sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Proteção Energética

Escrito por Victor Rebelo

Muitos ouvintes me ligam, durante o programa Música e Mensagem, que apresento na Rádio Mundial, para perguntar como fazer para se proteger das “energias negativas”. Dizem que quando entram em um ambiente, muitas vezes se sentem cansados, angustiados...

Em primeiro lugar, esclareço que tudo começa em nosso mundo interior, ou seja, em nossa intimidade. Precisamos, ao longo da nossa vida, no dia a dia, cultivarmos o hábito de analisar nossas reações diante das circunstâncias. Precisamos desenvolver, progressivamente, a capacidade de colocarmos nossa atenção no agora. Eckhart Tolle nos oferece lições belíssimas sobre o poder do agora. Ele afirma no livro O poder do Agora: “Nossa mente é um instrumento, uma ferramenta. Está ali para ser usada em uma tarefa específica e depois ser deixada de lado. Sendo assim, eu poderia afirmar que 80% a 90% dos pensamentos não só são repetitivos e inúteis, mas, por conta de uma natureza frequentemente negativa, são também nocivos. Observe sua mente e verificará como isso é verdade. Essa atitude causa uma perda significativa de energia vital”. Recomendo muito a leitura desse livro.

Portanto, em primeiro lugar, precisamos tomar consciência dos nossos pensamentos e emoções. Ao estarmos presentes, sem julgar, sem criticar, mas apenas percebendo, ampliamos nosso grau de consciência; saímos do “piloto automático” e passamos a canalizar nossa energia para algo mais específico. Isso inclui, sim, uma posterior autoanálise. Portanto, a busca pelo autoconhecimento é fundamental.

Conforme vamos nos conhecendo, conseguimos discernir melhor quais são os nossos padrões emocionais e condicionamentos mentais e o que nos é estranho, ou seja, vem de fora. E esse “fora” inclui a influência energética de espíritos – encarnados e desencarnados.

Mas, quando falamos de assédio espiritual, não podemos nos colocar em uma posição de vítimas e acharmos que os espíritos são culpados pelo que acontece em nossa vida. Sim, eles têm influência, mas nós temos o livre-arbítrio de cedermos ou não às suas sugestões. E mais: se eles nos atingem, quase sempre é porque nós mesmos os atraímos. Isso ocorre devido à sintonia espiritual que existe entre as pessoas. Então, precisamos ter a coragem de assumir nossa responsabilidade diante dos assédios e obsessões e mudar nosso padrão interior.

E, claro, devemos buscar apoio nas ferramentas que temos à nossa disposição para nos protegermos e reequilibrarmos, energética e espiritualmente. Temos as práticas bioenergéticas, a meditação, a oração, etc. Como dizia Jesus: “Orai e vigiai.”

Paz e luz!

Reforma Espiritual

Escrito por Clecio Carlos Gomes

Existe uma série de ações que devemos ter ao longo de nossa encarnação, a fim de processar nossa reforma individual e purificar nossos sentimentos. Porém, devemos ter em mente que isso deve ocorrer em nosso pensamento e coração, promovendo a mudança de hábitos e comportamentos e, conseqüentemente, de nossa relação com o meio. Não devemos mudar pela simples imposição do meio, sem senti-la, porque será uma mudança forçada que objetiva resultados e benefícios próprios. A reforma pessoal visa mudar o eu na relação com o meio, promovendo evolução e não ganhos pessoais

Para que isso aconteça, temos que desenvolver nosso conhecimento sobre aquilo que objetivamos mudar. Atuar como médium é seguir toda uma filosofia espírita, trabalhar com uma ciência bem delimitada e nos religarmos a Deus sob a ótica da reencarnação. Tudo isso possui teorias que elucidam e nos fazem compreender a realidade dos fatos. Allan Kardec é o grande precursor desse arcabouço prático-teórico que explica ao mundo a realidade espiritual. Suas obras são a base sólida do Espiritismo no Planeta, mas não é apenas a esse autor que devemos declinar nosso interesse e motivação. Encontramos hoje em muitos autores espíritas e espiritualistas em geral, sejam eles encarnados ou desencarnados, fontes vivas de luz e de novos caminhos necessários ao crescimento dos povos. Entre eles poderíamos citar Francisco Cândido Xavier e colaboradores, Ramatís, José Lacerda de Azevedo, entre muitos outros. O conhecimento espírita é como um botão de rosa que vem se abrindo ao mundo, revelando a cada despertar novas verdades. Por isso, não podemos considerar que nossa ciência se restrinja às informações de Kardec, apesar de seu valor e importância indescritíveis. A humanidade e o pensamento vigente evoluem e necessitam de novas técnicas e saberes.


Da teoria à prática

Adquirindo novas informações, devemos processá-las e começar a transformá-las em ações efetivas de mudança em nosso dia-a-dia, principalmente no que concerne aos ensinamentos e ao amor cristão, pois esse é o ensinamento de todos os ensinamentos, hoje e sempre. E isso não deve acontecer apenas entre as paredes dos centros espíritas. O primeiro lugar de exercício desse processo é o nosso lar. Se junto de nossos pais, irmãos, maridos, esposas, filhos e seres ligados diretamente não semearmos o respeito, a fraternidade e a caridade, não será com nossos desafetos e irmãos mais distantes que teremos facilidade de consegui-lo. A grande família cósmica e a grande regeneração planetária acontecerão a partir da transformação das partes que a compõem, e a família é esse micronúcleo que eclode e dissemina o senso comum na sociedade.

Harmonizando nosso lar e direcionando nossas intenções à família, devemos olhar também para nossa atividade profissional. Não existem profissões com maior ou menor dignidade e nem pessoas mais ou menos capazes. O que há em nossas vidas são reencontros que visam resgatar e nos lançar mais próximos da Luz. Nosso ambiente de trabalho é o local em que passamos a maior parte de nossa encarnação e onde mantemos os reencontros mais constantes e repetitivos. Não será nos queixando e lamentando que alcançaremos com êxito nosso intento. Todos nós estaremos ali reunidos pelo mesmo padrão vibratório e pelas mesmas identificações. Se percebemos diferente, levemos todos junto conosco. Trabalhar é a essência de nossa encarnação, é transformar.

Nossa libertação dos vícios comportamentais é o próximo passo. Julgar, falar demais, criticar, mentir, omitir, ser indiferente e alheio, entre outros, são comportamentos danosos a nós e aos outros e devem ser exercitados, a fim de reduzi-los e até eliminá-los. Geralmente nossas atitudes são muito mais perigosas ao espírito do que os vícios químicos. Não que estes não sejam relevantes, muito pelo contrário, são de intensidade proporcional, entretanto, muitas vezes são mais valorizados do que os outros. Obviamente que a alimentação compulsiva, o fumo, as bebidas de álcool e qualquer outro tipo de substância psicoativa, lesam tanto nosso corpo físico quando os espirituais, mas devemos lembrar que vício é vício e existem infinitas formas de danos.

Sermos resignados sem passividade e apatia é outra forma de desenvolvimento individual. Aceitar nossa condição, lutando por um mundo e uma evolução pessoal maior e vendo o que nos acontece é o melhor para cada um e uma benção generosa de Deus.


Jesus, luz em nossas almas

Esse sem dúvida é um caminho de muita dificuldade para seres tão imperfeitos como nós. A melhor forma de conseguir um intento proveitoso é não esquecermos que, para ocorrer tudo isso, devemos estar sempre ao lado de Jesus e de nosso Pai, elevando nossos pensamentos, nossos corações e buscando nosso desdobramento espiritual para junto dos espíritos instrutores, que já estão em lugares um pouco mais elevados do que estamos hoje.

Os Espíritos e o Mundo Espiritual

Escrito por Victor Rebelo

Os espíritos constituem todo um mundo à parte, que preexiste e sobrevive ao mundo físico. Mas, estes dois mundos estão em constante relação, reagindo incessantemente um sobre o outro.

Devido ao sucesso do livro Nosso Lar e, mais recentemente, do filme, muitas pessoas pensam que o mundo dos espíritos se localiza no espaço. Na verdade, o mundo espiritual está em toda parte. Os espíritos habitam o nosso planeta, fazendo parte – sem que a maioria se dê conta – do nosso cotidiano. Influenciam nossos pensamentos, compartilham sentimentos e emoções e nos induzem a ações variadas, do altruísmo puro aos atos mais pueris e inferiores que o ser humano é capaz de cometer. Mais do que isso; “(...) os espíritos são uma das forças da Natureza e instrumentos de que Deus se serve para a realização dos seus desígnios providenciais (...)” – O Livro dos Espíritos, questão 87.

Mas a liberdade dos espíritos varia de acordo com o grau de evolução de cada um. Há determinadas regiões espirituais em que os espíritos mais ligados ao plano material não têm acesso.
Não sabemos definir a origem do espírito. Ele faz parte de uma realidade que preexiste e transcende a matéria, em seus incontáveis graus de densidade. Talvez, o máximo que raríssimas pessoas consigam é perceber a essência espiritual por meio de estados ampliados da consciência, via meditação.

Os espíritos que orientaram Kardec tentaram traduzir em palavras a “forma” do espírito, dizendo: “(...) O Espírito é, se quiserdes, uma chama, um clarão ou uma centelha etérea.” – OLE, q.88. Entendo que se trata de uma analogia, não significando que o espírito – em essência – tenha essa forma, pois qualquer forma pressupõe algum tipo de matéria/energia, e espírito não é matéria.

O espírito possui um corpo, que podemos definir como energético, vaporoso, sutil, astral... enfim, uma espécie de cobertura que permite que ele se manifeste e interaja no meio em que vive. Esse corpo, elo de ligação do espírito com o corpo físico, é chamado de perispírito. Geralmente, nos seres ainda vinculados ao nosso planeta, ele tem a mesma aparência do corpo físico que o espírito tinha na última encarnação. Mesmo você, que está encarnado, possui o perispírito. É um corpo etéreo; por isso, os espíritos mais depurados conseguem se mover com a velocidade de um pensamento, penetrando toda matéria. Eles podem, inclusive, irradiar seu pensamento para vários pontos, fazendo-se presente em todos.

Os espíritos comunicam-se conosco, agem em nosso meio de acordo com suas possibilidades, ao mesmo tempo em que mantêm toda uma sociedade no mundo espiritual que se assemelha em muito com nosso modo de viver, conforme a evolução daqueles que a compõem. Dessa forma, os espíritos são uma realidade muito próxima da gente, e podem trazer o amparo ou a desgraça de muitos. E você... está consciente dessa realidade espiritual?

Entrevista com Richard Simonetti - Divulgação do espiritismo

CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo

Entrevista Virtual
Entrevistado(a): Richard Simonetti

Tema: Divulgação do Espiritismo
Num. Questões: 30
Nota: O conteúdo das respostas é de inteira responsabilidade do autor,
Cabendo ao CVDEE o papel de divulgação e incentivo ao estudo da Doutrina Espírita.


--- Questão nº 01

Como falar sobre o Espiritismo para uma pessoa que desconhece a respeito, é
materialista, e de acordo com suas palavras "acha que tem um espírito mas
não está convencido". Como proceder?

Resposta: Kardec recomendava que não nos preocupemos com quem está
despreocupado.
Se a pessoa sente-se satisfeita na sua crença ou descrença, tudo bem.
Pensemos
numa iniciação a partir do momento em que experimentar o "estalo", desejosa
de
resolver os porquês da existência humana, como só o Espiritismo é capaz.
Quanto
ao nosso amigo, falta-lhe "espírito", ou não teria dúvida de que é um
Espírito.
Talvez se convença, lendo nosso livro - O Livro dos Espíritos.

--- Questão nº 02

Na maioria das vezes, as pessoas procuram os centros na certeza de
encontrar
curas e soluções para seus problemas: sabemos que a intenção dos centros
espiritas está na divulgação da doutrina através da evangelização e de
palestras públicas! Como divulgar os Centros e como saber os que realmente
estão fazendo este tipo trabalho, com consciência, amor e caridade,
desmistificando a questão da "consulta mediúnica"?

