assim falam, não se referem ao "3º milênio da Era Cristã" (tomando por base o nascimento do Cristo, para os que se apresentam como seguidores do cristianismo). Parecem esquecer a recomendação do Mestre Jesus: "Conhece a verdade, e a verdade te libertará". E o Espiritismo, por suas conseqüências religiosas, é a doutrina da fé raciocinada. Ensina essa doutrina que não basta decorar o que se tenha lido ou ouvido, mas pede que pensemos a respeito de tudo, para que, conscientemente, tenhamos certeza do que sentimos e estejamos sempre prontos a aprender. Deve ser assim para quem se imagine adepto do Espiritismo cristão.

Baseada no tripé - filosofia, ciência e moral religiosa -, a Doutrina Espírita, também conhecida como a Terceira Revelação trazida pelos Espíritos superiores, registrada e perenizada na Codificação de Allan Kardec, é conhecida pelos seus seguidores e estudiosos - repetimos – como a "Doutrina da Fé Raciocinada". Com ela, além de analisarmos sobre o que somos, de onde viemos, o que estamos fazendo na Terra e para onde vamos após o desencarne (a morte do corpo), aprendemos que não devemos apenas repetir o que lemos e ouvimos, pois temos, como Espíritos encarnados, seres inteligentes da Natureza e com tarefas definidas para o nosso progresso, a obrigação de raciocinar acerca de tudo e só aceitar aquilo que possa enfrentar a ciência, face a face, sem temer a verdade. Somos dotados do livre-arbítrio por Deus e podemos escolher, conscientemente, sobre o que entendemos como certo e bom.

A ciência prova que a Terra existe há bilhões de anos. A origem do ser humano, segundo os pesquisadores, remonta a três bilhões de anos. E os registros históricos mostram que as religiões e as manifestações das crenças têm milhões de anos, com as mais variadas formas de misticismo e os questionamentos de seus seguidores. As civilizações do mundo criaram seus horóscopos, marcando o tempo de nascimento de suas sociedades, e têm seus calendários, nem sempre cientificamente comprovados, mas dogmaticamente seguidos e festejados. Assim, fala-se de horóscopo chinês, horóscopo asteca, horóscopo incaico, horóscopo indiano, e outros, bem como de calendário egípcio, calendário grego, calendário judaico, calendário romano, calendário muçulmano, calendário eclesiástico, etc, com base em costumes e tradições.

Por exemplo, a civilização dos Incas existiu desde 20.000 a 100 anos antes de Cristo (a.C.); a civilização africana conta registros de pinturas de 6000 anos a.C.; a civilização egípcia, mais de 4000 anos a.C., assim como a civilização judaica; a civilização grega é de mais de 3000 anos a.C.; a indiana, além de 2500 anos a.C., como também a chinesa, e há outros registros que podem ser pesquisados. Veja-se, a propósito, que em 15 de setembro de 2007, foi comemorado por Israel o Ano 5767, e a China, em 2007, comemorou o Ano 4704, e outros apontamentos históricos poderiam ser lembrados.

Ainda, se fizermos uma busca na história das religiões, encontraremos, em várias épocas e em lugares mais diversos, Espíritos altamente evoluídos: são os chamados reveladores, missionários, guias ou líderes religiosos que, com os seus ensinamentos, foram e são bases morais para seus povos ou seguidores. Poderíamos citar alguns, como exemplos: Krishna, que viveu por volta do ano 2100 a.C. (antes de Cristo) e ensinava que "quando o corpo se dissolve, a alma vai para a região de seres puros; se a paixão a domina, ela vem de novo habitar a Terra"; depois, Moisés, cerca de 1700 anos a.C. (antes de Cristo), com o judaísmo, que originou a seita do cristianismo, a ele creditando-se a origem do Dez Mandamentos; em seguida, os divulgadores do bramanismo, mais ou menos 1400 a.C. (antes de Cristo), tendo o Brama como criador, superior, absoluto, com base no Livro dos Vedas, envolvendo ainda costumes, dogmas, mistérios, sacrifícios; e, já próximo dos 700 anos a.C. (antes de Cristo), veio Budha, dele nascendo o budismo, ensinando a "colocação da humanidade no caminho da mora.l e da Lei Divina"; mais adiante, viria Lao-Tse, na China, cerca de 600 anos a.C. (antes de Cristo), com o taoísmo, aconselhando "esquecer as ofensas e amar ao próximo como a si mesmo"; e, ainda na China, tem-se o filósofo Confúcio, 550 anos a.C. (antes de Cristo), criando-se o confucionismo, que ensinava: "Faze ao próximo como a ti mesmo; esquece as injúrias, mas não os benefícios"; e chegamos à Era Cristã, com Jesus Cristo e suas lições de amor, justiça, caridade e perdão, nascendo o cristianismo, inicialmente perseguido e, depois, tornando-se religião estatal (aceita pelo Estado Romano), pelo Edito de Milão, no ano 313 depois de Cristo (d.C.), por ato do Imperador Constantino.

