sábado, 31 de julho de 2010

Olhai os Lírios do Campo

Américo Domingos Nunes Filho

Jesus, nosso Mestre, além de todas as virtudes, é, também, um excelente poeta. Sendo Espírito de alta hierarquia, o Cristo já tem a vivência, em grande expressão, do sentimento do belo.

Hodiernamente, tanto se fala em ecologia, no respeito à natureza, no carinho às árvores e aos animais. Jesus exemplificou, em seu nascimento, cercado de seres infra-hominais, no estábulo, o seu amor aos seres vivos. O Mestre reencarna em uma humilde estrebaria, sendo seu berço um tabuleiro onde se' serve a comida aos animais.

Os primeiros visitantes do menino foram simples pastores que guardavam suas ovelhas, naquela noite majestosa. Encontro memorável do Cristo com os primeiros "lírios do campo" que, de vigília, pastoreavam seu rebanho.

Na casa de Simão, o fariseu, Jesus viu, mais uma vez, as flores do campo; quando exortou a uma nova vida a irmã que ungiu os seus pés. O israelita, embora religioso, não podendo ver os lírios que crescem, recriminava o Mestre, dizendo ser a mulher uma pecadora (Lucas 7:39).

Nas cercanias de Tiro e Sidon, uma mãe aflita, cananéia, foi testada em sua fé no Cristo. Ele sabia que estava diante de uma flor do campo, e disse-lhe: "Ó mulher, grande é a tua fé!... " (Mateus 15:28).

Uma mulher, encontrada em adultério, foi levada ao Mestre. A lei mosaica determinava a pena de morte, através do apedrejamento. Jesus olhou os lírios do campo que desabrochavam naquela irmã, e respondeu aos que ainda não sabem observar as flores do campo: "Aquele que estiver sem erro, atire a primeira pedra". E todos se retiraram, a começar pelos mais velhos (João 8:7-9).

"Olhai para os lírios do campo, como eles crescem: não trabalham, nem fiam. Eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles" (Mateus 6:28-29).

Você, querido leitor, não vê os lírios que crescem? Enquanto, neste momento, está preocupado com o dia-a-dia, porventura desesperado com o amanhã, todo o seu Arcabouço físico está funcionando automaticamente. Trilhões de Células de seu corpo vivem sem a intervenção da sua vontade. Uma potente máquina, em seu peito, bombeia o sangue, fazendo toda a operação por si mesma, sem a sua interferência.

Passe a olhar os lírios do campo! Tenha a certeza de que ninguém é desgraçado, infortunado: Jesus disse: “Aquele que não toma a sua cruz, e não me segue, não é digno de mim". (Mateus 10:38).

Tenha fé, tudo é passageiro. O Cristo, também, afirmou que na casa do Pai há muitas moradas. O Universo espelha a eternidade e haverá, sempre, uma mão amiga para acolher você. Nenhum ser será deserdado. O apóstolo Pedro, em sua Primeira Epístola, nos conforta, dizendo que Jesus pregou aos espíritos em prisão (1 Pedro 3: 19). O "inferno" existe em nós, à medida que nosso pensamento está canalizado para o mal que causamos a outrem.

No momento em que resolver tocar no Mestre, como fez a mulher que, havia doze anos, tinha um fluxo de sangue (Marcos 5:25), evocando-o, pedindo-lhe perdão por suas faltas e disposto a repará-las, o "inferno", em que se encontra a sua consciência, transformar-se-á em misericórdia e esperança. O Cristo ensinou que nenhuma ovelha se perderá.

Abra seu coração a Jesus. Procure agir como o samaritano que ajudou o homem caído na estrada. Vá de encontro aos sofredores.

Procure praticar a fraternidade. Faça com que o amor seja, cada vez mais, espargido sobre todos os aflitos e desesperados. Olhe os lírios do campo! Observe aqueles que são menosprezados e vilipendiados pelos homens. Valorize sempre o ser humano, qualquer que seja sua conduta atual. Ontem, também, você semeara o mal e as mesmas mãos, que o socorriam então, serão substituídas, agora, pelas suas.

Não tenha preconceito. Olhe as flores do campo nos chamados pecadores. Todos nós somos frutos e criação do Grande Geômetra do Universo, definido, como Amor, no Novo Testamento. Segundo o Mestre, o Reino de Deus está dentro de nós e somos deuses. Fomos criados para a felicidade, que já existe em potencial dentro de nós, desde o momento de nossa fecundação cósmica.
Meu querido leitor, olhe, agora, olhe, sempre, os lírios do campo...

Ética Espírita

1. Ética e Moral

A Ética (do grego ethika) é a parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana (Dicionário Michaelis)1. Relaciona-se com os costumes, sendo chamada ciência da conduta e ciência da moral, cujo objetivo é o julgamento e a distinção entre o bem e o mal. A Ética teve origem na Grécia, com Aristóteles (384-322 a.C.), o qual utilizou esse nome pela primeira vez em seu livro Ética a Micômaco.

Afirma Marilena Chauí2: "Toda cultura e cada sociedade institui uma moral, isto é, valores concernentes ao bem e ao mal, ao permitido e ao proibido e à conduta correta e incorreta (...). No entanto, a simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética, entendida como filosofia moral, isto é, uma reflexão que discuta, problemize e interprete o significado dos valores morais."

A distinção entre ética e moral é, todavia, tênue. Já na Roma antiga, Cícero (106-43 a.C.) dizia que eles denominavam moral o que os gregos chamavam de ética.

Com Jesus Cristo, os conceitos éticos assumiram nova dimensão, como se depreende das palavras do Espírito Carlos Torres Pastorino, no recente livro Impermanëncia e Imortalidade3, cap. "Ética e razão"':

"Foi Jesus que apresentou o amor como fundamental para a vida, dando início ao primado do dever e da moral como essenciais à felicidade humana. Antes dEle, os princípios da ética moral eram graves, especialmente em Israel, atados às leis severas, estabelecidas por homens cruéis, mais interessados em punir, em vingar-se do que em educar e corrigir. Desde a Pena de Talião, que Ele substituiu pela do perdão, mediante o qual é concedido ao infrator a reabilitação, não ficando isento da responsabilidade do erro e das suas conseqüências, mas facultando-lhe possibilidades de retribuir à sociedade em bens os males que praticou."

Surge, assim, a ética cristã, fundamentada nos ensinos do Mestre Nazareno. Pedro e seus companheiros vivenciam o amor e praticam a caridade na Casa do Caminho. Paulo de Tarso dá-lhe consistência, traçando diretrizes de ordem comportamental aos gentios em suas memoráveis Epístolas, das quais destacamos estes preceitos: "Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem" (Romanos, 12:21); "Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam" (I Coríntios, 10:23); e reforça com seu exemplo: "Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim" (Gálatas, 2:19-20).

Com o correr do tempo e o predomínio da Igreja, depois, com a Reforma Protestante, a ética cristã foi sendo adaptada às concepções da Teologia, na medida em que o comportamento humano era influenciado pelo temor a Deus, pela crença no pecado, nas penas eternas, em que a salvação da alma era condicionada à submissão aos dogmas e sacramentos, ou à fé em Cristo.

Iniciada no século XVII a Era da Razão, a partir de René Descartes (1596-1650), passando pelos filósofos do Iluminismo, até Jean-Jacques Rousseau (1712-1799) e Emmanuel Kant (1724-1804), no século XVIII, as reflexões éticas prepararam o pensamento humano para o advento do Consolador prometido por Jesus, destinado a reconduzir a ética cristã à sua pureza original.

2. Ética e Doutrina Espírita

Em nossa pesquisa, não encontramos menção à Ética nas obras da Codificação Kardequiana e na Revista Espírita. Todas as referências se reportam à Moral, cujo conceito espírita se confunde com o de Ética, como podemos conferir nas respostas dos Espíritos Reveladores às questões 629 e 630 de O Livro dos Espíritos (Ed. FEB), formuladas por Kardec:

629. Que definição se pode dar da moral

A moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da lei de Deus.O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus.

630. Como se pode distinguir o bem do mal?

O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é pro ceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-Ia.

Na obra Filosofia Espírita da Educação (vol. 1)4 Ney Lobo acentua que, como "existe a Filosofia Espírita, deve, forçosamente, corresponder-lhe determinada ética, a Ética Espírita" (destaque do autor).

Os princípios da Doutrina Espírita, em seu tríplice aspecto - Filosofia, Ciência e Religião - fundamentam-se na moral do Cristo, que é a mais elevada expressão da Ética.

A concepção de Deus - justo e misericordioso para com todos os seus filhos -, como a "inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas"; a certeza da vida futura e o conhecimento do mundo espiritual, confirmados, através da mediunidade, pelas comunicações dos Espíritos; a origem, evolução e destinação do Espírito imortal; a pluralidade das existências e dos mundos habitados; a compreensão da justiça e da misericórdia divinas pelo funcionamento da lei de causa e efeito; o princípio de responsabilidade decorrente do exercício do livre-arbítrio; a concepção espírita das penas e gozos terrestres e futuros - repercutem na consciência moral do homem, levando-o a formular e praticar uma nova filosofia de vida, uma nova conduta ética.