Resposta: O problema maior do Centro Espírita é o despreparo de dirigentes.
Têm boa vontade, mas falta-lhes a cultura doutrinária. Fazem um Espiritismo "a
Moda da casa", em que o fenômeno mediúnico é cultivado como recurso para atrair
as pessoas. Daí a "consulta". A mudança desse quadro ocorre quando a direção
da casa espírita institui cursos, seminários, palestras... É preciso arejar o
Centro, nesse particular. Segundo a orientação de O Livro dos Médiuns,
devemos evitar reuniões mediúnicas públicas, o que implica em suspender a consulta
aos Espíritos, substituindo-a pela entrevista fraterna, em que companheiros
treinados recebem os consulentes, orientando-os e encaminhando-os aos
serviços de assistência espiritual, às reuniões públicas, aos cursos de
Espiritismo.

--- Questão nº 03
O que o Sr. acha da influência pessoal do comunicador na Divulgação do
Espiritismo?

Resposta: Escritores, palestrantes, monitores, instrutores, todos os que se
envolvem com essa área de comunicação, são importantes na divulgação da
Doutrina. Problema, idêntico ao relacionado com o Centro Espírita, é a
falta de cuidado do comunicador, que não se prepara devidamente. É preciso muito
estudo, muito empenho, para que se fale ou escreva algo de sugestivo, atraente, e
produtivo, sem soníferos.

--- Questão nº 04

Resido numa cidade no interior do Goiás onde o preconceito contra a
Doutrina Espírita é muito grande devido a cidade ser constituída numa grande maioria
de evangélicos. Com o intuito de divulgar o Espiritismo, resolvi realizar
palestras utilizando o auditório de um colégio e para isso, ponho algumas
faixas na cidade anunciando que em tal dia realizaremos uma palestra sobre
tal assunto, bem como colo alguns panfletos na cidade. Gostaria de saber se é
válido este tipo de divulgação.

Resposta: Quando nos propomos a programar uma palestra, há uma iniciativa
fundamental para que tenhamos sucesso: divulgar. Se queremos que as pessoas
compareçam é preciso informá-las sobre o expositor, indicar endereço, dia horário local... faixas, anúncios em jornais, rádios, televisão, panfletos, cartazes, avisos nos centros espíritas, tudo é válido e necessário. Em algumas cidades usa-se até o carro de som, com notáveis resultados. Certa feita falei sobre a morte numa pequena cidade do interior de S.Paulo. O tema é atraente. Não obstante, cidade pequena, eu esperava um público de no máximo 200
pessoas. Fiquei pasmo ao constatar que havia perto de mil no local, um clube recreativo.
Fiquei sabendo que a palestra fora divulgada por um serviço de som. Muito
bom,
Talvez, nossos irmãos evangélicos não fiquem felizes com essas iniciativas,
Mas o resultado é ótimo. Aleluia!

--- Questão nº 05

Por que o Espiritismo sofre ainda tantas restrições por parte da Imprensa?
Quais seriam os critérios para promover uma maior divulgação da doutrina
Espírita? Como eu poderia colaborar sendo jornalista?

Resposta: Normalmente, nos grandes veículos de comunicação as restrições
envolvem todas as religiões, não por preconceito ou coisa semelhante, mas por mera questão financeira. Não se faz nada de graça. Evangélicos e católicos, com maior poder econômico, patrocinam programas. Por isso aparecem mais.
Precisamos nos organizar nesse sentido, motivando a comunidade espírita para que colabore
e possamos ter nossos próprios programas e, quem sabe, um canal de televisão.
Como jornalista você poderá colaborar buscando abrir espaço junto à mídia para a Doutrina. Uma coluna num jornal, alguns minutos numa emissora de rádio ou TV, uma entrevista com orador conhecido, reportagem sobre trabalho assistencial espírita, são algumas das muitas iniciativas que poderá desenvolver em sua atividade profissional.

--- Questão nº 6

Ao meu ver um problema que impede de alguma forma a divulgação da Doutrina Espírita, é a sua associação com outros segmentos religiosos espiritualistas. A
minha sugestão, muito embora sabendo que contraria a opinião de muitos, é a aceitação do termo "Kardecista", para caracterizar os praticantes do Espiritismo. Qual a sua opinião a respeito?

Resposta: Falar em Espiritismo kardecista é um pleonasmo. O Espiritismo é um só. O termo cunhado por Kardec define o adepto das idéias contidas na obra da codificação e deve ter a nossa preferência, esclarecendo sempre que possível, que o contato com os Espíritos não é monopólio da Doutrina, mas será sempre mediunismo, enquanto não disciplinado pelos princípios espíritas.

--- Questão nº 07

Entendemos ser a reunião pública na casa espírita uma das formas de divulgação da Doutrina Espírita. Assim sendo, se possível, gostaria de apresentar as seguintes perguntas: Se existe, qual a fonte da afirmação que durante esta reunião o ambiente físico "se dilata" para comportar tantos espíritos desencarnados ali presentes? Os espíritos que acompanham os encarnados, ali permanecem para ser auxiliados?

Resposta: Essa "dilatação do ambiente físico" é apenas uma força de expressão.
Embora o plano espiritual interpenetre o físico, tem suas próprias dimensões.
Você pode estar num salão para cem pessoas e ter, na espiritualidade, espaço para mil, sem problemas.
Dependendo das condições do Espírito que acompanha o encarnado, um familiar em
perturbação, por exemplo, ele também tem acesso e poderá ser auxiliado. Entidades malfazejas, espíritos obsessores interessados em perturbar o ambiente, são impedidos de entrar.

--- Questão nº 08

Caro Richard, nesses tempos modernos em que nos encontramos, a Internet e
Os vários meios de comunicação se mostram como ferramentas de divulgação de idéias de todos os tipos, e se mal utilizada podem levar à graves conseqüências. A leitura de livros, por sua vez, para muitos os que necessitam de orientação, é um veículo pouco interessante. As mídias populares como a TV e o rádio, desde anos até aqui, tiveram um papel um tanto quanto distorcido: já não mais se preocupam em esclarecer, formar opinião, e sim, apenas entreter o indivíduo que já se encontra saturado de sua rotina amarga e dolorosa da vida moderna....
Eu Te pergunto então: como conseguir a atenção dessas pessoas que, na sua ignorância, buscam auxílio em lugares cujos propósitos não são de elevação espiritual? Tendo em vista que, dentro de nossa condição de espíritas, realmente não somos melhores que ninguém, mas gostaríamos de acalentar mais e mais corações aflitos - não apenas com pão e roupa, mas com carinho e dedicação. Se o nosso papel não é o de converter ninguém ao Espiritismo,
Mesmo porque, apenas mostrar que o bem está em toda a religião (ou doutrina) que
siga a caridade como objetivo maior, o amor ao próximo, a fé e a união dos homens. Como então conciliar essa prerrogativa diante de tantas dores do mundo, feridas que se abrem frente aos nossos olhos e que, na fúria e na angústia, essas pessoas não querem abrir o coração para a lição de Luz do Nosso Pai?
Como divulgar a doutrina espírita neste caso? Seria apenas uma questão de comportamento? Atitudes benéficas? Ou chamá-lo ao estudo seria uma saída aconselhável?

Resposta: Jesus dizia que a candeia não pode ser colocada debaixo do
alqueire.
A luz deve ficar no alto, iluminar a todos. Uma de nossas tarefas, como participantes do movimento espírita, é divulgar a Doutrina. Se ela é boa para nós, certamente o será para muita gente. Mas é imperioso que não incorramos na inconveniência de querer jogar a doutrina goela abaixo, naqueles que nos rodeiam, o que poderá produzir efeito contrário. Consideremos, inda, quea melhor maneira de divulgar nossos princípios é demonstrando-os na prática, buscando vivenciá-los. O verbo edifica; só o exemplo convence.

--- Questão nº 09

Na reunião pública da casa espírita onde trabalhamos, foi instituído, uma vez por mês, um chá fraterno (com toda a simplicidade, onde é servido chá com torradas e biscoitos) com o intuito de abrir nova frente de trabalho para os freqüentadores e sobretudo para se ter tempo para conversar e divulgar os eventos programados no movimento espírita da nossa cidade. O Sr. Entende que esta atividade esteja também divulgando a Doutrina Espírita?

Resposta: Muito boa a idéia. Comes e bebes aproximam as pessoas, fortalecem o Centro, ampliando as possibilidades de trabalho. Isso também é divulgação.

--- Questão nº 10

Gostaria de perguntar ao nosso querido Simonetti, como agir quando toda sua família é católica e você é a única pessoa espírita por convicção e iniciativa própria?

Resposta: Seja tão espírita, tão fraterno, tolerante, compreensivo, bem humorado, otimista, caridoso, amável, e tudo mais que aprendemos, que a família quede-se admirada: "Uau! o Espiritismo é ótimo! Fez de nosso familiar um homem maravilhoso!"

--- Questão nº 11
Na sua opinião, qual a postura quanto à prática de cirurgias mediúnicas com incisão e ao receituário de medicamentos alopáticos nos centros espíritas?

Resposta: Não aprecio intervenções com instrumental cirúrgico na prática mediúnica, envolvendo médicos desencarnados. Temos a medicina, que é fruto da misericórdia divina, em favor do homem. Também entendo complicado o receituário alopático. O homeopático parece-me mais razoável. É uma medicina mais voltada para o Espírito. Cirurgias, só espirituais, envolvendo intervenções no perispírito.

--- Questão nº 12

Simonetti, conheço o seu trabalho e sua forma de expor os assuntos doutrinários, e os admiro. Será porém, que o tanto de obras ditas psicografadas (as suas não trazem esse aspecto) que brotam em avalanche, são mesmo de esclarecimento? Cito, por exemplo, "O Livro dos Espíritos", editado por João Nunes Maia, em 15 tomos de maior volume que o principal. Isso já não é a tão famosa atuação dos espíritos inferiores?

Resposta: Realmente há muitas obras espíritas, supostamente mediúnicas, que fazem um desserviço à divulgação espírita. Mas não incluiria o João Nunes Maia.
Sua produção mediúnica é boa e tem edificado muitos leitores.

--- Questão nº 13

Faço parte do Ipepe Debates de Pernambuco e estou desenvolvendo um Projeto sobre a Divulgação do Espiritismo para a mídia. Você acha que para podermos fazer este movimento, seria importante criarmos uma fundação ( Tipo Bends, Capemi) a fim de gerar recursos para tal empreitada?

Resposta: É um sonho, que gostaria de ver convertido em realidade, envolvendo todo o movimento espírita. Importante que tenha a coordenação de uma entidade federativa, do movimento de unificação. Mas não está fácil. Ainda não temos receptividade para iniciativas dessa natureza. Implica em doações. O pessoal não gosta muito de enfiar a mão do bolso. Teme o caranguejo.

--- Questão nº 14

Entendendo ser a reunião pública da casa espírita uma forma de divulgação, perguntamos: Qual a duração ideal da reunião pública?

Resposta: À reunião pública, onde normalmente são aplicados passes magnéticos após o encerramento, comparecem muitas pessoas em estado de perturbação, com grande dificuldade de manter a atenção. Não deve, por isso, ser longa. O ideal seria termos duas palestras de 25 minutos. Fundamental, também, que os expositores sejam bons, estudiosos, empenhados em preparar seus temas, dando o melhor de si para sustentar a atenção e favorecer o entendimento.

--- Questão nº 15

Fazemos campanha do quilo num bairro da nossa cidade, onde a casa onde trabalhamos é a única casa espírita do bairro. Para ser distribuída na campanha do quilo, foi impressa uma mensagem de Emmanuel, onde cita o livro em que a mesma está publicado e dizendo ser uma oferta daquela casa. No verso encontra-se a informação dos trabalhos desenvolvidos na casa, com o dia e horário. Durante a campanha, conversa-se com os moradores das residências
visitadas, na calçada, oferecendo a mensagem, esclarecendo o endereço da casa, convidando a conhecê-la. Esta também é uma forma correta de divulgação?

Resposta: Sem dúvida. É um ótimo trabalho. O uso de folhetos com mensagens e endereços das casas espíritas vem se disseminando em nosso meio, com ótimos resultados.