Pois bem. Sabemos que "o progresso moral do mundo ou da humanidade se dará pelo progresso individual de cada um dos seus membros", como ensinam os Espíritos. Entretanto, como, via de regra, os espíritas são pessoas interessadas em aprender, aos poucos, vêm se tornando leitores cativos de muitas editoras, ora havendo obras sérias e edificantes, ora encontrando-se livros e artigos que não podem ser aceitos sem maior reflexão... Há, infelizmente, algumas obras e articulistas falando do Terceiro Milênio como se, partindo do ano dois mil da Era Cristã, o mundo estivesse se transformando em um ambiente melhor, e isso não dependesse das descobertas do ser humano em todas as épocas, do seu esforço e de sua reforma íntima, evitando o mal e persistindo no bem, em suas caminhada de progresso, caindo e levantando, sofrendo ou tendo sucesso, chorando e sorrindo, sempre em busca de "conhecer a verdade e se libertar".

Somos espíritas cristãos e, por isso, não podemos esquecer os registros da ciência e os ensinamentos dos Espíritos, bem como das lições de Allan Kardec e de seus seguidores éticos. A história (que é ciência), por exemplo, nos mostra, por intermédio de documentos, que, em razão de inúmeras divergências quanto a data do Nascimento de Jesus, o dia 25 de dezembro (Dia de Natal) foi uma criação do Papa Julio I, no Século IV d.C. (depois de Cristo), para evitar as "datas pagãs".

Ainda recentemente, em artigo para o jornal "Folha de S. Paulo" (12-3-2006, p.2), um dos grandes empresários brasileiros e que tem formação superior, ao criticar a situação econômico-social e política do mundo, depois de falar da China, da Índia, do Irã e dos Estados Unidos, afirmou: "Ninguém poderia imaginar que o século 21 seria aberto com tanta intranqüilidade". (Observe-se que, pelo costume, o articulista sequer se lembra de que estamos no "Século 21 da Era Cristã!).

Neste final, voltamos a chamar a atenção de todos para o ensinamento dos Espíritos superiores: sabemos que o mundo abriga a humanidade e que está é o resultado de bilhões de anos de lenta evolução. Por isso, como adeptos conscientes do Espiritismo, não devemos esquecer que o progresso moral é vagaroso e não se inicia partindo do ano 2001 da Era Cristã, mas é de todas as épocas. Repetimos, com base nas lições da Doutrina Espírita, que a melhoria do Planeta Terra, para todos nós, dependerá do progresso individual de cada ser humano. Devemos aprender a perdoar, a diminuir nosso preconceito e amar ao próximo. E o modelo para isso acha-se na Questão nº 625 de "O Livro dos Espíritos": - Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? E a resposta é: JESUS! Basta que sigamos suas lições e seus exemplos.

Como, de acordo com a ONU – Organização das Nações Unidas -, atualmente, o mundo tem aproximadamente sete bilhões de habitantes, distribuídos por mais de 200 países, e verificando-se, pelas estatísticas, que somente cerca de um terço (1/3) dessa população - mais ou menos 2,5 bilhões - são cristãos, estando os verdadeiros espíritas entre estes, de logo se vê que 2/3 dos povos da Terra não conhecem o cristianismo, mas todos – cristãos ou não - somos amparados pelos Espíritos do bem que, pela graça de Deus, estão em qualquer parte do Universo!