Nas Leis Morais, da Parte 3a de O Livro dos Espíritos, a Ética Espírita apresenta-se em sua plenitude. No capítulo 1, Kardec reúne o ensino dos Espíritos sobre a lei divina ou natural, examinando os caracteres e o conhecimento dessas leis; coloca as questões acerca do bem e do mal e apresenta (q. 648) a divisão da lei natural em dez partes (cap. II a XI), que compreendem as leis de adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e, por fim, a de justiça, amor e caridade. Afirmam os Espíritos que "essa última lei é a mais importante, por ser a que faculta ao homem adiantar-se mais na vida espiritual, visto que resume todas as outras."

Ainda sobre a última lei moral, Kardec enfatiza, na Conclusão (IV) de O Livro dos Espíritos. "O progresso da Humanidade tem seu principio na aplicação da lei de justiça, de amor e de caridade, lei que se funda na certeza do futuro."

Além da questão acima (648), três outras merecem destaque, por seu significado ético:

621. Onde está escrita a lei de Deus? Na consciência.

625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? Jesus.

647. A Lei de Deus se acha contida toda no preceito do amor ao próximo, ensinado por Jesus?

Certamente esse preceito encerra todos os deveres dos homens, uns para com os outros. (...).

O Codificador termina o estudo das leis morais com a abordagem de um aspecto fundamental da Ética em geral e da Ética Espírita em particular - a Perfeição Moral. As primeiras questões apresentadas tratam das virtudes e dos vícios. Indaga ele (q. 893) sobre qual a mais meritória das virtudes, e recebe por resposta: "Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. (...) A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal em favor do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade." (Grifamos.)

No exame das paixões, a resposta dos Espíritos à pergunta 907 esclarece que a paixão, em sua origem, não é má; "a paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal".

O egoísmo é o vício mais radical (q. 913), dele derivando todo o mal. "Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos há egoísmo. (...) Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades."

Fénelon responde de forma admirável à indagação - Qual o meio de destruir-se o egoísmo? (q. 917). Eis alguns trechos do seu pensamento: "De todas as imperfeições humanas, o egoísmo é a mais difícil de erradicar-se (...). O egoísmo se enfraquecerá à proporção que a vida moral for predominando sobre a vida material e, sobretudo, com a compreensão, que o Espiritismo vos faculta, do vosso estado futuro, real e não desfigurado por ficções alegóricas." (...).

No longo e elucidativo comentário sobre essa questão, Kardec afirma ser necessário combater o egoísmo na sua raiz "pela educação, não por essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas pela que tende a fazer homens de bem. A educação, convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral".

Sobre a educação à luz do Espiritismo, Ney Lobo5 enfatiza: "A Ética Espírita é a argamassa que cimenta a Filosofia com a Educação Espírita, arti­culando-as funcionalmente num enlace perfeito e doutrinário: a Filosofia for­nece a Ética para a Educação realizá-la."

3. Comportamento ético-espírita

A Ética Espírita, aliando a fé à razão - e pelo seu caráter educativo -, leva o homem, à mudança positiva de comportamento. Daí a exortação do Codificador6 "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. "

Retomando o citado capítulo sobre a Perfeição Moral, encontramos o modelo de comportamento ético-espírita na questão 918, em que Kardec, no seu comentário, apresenta os caracteres do homem de bem e declara: "Verdadeiramente, homem de bem, é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade na sua maior pureza." Ele desdobra esse tema no capítulo XVII de O Evangelho segundo o Espiritismo, descreve a conduta do homem de bem, e conclui - referindo-se aos bons espíritas - que o Espiritismo leva aos resultados por ele obtidos que "caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro ". (Grifamos.)

***

A Ética Espírita foi enriquecida, no século XX, com o apostolado mediúnico de Francisco Cândido Xavier, através do qual a Espiritualidade Superior canalizou para o homem contemporâneo valiosas diretrizes de ordem comportamental, sob a visão evangélico-­doutrinária da Terceira Revelação. Destacamos desse tesouro as mensagens de Emmanuel que compõem a série (editada pela FEB) Caminho, verdade e Vida, Pão Nosso, Vinha de Luz e Fonte Viva, assim como as de André Luiz, cujo livro Conduta Espírita é um repositório de orientações a quantos queiram ter um comportamento ético­-cristão. Esta contribuição do Mundo Espiritual é acrescida pelas obras de Joanna de Ângelis sobre o homem integral e a psicologia profunda, psicografadas por Divaldo Pereira Franco.

O comportamento ético-espírita não pode limitar-se aos momentos em que estamos na Casa Espírita ou no atendimento às carências do próximo. Ele deve constituir o nosso modo de ser e de agir em todas as circunstâncias da vida.

Ao espírita compete manter uma conduta ética no cotidiano, em todas as relações que estabelece com o seu semelhante e a sociedade, ainda que em detrimento de seu interesse pessoal. Cabe-lhe viver e exemplificar a conduta ética no lar, na vida profissional, nos negócios, na política, na administração pública, bem como nas outras situações apresentadas pelo Espírito André Luiz7, consultando sempre a sua consciência, onde está escrita a lei de Deus.

sábado, 24 de julho de 2010

Alguém Contigo



Nunca estarás a sós.
Ante a névoa das lágrimas, quando a incompreensão de outrem te agite os
sentimentos, lembra-te de alguém que sempre te oferece entendimento e
conforto.
Ante a deserção de pessoas queridas, quando mais necessitavas de presença e
segurança, pensa nesse benfeitor oculto que jamais te abandona.
Ante as ameaças do desânimo, nos obstáculos para a concretização de tuas
esperanças mais belas, considera o amparo desse amigo certo que, em tempo
algum, te recusa bom ânimo.
Ante a queda iminente na irritação, capaz de induzir-te à delinqüência,
refugia-te no clima desse doador de serenidade que te guarda o coração nas
bênçãos da paz.
Ante as sugestões do desequilíbrio emotivo, suscetíveis de te impulsionarem
a esquecer encargos que assumiste, reflete no mentor abnegado que jamais te
nega defesa, para que usufruas a tranqüilidade de consciência.
Ante prejuízos, muitas vezes causados por amigos aos quais empenhaste
generosidade e confiança, medita nesse protetor magnânimo que nunca te
desampara e que promove, em teu favor, sempre que necessário, os recursos
preciosos à recuperação de que careças.
Ante acusações daqueles que se te fazem adversários gratuitos,
amargurando-te os dias, eleva-te em pensamento ao instrutor infatigável que
sempre te convida à tolerância e ao perdão.
Ante as crises da existência que te surgiram revolta e desespero, recorda o
mestre da paciência que te resguarda constantemente na certeza de que não há
problemas sem solução para quem trabalha e serve para o bem sem perder a
esperança.
Ante os desgostos e contratempos que te sejam impostos pelos entes amados,
não te emaranhes no cipoal das afeições possessivas, refletindo no
companheiro que te ama desinteressadamente muito antes que te decidisses a
conhecê-lo.
E quando perguntares quem será esse alguém que nunca te desampara e que te
garante a vida, em nome de Deus, deixa que os teus ouvidos se recolham aos
recessos da própria alma e escutarás o coração a dizer-te na intimidade da
consciência que esse alguém é Jesus.

(De: Algo Mais - Chico Xavier/Emmanuel)

Cristo Em Casa



Contrapondo-se à onda crescente da loucura que irrompe avassaladora de tõda parte, e domina, penetrando os lares e os destroçando, o Evangelho de Jesus, hoje como no passado, abre larga faixa para a esperança, facultando a visão de um futuro promissor onde os desassossegos do coração não terão ensejo de medrar.
A par da lascívia e do moderno comércio do erotismo, que consomem as mais elevadas aspirações humanas na Indústria da devassidão, as sementes luminosas da Boa Nova, plantadas na intimidade do conjunto familiar, desdobram-se em embriões de amor que enriquecem os espíritos de paz, recuperando os homens portadores das enfermidades espirituais de longo curso e medicando-os com as dádivas da saúde.
Enquanto campeia a caça desassisada aos estupefacientes e barbitúricos a os narcóticos e aos excessos do sexo em desalinho, a mensagem do Reino de Deus cada semana, na família, representa placebo valioso que consegue recompor das distonias psíquicas aquêles que jazem anestesiados sob o jugo de forças ultrizes e vingadoras de existências pretéritas.
Há mais enfermos no mundo do que se supõe que existam. Isto porque, no reduto familiar raramente fecundam a conversação edificante, o entendimento fraterno, a tolerância geral, o amor desinteressado... Vinculados por compromissos vigorosos para a própria evolução, os espíritos reencarnam-se no mesmo grupo cromossomático, endividados entre si, para o necessário reajustamento, trazendo nos refolhos da memória espiritual as recordações traumáticas e as lembranças nefastas, deixando-se arrastar, invariàvelmente, a complexos processos de obsessão recíproca, graças ao ódio mantido, às animosidades conservadas e nutridas com as altas contribuições da rebeldia e da violência.
Em razão disso, o desrespeito grassa, a revolta se instala, a indiferença insiste e a aversão assoma...
A família, em tais circunstâncias, se transforma em palco de tragédias sucessivas, quando não se faz aduana de traições e desídias...
Estimulando os desajustes que se encontram inatos nos grupos da consangüinidade, a hodierna técnica da comunicação malsã tem conspirado poderosamente contra a paz do lar e a felicidade dos homens.