--- Questão nº 16

Ouço sempre falar que "o melhor meio de divulgar a doutrina dos Espíritos, é viver o Evangelho de Jesus a luz da Doutrina Espírita, ou seja: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, perdoar quantas vezes for preciso..." e por ai vai. O que o Sr acha a respeito, qual a sua visão, e que comentário gostaria de fazer?

Resposta: Concordo plenamente. Mas é também importante que nos engajemos no
movimento de divulgação, a começar pela disposição em oferecer donativos para esse serviço.

--- Questão nº 17

Tenho 44 anos, casado, 04 filhos. Após a perda do meu querido pai a dois anos, tive algumas experiências que acredito ser evidências, contatos com ele através de sonhos que se demonstraram de uma realidade incrível, dai iniciei meu aprofundamento no estudo da Doutrina Espirita e recentemente participei do 10.Congresso Espírita do RN, que por sinal elevou muito meu nível de conhecimento e esclarecimento. O que eu gostaria de saber é que tenho me
desenvolvido sozinho através de literatura, e praticado a Evangelização no meu Lar com minha família e amigos, isto é correto ou deveria procurar um Centro Espírita para dar continuidade aos meus trabalhos?

Resposta: Isolados somos mais vulneráveis às influências espirituais inferiores, e tendemos a produzir bem menos no campo do Bem. Importante que tenhamos o estímulo do grupo. Devemos participar das atividades do Centro, assumindo compromissos e tarefas.

--- Questão nº 18

Qual a melhor maneira de se divulgar a Doutrina no meio acadêmico, onde em sua maioria predomina pensamentos e ideologias materialistas?

Resposta: Em algumas cidades, são realizados no meio universitário seminários com a participação de companheiros da área. É uma boa maneira de levar o Espiritismo para a universidade. Os resultados são muito satisfatórios.

--- Questão nº 19

Devo dizer que sou espírita nas entrevistas que eu for fazer para procurar emprego? E se eles os entrevistadores agirem com discriminação, o que devo fazer?

Resposta: Normalmente não se pergunta a religião dos entrevistados, salvo em empresas fortemente ligadas a determinadas correntes religiosas. Não há preconceitos. Há até um certo status para a pessoa que se diz espírita. De qualquer forma, devemos honrar nossa fé, declinando nossa crença quando o perguntarem. Jesus dizia que se alguém se envergonhasse dele, ele se envergonharia desse alguém.

--- Questão nº 20

Gostaria de saber sobre quais os Livros de sua autoria que explicam o Livro dos Espíritos de Allan Kardec, numa linguagem mais simples.

Resposta: É uma série de cinco livros, "trocando em miúdos" as 4 partes de "O Livro dos Espíritos":
A Presença de Deus - 1a. parte
Quem Tem Medo dos Espíritos? e Viver em Plenitude - 2a. parte
A Constituição Divina - 3a. parte
Um Jeito de Ser Feliz - 4a. Parte

--- Questão nº 21

Richard, você é a favor de se fazer um pequeno folheto explicativo e divulgar a Doutrina Espírita de porta em porta, explicando às pessoas interessadas, conforme o caso?

Resposta: Os folhetos com textos espíritas são ótimos para a divulgação.
Já...bater de porta em porta não me parece produtivo. As pessoas tendem a se sentir incomodadas.

--- Questão nº 22

O que o senhor acha dessa "invasão" do Espiritismo na Internet?

Resposta: Eu tenho desfrutado disso para as minhas pesquisas e meu aprimoramento.
Porém, acho que pode ser um pouco perigoso. Por exemplo, já encontrei uma
página onde um cara se diz reencarnação de Kardec, alguém não espírita, pode acreditar nele, e aí estará feita a confusão....E estando na Internet, está acessível para qualquer um sem censura! É o ônus do progresso. Inventaram o avião e logo surgiram os bombardeios; desintegrou-se o átomo e veio a bomba atômica. A Internet não fugiria à regra. Cabe-nos separar o joio do trigo.

--- Questão nº 23

Gostaria de saber como poderíamos fazer para chamar a atenção dos jovens na participação mais ativa nas reuniões de mocidade.

Resposta: Que se abordem temas de atualidade, instituindo-se debates.

--- Questão nº 24

Como você considera a opinião de alguns espíritas referente a rifas e bingos, condenando estas atividades, mesmo sabendo que é para uma "boa causa" ?

Resposta: Há quem condene um simples copo de vinho, acenando com o alcoolismo;
é ridículo enquadrar um sorteio beneficente como cultivo do vício do jogo.
Nunca vi alguém "viciado" em participar de sorteios beneficentes, até porque ninguém compra para ganhar. A intenção é contribuir.

--- Questão nº 25

Como o senhor vê os movimentos de unificação?

Resposta: Como uma defesa da pureza doutrinária. Centro que se fecha, evitando contatos com as demais casas espíritas, tende a fazer um Espiritismo desvirtuado, à moda da casa.

--- Questão nº 26

Até que ponto a divulgação da Doutrina Espírita não é proselitismo?

Resposta: A intenção da divulgação é oferecer ao maior número possível de pessoas a oportunidade de um contato com a Doutrina Espírita, demonstrando as excelências de nossos princípios. Se a Doutrina é boa para nós, certamente o será para muita gente. Não há nenhum mal nisso. A expressão "fazer proselitismo" só teria cabimento se estivéssemos impondo nossos princípios.

--- Questão nº 27

Minha pergunta é se podemos considerar a literatura espírita, hoje, como a maior divulgadora da Doutrina? E como podemos incentivar a leitura dentro do grupo de jovens? Essa seria também uma forma de divulgação da Doutrina?

Resposta: Uma boa maneira é o debate em torno de um livro, convidando as pessoas a emitir sua opinião, o que vai exigir que leiam a obra.

--- Questão nº 28

No seu livro "A Constituição Divina" você fala a respeito de todas as leis divinas. Não seria necessário primeiramente esclarecer a todos os leigos da Doutrina do que se tratam as leis divinas juntamente com a divulgação do espiritismo, visto que, algumas são difíceis de serem compreendidas?

Resposta: O estudo das leis morais, contidas na 3a. parte de O Livro dos Espíritos, constituí temário para quem está estudando a doutrina. Os textos de divulgação doutrinária devem abordar temas mais abrangentes e de fácil assimilação pelo leitor.



Emanuel diz que a maior caridade que podemos fazer, em se tratando da doutrina espírita, é a sua própria divulgação. Oportuno e necessário que façamos investimentos na divulgação. Na medida em que as pessoas conhecerem e vivenciarem o Espiritismo, estaremos contribuindo de forma decisiva para a erradicação da miséria, com o combate ao egoísmo.

--- Questão nº 29
O senhor acha que há espaço no Estado do Rio de Janeiro para existência da USEERJ e da FEERJ ? De que forma elas poderiam atuar juntas?
Para o bem da divulgação da Doutrina não seria mais conveniente se houvesse uma fusão destas instituições ?

Resposta: É uma situação curiosa e até constrangedora. A fusão acabará por
ocorrer, em favor do próprio movimento de unificação.

--- Questão nº 30

O exemplo pessoal e a paciência seriam a melhor forma de divulgarmos o espiritismo?

Resposta: O exemplo pessoal, sim. Quanto à paciência, as vezes atrapalha;
"Quem sabe faz a hora, não espera acontecer."

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O Pensamento e os Atos

Uma contribuição do Ir. Gaspar

O pensamento, dizíamos, é criador. Não atua somente ao redor de nós, influenciando os nossos semelhantes para o bem ou para o mal; atua principalmente em nós, gera nossas palavras, nossas ações e, com ele, contruímos, dia a dia, o edifício grandioso ou miserável de nossa vida presente e futura. Modelamos nossa alma e seu invólucro com os nossos pensamentos; estes produzem formas, imagens que se imprimem na matéria sutil, de que o corpo fluídico é composto. Assim, pouco a pouco, nosso ser povoa-se de formas frívolas ou austeras, graciosas ou terríveis, grosseiras ou sublimes; a alma se enobrece, embeleza ou cria uma atmosfera de fealdade. Segundo o ideal a que visa, a chama interior aviva-se ou obscurece-se.

Se meditarmos em assuntos elevados, na sabedoria, no dever, no sacrifício, nosso ser impregna-se, pouco a pouco, das qualidades do nosso pensamento. É por isso que a prece improvisada, ardente, o impulso da alma para as potências infinitas, tem tanta virtude. Nesse diálogo solene do ser com sua causa (prece a Deus), o influxo do Alto invade-nos e desperta sentidos novos; a compreensão, a consciência da vida aumenta e sentimos, melhor do que se pode exprimir, a gravidade e a grandeza da mais humilde das existências (Deus).

A oração, a comunhão pelo pensamento com o universo espiritual e divino é o esforço da alma para a Beleza e para a Verdade eternas; é a entrada, por um instante, nas esferas da vida real e superior, aquela que não tem termo.

Se, ao contrário, nosso pensamento é inspirado por maus desejos, pela paixão, pelo ciúme, pelo ódio, as imagens que cria sucedem-se, acumulam-se em nosso corpo fluídico e o entenebrecem. Assim, podemos à vontade fazer em nós a luz ou a sombra. Somos o que pensamos, com a condição de pensarmos com força, vontade e persistência.

A fiscalização dos pensamentos implica a fiscalização dos atos, porque, se uns são bons, os outros sê-lo-ão igualmente, e todo o nosso procedimento achar-se-á regulado por uma concatenação harmônica. Ao passo que, se nossos atos são bons e nossos pensamentos maus, apenas haverá uma falsa aparência do bem e continuaremos a trazer em nós um foco malfazejo, cujas influências, mais cedo ou mais tarde, derramar-se-ão fatalmente sobre nossa vida.

"Léon Denis"

Dá o Que Possas, Sem Esperar Retribuição

Uma colaboração da Ir. Hildete

Dá o que possas, como possas e quanto possas, em benefício dos outros, mas recorda sempre as esmolas esquecidas...
O timbre de voz fraterna com quem ainda não te simpatizas...
O sorriso acolhedor para a visita inesperada...
O minuto de boa vontade no esclarecimento amigo...
A simples conversação reconfortante com a pessoa, cuja presença te desagrada...
O silêncio generoso ante a provocação daqueles que ainda te não compreendem...
A insignificante gentileza na via pública...
A referência construtiva em favor dos ausentes...
O serviço singelo aos desconhecidos...
A oração pêlos adversários...
A consideração para com os mais velhos...
O amparo à criança...
A ligeira visita aos doentes...
O bilhete afetuoso ao irmão necessitado de bom ânimo...
O carinho em casa...
O socorro aos desalentados...
A palavra otimista para quem te ouve...
A leitura edificante...
O respeito às situações que não conheces...
O auxilio à natureza...
A cooperação desinteressada no bem...
Não te afastes do abençoado serviço a todos.
Os pequeninos gestos espontâneos da verdadeira fraternidade são alicerces seguros na construção do Reino de Luz e Amor.

( Scheilla )

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Livre Arbítrio

Uma contribuição da Ir. Mel

Você já ouviu, alguma vez, falar de livre-arbítrio?

Livre-arbítrio quer dizer livre escolha, livre opção.

Em todas as situações da vida, sempre temos duas ou mais possibilidades para escolher.

E a cada momento a vida nos exige decisão. Sempre temos que optar entre uma ou outra atitude.

Desde que abrimos os olhos, pela manhã, estamos optando entre uma atitude ou outra.

Ao ouvir o despertador podemos escolher entre abrir a boca para lamentar por não ser nosso dia de folga ou para agradecer a Deus por mais um dia de oportunidades .
Um médico que trata de pacientes com câncer, conta que as atitudes das pessoas variam muito, mesmo em situações parecidas.

Diz ele que duas de suas pacientes, quase da mesma idade, tiveram que extirpar um seio por causa da doença.

Uma delas ficou feliz por continuar viva e poder brincar com os netos, a outra optou por lamentar pelo seio que havia perdido, embora também tivesse os netos para curtir.

Assim também acontece conosco quando alguém nos ofende, por exemplo. Podemos escolher entre revidar, calar ou oferecer o tratamento oposto. A decisão sempre é nossa.