Por isso, como espíritas cristãos, seguidores e divulgadores da fé raciocinada, não estaríamos incorrendo em erro, ao afirmarmos ou aceitarmos, sem reflexão, "o terceiro milênio" (calendário da Era Cristã) como ponto para a regeneração do mundo, quando sabemos que a Terra tem bilhões de anos e que mais de 2/3 dos habitantes do nosso Planeta sequer conhecem os ensinamentos do Cristo, mas que, mesmo assim, há povos não-cristãos evoluindo e evoluídos, pois os Espíritos Mentores se acham em todos os cantos do mundo?

Jesus nos recomendou: orar e vigiar. Nossos alicerces são as lições do Cristo. Deus é a causa primária de todas as coisas. Razão, perplexidade, leveza e sabedoria devem ser dosadas pelo equilíbrio.Tenhamos cuidado com o que lemos e raciocinemos sobre o que ouvimos. Espiritualmente, somos seres eternos, independentemente de nossas concepções doutrinárias ou religiosas. Muita paz.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dia de Finados

Como a Doutrina Espírita encara o Dia de Finados?


Realmente o tema desperta algumas dúvidas. Mesmo alguns companheiros espíritas perguntam se devem ou não ir aos cemitérios no dia 2 de Novembro, se isto é importante ou não.


Antes de tudo, lembremos que o respeito instintivo do homem pelos desencarnados, os chamados mortos, é uma consequência natural da intuição que as pessoas têm da vida futura.


Não faria nenhum sentido o respeito ou as homenagens aos mortos se no fundo o homem não acreditasse que aqueles seres queridos continuassem vivendo de alguma forma. É um fato curioso que mesmo aqueles que se dizem materialistas ou ateus nutrem este respeito pelos mortos.


Embora o culto aos mortos ou antepassados seja de todos os tempos, Léon Denis nos diz que o estabelecimento de uma data específica para a comemoração dos mortos é uma iniciativa dos druidas, antigo povo que viveu na região que hoje é a França. Os druidas, um povo que acreditava na continuação da existência depois da morte, se reuniam nos lares, não nos cemitérios, no primeiro dia de novembro, para homenagear e evocar os mortos.


A noção de imortalidade que a maioria das pessoas tem, no entanto, ainda é confusa, fazendo com que as multidões se encaminhem para os cemitérios, como se o cemitério fosse a morada eterna daqueles que pereceram.


O Espiritismo ensina o respeito aos desencarnados como um dever de fraternidade, mas mostra que as expressões de carinho não precisam ser realizadas no cemitério, nem é necessário haver um dia especial para que tais lembranças ou homenagens sejam realizadas.


Mas para os espíritos desencarnados o dia 2 de Novembro tem alguma coisa mais solene, mais importante? Eles se preparam para visitar os que vão orar sobre os túmulos?


É preciso entender que nossa comunicação com os desencarnados é realizada através do pensamento. As preces, as orações, são vibrações do pensamento que alcançam os espíritos.


Nossos entes queridos desencarnados são sensíveis ao nosso pensamento. Se existe entre eles e nós o sentimento de verdadeira afeição, se existe esse laço de sintonia, eles percebem nossos sentimentos e nossas preces, independente de ser dia de finados ou não.


Esse é o aspecto consolador da Doutrina Espírita: a certeza de que nossos queridos desencarnados, nossos pais, filhos, parentes e amigos, continuam vivos e continuam em relação conosco através do pensamento.


Não podemos ter a sua presença física, mas o sentimento verdadeiro nos une e eles estão em relação conosco, conforme as condições espirituais em que se encontrem.

Realizaram a grande viagem de retorno à pátria espiritual antes de nós, nos precederam na jornada de retorno, mas continuam vivos e atuantes.


Um amigo incrédulo uma vez nos falou:

“Só vou continuar vivo na lembrança das pessoas”.

Não é verdade. Continuamos tão vivos após a morte quanto estamos vivos agora. Apenas não dispomos mais deste corpo de carne, pesado e grosseiro.


Então, os espíritos atendem sim aos chamados do pensamento daqueles que visitam os túmulos. No dia 2 de Novembro, portanto, como nos informam os amigos espirituais, o movimento nos cemitérios, no plano espiritual, é muito maior, porque é muito maior o número de pessoas que evocam, pelas preces e pelos sentimentos, os desencarnados.

Questões sobre o tema:

- Se estes desencarnados pudessem se tornar visíveis, como eles se mostrariam?


Com a forma que tinham quando estavam encarnados, para que pudessem ser reconhecidos.