* * *

Cristo, porém, quando se adentra pelo portal do lar, modifica a paisagem espiritual do recinto.
As cargas de vibrações deletérias, os miasmas da intolerância, os tóxicos nauseantes da ira, as palavras azedas vão rareando, ao suave-doce contágio do Seu amor e se modificam as expressões da desarmonia e do desconfôrto, produzindo natural condição de entendimento, de alegria, de refazimento.
Cristo no lar significa comunhão da esperança com o amor.
A Sua presença produz sinais evidentes de paz, e aquêles que antes experimentavam repulsa pelo ajuntamento doméstico descobrem sintomas de identificação, necessidade de auxílio mútuo.
Com Jesus em casa acendem-se as claridades para o futuro, a iluminar as sombras que campeiam desde agora.

* * *

Abre o “livro da vida” e medita nos “ditos do Senhor» pelo menos uma vez na semana, entre aquêles que vivem contigo em conúbio familiar. Mergulha a mente nas suas lições, embriaga o espírito na esperança, sorve a água lustral da “fonte viva” generosa e abundante, esquece os painéis tumultuados que são habituais e marcha na direção da alegria.
Se não consegues a companhia dos que te repartem a consangüinidade para tal ministério, não desfaleças. Faze-o, assim mesmo.
Se assomam óbices inesperados não descoroçoes, insistindo, ainda assim.
Se surprêsas infelizes conspiram à hora do teu encontro semanal com Ele, não desesperes e retoma as tentativas, perseverando...
Quando Cristo penetra a alma do discípulo, refá-la, quando visita a família em prece, sustenta-a.
Faze do teu lar um santuário onde se possa aspirar o aroma da felicidade e fruir o néctar da paz.

* * *

Sob o dossel das estrêlas, no passado, o Senhor, enquanto conosco, instaurou nos lares humildes dos discípulos o convívio da prece, da palestra edificante, inaugurando a era da convivência pacífica, da discussão produtiva, do intercâmbio com o Mundo Excelso...
Abrindo-lhe o lar uma vez que seja, em cada sete dias, experimentarás com Ele a inexcedível ventura de aprender a amar para bem servir e crescer para a liberdade que nos alçará além e acima das próprias limitações, integrando-nos na família universal em nome do Amor de Nosso Pai.

Joanna de Ângelis - Florações Evangélicas

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Jesus Mandou Alguém



O culto do Evangelho no lar havia terminado às sete da noite, e João Pires, com a esposa, filhos e netos, em torno da mesa, esperava o café que a família saboreava depois das orações.



Ana Maria, pequena de sete anos, reclamou:



- Vovô, não sei porque Jesus não vem. Sempre vovô chama por ele nas preces: “Vem Jesus! Vem Jesus!” e Jesus nunca veio...



O avô riu-se, bondoso, e explicou:



- Filhinha, nós, os espíritas, não podemos pensar assim... O Mestre vive presente conosco em suas lições. E cada pessoa do caminho, principalmente os mais necessitados, são representantes dEle, junto de nós... Um doente é uma pessoa que o Senhor nos manda socorrer, um faminto é alguém que Ele nos recomenda servir...



D. Maria, a dona da casa, nesse momento repartia o café, e, antes que o vovô terminasse, batem à porta.



Ana Maria e Jorge Lucas, irmão mais crescido, correm para atender.



Daí a instantes, voltam, enquanto o menino grita:



- Ninguém não! É só um mendigo pedindo esmola.



- Que é isso? – exclama a senhora Pires, instintivamente – a estas horas?



Ana Maria, porém, de olhos arregalados, aproxima-se do avô e informa, encantada:



- Vovô, é um homem! Ele está pedindo em nome de Jesus. É preciso abrir a porta. Acho que Jesus ouviu a nossa conversa e mandou alguém por Ele...



A família comoveu-se.



O chefe da casa acompanhou a netinha e, depois de alguns instantes, voltaram, trazendo o desconhecido.



Era um velho, aparentando mais de oitenta anos de idade, de roupa em frangalhos e grande barba ao desalinho, apoiando-se em pobre cajado.



Ante a surpresa de todos, com ar de triunfo, a menina segurou-lhe a mão direita e perguntou:



- O senhor conhece Jesus?



Trêmulo e acanhado, o ancião respondeu:



- Como não, minha filha? Ele morreu na cruz por nós todos!



E Ana Maria para o avô:



- Eu não falei, vovô?



O grupo entendeu o ensinamento e o recém-chegado foi conduzido à poltrona. Alimentou-se. Recebeu tudo o que precisava e João Pires anotou-lhe o nome e endereço para visitá-lo no dia seguinte.



Antes da despedida, a pequena dormiu feliz, e, após abraçar o inesperado visitante, no “até amanhã”, o chefe de família, enxugando os olhos, falou, sensibilizado:



- Graças a Deus, tivemos hoje um culto mais completo.



Hilario Silva.

Psicografia de Francisco Candido Xavier.

Livro: A Vida Escreve.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Coragem


Prezados Irmãos em Cristo!

Há momentos em nossas vidas que é preciso sermos perseverantes em nossa jornada na Terra. Momentos estes que nos leva ao auge das nossas forças com
emoções e situações que nos envolve em conflito interior criadas por nós mesmos e que é necessário a busca incessante no amor do Senhor Jesus Cristo para podermos superar todos esses obstáculos, a fim de vivermos o verdadeiro sentido da vida, Evoluir, evoluir...
Para evoluir é necessário buscarmos nas palavras do Mestre dos Mestres, buscando sempre agir e cumprir com o nosso dever de pensar e propagar as divinas verdades que nos levarão a Casa dos Bem Aventurados.
Podem ter a certeza, que ao pregares e agires com o verdadeiro amor, as vicissitudes da vida, onde passamos por muitos momentos difíceis e obstáculos a nos embaraçar nos momentos cruciais e de dor, a Esperança se torna realidade assim como a flor desabrocha no amanhecer e o Sol vem iluminar os nossos caminhos, Jesus estará nos amparando, como um pai verdadeiro faz com um filho a fim de que se cumpra os preceitos de Deus Pai todo poderoso causa primária de todas as coisas.
Vamos dar as mãos, o concerto divino nos chama a Essa maravilhosa harmonia, pra saciar a nossa sede e cobrir os nossos espíritos da luz radiante do Cosmo Divino.
Ave, hoje e sempre Deus, Jesus e Caridade!

Antonio Carlos Laranjeira Miranda

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ectoplasma



Freddy Brandi

Ectoplasma Significa: - (do grego ektos – por fora e plasma – da forma modelar)

O ectoplasma é substância amorfa, vaporosa, com tendência à solidificação e tomando forma por influência de um campo organizador específico a mente dos encarnados e desencarnados. Facilmente fotografado, de cor branca-acinzentada, vai desde a névoa transparente à forma tangível. O Ectoplasma está situado entre a matéria densa e a matéria perispíritica (duplo etéreo), pode ser comparado à genuína massa protoplasmática, sendo extremamente sensível, animado de princípios criativos, que funcionam como condutores de eletricidade e magnetismo, mas que se subordinam, invariavelmente, à vontade do médium, que os exterioriza ou dos Espíritos desencarnados ou não, que sintonizam com a mente mediúnica.O ectoplasma seria substância originária no protoplasma* das usinas celulares. O Ectoplasma doado pelo médium depois da moldagem pelo processo de condensação, voltará à sua fonte por mecanismo inverso.

Resumo: - Este pequeno ensaio sobre Ectoplasmia faz referências iniciais sobre o significado do título e os pesquisadores que contribuíram na elucidação do processo. Procura mostrar o que é ectoplasma e o resultado de algumas análises realizadas. Apresenta o conceito bioquímico que pode responder pelo processo, onde o ATP, elemento bastante difundido no metabolismo celular e resultante do ciclo de Krebs, seria uma das unidades chaves na formação da substância ectoplásmica.

Na moldagem de objetos ou seres humanos, com propósitos bem definidos, terá de existir o campo de energias responsável pela congregação e orientação das moléculas do ectoplasma, traduzido num verdadeiro campo-organizador, consciente e inteligente pelo que demonstra, representando o agente Psi-Theta (Espírito) ou campo espiritual.