O que vale ressaltar é que nossas atitudes produzirão efeitos como consequência. E esses efeitos são de nossa total responsabilidade.
Tudo na vida está sujeito à lei de causa e efeito: para uma causa positiva, um efeito positivo, para uma atitude infeliz, o resultado correspondente.
Todavia, de sua escolha dependerá o resto do dia. E os resultados lhe pertencem.

Jesus ensinou que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.

Pois bem, nós estamos semeando e colhendo o tempo todo. Se plantamos sementes de flores, colheremos flores, se plantamos espinheiros, colheremos espinhos. Não há outra saída.

Mas o que importa, mesmo, é saber que a opção é nossa. Somos livres para escolher, antes de semear. Aí é que está a Justiça Divina.

Mesmo as semeaduras que demoram bastante tempo para germinar, um dia darão seus frutos.

São aqueles atos praticados no anonimato, na surdina, que aparentemente ficam impunes. Um dia, ainda que seja numa existência futura, eles aparecerão e reclamarão colheita.

Igualmente os atos de renúncia, de tolerância, de benevolência, que tantas vezes parecem não dar resultados, um dia florescerão e darão bons frutos e perfume agradável.

É só deixar nas mãos do Jardineiro Divino, a quem chamamos Deus.

Mensagem da Vida

Uma contribuição da Irmã Vilma

Um belo dia de sol, Sr. Mário, um velho caminhoneiro
chega em casa todo orgulhoso e chama a sua esposa
para ver o lindo caminhão que comprara
depois de longos e árduos 20 anos de trabalho.
Era o primeiro que conseguia comprar
depois de tantos anos de sufoco e estrada.
A partir daquele dia, finalmente seria seu próprio patrão.
Ao chegar à porta de casa,
encontra seu filhinho de seis anos,
martelando alegremente a lataria do reluzente caminhão.
Irado e aos berros pergunta o que o filho estava fazendo e,
sem hesitar, completamente fora de si,
martela impiedosamente as mãos do garoto,
que se põe a chorar desesperadamente sem entender o que estava acontecendo.
A mulher do caminhoneiro corre em socorro do filho,
mas pouco pôde fazer.
Chorando junto ao filho,
consegue trazer o marido à realidade,
e juntos levam o garoto ao hospital para cuidar dos ferimentos provocados.
Passadas várias horas de cirurgia,
o médico desconsolado e bastante abatido,
chama os pais e informa que as dilacerações foram de tão grande extensão,
que todos os dedos da criança tiveram que ser amputados.
Porém, o menino era forte e resistia bem ao ato cirúrgico, devendo os pais aguardá-lo no quarto.
Ao acordar, o menino ainda sonolento
esboçou um sorriso e disse ao pai:
-Papai, me desculpe. Eu só queria consertar seu caminhão, como você me ensinou outro dia. Não fique bravo comigo.
O pai, enternecido e profundamente arrependido,
deu um forte abraço no filho e disse que aquilo não tinha mais importância.
Não estava bravo e sim arrependido de ter sido tão duro com ele
e que a lataria do caminhão não tinha estragado.
Então o garoto com os olhos radiantes perguntou:
- Quer dizer que não está mais bravo comigo?
- É claro que não! – respondeu o pai.
Ao que o menino pergunta:
- Se estou perdoado papai, quando meus dedinhos vão nascer de novo?

Nos momentos de raiva cega, machucamos as pessoas que mais amamos,
e muitas vezes não podemos “sarar” a ferida que deixamos.
Nos momentos de raiva, tente parar e pensar em suas atitudes,
a fim de evitar que os danos seja irreversíveis.
Não há nada pior que o arrependimento e a culpa.
Pense nisto!

Não Se Esqueça do Principal

Uma contribuição da Irmã Luciany

Conta a lenda que certa mulher pobre com uma criança no colo, passando diante de uma caverna escutou uma voz misteriosa que lá dentro lhe dizia:

"Entre e apanhe tudo o que você desejar, mas não se esqueça do principal. Lembre-se, porém, de uma coisa: Depois que você sair, a porta se fechará para sempre. Portanto, aproveite a oportunidade, mas não se esqueça do principal...."

A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas jóias, pôs a criança no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia no seu avental. A voz misteriosa falou novamente:

"Você só tem oito minutos."

Esgotados os oito minutos, a mulher carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna e a porta se fechou...

Lembrou-se, então, que a criança ficara lá e a porta estava fechada para sempre!

A riqueza durou pouco e o desespero, sempre.

O mesmo acontece, às vezes, conosco. Temos uns oitenta anos para viver, neste mundo, e uma voz sempre nos adverte:

"Não se esqueça do principal!"

E o principal são os valores espirituais, a oração, a vigilância, a família, os amigos, a vida! Mas a ganância, a riqueza, os prazeres materiais nos fascinam tanto que o principal vai ficando sempre de lado... Assim, esgotamos o nosso tempo aqui, e deixamos de lado o essencial:

"Os tesouros da alma!"

Que jamais nos esqueçamos que a vida, neste mundo, passa rápido e que a morte chega de inesperado. E quando a porta desta vida se fechar para nós, de nada valerão as lamentações.

Portanto, que jamais esqueçamos do principal!

Como Reagir...

Uma contribuição da Irmã Hildete Brito

Diante de um fato da natureza,que mostra sua fúria,levando consigo
sonhos desfeitos,familias separadas pela dor,mas eu não quero aumentar
ainda mais a sua dor, a minha dor , nem ao menos tenho o direito de hoje SORRIR
Não posso nem ao menos erguer meus braços ,demonstrar que posso AJUDAR,
a distância é longa e me impede.
Que EGOISMO o meu,acreditar que existe distância me separando de alguma coisa
se minha vontade de ser SOLIDÁRIO existe dentro de mim,não há barreiras
que não possam ser transpostas.
A chuva venho sim,demasiadamente forte ??sim,enquanto algumas regiões
sofrem com a seca ,outras com as enchentes,.
Quem entre nós não teve em sua vida ,um sentimento de PERCA?
ele pode ser material,como pode ser pessoal,.
Todos dias perdemos algo ,e em muitos casos só nos damos conta
quando realmente PERDEMOS...
Hoje ,se fala na tragédia da chuva,e amanha???Amigo(a)
Pare e reflita o quanto vc ainda tem por perder.
Nada que vc construir neste mundo terreno,terá valor na outra esfera da vida.
Portanto não se prenda tanto a bens materiais e sim a sua vida.
A vida de quem vc ama ,ela sim tem valor e sentido e merece ser vivida.
Não deu pra adquirir algo este mês?espere pacientemente pelo mês seguinte
mas não se perca entre carnes e notas fiscais,controles remotos e tudo mais.
Se doe para a vida,dedique algum tempo de sua vida para o próximo
pois estara assim perdoando a si mesmo pela vida que não se
permitiu viver.
Não espere pela tempestade,e sim pelo sol que brilha em seu caminho
Se a tempestade vem é porque em algum ponto a natureza
sentiu se atingida ,ou melhor invadida em sua vida natural .
Não estou aqui pra julgar ,porque não teria capacidade
de julgar a mim mesmo,mas fazer com que vc reflita
e leve adiante essa mensagem
juntamente com um pouco de sua SOLIDARIEDADE.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Carnaval

Prezados Irmãos em Cristo!

Está chegando mais um carnaval e isto nos leva a refletir o papel do Cristão quanto as festividades que ocorrem.
É pura realidade que algumas pessoas passam do limite, descarregando suas mágoas, seus desafetos, supervalorizando seu Ego em lugar de praticar a verdadeira fraternidade entre seus irmãos.
Sabemos que durante essas festas, verdadeiras legiões de Espíritos não esclarecidos vem à Terra para vivenciar junto aos encarnados as bebedeiras, drogas etc.
Com o sistema nervoso super excitado pelos excessos cometidos, os encarnados são presas fáceis para os espíritos maus.
Que não esqueçamos da Prece, do Equilíbrio e principalmente de Deus, agradecendo por mais um dia e pedindo proteção para toda a família, cultivando pensamentos elevantes e dignos de um homem de bem, pois tenha a certeza que fazendo sua parte, a Espiritualidade estará sempre te protegendo, desde que evite lugares sombrios onde predomina as vibrações pesadas, que favorecem aos espíritos maus.
Nós temos o livre arbítrio, cabe a cada um escolher seu caminho, sabendo que se cometer algum ato que venha a prejudicar alguém ou a si mesmo, terá mais tarde a lei do resgate.
Que a paz de Jesus os acompanhe durante esse período, dando-lhes sabedoria para discernir o caminho certo a tomar.
Ave Jesus!
Antonio Carlos Laranjeira Miranda

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Pílula do Dia Seguinte...... é Aborto?

Esta questão é de grande importância, pois trata de bioética, isto é, uma reflexão crítica e imparcial, apoiada sobre fatos, que estuda a melhor conduta do ser humano diante das descobertas e dados científicos na área da biologia e da saúde.

O Espiritismo, que trata da natureza, da origem e do destino da criatura humana, fornece a contribuição profunda a essas questões.
Uma questão muito simples, mas que confunde muitos pensadores, é sobre o começo da vida. Quando podemos dizer que o ser humano adquire vida? O Livro dos Espíritos (nas questões 344 a 360) e A Gênese (capítulo XI, item 18), ambos de Allan Kardec, não deixam dúvidas de que a vida começa na fecundação, em geral na tuba uterina da mulher, quando o perispírito do reencarnante liga-se fortemente à célula-ovo, ou zigoto (produto diplóide - com 46 cromossomos - da união da célula germinativa masculina e da feminina)*.

Depois da fecundação no terço distal da tuba uterina, o embrião, o novo indivíduo (a tríade hominal - corpo geneticamente ímpar, perispírito e Espírito) deve caminhar até o útero, levando cerca de 1 (uma) semana para implantar-se (nidação). Para essa caminhada e nidação, é necessário que todos o aparelho feminino esteja funcionando adequadamente e o útero esteja na fase secretora (adequada para o embrião), sob um controle hormonal natural da mulher.

Em qualquer atraso, o embrião "morre de fome", por falta de nutrientes, e é absorvido pelo próprio organismo da mulher e o Espírito desliga-se para aguardar nova oportunidade reencarnatória.


A "pílula do dia seguinte" ou anticoncepcional de emergência, nada mais é do que uma dose muito alta de hormônio feminino (estrógeno e/ou progesterona) sintético, o mesmo utilizado em pílulas anticoncepcionais "normais", elaborado para prevenir uma gravidez indesejada após o coito supostamente desprotegido, ou seja, sem nenhum outro método anticoncepcional. Pode ser usado até 72 h após a relação sexual, mas sua eficiência é proporcional à precocidade do uso. É administrado livremente ou legalmente em caso de estupro (a lei brasileira é a favor do aborto em caso de estupro).

Independente de qualquer reflexão ética, o fato de ser uma alta dose de hormônio sintético, além dos efeitos colaterais imediatos que causa, o uso repetitivo predispõe a diversas doenças na mulher, dentre elas, o câncer de mama. Seu mecanismo de ação na contracepção é múltiplo e repousa sobre as alterações hormonais sobre o trato genital feminino. Pode retardar ou inibir a ovulação, dificultar a união do espermatozóide e do óvulo, mas, principalmente, age sobre as tubas uterinas e a parede uterina para desfavorecer a migração do embrião (já formado) e sua implantação na parede uterina.


Portanto, o anticoncepcional de emergência é, segundo o Espiritismo, aborto se já tiver ocorrido a fecundação e a ligação do perispírito. Se não houver ocorrido a fecundação, não é aborto. Porém, a ética não pode lidar com hipóteses, já que trata do comportamento humano: usar ou não usar, qual é o mais ético? Se há a possibilidade do aborto (não conhecemos pesquisas sobre a porcentagem), por menor que seja, a ética e o bom senso, diante da Consciência, indicam para não usar, pois é impossível a mulher saber o que realmente está acontecendo e se há um Espírito reencarnante desejoso de ser "embalado" carinhosamente no colo materno, na expectativa de uma nova existência de lutas e realizações, junto de sua mãe.