Não é raro que o espírito quando desencarne sofra ou provoque alterações na sua aparência, ou seja, no seu corpo espiritual. Espíritos que estão em equilíbrio mental e emocional podem se apresentar com uma aparência mais jovem do que tinham quando estavam encarnados, enquanto outros podem inclusive adotar a aparência que tinham em outra encarnação. Por outro lado, espíritos que estão em desequilíbrio podem ter uma aparência muito diferente da que tinham no corpo, pois o corpo espiritual mostra o verdadeiro estado interior do espírito.


- E quanto aos espíritos esquecidos, cujos túmulos não são visitados? Como se sentem?


Isto depende muito do estado do espírito. Muitos já reconhecem que a visita aos túmulos não é fundamental para se sentirem amados. Outros, no entanto, comparecem aos cemitérios na esperança de encontrar alguém que ainda se lembre deles e se entristecem quando se vêem sozinhos.


- A visita ao túmulo traz mais satisfação ao desencarnado do que uma prece feita em sua intenção?


Visitar o túmulo é a exteriorização da lembrança que se tem do espírito querido, é uma forma de manifestar a saudade, o respeito e o carinho. Desde que realizada com boa intenção, sem ser apenas um compromisso social ou protocolar, desde que não se prenda a manifestações de desespero, de cobranças, de acusações, como ocorre em muitas situações, a visitação ao túmulo não é condenável. Apenas é desnecessária, pois a entidade espiritual não se encontra no cemitério, e pode ser lembrada e homenageada através da prece em qualquer lugar. A prece ditada pelo coração, pelo sentimento, santifica a lembrança, e é sempre recebida com prazer e alegria pelo desencarnado.


- No ambiente espiritual dos cemitérios comparecem apenas os espíritos cujos corpos foram lá enterrados?


Não. Segundo as narrativas, o ambiente espiritual dos cemitérios fica bastante tumultuado no chamado Dia de Finados. E isto ocorre por vários motivos. Primeiro, como já dissemos, pela própria quantidade de pessoas que visitam os túmulos. Cada um de nós levamos nossas companhias espirituais, somos acompanhados pelos espíritos familiares. Depois, porque muitos espíritos que estão vagando desocupados e curiosos do plano espiritual também acorrem aos cemitérios, atraídos pelo movimento da multidão, tal como ocorre entre os encarnados. Alguns comparecem respeitosos enquanto outros se entregam à galhofa e à zombaria.

- E existem espíritos que permanecem fixados no ambiente do cemitério depois de sua desencarnação?


Sim, embora esta não seja uma ocorrência comum. Além disso, devemos nos lembrar que nos cemitérios, bem como em qualquer lugar, existem equipes espirituais trabalhando para auxiliar, dentro do possível, os que estão em sofrimento.


- Os espíritos dão alguma importância ao tratamento que é dado ao seu túmulo? As flores, os enfeites, as velas, os mausoléus, influenciam no estado espiritual do desencarnado?


Não. Somente os espíritos ainda muito ligados às manifestações materiais poderiam se importar com o estado do seu túmulo, e mesmos estes, em pouco tempo, percebem a inutilidade, em termos espirituais, de tais arranjos. O carinho com que são cuidados os túmulos só tem algum sentido para os encarnados, que devem se precaver para não criarem um estranho tipo de culto. Não devemos converter as necrópoles vazias em “salas de visita do além”. Há locais mais indicados para nos lembrarmos daqueles que partiram.


- E que tipo de local seria este?


O lar! Nossos entes familiares que já desencarnaram podem ser lembrados na própria intimidade e no aconchego de nosso lar, ao invés da frieza dos cemitérios e catacumbas. Eles sempre preferirão receber nossa mensagem de saudade e carinho envolvida nas vibrações do ambiente familiar. Qualquer que seja a situação espiritual em que eles se encontrem, serão alcançados pelo nosso pensamento. Por isso, devemos nos esforçar para, sempre que lembrarmos deles, que nosso pensamento seja de saudade equilibrada, de desejo de paz e bem-estar, de apoio e afeto, e nunca de desespero, de acusação, de culpa, de remorso.


- Mas a tristeza é natural, não?