O ectoplasma foi analisado por vários pesquisadores dos quais destacamos as seguintes conclusões:

Dr.V. Dombrowsky (Varsóvia) - "O ectoplasma está constituído de matéria albuminóide, acompanhado de gordura e de células tipicamente orgânicas. Não foram encontrados amiláceos e açúcares".

Dr. Francês ( Munich) - "Substância constituída de inúmeras células epiteliais, leucócitos e glóbulos de gordura".

Dr. Albert Scherenk-Notzing citado por Charles Richet - "O ectoplasma está constituído por restos de tecido epitelial e gorduras".

Dr. Hernani G. Andrade - "O ectoplasma é Substância formada com recursos da natureza originando-se dos tecidos vegetais (ectofiloplasma) e de origem animal (ectozooplasma) e de origem mineral (ectomineroplasma)".

Para atingir a materialização será necessário:

A – Forças superiores e sutis da nossa esfera.

B – Ectoplasma – extraído do médium – energia da natureza terrestre material para obter a tangibilidade real.

Fluidos: -A – Forças superiores e sutis da nossa esfera.

Fluidos: – B – Recursos do médium e dos que assistem = Ectoplasma.

Fluidos: - C - Energias da natureza terrestre.

Os fluidos “A” podem ser os mais puros e os fluidos “C” os mais dóceis, mas os fluidos “B” são capazes de estragar e impedir a materialização.

Protoplasma: é a substância que constitui a parte essencial da célula animal ou vegetal e que envolve o núcleo, matéria viva e ativa.

Entretanto, para os espíritos, o ectoplasma é geralmente conhecido como um plasma de origem psíquica, que se exala principalmente do médium de efeitos físicos e um pouco dos outros. Trata-se de uma substância delicadíssima que se situa entre o perispírito e o corpo físico e, embora seja algo disforme, é dotada de forte vitalidade, servindo de alavanca para interligar os planos físico e espiritual. Historicamente, o ectoplasma tem sido identificado como algo produzido pelo ser humano, que, em determinadas condições, pode liberá-lo, produzindo vários fenômenos. O ectoplasma é de difícil manipulação, pegajoso, não se moldando facilmente. Por isso, exige treinamentos e técnicas para que os espíritos possam se utilizar deste fluido. Não é o espírito que se materializa, mas é o ectoplasma que se adere à forma do perispírito dele. A substância sofre bastante a influência da luz do dia e da luz branca, o que causa interferências no fenômeno, tornando-se ideal a utilização de uma luz com tom avermelhado. A materialização pode acontecer sob o efeito da luz branca, mas é preciso haver muito ectoplasma. Também é difícil fazer fotos desse fenômeno com flash, uma vez que há interferência da luz nesse momento. Nas materializações, não é utilizado diretamente o ectoplasma puro exalado pelo médium. É necessário combiná-lo com outros fluidos (espirituais, físicos), ou seja, utilizar nas materializações o ectoplasma elaborado. A presença de apenas uma pessoa incrédula no ambiente dificulta ou até impede a aderência do ectoplasma no perispírito do espírito.
Aqui relacionamos alguns tipos de ectoplasma.

Se o ectoplasma está relacionado com a matéria que constitui o corpo humano, ele deve existir também nos minerais, nas plantas e nos animais em geral. Em termos de complexidade, esse ectoplasma não deve ser igual ao existente nos seres humanos.
Em princípio, o ectoplasma mineral é o mais simples. Nos vegetais, que se alimentam principalmente de materiais inorgânicos, ele se apresenta de modo relativamente mais complexo, em virtude de ter sido trabalhado por eles a partir do material inicial. Já nos animais, que se alimentam de produtos minerais, vegetais e mesmo outros animais, o ectoplasma deve adquirir uma maior complexidade.

Assim, em função da espécie de vegetal ou animal, certamente haverá qualidades diferentes de ectoplasma. Essa dedução é fácil de ser feita, pois, ao que se sabe, o ectoplasma não-humano não é suficiente ou adequado para a realização de fenômenos físicos e de materialização, já que, se fosse, eles ocorreriam livremente pela manifestação de espíritos desencarnados. Haveria interferência direta destes no mundo dos encarnados, criando grande confusão. No livro Espírito, Perispírito e Alma, Hernani Guimarães Andrade propõe a existência dos seguintes tipos de ectoplasma: ectomineroplasma, originário dos materiais minerais; ectofitoplasma, extraído dos vegetais; ectozooplasma, produzido pelos animais; ectohumanoplasma, gerado pelos humanos. Mas para efeito de simplificação de terminologia, no sentido de tornar o significado mais acessível às pessoas, podemos dizer apenas ectoplasma mineral, vegetal, animal e humano.

O ectoplasma é matéria?

Podemos definir matéria como tudo que é constituído pelos elementos químicos constantes da classificação periódica, além, é claro, dos próprios elementos e das partículas subatômicas. E também aquilo que possui massa e energia, estando sujeito à ação da gravidade, tem peso e ocupa um certo volume no espaço, além de interagir fisicamente com outras porções da matéria através das reações químicas. Já o ectoplasma está sujeito à ação da gravidade e interage fisicamente com a matéria do corpo humano. Nas fotografias, vemos ele sair da boca de um médium como se fosse um pano. O fato da substância cair na direção do solo e do espírito materializado a partir dela estar junto ao chão são evidências de que este fluido está sujeito à ação gravitacional. Alguns autores que já estudaram o ectoplasma em trabalhos de materialização e de efeitos físicos verificaram a ação da gravidade através de balanças. Portanto, podemos concluir que o ectoplasma é matéria. Podemos? Este raciocínio nos conduz a uma conclusão bastante interessante, ou seja, parece haver alguma coisa que se comporta como se fosse uma matéria paralela à que a química descreve. Em outras palavras, é como se houvesse um outro conjunto de elementos químicos coexistindo com aqueles previamente conhecidos ou previstos pela química, como se fosse possível estabelecer pelo menos uma outra classificação periódica.

Apresentação e produção.

O ectoplasma é um combinado de substâncias. Quando os espíritos desencarnados podem dispor dele em bastante quantidade, utilizam-no para a produção de fenômenos mediúnicos de efeitos físicos, combinando-o com outras substâncias extraídas do reservatório oculto da natureza.
Para a visão dos desencarnados, o ectoplasma se apresenta como uma massa de gelatina pegajosa, semilíquida e branquíssima que é exalada por todos os poros do médium, mas em maior proporção pelas narinas, pela boca, pelos ouvidos, pelas pontas dos dedos e até pelo tórax.

À feição do magnetismo, ele é energia disseminada e presente em toda a natureza, a qual, pela lei evolutiva, é mais apurada no homem do que no mineral, no vegetal ou no animal.
Deduzindo-se que os espíritos encarnados, em contato com a matéria durante a encarnação, produzem o ectoplasma, podemos chegar a algumas conclusões. Se admitimos a existência desta substância nos minerais, nas plantas ou nos animais, podemos entender que um dos ingredientes que forma o ectoplasma é originário dos alimentos, enquanto outro provém do oxigênio que respiramos. Ainda há um outro ingrediente, produzido no interior das células de nosso corpo físico. O que ocorre é uma transformação desses ectoplasmas primários em ectoplasma humano. Mas onde e quando ocorre o processo metabólico das reações químicas, físicas e biológicas entre os fluidos resultantes da alimentação, da respiração e da atividade celular que geram o ectoplasma? É difícil de se afirmar com certeza onde ele se forma no ser humano. A observação indica uma grande movimentação fluídica no abdome, na altura do umbigo, o que leva alguns pesquisadores a admitir que se forma ectoplasma no aparelho digestivo, através do metabolismo dos alimentos no corpo. Outro lugar em que é comum se perceber que existe uma grande quantidade dessa movimentação é no tórax, fazendo alguns estudiosos concluírem que a produção de ectoplasma ocorre através da respiração, pelo oxigênio.

Como a ciência acadêmica admite que esse fluido se forma no interior das células, muitos entendem que o ectoplasma se forma por todo o corpo no nível celular, embora em quantidades e qualidades diferentes. O sangue pode carregá-la até os pulmões, onde se libera para ser eliminado, da mesma forma que o carbono resultante do metabolismo.
Entretanto, para os espíritos, o ectoplasma é uma substância delicada que se produz entre o perispírito e o corpo físico, interligando o plano físico com o espiritual. Isso nos permite deduzir que os fluidos resultantes da alimentação, da respiração e da atividade celular são captados por meio dos chacras gástrico e esplênico, transformando-se em ectoplasma no interior do duplo etérico. Poderíamos chamar isso de "metabolismo do ectoplasma". Mas é bom lembrar: nas materializações ou nos fenômenos de efeitos físicos, não se usa diretamente o ectoplasma humano que exala do médium. É preciso combiná-la com outros dois tipos de fluidos (espirituais e da natureza) para obtermos o ectoplasma elaborado.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Amparo e Orientação na Espiritualidade



Vitor Ronaldo Costa

A maioria dos Espíritos que reencarnam recebe a devida preparação educativa. Resta a cada um saber aproveitar a chance.