Se a mulher optou por essa alternativa impensada é porque, em geral, ela ainda não teve essas nossas reflexões e, por isso, não pode ser considerada "anti-ética" ou "imoral". Sua responsabilidade diante da Consciência é menor. Porém, uma vez tendo sido conscientizada, eticamente sua opção terá muito maior peso. De qualquer forma, todos os enganos podem e devem ser corrigidos pela própria doação e oferecimento, na proporção daquilo que se tirou da Natureza.

* - Para maiores detalhes de como ocorre essa ligação, numa bela descrição do Espírito André Luiz, leia "Missionários da Luz", psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulos XIII e XIV

O Cigarro e Chico Xavier

...A ação negativa do cigarro sobre o perispírito do fumante prossegue após a morte do corpo físico? Até quando?

Chico Xavier - O problema da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo que o hábito perdurou na existência física do fumante. Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida para arredar de si o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda exige quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência do fumo.


Resposta de Emmanuel, através do Chico Xavier, dada a entrevista feita pelo jornalista Fernando Worm, em agosto de 1978, inserida no livro Lições de Sabedoria - Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita, escrito por Marlene R. S. Nobre.

Suicídio Pelo Cigarro

Uma tragada, apenas uma tragada...

... e em segundos, perto de 4.700 substâncias entram na corrente sangüínea e começam a atuar em todos os órgãos - entre elas detergentes, solventes, veneno de rato, inseticidas e compostos radioativos, todas presentes num cigarro.

As estatísticas são cruéis em demonstrar o estrago que o cigarro provoca na vida das pessoas. 90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos);85% das mortes causadas por bronquites e enfisemas; 45% das mortes causadas por doenças coronarianas na faixa etária abaixo dos 60 anos; 40% dos casos de bronquite crônica; 45% das mortes por infarto agudo do miocárdio na faixa etária abaixo de 65 anos; 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero); 25% das mortes causadas por doença coronariana: angina e infarto do miocárdio; 25% das doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral). Apesar de toda esta evidência nociva à saúde, maioria dos fumantes teima em ignorar as conseqüências do fumo em suas vidas. Este comportamento necessita, também, que seja qualificado como, de fato, ele o é: suicídio.

O suicídio é uma ação deliberada de subtrair a própria vida. Este ato pode ser imediato ou gradual. No caso do cigarro, especialistas afirmam que cada cigarro consumido é responsável pela diminuição de 14 horas do tempo de vida útil do organismo humano. Ora, quem fuma um cigarro deve ter a consciência que está se matando, pouco a pouco. Pior. Além de autocida, o fumante é também um criminoso, pois violenta a todos que estão ao seu redor, uma vez que o prejuízo à saúde do fumante passivo é bem maior.

As implicações espirituais, por exemplo, são ainda mais complexas. Quando se afeta organicamente um pulmão, um coração, os brônquios e outros órgãos e sistemas fisiológicos, o fumante está transferindo esta seqüela para o seu corpo espiritual correspondente. O corpo espiritual registra tudo que afetamos no corpo físico. Isto quer dizer que, numa próxima encarnação – retorno a Terra, noutra vida corporal – , o indivíduo certamente nascerá com problemas de saúde localizados provenientes da agressão provocadas na vida anterior.

Outro fator precisa ser esclarecido para o fumante inveterado: ele raramente fuma um cigarro sozinho. “Os mortos”, ainda presos psiquicamente ao hábito, se aproximam dos viciados e repartem as tragadas. Este processo é denominado de obsessão e perdura até que a pessoa tome a decisão sincera de parar de fumar, o que não é fácil. Além da desintoxicação do organismo, é necessária a desintoxicação psíquica. Não é somente a pressão da nicotina e do alcatrão que precisam ser combatidas, mas igualmente a do desejo, do impulso, alimentado por induções espirituais dos seus companheiros de trago. O apoio da família, dos amigos e dos colegas de trabalho são fundamentais para se manter afastado do cigarro.

O suicídio pelo cigarro poderia ser evitado. Calcula-se que 4,9 milhões de pessoas morrem no mundo por doenças provocadas pelo tabagismo e a tendência, pelo menos no Brasil, é um aumento de consumo de 40%, apesar das campanhas publicitárias de esclarecimento.

As recaídas, mesmo depois de anos de abstinência, não devem ser encaradas como culpa. No processo de auto-aperfeiçoamento é natural algum recuo, quando, porém, há uma firme disposição de renovação interior."

A problemática das Drogas no Seu Aspecto Legal e Espiritual

Fábio Gallinaro

Não podemos esquecer que, nos dias de hoje, as drogas constituem o grande mal da sociedade. Assolam o mundo e o nosso país de maneira brutal. Podemos dizer que diversos crimes atrozes como o latrocínio, o homicídio, o estupro, e outros menos graves como o roubo e o furto, são praticados em conseqüência direta do tráfico ilícito de entorpecentes. Atualmente, dependentes químicos roubam, furtam e até mesmo matam para poder sustentar o seu vício. Crimes sexuais são praticados por indivíduos alucinados e que se encontram sob o efeito nocivo da droga. Bandos e quadrilhas extremamente organizados formando coalizões impenetráveis e na disputa pela mercancia da droga, cometem barbáries de proporções alarmantes e as chacinas constituem notícias de primeira página nas publicações periódicas e na rede televisiva. O mercado da prostituição e as contravenções dos jogos de azar, relativamente aceitos pelo meio social em que vivemos, acobertam o mercado das drogas e o enriquecimento por intermédio da mazela alheia.

Diante desse alarmante panorama e frente à inércia do Poder Público, nos deparamos com um tipo de revolta e indignação no pensamento de todos os brasileiros. Por que não matar esses traficantes, deixando que os grupos de extermínio procedam a eliminação desses bandidos? Por que não editar leis mais duras e mais severas como a prisão perpétua ou a pena de morte? Esses tipos de questionamentos nos deixam perplexos e apreensivos.

É preciso deixar claro que a solução para o problema não está na matança de traficantes e nem mesmo no rigor da lei.

Exterminando pessoas não estaremos erradicando o tráfico ilícito de entorpecentes do planeta. Muito pelo contrário. Estamos em um processo vicioso como ocorre no Oriente Médio. Matando dez terroristas, outros vinte ou trinta virão ainda mais revoltados e mais dispostos a aterrorizar seus supostos inimigos. Trata-se de uma vã cultura arraigada e presa aos conceitos étnicos e religiosos daquela região onde, como uma epidemia, adultos, crianças e adolescentes são ensinados a matar, aterrorizar, nem que para isso se exija o sacrifício de sua própria vida, por uma “causa maior”. Com a mercancia das drogas não é diferente: o tráfico hoje sustenta pessoas, famílias, mulheres e crianças. O dinheiro que é ganho, proveniente do comércio das drogas, é muito superior a qualquer emprego honesto e decente que o chefe da família poderia arrumar. Simples intermediário da organização, o pai de família que vende drogas e que muitas vezes também é viciado, quando preso, é imediatamente substituído pela sua esposa e até mesmo seus filhos. Mães separando e pesando a cocaína; filhos embalando-a para que seja vendida ao seu destinatário final. Indubitavelmente, a eliminação de pessoas não é a solução para conter esse quadro alarmante.

O endurecimento das leis também não constitui remédio para o quadro atual. Em 1976 foi editada uma lei efetivamente capaz de punir tanto o usuário como o traficante de drogas. A lei está em vigor até hoje, entretanto, sofreu algumas alterações. Com o avanço da criminalidade, em 1990 o tráfico ilícito de entorpecentes foi equiparado aos crimes hediondos, onde o cumprimento da sanção imposta se dá em regime integralmente fechado, e são insuscetíveis de anistia, graça, indulto, fiança ou liberdade provisória. Todavia, apesar do gravame legal, de 1990 para cá os índices de criminalidade cresceram de forma assustadora, principalmente as prisões pelo comércio de tóxicos. Portanto, tornar a punição mais severa também não se mostra meio eficaz à superação do conflito.

Esquecemo-nos de nossas bases espirituais. Nas lições trazidas pelo Evangelho, aprendemos que Jesus curava os “endemoninhados”. O poder soberano de nosso Cristo Planetário está no interior da cada homem e de cada mulher de boa vontade. Devemos entregar livros escolares nas mãos de uma criança, antes que algum infrator lhe entregue um revólver. Devemos anteciparmo-nos na conversa edificante com um adolescente, antes que ele seja alvo da discriminação e do preconceito. Devemos dar oportunidade ao pai de família desempregado, antes que ele faça do comércio de drogas o seu meio de vida, o seu sustento.

Basta de reclamar do descaso de nossas autoridades. Todos nós somos espíritos comprometidos com nossas ações e a colheita daquilo que plantamos na atual encarnação é inevitável. Façamos a nossa parte, e muito há que ser feito. Enquanto espíritas e cristãos, devemos elucidar as pessoas para que a demanda das drogas seja cada vez mais escassa.

É imperioso esclarecer mentes, elucidar o espírito encarnado, que desempenha um papel importantíssimo na face do planeta Terra. Nesse particular, saindo da esfera material e jurídica, e adentrando no aspecto espiritual, principalmente no que se refere ao vício e à dependência química, devemos atentar para as Leis de Conservação e Destruição, previstas respectivamente nos capítulos V e VI do Livro dos Espíritos.

Segundo a Lei de Conservação é dado ao homem, através da natureza, todos os meios necessários à sua subsistência. Deus, em sua infinita bondade e sabedoria, faz a terra produzir o necessário a todos os seus habitantes, porque só o necessário é útil, o supérfluo não o é jamais.[1] Mas, a imprevidência do ser humano faz com que se destrua tudo que há de bom e necessário na natureza. As riquezas naturais provenientes de nosso planeta são mais escassas a cada dia: as águas são contaminadas, o solo cada vez menos fértil, o ar cada vez menos respirável. Se não fosse o bastante, homens inescrupulosos ainda manipulam substâncias, tornando-as nocivas e viciosas, e vendendo-as a um número infinitamente grande de destinatários, destruindo crianças, jovens e suas respectivas famílias.

É nosso dever enquanto encarnados conservar o veículo físico que nos fora emprestado para o aprimoramento das habilidades do nosso espírito. Nosso corpo é o instrumento eficaz ao amadurecimento e aprendizado do espírito, onde, retornando à vida corporal é submetido a desafios e provas que, bem suportadas, o levam diretamente ao caminho da evolução.

Prazeres momentâneos e ilusórios como as drogas, além de destruírem e contaminarem nosso organismo físico e perispiritual, prejudicam a evolução dos seres, afastando a criatura do seu Criador. E não podemos nos olvidar ainda dos gravíssimos processos obsessivos que são instalados quando do consumo de drogas.

Quanto à Lei de Destruição, esta pode ser necessária ou abusiva. É necessária quando se destrói para renascer e regenerar, objetivando a renovação e melhoramento dos seres vivos.[2] Entretanto, a destruição deve sempre chegar na época necessária, porque toda destruição antecipada entrava o desenvolvimento do princípio inteligente, e é exatamente por isso que a natureza nos cerca de meios de preservação e conservação.[3]

No que concerne à destruição abusiva, temos que é a predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que ultrapasse os limites da necessidade, é uma violação da lei de Deus. Os animais não destroem senão por suas necessidades; mas o homem, que tem o livre arbítrio, destrói sem nenhuma necessidade aparente. Ele prestará contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, porque é aos maus instintos que ele cede.[4]

As drogas constituem um dos maiores flagelos da humanidade. Destroem abusivamente todo o organismo físico e espiritual de um indivíduo. Disseminam relacionamentos e famílias. Causam dor e sofrimento a inúmeras pessoas e afastam o espírito de seu objetivo encarnatório.

Elucidar mentes, eis o remédio. Lutemos como verdadeiros irmãos em Cristo para o combate às drogas. Esclarecendo jovens e crianças, a começar pela nossa família, estaremos contribuindo para erradicar essa problemática do convívio social. O mais forte deve trabalhar pelo mais fraco e, na falta da família, a sociedade deve tomar-lhe o lugar. Esta, é a verdadeira lei da caridade.