Sim, mas não permitamos que a saudade se converta em angústia, em depressão. Usemos os recursos da confiança irrestrita em Deus, da certeza de Sua justiça e sua bondade. Deus é Amor, e onde haja a expressão do amor, a presença divina se faz. Vamos permitir que essa presença acalme nosso coração e tranquilize nosso pensamento, compreendendo que os afetos verdadeiros não são destruídos pela morte física, não são encerrados na sepultura. Dois motivos, portanto, para não cultivarmos a tristeza: sentimos saudades – e não estamos mortos; nossos amados não estão mortos – e sentem saudades...

Se formos capazes de orar, com serenidade e confiança, envolvendo a saudade com a esperança, sentiremos a presença deles entre nós, envolvendo nossos corações em alegria e paz.

domingo, 1 de novembro de 2009

Poema de Gratidão

Oração Final – Por Divaldo Pereira Franco

Muito obrigado Senhor!
Muito obrigado pelo que me deste.
Muito obrigado pelo que me dás.

Obrigado pelo pão, pela vida, pelo ar, pela paz.
Muito obrigado pela beleza que os meus olhos vêem no altar da natureza.
Olhos que fitam o céu, a terra e o mar
Que acompanham a ave ligeira que corre fagueira pelo céu de anil
E se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil.


Muito obrigado Senhor!

Porque eu posso ver meu amor.
Mas diante da minha visão
Eu detecto cegos guiando na escuridão
que tropeçam na multidão
que choram na solidão.

Por eles eu oro e a ti imploro comiseração
porque eu seique depois desta lida, na outra vida, eles também enxergarão!


Muito obrigado Senhor!
Pelos ouvidos meus que me foram dados por Deus.
Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro
A melodia do vento nos ramos do olmeiro
As lágrimas que vertem os olhos do mundo inteiro!

Ouvidos que ouvem a música do povo que desce do morro na praça a cantar.
A melodia dos imortais, que se houve uma vez e ninguém a esquece nunca mais!
A voz melodiosa, canora, melancólica do boiadeiro.
E a dor que geme e que chora no coração do mundo inteiro!

Pela minha alegria de ouvir, pelos surdos, eu te quero pedir
Porque eu sei
Que depois desta dor, no teu reino de amor, voltarão a sentir!


Obrigado pela minha voz
Mas também pela sua voz
Pela voz que canta
Que ama, que ensina, que alfabetiza,

Que trauteia uma canção
E que o Teu nome profere com sentida emoção!

Diante da minha melodia
Eu quero rogar pelos que sofrem de afazia.
Eles não cantam de noite, eles não falam de dia.
Oro por eles
Porque eu sei, que depois desta prova, na vida nova
Eles cantarão!


Obrigado Senhor!

Pelas minhas mãos
Mas também pelas mãos que aram
Que semeiam, que agasalham.
Mãos de ternura que libertam da amargura
Mãos que apertam mãos
De caridade, de solidariedade

Mãos dos adeuses
Que ficam feridas
Que enxugam lágrimas e dores sofridas!

Pelas mãos de sinfonias, de poesias, de cirurgias, de psicografias!
Pelas mãos que atendem a velhice
A dor
O desamor!
Pelas mãos que no seio embalam o corpo de um filho alheio sem receio!
E pelos pés que me levam a andar, sem reclamar!


Obrigado Senhor!

Porque me posso movimentar.
Diante do meu corpo perfeito
Eu te quero rogar

Porque eu vejo na Terra
Aleijados, amputados, decepados, paralisados, que se não podem movimentar.

Eu oro por eles
Porque eu sei, que depois desta expiação
Na outra reencarnação
Eles também bailarão!


Obrigado por fim, pelo meu Lar.
É tão maravilhoso ter um lar!
Não é importante se este Lar é uma mansão, se é uma favela, uma tapera, um ninho, um grabato de dor, um bangalô, uma casa do caminho ou seja lá o que for.

Que dentro dele, exista a figura
do amor de mãe, ou de pai
De mulher ou de marido
De filho ou de irmão
A presença de um amigo

A companhia de um cão
Alguém que nos dê a mão!

Mas se eu a ninguém tiver para me amar
Nem um teto para me agasalhar,
nem uma cama para me deitar

Nem aí reclamarei.
Pelo contrário, eu te direi

Obrigado Senhor!
Porque eu nasci!
Obrigado porque creio em ti

Pelo teu amor, obrigado senhor!



(Texto Transcrito do Vídeo de Divaldo Franco )