O Mundo Espiritual é muito mais rico em realizações construtivas do que se imagina. Habitualmente, as nossas preocupações se voltam para os obsessores, os espíritos perturbadores, as entidades sofridas, as zonas umbralinas e outros aspectos negativos da erraticidade, infelizmente verdadeiros, em face da precária evolução de considerável número de espíritos ainda presos aos vícios e à maldade. No entanto, os aspectos positivos da dimensão espiritual também devem ser relembrados, discutidos e divulgados. O espírito André Luiz nos legou farta e ilustrativa descrição dos acontecimentos que se processam nas colônias mais próximas da crosta, como “Nosso Lar” e “Campos da Paz”. Esse querido autor espiritual, por meio da psicografia do inesquecível Chico Xavier, costuma ressaltar em sua obra literária as inúmeras oportunidades de reabilitação concedidas aos espíritos falidos em suas experiências terrenas. As vivências experimentadas pelos desencarnados nas respectivas colônias espirituais em que se demoram, revelam-se repletas de aprendizados notáveis, o que assegura a cada individualidade, de certo modo, a chance de um melhor desempenho na próxima reencarnação. Assim, as nossas atenções se voltam para a diversidade de instituições educativas vigentes no campo astral. Cada uma delas conta com um efetivo de instrutores aptos a transferir conhecimentos enriquecedores tanto àqueles que se submetem ao processo de reabilitação para melhor entender a própria condição espiritual, quanto àqueles que se preparam para o retorno. Todos, sem exceção, em determinado momento são convidados ao esforço preparatório com vistas ao próximo mergulho na carne. As falhas e equívocos pretéritos cometidos no terreno profissional, no âmbito familiar, no trato com a coisa pública, no relacionamento com as pessoas, no campo sentimental e em outras posições típicas da condição terrena são identificados e revisados com todo o carinho e atenção. Tudo feito de modo a permitir que o espírito, uma vez reencarnado, possa reparar o pretérito culposo, não reincidir nos equívocos mais costumeiros e construir, com certa dose de esforço e dedicação, um porvir mais ditoso. Portanto, ninguém tem o direito de se queixar de não ter recebido dos bons espíritos a orientação segura e capaz de garantir uma experiência humana exitosa.

Comentemos, então, resumidamente, o papel pedagógico de alguns institutos dedicados aos espíritos atormentados pelo remorso tardio e pelo desejo de novas oportunidades reencarnatórias com vistas à própria reabilitação moral.

1 - Instituto de Psiquiatria Protetora. Está constituído por espíritos ligados à área da saúde. São psiquiatras, psicólogos e assim por diante. O Instituto se consagra à proteção e ao tratamento de seus tutelados. Presta o socorro inicial aos egressos do Umbral, aos que desencarnaram vítimas de sofrimentos aflitivos e aos que alimentaram sérios desajustes no campo mental durante o estágio terreno. É um trabalho de reajustamento do espírito enfermo. A rotina se assemelha à de uma instituição terrena dedicada ao amparo dos desajustados mentais. Em consultórios simples, mas confortáveis, os doentes abrem os seus corações; rememoram passagens significativas da última existência, retratam-se moralmente e prestam contas à própria consciência. Alguns se lastimam e vertem lágrimas de arrependimento sincero. Sentem-se envergonhados e deprimidos, porém, segundo notifica André Luiz: “A dor moral nos mede a noção de responsabilidade”. Graças ao Instituto, os enfermos espirituais, após submeterem-se à judiciosa psicoterapia regenerativa, sentem-se mais habilitados ao desempenho de tarefas gratificantes de acordo com suas tendências e aptidões.

2 - Instituto de Ciências do Espírito. Propõe fornecer elucidações a respeito dos fatos que se desenrolam na própria dimensão extrafísica, por exemplo: os mecanismos vigentes nas relações espirituais; as noções sobre os diversos graus de condensação da matéria; e “Um mais amplo exame de percepção da mente”. Os Instrutores demonstram que os recursos restritos dos sentidos comuns dos encarnados proporcionam ilusões, pois poucos imaginam que por detrás das paisagens terrenas aparentemente fixas, encontra-se a matéria interconversível em energia e luz. Aprendem que a existência planetária não passa de especial tarefa para o espírito, e que, uma vez reencarnados concentram-se na crosta com o objetivo de evoluir, valorizando cada qual os seus próprios princípios religiosos. O Instrutor de Ciências prepara os menos esclarecidos ao melhor entendimento da realidade espiritual. Cada qual deverá tirar o máximo de proveito do aprendizado na Pátria Maior, para sujeitar-se, em momento oportuno, ao retorno terreno imbuído de maior grau de esclarecimento.

3 - Instituto Magnético. Existem vários desses institutos na cidade astral de “Campos da Paz” e no âmbito do Ministério do Auxílio em “Nosso Lar”. Destinam-se à aplicação do magnetismo restaurador nos espíritos vitimados por intensos desequilíbrios da mente. São desencarnados que durante longos períodos de suas vivências terrenas se aferraram ao modo de vida inferior. Aqui se excluem os perversos, os que sentiram prazer em matar. O instituto se reserva ao atendimento dos que se perderam pelos desvãos dos prazeres ilusórios. O excesso de centralização nas experiências indignas que eles próprios escolheram, acaba por gerar uma espécie de desequilíbrio nos fulcros mentais. São espíritos vítimas dos arrastamentos de suas próprias tendências viciosas. Ao despertarem na espiritualidade, custam a reconhecer a condição de desencarnados. Lamentam o sofrimento de que são vítimas, reclamam providências terapêuticas, exigem alívio imediato, mas se esquecem de mobilizar qualquer esforço no sentido da auto-iluminação. A maioria em estado de alucinação ou delírio, aos poucos, se beneficia da terapêutica magnética, além de receber auxílio variado e esclarecimento oportuno.

4 - Instituto de Administradores. De ordinário, as criaturas nos embates terrenos se apegam com sofreguidão aos cargos de destaque social e, levadas pela vaidade enfermiça, buscam obter o prestígio entre seus pares e os aplausos dos bajuladores. Poucos se incomodam com o bem-estar dos semelhantes. Outros aspiram as posições bem remuneradas quer na política, quer na burocracia pública. Todavia, levado pela ambição desmesurada, considerável número desvia-se dos caminhos retos e se perde nos meandros da desonestidade, desperdiçando as chances de crescimento espiritual. Eis que, após a morte física, os falidos morais, os aproveitadores inconseqüentes, os que desviaram verbas, os que se locupletaram indevidamente carregam na consciência o arrependimento e a vergonha que os deprime. Então, no tempo adequado, são convidados a se matricularem em um dos institutos de administradores com a finalidade de buscarem a restauração da própria energia, discutirem as quedas morais, tudo com o objetivo de corrigir os erros cometidos na mordomia terrestre. Em conseqüência, ficamos a pensar: em face da desonestidade reinante no atual momento, imaginamos a quantidade de administradores moralmente falidos na espera da matrícula...

5 - Instituto Preparatório da Reencarnação. Destina-se a elaboração dos mapas reencarnatórios e demais procedimentos relativos àqueles que se preparam para a volta. Cada individualidade tem o seu histórico de vida registrado num desses institutos. Assim, tendo em vista a próxima reencarnação, cada órgão do corpo humano e respectiva função, cada situação conflitiva a ser enfrentada são previamente analisados e viabilizados de acordo com as necessidades educativas do aprendiz da vida. Certas deformidades físicas, doenças crônicas e restrições mentais de ordem congênita ajustam-se perfeitamente às necessidades cármicas dos espíritos reencarnantes. A confecção desses mapas fica a cargo dos “construtores espirituais”, verdadeiros especialistas em atividade reencarnatória. Encarregam-se, também, das operações de restringimento do perispírito e da redução do nível de consciência que antecede a ligação do corpo astral com a célula-ovo. Em relação ao futuro quadro de vida, tais estudos, muitas vezes, incluem a participação e a aquiescência do próprio interessado. Embora, nada escape aos ditames das Leis de Deus, a programação da existência, ao ser traçada, leva em conta o livre arbítrio e a opção pelo bem, esta última, é o grande diferencial capaz de amenizar a carga dos sofrimentos reeducativos. Os programas pré-reencarnatórios criam uma espécie de predisposição aos esquemas expiatórios, mas não um determinismo absoluto, pois tudo vai depender do esforço evolutivo de cada um. Não esqueçamos que o “amor sempre cobre uma multidão de pecados”.