Como bem explica o Livro dos Espíritos, “há um elemento que comumente, não entra na balança e sem o qual a ciência econômica não é mais que uma teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a educação moral, e não, ainda, a educação moral pelos livros, mas aquela que consiste na arte de formar os caracteres, a que dá os hábitos, porque a educação é o conjunto de hábitos adquiridos. Quando se pensa na massa de indivíduos jogados cada dia na torrente da população, sem princípios, sem freios e entregues aos seus próprios instintos, deve-se espantar das conseqüências desastrosas que resultam? Quando essa arte for conhecida, cumprida e praticada, o homem ocasionará no mundo hábitos de ordem e de previdência para si mesmo e os seus, de respeito por tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar, menos penosamente, os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse é o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurança de todos” (comentários à questão 685).

Tomando por base os ensinamentos acima traduzidos, estaremos mais preparados para solucionar o problema da dependência de drogas em nosso âmbito familiar. Reputamos de suma importância o entendimento dessas lições de educação, convívio e relacionamento para que possamos ajudar aquele que necessita deixar o vício. Estaremos curando não só o corpo, mas também o espírito, que traz com ele toda espécie de tendências e inclinações que devem ser corrigidas na atual existência.

Que o Mestre Jesus seja o nosso grande médico, o amparo de todas as horas, e o braço forte a nos apoiar nos momentos difíceis de nossa vida!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Jovem e o Cego -Autor desconhecido

Vinham dois homens a caminhar... Um era jovem, trazia em seu rosto os sinais da inexperiência. Os olhos vivos e atentos a tudo, como a querer aspirar a vida em um só fôlego. Tencionava modificar o mundo, revolucionar sua época, ensinar o muito que julgava saber.

O outro trazia no semblante as marcas do tempo, já não queria tomar o mundo, contentava-se em apreender um pouco, aqui e ali, analisando sereno, as experiências que a vida lhe apresentava. Tampouco desejava deixar suas marca nos homens e nas coisas que o rodeavam. Não queria discípulos, nem seguidores, não pretendia modificar a ninguém, a não ser seu próprio eu. Era cego de nascença, porém apesar de ter fechados os olhos do corpo, possuía abertos os da alma.

Vinham em silêncio, quando o jovem, surpreso, exclamou: - Uma pipa! Uma pipa no céu!

- Estás tão alegre em vê-la, ainda que distante. Por que? – perguntou o cego.

- Claro, toda vez que vemos uma pipa, uma só idéia nos assalta a alma, a idéia da liberdade. E qual de nos não valoriza a possibilidade de sentir-se livre? – disse o jovem.

- Liberdade? Estranho, para mim a pipa tem outro significado.

- Outro significado? Como? Sabes o que é uma pipa?

- Sim, meu amigo, sei o que é uma pipa, papagaio, pandorga, como queira chamar. Mas para mim, tal objeto traz-me a lembrança responsabilidade e bom-senso.

- Não entendo...

- O exercício da liberdade é complexo e fundamental em nossas vidas. Como a pipa, só podemos alçar vôos mais altos se a nos prender no solo, tivermos um fio resistente e mãos hábeis que nos manipulem com acerto. Tais instrumentos são a responsabilidade e o bom-senso. E só fazendo uso de tais ferramentas que dirigem e orientam o nosso vôo, podemos ter certeza que estamos fazendo bom uso da liberdade que nos é concedida. É a segurança de que a pipa precisa para subir... subir... Assim o limite para os nossos passos não é o espaço que nos rodeia, mas o comprimento do fio que nos prende ao solo, ou seja, a certeza que possuímos e de que estamos utilizando nossa liberdade de acordo com as normas que nos ditam o bom senso e a responsabilidade que já adquirimos. Muitas vezes, meu jovem, os olhos nos enganam. Não basta vermos, é preciso, enxergamos além.

O jovem, deu o braço ao cego, calou-se e em seu silêncio, entregou-se à reflexão.

O moço é o instinto primeiro; o velho é a sabedoria.

O instinto nos impulsiona, a sabedoria nos guia.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Poluição e Psicosfera

Joanna de Ângelis (espírito)

Ecólogos de todo o mundo preocupam-se, na atualidade, com a poluição devastadora, que resulta dos detritos superlativos que são atirados nos oceanos, nos rios, lagos e "terras inúteis" circunjacentes às grandes metrópoles, como o tributo pago pelo conforto e pelas conquistas tecnológicas, desde os urgentes ingredientes e artefatos para a sobrevivência, às indústrias bélicas, às de explorações novas, às "de inutilidade" que atiram fora centenas de milhões de toneladas de lixo, óleos e resíduos em todo lugar.

Além dessas, convém recordarmos a de natureza sonora, dos centros urbanos, produzindo distonias graves e contínuas...

Os mais pessimistas, porém, prevêm a possível destruição da vida vegetal, animal e hominal como efeito dos excessivos restos produzidos pelos engenhos de que o homem se utiliza, e logo o esmagarão após transformar a Terra num caos...

Mais grave, demonstram os técnicos no assunto importante, é a poluição atmosférica, graças às substancias venenosas que são expelidas pelas fábricas em forma de resíduos, pelos motores de explosão a se multiplicarem fantástica, insaciavelmente, e os inseticidas usados para a agricultura...

Voluptuoso e desconsertado por desvarios múltiplos do homem, as máquinas avançam, dirigidas pela inconcebível ganância, desbastando reservas florestais e influindo climatericamente com transformações penosas nas regiões, então, vencidas...

O espectro de calamidades não imaginados ronda e domina com segurança muitos departamentos ambientais ora reduzidos à aridez...

Cifras assustadoras denotam o quanto se desperdiça na inutilidade—embora a elevada estatística chocante dos que se estorcegam na mais ínfima miséria, rebocando-se na coleta dos montes de lixo, a cata de destroços de que possam retirar o mínimo para sobreviver!—comprovando que no galvanizar das paixões, o homem moderno, à semelhança de Narciso, continua a contemplar a imagem refletida nas águas perigosas da vaidade e do egoísmo em que logo poderá asfixiar-se, inerme ou desesperado. No entanto, irrefletido, impõe-se exigências dispensáveis, a que se escraviza, complicando a própria e a situação dos demais usuários dos recursos da generosa mãe-Terra.

Nesse panorama deprimente, e para sanar alguns dos males imediatos e outros do futuro, sugestões e programas hão surgido preocupando as autoridades responsáveis pelos Organismos Mundiais, no sentido de serem tomadas providências coletivas e salvadoras urgentes. Algumas já estão sendo postas em prática, embora em número reduzido, tais o reflorestamento; a ausência de tráfego com motores de explosão em algumas cidades uma vez por semana; a tentativa da industrialização do lixo, com aproveitamento de energia, adubos e outros; controle no uso de pesticidas na lavoura; técnicas não poluentes com o fim de gerar energia; as áreas verdes na cidades; a segurança por meio de controle das experiências nucleares, a fim de ser evitada a contaminação . . .

Afirma-se que por onde o homem e a civilização passam ficam os sinais danosos da sua jornada, em forma de aridez, destruição e morte.

As grandes Nações materialmente, estruturadas e guindadas ao ápice pela previsão futurológica de mentes e computadores que prometiam tudo resolver, fazendo soberbas e vãs as criaturas, foram surpreendidas, há pouco, pelas conseqüências gerais da própria impetuosidade, no resultado da guerra no Oriente Médio, fazendo-as parar e modificando, em muitas delas, as estruturas e programas, previsões e soberania pelas exigências do deus petróleo em que estabeleceram as bases do seu poderio e das suas glórias, decepcionadas, atônitas..

Algumas tiveram a economia abalada, padecendo crises que resultaram do gravame geral, modificando a política interna e externa, num atestado de nulidade quanto aos compromissos humanos assumidos, à segurança e precariedade das humanas forças.

Como resultado, apressam-se as negociações internacionais por acordos diplomáticos e conchavos político-econômicos, enquanto a fome, campeando desassombradamente, confirma a falência dos cálculos e das fantasias materialistas, visivelmente per turbadas no testemunho dos seus líderes em convulsas transações com que tentam reequilibrar o poderio avassalado, quando, não, perdido ..

O poder de um dia. qual efêmera glória, sempre muda de mão e local, fazendo oscilarem, mudarem de rumo os interesses e as supostas proteções, fruto, indubitavelmente, de uma poluição descuidada—a de natureza moral!

A força e a grandeza de alguns povos até há pouco mandatários da Terra cederam lugar aos potentados reais, que se demoravam desconsiderados e as exigências da fome ameaçadora e voraz os situou como as legitimas potências que são disputadas, após o deus negro: o arroz, o trigo, o milho e o sorgo cujos celeiros, quase vazios no mundo, deles necessitam com urgência para a sobrevivência dos seres

Todavia, o homem ingere e disparate mais terrível poluição, venenosa quão irrefreável graças ao cultivo de lamentáveis atitudes em que persevera e se compraz: referimo-nos à poluição mental que interfere na ecologia psicosférica da vida inteligente, intoxicando de dentro para fora e desarticulando de fora para dentro.

Estando a Terra vitimada pelo entrechoque de vibrações, ondas e mentes em desalinho, como decorrência do desamor, das ambições desenfreadas, dos ódios sistemáticos, as funestas conseqüências se faz em presentes não apenas nas guerras externas e destrutivas, mas também nas rudes batalhas no lar, na -família, no trabalho, nas ruas da comunidade, no comportamento. Intoxicado pela ira, vencido pelo desespero que agasalha, foge na direção dos prazeres selvagens nos quais procura relaxar tensões, adquirindo mais altas cargas de desequilíbrio em que se debate.

A poluição mental campeia livre, favorecendo o desbordar daquela de natureza moral, fator primacial para as outras que são visíveis e assustadoras

O programa, no entanto, para o saneamento de tão perigoso estado de coisas, já foi apresentado por Jesus, o Sublime Ecólogo que em a Natureza, preservando-a, abençoando-a, dela se utilizou, apresentando os métodos e técnicas da felicidade, da sobrevivência ditosa nos incomparáveis discursos e realizações de que inundou a História, estabelecendo as bases para o reino de amor e harmonia, sem fim, sem dores, sem apreensões...

Nunca reagiu o Mestre—sempre agiu com sabedoria

Jamais se permitiu ferir -- deixou-se, porém crucificar,

Nenhuma agressão de Sua parte—facultou-se, no entanto, ser agredido.

Por onde passou, deixou concessões de esperança, bálsamo de reconforto, amenidade e paz. Seus caminhos ficaram floridos pelas alegrias e abençoados pelos frutos da saúde renovada.

Rei Solar, fez-se servo humilde de todos, mantendo-se inatingido, embora o ambiente em que veio construir a Vida Nova para os tempos futuros..

Repassa-Lhe a sublime trajetória.

Busca-O!

Faze uma pausa na terrível conjuntura em que te encontras e recorda-O.

Para toda enfermidade, Ele tem a eficiente terapia; para as calamidades destes dias, Ele tem a solução.

Ama e serve, portanto, como possas, quanto possas, quando possas.

A Terra sairá do caos que a absorve e voltarão o ar puro, a água cristalina, a relva repousante, o trinar dos pássaros, o fulgor do sol e o faiscar das estrelas em nome do Pai Criador e de Jesus, o Salvador Perene de todos nós.

(Após a Tempestade, psicografia de Divaldo Pereira Franco pelo espírito de Joanna de Ângelis).

O Mundo Está Cada Vez Melhor

Jávier Godinho
A todo momento, se ouve dizer que a família se encontra em processo de extinção.

Quanta falsidade nesse conceito!

A família nunca se consolidou tanto quanto nos últimos decênios e não é difícil compreender por quê.

Recorramos à Bíblia.

Geralmente, os que mais se apegam ao Livro Sagrado de cristãos e judeus, radicalizando tudo, são os maiores detratores da família moderna.

Para cada família em desalinho, existem milhares de outras buscando o caminho reto, mas desconsideradas nesse juízo. A lei civil cada vez protege e ampara mais a família.

Famílias em ebulição são exceções, destacadas pelo descalabro que apresentam. As famílias decentes e produtivas quase nunca merecem espaços na mídia, porque é o escândalo que dá ibope.

Consideremos tal qual narra a Bíblia. Vejamos a primeira família: Adão e Eva, Caim e Abel.

Nela, irmão matou irmão. A humanidade, segundo a versão bíblica, era composta por quatro pessoas. Então 25% dela estava podre.

Ainda no Gênesis, observemos Lot e sua família. Deus procurou em Sodoma e Gomorra 40 famílias corretas, apenas 40, para livrar as duas cidades pervertidas de uma chuva de fogo. Deixou por 35, depois por 30, 20 e 10 famílias, e Abraão não as encontrou.

Mas havia Lot, sua esposa e as duas filhas. Eles não eram maus e seriam livrados da catástrofe divina. Na hora da fuga de Sodoma, a mulher de Lot, vencida pela curiosidade, olha para trás e vira estátua de sal. Sobram o pai e as duas donzelas, que vão morar numa gruta. Lá, elas embebedam o genitor, com ele mantêm relação sexual e ficam grávidas. As crianças que nascem são, ao mesmo tempo, filhos e netos de Lot.

Já Abraão, o pai de todos os hebreus, tendo que ir um dia à cidade dos egípcios, convence sua mulher Sarah, que era linda, a tratá-lo como se não fosse sua esposa, mas irmã.

Assim, enquanto ela, com sua beleza, entretém os homens inimigos, o marido proxeneta faz outras coisas.

O rei Davi, autor das decantadas maravilhas dos Salmos, seduz Betsabá, espoça do seu general Urias. Ela fica grávida, ele manda buscar o marido que lutava na guerra, para que a infiel, dormindo com ele, o convencesse de que gerara o filho que já estava no seu ventre. Urias a evita, argumentando que não podia usufruir prazeres enquanto seus camaradas sofriam e morriam nos combates. O soberano, então, o devolve à frente de batalha, levando uma ordem secreta ao comandante geral do exército, no sentido de que envie Urias para a morte, e é prontamente obedecido.

Salomão, o mais sábio dos homens, era casado com a filha do faraó e mantinha um harém com 300 concubinas e 700 princesas.

Que beleza de famílias existiam nos tempos bíblicos, justamente constituídas por aqueles considerados exemplos de virtude!

Eram escândalos tenebrosos, em proporção espantosa, incomparavelmente maior do que na atualidade. Naquele tempo, a população do mundo não passava de algumas dezenas de milhões de pessoas.

Hoje, a população da Terra é de mais de seis bilhões de habitantes.

Até o próprio Jesus teve problemas em família. Seus irmãos - São Mateus cita quatro, nominalmente: Tiago, José, Simão e Judas, e fala em irmãs - não o consideravam. São Marcos relata que seus irmãos tentaram expulsá-lo da Judéia, considerando-o louco.

Família é isso mesmo, pois nela reencarnam espíritos que já se amavam em outras existências, para ampliação do amor na atual reencarnação, e até espíritos inimigos, para a transformação, no aconchego do lar, do ódio de ontem em amor, por ser o lar a maior e mais sublime escola do Universo.

A humanidade já foi, incomparavelmente, pior, aperfeiçoando-se lentamente nos ditames da lei da evolução. A História está aí, confirmando essa grande verdade. É só conferir o passado com o presente e projetar o futuro.

A solidariedade se amplia, o conforto surpreende. A segurança pública, tão criticada nestes dias, é mil e uma vezes mais abrangente e eficiente do que há 50 anos, quando a população também era bem menor.

Os povos se auxiliam nas tragédias coletivas. O jornal, a televisão, o rádio e a revista vigiam os governos, denunciam e cobram dos políticos. As entidades de direitos humanos estão mais ativas do que nunca. As guerras caminham para o desaparecimento, na aldeia global em que a comunicação por satélites transformou todos os continentes.

A ciência, a técnica, a justiça dos homens e as relações internacionais, tudo melhora e numa velocidade alucinante.

Mas a violência, o crime organizado, não se tornou incontrolável? É indagação. Não é bem assim. Recorramos à matemática, também chamada ciência exata.

No Cepaigo, por exemplo, estão cerca de 850 detentos. Na Casa de Prisão Provisória, aguardando julgamento, 820 homens e mulheres. No Estado de Goiás inteiro, 3.500 infelizes roem de arrependimento nas cadeias.

Qual a população de Goiás? Segundo o IBGE, 4,5 milhões de habitantes.

Suponhamos que, no total, os criminosos comprovados no Estado, somados aos ainda em liberdade, sejam 10 mil. Pois 10 mil em 4,5 milhões representam uma parcela ínfima.

Recorrendo à calculadora, representam, apenas, 0,22% da população.

O Dirigente Espírita e a Orientação Doutrinária

Juca Soares

São Paulo - SP

O estudo da Doutrina Espírita , aos poucos, extirpará as distorções doutrinárias, ainda encontradas no movimento espírita. A USE mantém uma campanha permanente de divulgação das obras da Codificação, através da "Campanha Comece pelo Começo", conclamando todas as Casas Espíritas para que tenham por base de suas atividades, as obras da Codificação, e por parâmetro o Mestre Francês que foi considerado o bom senso reencarnado

Alguns centros espíritas ainda mantêm nas suas linguagens e posturas, vícios que se faz necessário trabalhar para que sejam eliminados do seu dia-a-dia. Vejamos alguns exemplos: Você é médium e precisa desenvolver a mediunidade – Existem Dirigentes que ainda usam essa afirmação, sem atentar para o perigo de tal assertiva, considerando que não há como saber se a pessoa é portadora de mediunidade, que só a prática e a experiência poderão confirmar. O fato da pessoa estar sofrendo um processo obsessivo não quer dizer que seja ela médium. A esse respeito, o Cap. I , Meios de Comunicação, de "O que é o Espiritismo", de Allan Kardec, ensina que "até o presente não se conhece nenhum diagnóstico para a mediunidade; todos os que se acreditou reconhecer, não tem nenhum valor. Ensaiar é o único meio de se saber se se é dotado".

É de se considerar ainda que, quase sempre as pessoas estão temerosas, pois nada conhecem da doutrina, vindo de outra ou de nenhuma Religião, com muitos problemas espirituais, e uma afirmativa dessa natureza poderia afastá-las definitivamente do Espiritismo.

A mediunidade é uma missão – Raríssimos são aqueles que têm uma missão a cumprir no campo da mediunidade; a grande maioria traz a mediunidade como uma oportunidade para servir ao próximo, facilitando o aprendizado da doutrina, renunciando a uma série de atitudes que poderiam comprometê-los novamente, embora nem todos consigam superar o orgulho e o egoísmo.

Se você abandonar a Doutrina sofrerá as conseqüências, como se ser espírita fosse um castigo – Caso o médium abandone a Doutrina, mas, se continuar a manter uma vida regrada, orando e vigiando, nada lhe acontecerá; entretanto, se ele for ao Centro Espírita todos os dias, mas não se mantiver vigilante, tentando deixar o orgulho e o egoísmo, o seu problema continuará e poderá até agravar.

O mentor recomendou por isso não poder ser alterado – " Os bons espíritos jamais aconselham senão coisas perfeitamente racionais; toda recomendação que se afaste da linha do bom senso ou das leis imutáveis da natureza acusa um Espírito limitado por conseguinte pouco digno de confiança." (O Livro dos Médiuns, tradução de Eliseu Rigonatti, Lake, 1966).

Em toda a Codificação Kardec alerta de que os Espíritos não têm a suprema sabedoria, por isso é preciso analisar toda e qualquer mensagem que recebermos, especialmente quando vem com recomendação para atividades a desenvolver na Casa Espírita.

Há casos, porém, de Centro Espírita que nada faz sem que tenha a autorização do mentor e se o órgão de Unificação da região quer programar uma atividade em suas dependências isso só poderá acontecer se o referido mentor der o aval, e até para pintar uma parede precisam ouvir sua opinião.

Vá tomar passes que seu problema será resolvido – São Dirigentes que colocam o passe na condição de milagreiro, como se esta simples atitude pudesse tudo resolver, quando se faz necessário explicar para a pessoa que o passe irá ajudar, acalmar, dar condições de encontrar a solução dos problemas, mas que cabe a cada um tomar as resoluções necessárias, inclusive mudar a sua atitude mental, lembrando a recomendação de Jesus de "Orai e Vigiai".

Reuniões para receber mensagens de familiares – No livro " O que é o Espiritismo", no já citado Cap. I, Meios de Comunicação, Kardec afirma que "seria pois, um erro crer-se que todo Espírito pode atender ao apelo que lhe é feito e se comunicar pelo primeiro médium que encontra. Para que um Espírito se comunique, é preciso primeiro que lhe convenha fazê-lo, em segundo lugar, que sua posição ou suas ocupações lhe permitam, em terceiro lugar, que ele encontre no médium um instrumento propício, apropriado à sua natureza."

No entanto, poucos são aqueles que buscam essas atividades e não saem com mensagens de seus familiares. Muitos, porém, acabam desacreditando do Espiritismo, pois sentem que a resposta nada tem a ver com o nome que a assina.

As Relações Humanas no Centro Espírita

Mozart da Cunha Leite*

Rio de Janeiro - RJ

Você não pode entrar numa casa espírita e passar despercebido. Não pode ser um anônimo, um ilustre desconhecido.

A casa espírita, antes de ser um hospital que atenua nossos males e dores; antes de ser uma oficina, que ocupa seus participantes, tornando-os pessoas úteis e operantes no fazer; antes de ser uma legião de assistência, que estimula a ação no bem – o ato espontâneo e despretensioso – na relação com o outro; antes de ser uma escola de almas, ensinando a viver, transformando, fazendo profilaxia, propiciando crescimento, ensejando o autoconhecimento e a auto-estima, é, acima de qualquer coisa, um lar, onde nos expressamos de modo familiar e com respeito; um espaço de convivência em que partilhamos as horas amargas e ditosas do dia a dia, entre a consolação e a iluminação da consciência. Onde o amor de Jesus conduz, com suave serenidade e célere pacificação, a verdade de Kardec.

Por tudo isso, tenhamos a mais plena atenção para com os que adentram o portal do centro espírita, a fim de que sejam vistos, notados e recepcionados. Tudo isso de maneira discreta, mas emocionada, como se fossem pessoas de nosso bem querer. Podemos abordá-los, cumprimentá-los com um aceno ou um aperto de mão, um sorriso leve nos lábios, com simpatia e ternura. Podemos perguntar a eles se é a primeira vez que vêm à casa espírita, se trazem dúvidas, por que vieram e por intermédio de quem, se conhecem outra casa e, por meio desse prévio contato, perguntar-lhes o nome e nos apresentarmos.

Em seguida, muitas atitudes poderemos tomar: atender suas expectativas, dúvidas ou dificuldades, e encaminhá-los para esta ou aquela reunião; apresentar-lhes o programa semanal da casa; apresentar-lhes as dependências e os companheiros da casa; fornecer-lhes dados sobre a filosofia espírita e, ainda, sobre a filosofia de trabalho da casa. Podemos transmitir-lhes alegria e conforto, convidando-os a sentarem-se, e estabelecer com eles um vínculo de amizade. A iniciação nas hostes espíritas deve ser um momento significativo, marcante, caloroso, afetuoso, de profunda e capital importância, posto que encerra o avançar dos umbrais da felicidade. Dizia Antoine de Saint’Exupery: "Você se torna eternamente responsável por aquilo que você cativa". Desse momento em diante, esses novos amigos devem ser acolhidos, acompanhados, estimulados e orientados sempre que possível, até que eles se firmem, se informem, desenvolvam outros vínculos, conheçam outros companheiros, abracem uma tarefa, até integrarem-se em definitivo na grande família espírita, que é o movimento espírita.

Cada companheiro que cativamos na recepção de entrada do centro é alguém que sempre divulgará uma imagem de excelência da Doutrina Espírita. Por isso, é de extrema relevância amparar, consolar, conviver, se emocionar, enternecer-se, ouvir com o fundo d’alma, olhar, perceber e se ater a cada pessoa.