6 - Instituto de Reeducação Sexual. Tem o objetivo de congregar espíritos que faliram no campo da sexualidade humana. Ali se matriculam os que passaram pelas zonas umbralinas e, durante muitos anos, purgaram, em regime de intenso sofrimento, os fluidos tóxicos concentrados no corpo espiritual. Em geral, poucos imaginam o quanto o sexo aviltado, corrompido, desviado de seus objetivos maiores, degrada o campo mental e desarticula os “centros de força” ligados à atividade reprodutiva. Pois bem. Após recuperar-se dos sofrimentos na erraticidade penumbrosa, a entidade, já em condições de um melhor entendimento, é conduzida a um desses centros de reeducação sexual e, ali, em contato com outros alunos vitimados por idênticos problemas, discutem as questões cruciais que motivaram os próprios desequilíbrios na área da sexualidade. Inúmeras disciplinas correlatas são abordadas e debatidas, de modo que, o espírito devidamente instruído, possa retornar ao orbe terreno com a finalidade de expiar os seus equívocos e reparar os prejuízos infligidos aos semelhantes, aprendendo, enfim, que as forças sexuais da alma, quando bem direcionadas, são energias construtivas, capazes de sublimar as almas em trânsito na grande universidade terrena.

7 - Instituto de Paternidade e Maternidade. Destina-se ao abrigo, ao refazimento e orientação daqueles que não souberam valorizar a missão da paternidade e, em conseqüência, viram os próprios filhos se perderem pelos caminhos dos vícios e da marginalidade social. Integrados ao grupo, dedicam-se ao estudo da questão, reavaliam os pontos em que falharam, articulam idéias que os fortaleçam na repetência e aguardam o momento do retorno com a esperança de recompor os vínculos partidos, recebendo no regaço do lar os filhos desviados de outrora, com o propósito de melhor encaminhá-los na existência. Assim, como ficou visto, outros institutos existem com a finalidade de abrigar, consolar, debater e orientar os que fracassaram nos embates da existência. A nossa preparação é articulada com carinho e o máximo de empenho por parte dos mentores amigos. Por isso, tenhamos a certeza de que lá do invisível espíritos amigos torcem pelo nosso bom desempenho aqui na condição de encarnados. Refaçamos idéias, adotemos comportamentos saudáveis, esmeremo-nos na condição de pais, de cônjuges, de trabalhadores e de cidadãos do mundo, pois, se bem nos desempenharmos, certamente, quando retornarmos à Pátria Maior, não lamentaremos nossos enganos, mas aproveitaremos o tempo na condição de alunos felizes, a articular novos projetos de realizações construtivas.

A Força do Amor



Amilcar Del Chiaro Filho


Vida com qualidade é impossível sem amor. O amor é uma energia formidável que impulsiona as galáxias, que move os mundos, que dá brilho às estrelas, que suaviza a vida, que faz a mãe acalentar o filhinho nos braços, beijá-lo ternamente, e dizer, meu filho! minha vida! Mesmo que o filho seja deficiente mental, de olhar inexpressivo, e fisionomia torturada.

É o amor que faz com que aquilo que pareça impossível, aconteça. Só amor pode dar forças ao homem para superar barreiras e vencer. Gandhi teve um profundo amor pela Índia, e no sacrifício por amor encontrou forças para libertá-la do jugo de outra nação mais poderosa. Madre Teresa de Calcutá, por força do seu amor aos miseráveis, encontrou coragem para esmolar por eles, e lhes dar alguma dignidade.

Os caminhos do mundo foram pisados pelas patas dos elefantes de Aníbal, dos cavalos das legiões romanas, das hordas bárbaras, ( dizem que onde o cavalo de Átila pisava não nascia mais grama), e pelas botas militares de muitos guerreiros, mas, somente os pés descalços ou as sandálias simples dos missionários da paz, são capazes de deixar pelo caminho poeira de estrelas.

Quantos avatares, verdadeiros missionários, cruzaram os caminhos do mundo impulsionando os homens pela força do amor, para transformar a vida?

Por isso, continuamos convidando-os a cerrarem fileiras conosco para batalharmos pela paz. É por isso, que neste início de um novo milênio precisamos acreditar em nossa capacidade, saber que podemos vencer, que podemos construir um novo destino, que podemos construir um mundo melhor, onde a paz, a harmonia, e a justiça social estejam presentes.

A Diferença Entre Crer e Ter Fé



Equipe Consciesp

“Se o espírito humano não está sintonizado com o espírito de Deus, ele não tem fé, embora talvez creia.
Esse homem pode, em teoria, aceitar que Deus existe e, apesar disso, não ter fé"


O notável professor, filósofo e humanista brasileiro, Huberto Rohden, em um de seus oportunos comentários inseridos no livro “A Mensagem Viva do Cristo”, obra que compreende a tradução feita por ele mesmo dos quatro evangelhos, diretamente do grego do primeiro século, convida-nos a refletir sobre a significativa distinção entre crer e ter fé. Para ele, a não compreensão dessa questão tem deturpado a teologia e trazido enorme prejuízo à mensagem do Cristo ao longo desses 2000 anos.

Escreve ele:

“Desde os primeiros séculos do Cristianismo, quando o texto grego do Evangelho foi traduzido para o latim, principiou a funesta identificação de crer com ter fé. A palavra grega para fé é pistis, cujo verbo é pisteuein. Infelizmente, o substantivo latino fides, o correspondente a pistis, não tem verbo e assim, os tradutores latinos se viram obrigados a recorrer a um verbo de outro radical para exprimir o grego pisteuein, ter fé. O verbo latino que substituiu o grego pisteuein é credere, que em português deu crer. Nenhuma das cinco línguas neo latinas — português, espanhol, italiano, francês, rumeno — possui verbo derivado do substantivo fides; fé; todas essas línguas são obrigadas a recorrer a um verbo derivado de credere. Ora, a palavra pistis ou fides significa originariamente harmonia, sintonia, consonância. Ter fé é estabelecer ou ter sintonia, harmonia entre o espírito humano e o espírito divino.”

Se o espírito humano não está sintonizado com o espírito de Deus, ele não tem fé, embora talvez creia

Para o ilustre filósofo, aí está um dos maiores problemas que em muito vem prejudicando a teologia e, para explicar a diferença de significado entre uma coisa e outra, estabelece ele o seguinte paralelo ilustrativo: “Um receptor de rádio só recebe a onde eletrônica emitida pela estação emissora, quando o receptor está sintonizado ou afinado perfeitamente com a freqüência da emissora. Se a emissora, por exemplo, emite uma onda de freqüência 100, o meu receptor só reage a essa onda e recebe-a quando está sintonizado com a freqüência 100. Só neste caso, o meu receptor tem fé, fidelidade, harmonia; fideliza com a emissora”.

Dentro desse contexto, “se o espírito humano não está sintonizado com o espírito de Deus, ele não tem fé, embora talvez creia. Esse homem pode, em teoria, aceitar que Deus existe e, apesar disso, não ter fé. Ter fé é estar em sintonia com Deus, tanto pela consciência como também pela vivência, ao passo que um homem sem sintonia com Deus pela consciência e pela vivência, pela mística e pela ética, pode crer vagamente em Deus. Crer é um ato de boa vontade; ter fé é uma atitude de consciência e de vivência”, argumenta o professor Rohden.

Salvação não é outra coisa senão a harmonia da consciência e da vivência com Deus

Para ele, a conhecida frase “quem crer será salvo, quem não crer será condenado”, é absurda e blasfema no sentido em que ela é geralmente usada pelos teólogos. No entanto, “se lhe dermos o sentido verdadeiro ‘quem tiver fé será salvo’ ela está certa, porque salvação não é outra coisa senão a harmonia da consciência e da vivência com Deus”.

Em sua opinião, de sincero buscador, erudito e filósofo espiritualista “a substituição de ter fé por crer há quase 2000 anos, está desgraçando a teologia, deturpando profundamente a mensagem do Cristo”.


Consciência Espírita

A Casa do Perdão



Fernando A. Moreira


"...mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai Celestial também não vos perdoará os pecados." (S. Mateus, cap. XVIII, vv. 15, 21 e 22.)



Inúmeras vezes, Jesus nas suas parábolas fez referência ao perdão, para que ficasse bem nítida a sua importância no nosso relacionamento com o nosso próximo e pudéssemos dimensionar a bondade, a misericórdia e a justiça divina, que irão balizar o caminho de nossa evolução.



"(...) – Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: ‘Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim ? Até sete vezes ?’ Respondeu-lhe Jesus: ‘Não vos digo que perdoareis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes." (S. Mateus, cap. XVIII, vv. 15, 21, 22.)



Jesus deixa bem claro que não há limite para o perdão, que não pode ser contado, porque sendo ele o esquecimento da ofensa, como é apagado, nada sobra para se contar. Perdoar até setenta vezes sete vezes eqüivale a dizer que temos que perdoar sempre, sendo o perdão, pois, incondicional; é o perdão do coração. Mas, às vezes concedemos somente o perdão dos lábios, o falso perdão:


"Eu o perdôo, mas não esquecerei jamais o que me fez."


Mais além afirmamos: "- Entrego à Deus e à sua justiça", quando na realidade, estamos desejando a sua condenação; não temos nenhuma procuração divina para assim nos referirmos, mesmo porque, desde que Deus nos criou, já a Ele estamos entregues.


Freqüentemente também dizemos ou ouvimos dizer:


"- Se ele vier se desculpar, eu o perdôo."


Esta é uma atitude orgulhosa, estática e condicional, se contrapondo aos ensinamentos de Jesus, que nos mostrou de quem deve ser a iniciativa e em que momento deve-se perdoar nestas três passagens evangélicas:


" Se contra vos pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos atender tereis ganho o vosso irmão." (Mateus; XVIII, 15)


"Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metido em prisão. – Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não tiveres pago o último ceitil." ( Mateus: V, 25 e 26)


"Se, portanto, quando depor vossa oferenda, vos lembrardes que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vos, deixai a vossa dádiva junto do altar e ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão; depois então voltai a oferecê-la." (Mateus, cap. V, vv. 23, 24)


Fica bastante evidente que a iniciativa da reconciliação deve ser nossa, quer sejamos os ofendidos ou os ofensores, isto é , sempre. Igualmente depreende-se que a atitude é extremamente dinâmica, urgente; temos que ir de encontro ao nosso irmão e isto, não deve ser deixado para amanhã, para a outra reencarnação; é para hoje, enquanto ele está no nosso caminho.


Quando nós não perdoamos, sintonizamos com o adversário. A ele, nos vinculamos agora pelo ressentimento, mágoa, raiva, ódio, despertando o desejo de vingança, para encontra-lo mais além como obsessor, podendo, às vezes, chegar até ao grau de subjugação ou possessão. Nos estabecemos no círculo do endividamento (FIG. 1-A), perante ao inimigo e a nós mesmos e, em última análise, perante à lei divina.


Círculo do Endividamento


No entanto, ao termos misericórdia e agirmos com amor, nós perdoamos e nos libertamos para a nosso progresso espiritual (FIG. 1-B), cumprimos a lei, estamos com ela, porque " (...) quem assim procede, põe de seu lado o bom direito e Deus não consente que, aquele que perdoou, sofra qualquer vingança." (1)

"Perdoar os inimigos é pedir perdão para si próprio; perdoar os amigos é dar uma prova de amizade.; perdoar as ofensas é mostrar-se melhor do que era.(...)" (1)


Jesus assim se pronunciou a respeito dos nossos desafetos:


"Amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos têm ódio e orai pelos que vos perseguem e caluniam, para serdes filhos do vosso Pai ". (Mateus, 5: 43-47)


Amar os inimigos é dar a outra face, isto é, ante à face do mal, mostrar a face do bem.


"Feliz, pois, daquele que pode todas as noites adormecer dizendo: Nada tenho contra o meu próximo." (1). Quem assim procede, pode orar, falar com Deus: "Perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos aos que nos hão ofendido." (Mateus,6:9-13)


Às vezes, o que nos leva a não administrarmos o perdão é o sentimento de que o outro é que está errado, porque os faróis dos outros automóveis sempre nos parecem mais ofuscantes do que os nossos; é o egoísmo e o orgulho que fazem o homem dissimular seus defeitos. Julgamos os outros com a nossa justiça falha e deformada, olvidando os ensinamentos evangélicos.


"Não julgueis para não seres julgados; - porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros; empregar-se-á convosco a mesma medida de que vos tenhais servido para com os outros." (Mateus, cap. VII, vv. 1,2.)


De igual teor é a "Parábola da mulher adúltera" ( João, cap. VIII, vv. 3 a 11)


"Aquele dentre vos que estiver sem pecado, atire a primeira pedra."


Noutra ocasião, na "Parábola do credor incompassivo", Jesus compara o Reino dos Céus a um rei, que resolveu ajustar contas com um servo que lhe devia dez mil talentos; como este, não lhe pudesse pagar, ordenou que fossem vendidos, ele, sua mulher, seus filhos e seus bens. Após dramáticos apelos, o rei compadeceu-se dele e perdoou suas dívidas. Ele, porém, ao libertar-se, encontrou-se com um companheiro que lhe devia cem denários, quantia infinitamente inferior. Como também, este não teria como lhe pagar, fez-lhe idênticos e dramáticos apelos mas ele, ao contrário, não o atendeu, deixando-o preso. Ao saber disso, o rei se indignou, entregando seu devedor aos verdugos até que ele lhe pagasse tudo o que devia, indagando: - Tu não devias ter tido compaixão do teu companheiro como eu tive de ti ?


Completa então, Jesus:


"Assim também meu Pai Celestial vos fará, se cada um de vos do íntimo do coração não perdoar a seu irmão." (Mateus, XVIII 21- 35)


Portanto, não perdoar as ofensas é uma das formas de ir contra a lei e assim fazer recair sobre si a justiça divina; é ingressar no terreno da ofensa à lei (FIG. 2) e "daí não sairá enquanto não tiver pago o último ceitil."


Casa do Perdão


Só será possível retirar-se deste terreno, fazendo esse ressarcimento entrando-se na CASA DO PERDÃO, e escolhendo-se entre duas opções; primeira, o caminho do arrependimento, que é o prelúdio, a ante-sala do perdão. É o primeiro passo, mas não o único, porque a "graça", com que acenam outras doutrinas em que basta arrepender-se para daí sair não faz parte da justiça divina que não anistia, mas anula, após a quitação da dívida. Essa anistia, essa "graça", "de graça", seria uma injustiça para o ofensor, uma desgraça, um perdão sem reforma, pois assim lhe roubaria a oportunidade de se educar e evoluir, e para o ofendido, que também não poderia se ressarcir das perdas sofridas. O segundo cômodo desta opção é a reforma íntima. "A persistência do indivíduo no descobrimento dos próprios defeitos ampliará consideravelmente o âmbito de possibilidade de êxito. Somente quem sabe os males que possui, pode cura-los."(2) A reforma íntima "deixa de ser algo constrangedor ou como exigência de conquista do dia para a noite, para ser entendida como algo que conquistaremos gradativamente, através do esforço pessoal que a Doutrina vai aos poucos interiorizando nos corações." (3)


Admitindo sua culpa e arrependendo-se, promovendo-se a conscientização do erro, a avaliação da dívida, impõe-se a passagem ao terceiro cômodo, a reparação, que é um ato de amor, uma doação nesta encarnação ou uma prova noutra existência.


"Quem perdoa ( de coração ), ama, e quem ama, não se endivida, não contrai débitos, prevenindo-se de períodos expiatórios (...). Harmoniza-se com as leis do Criador." (4)


"Quem não repara pelo amor", permanecendo na inércia e no endurecimento, recai na segunda opção da CASA DO PERDÃO (FIG 2,B), "resgata pela dor, e resgates são expiações." (4) Este cômodo é o mais sombrio e dorido da CASA DO PERDÃO, representando o caminho mais difícil para se deixa-la , mas por qualquer das duas opções alcançamos a saída da CASA DO PERDÃO, o perdão divino e a nossa evolução.


A CASA DO PERDÃO é a construção do nosso Pai Eterno, bálsamo da sua justiça e que infinitamente sábio, bom e misericordioso, não iria exigir de nós que perdoássemos sempre, se Ele também assim não procedesse.(5) Portanto, como nos ensina a Doutrina Espírita, calcada no Evangelho de Jesus, nós nunca seremos deserdados, porque o Criador, nosso Pai amoroso, não nos condena à penas eternas, nos perdoando sempre, mas, como bom educador, nos remete a um novo ensino, dando-nos uma nova oportunidade, um novo renascimento na carne, para que alcancemos fatalmente nossa meta, a perfeição.


Isto fica bem evidente na parábola do "Filho pródigo e do irmão egoísta".(6)


Um homem tinha dois filhos e o mais moço requisitou sua herança e atendido, partiu para um país longínquo, onde dissipou toda a fortuna, vivendo dissolutamente. Em conseqüência disso, tornou-se pobre, passando fome e vivendo entre os porcos.

Arrependido, resolve voltar a seu pai e lhe diz: - Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado seu filho.

O pai, no entretanto, teve compaixão dele e correndo o abraçou e o beijou. Mandou que seus servos o vestissem com a melhor roupa, lhe colocassem sandálias nos pés e anel no dedo e matassem um novilho, promovendo uma festa com música e dança.

O filho egoísta indignou-se com o tratamento dado a seu irmão, pela bondade e misericórdia do pai, mas este retrucou: - Filho, tu sempre estais comigo e tudo o que tenho é teu, entretanto cumpre regozijarmo-nos e alegrarmo-nos, porque este teu irmão, era morto e reviveu, estava perdido e se achou. (Lucas 15:11-32)



Vamos, enquanto nos encontramos a caminho, amar ao próximo como a nos mesmos, perdoando nossos inimigos, nos perdoando e promovendo a nossa reforma íntima, único roteiro para conquistarmos, ressarcidos nossos débitos, o perdão divino e alcançarmos a nossa evolução.