O relacionamento e o atendimento fraternos, bem como a comunicação social espírita, começam na primeira vez que alguém chega à casa espírita. Devemos investir todos os nossos talentos no companheiro iniciante. Devemos, inclusive, encaminhá-lo às reuniões públicas, já que a Doutrina Espírita tem por base o amor. Devemos transmitir a Doutrina Espírita com esse amor, percebendo os interesses desse companheiro, suas possibilidades, sua história de vida, sua compreensão anterior, o seu desconhecimento do Espiritismo, entendendo as deturpações e deformações que sofre pelo leigo.

Quem deverá recepcionar, atender fraternalmente, comunicar-se, encaminhar, iniciar e acompanhar cada companheiro iniciante? Todos os tarefeiros integrados na casa e imbuídos da filosofia de trabalho. Devem ser conscientizados desses passos, e por eles sensibilizados, motivados e trabalhados em seus sentimentos para cumprir, com qualidade, essa magna tarefa. Devemos nos lembrar, também, que o companheiro mais antigo, vez por outra, traz uma dúvida ou uma dor. Não podemos dar as costas para o companheiro que trabalha na casa, e esquecê-lo; também ele merece nossa atenção, e dela precisa. Se a Doutrina é de amor, o amor é de todos para todos. Queremos encerrar firmando a baliza de Kardec: "trabalho, solidariedade e tolerância". Trabalhar com senso de compromisso, comprometidos com a casa como um todo, com a filosofia espírita que deve engendrar a filosofia da casa. Devemos ser solidários nas possibilidades e nas dificuldades, usando a sensibilidade, a percepção, o bom senso, estabelecendo uma relação de ajuda com os companheiros, sem rótulos, sem preconceitos, sem hierarquias, onde um é o ajudante e o outro o ajudado. Sejamos tolerantes nas diferenças e nas semelhanças, fazendo cumprir os ditames doutrinários de amor e instrução, entendendo que a melhor disciplina é a da consciência, de dentro para fora, e não inversamente, e o melhor regulamento é um contrato feito com todos os interessados, e que não deve ser vestido com camisa de força, mas com flexibilidade, atendendo ao contexto da situação, das pessoas, da atualidade, do entendimento evangélico. Receber bem não é agradar, simplesmente; é servir, de coração e mente, irmanados no propósito do bem.

*O autor é Presidente do 17o CRE/USEERJ

O Grande Exemplo de Chico Xavier

Richard Simonetti

1 - Como você situaria Chico Xavier no contexto espírita?

A apreciação definitiva sobre uma personalidade histórica pede o concurso do tempo. Não obstante podemos afirmar o que se situa por senso comum: Chico Xavier é um divisor de águas. O Espiritismo no Brasil pode ser apreciado "antes" e "depois" dele, tão grandiosa e significativa a sua contribuição.

2 - O que você destacaria no homem Chico Xavier?

Costuma-se dizer que os gênios devem ser apreciados de longe, porquanto são pessoas de trato problemático. Chico foi uma exceção. Fica difícil para aqueles que tiveram a felicidade de desfrutar de sua companhia destacar onde foi maior. Se na contribuição em favor da Doutrina Espírita, se no exemplo de humildade e dedicação ao Bem, que lhe conquistaram o respeito e a admiração até mesmo dos que combatem o Espiritismo.

3 - Chico teve origem humilde, família pobre, problemas físicos, limitações na visão… Estava resgatando dívidas, não obstante sua elevada missão?

Vejo seus problemas não como uma provação, envolvendo resgate do pretérito, mas uma escolha pessoal. Os Espíritos superiores, quando vêm à Terra, sempre pedem a companhia da dor, da dificuldade, a fim de que não se descuidem. Se há facilidades, mesmo os missionários podem se distrair em relação aos compromissos assumidos.

4 - Além do guante da dor e da vocação para a solidariedade, a que mais você atribuiria o sucesso de Chico?

À disciplina que marcou sua atuação, cumprindo fielmente a recomendação de seu mentor espiritual, Emmanuel, que enfatizou essa virtude quando o médium lhe perguntou qual a condição básica para cumprir o mandato mediúnico.

5 - O que você destacaria nos livros psicografados por Chico?

O romances, os comentários evangélicos de Emmanuel, as poesias, particularmente em Parnaso de Além Túmulo, as crônicas admiráveis de Humberto de Campos, as milhares de mensagens de Espíritos que vinham consolar seus familiares aflitos e, sobretudo, a monumental obra de André Luiz

6 - Há quem conteste os textos de André Luiz, alegando tratar-se de simples fantasia, principalmente por partir de um Espírito comprometido com inúmeros deslizes, que ficou oito anos no umbral.

Creio ser ocioso discutir isso, até mesmo porque André Luiz foi membro de uma equipe, organizada e supervisionada por Emmanuel. O que se deve destacar é que seus livros não se afastam da Codificação. Apenas a desdobram, oferecendo uma visão mais ampla da vida espiritual e das relações entre a Terra e o Além.

7 - Quem será o sucessor de Chico?

Gabriel Delanne, Leon Denis, Camille Flammarion, pontificaram como colaboradores de Kardec, jamais como seus sucessores. Algo semelhante ocorre com Chico. Todos nós, escritores e médiuns, devotados à divulgação doutrinária, funcionamos como varejistas desse maravilhoso atacadista das letras espíritas, cuja contribuição, inestimável, complementa e desdobra a codificação kardequiana.

8 - Emmanuel e André Luiz, que pontificaram na missão de Chico, poderão continuar seu maravilhoso trabalho por intermédio de outro médium?

Só eles poderiam responder. De qualquer forma, creio que se o fizerem não se identificarão, preferindo o anonimato, a fim de evitar polêmicas estéreis quanto à autenticidade de suas manifestações. Eles sabem, melhor do que nós, que o importante é o conteúdo da mensagem, não o nome do subscritor.

(Do Livro: MEDIUNIDADE -

Da Animalidade à Angelitude

Richard Simonetti

Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.

Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.

As pessoas que têm animais domésticos surpreendem-se com seu comportamento.

Em algumas iniciativas parecem dotados de discernimento, particularmente o cão, o que melhor se relaciona com o Homem. São incontáveis as histórias sobre sua vivacidade.

No entanto, as religiões tradicionais situam os irracionais por simples máquinas comandadas por programações biológicas – os instintos.

Não seriam, portanto, imortais.

***

Em círculos religiosos obscurantistas, na Idade Média, acreditava-se que as crianças com sérias limitações mentais não possuíam alma. Daí se aproximarem do comportamento instintivo dos irracionais.

Ainda hoje, superada essa aberração, a questão constitui sério problema para a teologia ortodoxa, envolvendo a situação dos excepcionais após a morte.

Não podem ir para suposto inferno. Sem condições para exercitar o livre-arbítrio, não assumem responsabilidade por suas ações.

Mas, pela mesma razão, também não fazem por merecer o Céu.

Por outro lado, há as crianças que morrem ao nascer.

Para onde vão suas almas, se não tiveram tempo para opções condenáveis ou louváveis?

A solução encontrada por teólogos medievais não satisfaz à lógica.

As almas das crianças, bem como dos excepcionais, iriam parar no limbo, região intermediária isenta dos tormentos infernais, mas sem a plenitude das venturas celestiais.

Certamente não estariam satisfeitas. Haveriam de reclamar pelo fato de Deus não lhes ter oferecido a possibilidade de conquistar as etéreas paragens.

***

Assim como os animais seriam seres à parte, na Criação, outros haveria, seres especiais, denominados anjos, superiores em inteligência, cuja principal função seria a de atuar como intermediários entre Deus e os homens.

Cada ser humano teria o seu, designado pelo Criador para protegê-lo.

Poderíamos perguntar, como o fariam os animais se falassem:

– Por que Deus não me fez anjo? Por que a existência desses seres privilegiados, situados em patamar superior à Humanidade, não por méritos pessoais, mas por escolha divina?

É como um pai que, por vontade própria, gerasse filhos irracionais, ou débeis mentais, ou precariamente racionais, ou inteligências geniais, conforme lhe desse na veneta.

Os anjos, embora superiores aos seres humanos, nem sempre foram virtuosos e obedientes. Muitos se rebelaram. Ao invés de ajudar os homens em nome de Deus, passaram a persegui-los em nome de suas ambições, procurando arrastá-los ao mal na Terra, para aprisionar e torturar suas almas no Além.

O diabo seria esse anjo rebelde.

***

Essas idéias são questionadas na atualidade, quando o homem vai atingindo sua maturidade intelectual, tornando-se mais exigente quanto aos princípios religiosos, esperando que sejam, sobretudo, racionais, que atendam à lógica.

Ideal seria uma teoria mais abrangente, uma idéia que permitisse explicar melhor a vida, os seres vivos e os propósitos de Deus, atendendo aos imperativos da Justiça.

É exatamente essa a proposta da Doutrina Espírita a partir de informações colhidas da Espiritualidade, sem especulações teológicas.

Segundo o Espiritismo, todos os seres vivos têm um princípio espiritual em evolução.

Poderíamos situá-lo como a “alma” dos irracionais.

Submetido à experiência reencarnatória, com breves estágios na Espiritualidade, obedece à sintonia vibratória que o liga a determinada espécie.

Desenvolvendo-se, habilita-se a encarnação em espécies superiores, como quem sobe os degraus de uma escada.

O princípio espiritual chegará um dia à complexidade necessária para conquistar a capacidade de pensar.

Será, então, um Espírito, um ser pensante.

Uma senhora, ouvindo a respeito do assunto, suspirou:

– Ah! Agora está explicado por que meu marido parece um gorila mal educado. É o próprio!

E ele:

– Agora sei por que minha mulher comporta-se como uma jararaca! Venenosa como ela só!

Ambos estão equivocados, caro leitor.

A transição entre o princípio espiritual e o Espírito ocorre em outros planos do Infinito, demandando largo tempo.

Entre o irracional e o homem, há longos caminhos a percorrer, fora da Terra.

***

A idéia de que os animais têm um princípio espiritual que evolui, explica por que alguns demonstram lampejos de inteligência.

Estão mais perto dela. Já a possuem, de forma rudimentar.

Pode parecer estranho, mas é perfeitamente lógico.

Segundo Darwin, o corpo que usamos levou bilhões de anos para ser preparado por Deus, na oficina da Natureza.

Ora, por que o Espírito, a personalidade imortal, que é incomensuravelmente mais complexo, deveria ser criado num passe de mágica por Deus, dotado da capacidade de pensar e de decidir seu destino?

***

Como não fomos criados todos ao mesmo tempo, já que Deus o faz incessantemente, é natural que encontremos Espíritos encarnados e desencarnados, menos evoluídos, mais evoluídos ou no estágio de evolução em que nos encontramos.

A todo momento, no contato com as pessoas, constatamos essa realidade. Não somos iguais, como diferentes são uma criança de cinco anos e um ancião de oitenta.

Os Espíritos mais evoluídos moral e intelectualmente tornam-se intermediários de Deus para ajudar seus irmãos menos experientes.

Daí a existência dos anjos protetores.

Não são seres privilegiados. Apenas irmãos nossos mais vividos, mais esclarecidos e conscientes, a cumprir os programas de Deus.

Como a evolução dos Espíritos está subordinada às suas iniciativas, pode ocorrer que avancem intelectualmente e se atrasem moralmente. Não raro, seguindo por caminhos de rebeldia, pretendem impor a desordem na Terra e o domínio sobre aqueles que se rendem à sua influência.

O diabo nada mais é que a representação desses Espíritos.

Situação transitória, porque Deus nos criou para a perfeição e lá chegaremos quer queiramos ou não, porque essa é a sua vontade.

O demônio de hoje será o anjo de amanhã, quando a vida lhe impuser penosas experiências de reajuste, reconduzindo-o aos roteiros do Bem.

***

Da irracionalidade à angelitude há longa jornada.

A Doutrina Espírita nos diz que poderemos caminhar mais depressa, com mais segurança, com menos sofrimento, com menos problemas.

Sobretudo, podemos caminhar felizes e confiantes.

Como?

É simples.

Basta que nos disponhamos a desenvolver o conhecimento das Leis Divinas, com o estudo, e a sensibilizar o coração, com a prática do Bem.

(Extraído do Livro ESPIRITISMO, UMA NOVA ERA)