Para isso peçamos a inspiração do nosso Mestre amado, que na cruz, na intercorrência de seus algozes, pediu ao Pai:


"- Perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem."

Ação e Reação



Sérgio Biagi Gregório

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é mostrar que o acaso não existe e que um futuro promissor depende das boas ações praticadas no presente.

2. CONCEITO

Ação – ato o efeito de agir. Manifestação de uma força, de uma energia, de um agente.

Em termos espirituais, A ação inteligente do homem é um contrapeso que Deus dispôs para estabelecer o equilíbrio entre as forças da Natureza e é ainda isso o que o distingue dos animais, porque ele obra com conhecimento de causa. (Equipe da FEB, 1995)

Reação - Ato ou efeito de reagir. Resposta a uma ação qualquer. Comportamento de alguém em face de ameaça, agressão, provocação etc.

Em termos espirituais, a reação é a conseqüência que a ação humana acarreta ao ser defrontada com a Lei Natural.

3. ASPECTOS GERAIS

Deus, que é inteligência suprema e causa primária de todas as coisas, estabeleceu leis, chamadas de naturais ou divinas. Elas englobam todas as ações do homem: para consigo mesmo, para com o próximo e para com o meio ambiente.

Numa fase mais rudimentar, funciona o determinismo divino; com o desenvolvimento do ser, Deus faculta-lhe o livre-arbítrio, a fim de que sinta responsabilidade pelos atos praticados.

Assim, o homem tem uma lei, uma diretriz, um modelo colocado por Deus na sua consciência, no sentido de nortear-lhe os seus atos.

A reação nada mais é do que uma resposta da natureza às nossas ações. Reações estas baseadas na lei natural.

O raciocínio poderia ser expresso assim: há uma ação que provoca uma reação; a ação da reação provoca uma nova reação; a ação da reação da reação provoca outra ação. A isso poderíamos denominar de cadeias de ação e reação.

A filosofia hindu chama essa cadeia de Carma, ou seja, o somatório do mérito e do demérito de todas as ações praticadas pelo indivíduo.

A finalidade dessa cadeia de ação e reação é a perfeição do Espírito.

4. AÇÃO

4.1. PRINCÍPIO DA AÇÃO

Os movimentos que executamos em nosso dia-a-dia caracterizam as nossas ações. Fazer ou deixar de fazer, escrever ou não escrever, obedecer ou mandar são atitudes corriqueiras em nossa ocupação diária. Ocupar-se provém de um preocupar-se. À preocupação com uma ação futura, denominamos princípio da ação.

Um exemplo tornará claro esse pensamento. Barbear-se é uma ação que a maioria dos homens pratica. O barbear-se está ligado a um princípio que o indivíduo forjou para si, ou seja, ele tomou uma decisão de apresentar-se barbeado. Ele deseja estar barbeado e não barbudo, como também poderia escolher ficar com barba. Nesse caso, eliminaria a ação de barbear-se, mas deveria aparar as barbas uma vez por semana.

Assistir a ou proferir uma palestra é uma ação. O princípio subjacente a este encontro está calcado tanto na conduta do expositor quanto na do ouvinte. O primeiro tem o dever de preparar o assunto; o segundo, o preparo mental e espiritual para ouvir.

4.2. OS MEIOS E OS FINS DE UMA AÇÃO

Estamos sempre confundindo os meios com os fins. Poder-se-ia perguntar: qual o fim de uma palestra? Qual o fim de uma religião? Qual o fim de um sindicato? As respostas poderiam ser: o fim de uma palestra espírita é difundir a verdade; o fim da religião é salvar os seus adeptos; o fim de um sindicato é defender os interesses de seus associados. Pode-se, contudo, confundir os meios com os fins: o expositor pode querer fazer prosélitos à custa da verdade; o Pastor, o Padre ou o mesmo o Espírita embora clamem pela salvação do adepto, acabam proibindo a salvação do mesmo em outra Igreja que não seja a sua; O presidente do sindicato pode promover greves, não para defender os interesses dos seus associados, mas para a sua ascensão política.

4.3. AUTONOMIA DE UMA AÇÃO

Temos, por várias razões, dificuldade de agir livremente. 1) A ignorância. Como escolher quando não se conhece? 2) Desenvolvimento determinístico imposta pelo princípio de causalidade. 3) Escassez de recursos naturais. São os terremotos, tempestades, acidentes etc.

O que permanece livre dessas amarras constitui o livre-arbítrio.

Há uma lenda japonesa que retrata a autonomia da ação.

Kussunoki Massashige, famoso guerreiro do antigo Japão, celebérrimo pela sua inteligência e pelos seus lances geniais de estratégia, vivia desde sua infância no meio dos guerreiros.

Uma vez, no castelo de seu pai, observava os guerreiros que, reunidos ao redor de um enorme sino, apostavam quem deles conseguiria pô-lo em movimento. Contudo, nenhum deles, mesmo o mais hercúleo conseguiu mover milímetro do sino. O menino assistia a tudo isso com muito interesse. De repente, apresenta-se para mover o sino, desde que tomasse o tempo necessário para tal mister. Ele cola o seu corpo ao sino e começa a fazer esforço para balançar o sino. Depois de várias tentativas o sino começou a mover-se; primeiro lentamente; depois com mais força, formando uma simbiose entre o sino e o peso do garoto.

Qual a lição moral deste conto? É que devemos nos amoldar à situação e não o contrário. Observe a chegada de novos companheiros a um Centro Espírita: quantos, numa primeira reunião, não querem mudar tudo. Qual o resultado? Não conseguirão nada, porque não absorveram as atitudes e os comportamentos das pessoas envolvidas com a situação.

5. REAÇÃO

5.1. REAÇÃO NÃO É SÓ SOFRIMENTO

Geralmente, a palavra reação vem impregnada de dor e de sofrimento: é como o pecador ardendo no fogo do inferno. No meio espírita, toma-se como sinônimo de carma, que implica em sofrer e resgatar as dívidas do passado. A reação, por seu turno, nada mais é do que uma resposta – boa ou má –, em razão de nossas ações. A reação é simplesmente uma resposta, nada mais. Suponha que estejamos praticando boas ações. Por que aguardar o sofrimento? Não seria melhor confiar na Vontade de Deus, na execução de sua justiça, que nos quer trazer a felicidade?

5.2. LEI DE DEUS

Qual o móvel que determina uma reação? É a Lei de Deus. Se a prática de uma ação não for concernente com a Lei de Deus, ou seja, se ela não expressar o bem ao próximo, ela não foi praticada em função da vontade de Deus. Qual será a reação com relação à Lei? Dor e sofrimento.

Qual deve ser a nossa atitude para com a dor? Quem gosta de sofrer? Acontece que sem ela não conseguiremos nos amoldar eficazmente à Lei de Deus. Se, por outro lado, interpretássemos a dor e o sofrimento como um ganho, um aprendizado das coisas úteis da vida, quem sabe não viveríamos melhores.

5.3. A INEXORABILIDADE DA LEI

A Lei de Deus é justa e sábia. É por isso que dizemos que o acaso não existe. Isso quer dizer que tudo o que se nos acontece deveria nos acontecer. Nesse sentido, Deus não perdoa e nem premia. Faz, simplesmente, cumprir a sua Lei.

Como é que deveríamos agir com relação ao sofrimento? Verificar onde erramos. Caso tenhamos cometido algum crime, algum deslize, deveríamos nos arrepender. Basta apenas o arrependimento? Não. É preciso sofrer de forma educada. Ainda mais: temos que reparar o mal que fizemos. Deus se vale das pessoas, mas o nosso problema é com relação a radicalidade de sua Lei. E não adianta adiar porque, mais cedo ou mais tarde, a nossa consciência nos indicará o erro e teremos que refazer o mal praticado.

6. A PASSAGEM DO TEMPO ENTRE A AÇÃO E A REAÇÃO

6.1. ANTECEDENTES E CONSEQÜENTES

A causa passada gera uma dor no presente; a causa presente provoca um sofrimento futuro. Um fato social é um evento quantitativo: aconteceu em tal dia, em tal local e em tal hora. A passagem do tempo transforma o fato quantitativo em fato qualitativo. Como se explica? Observe a água: ela é formada da junção de 2 elementos de hidrogênio com 1 de oxigênio. A água, embora contenha dois elementos de hidrogênio e um de oxigênio, é qualitativamente diferente do hidrogênio e do oxigênio.

6.2. O TEMPO MODIFICA QUALITATIVAMENTE A CAUSA

Transportemos o exemplo da água para o campo moral. Suponha que há 300 anos houve um assassinato entre duas pessoas que se odiavam. Como conseqüência, criou-se um processo obsessivo entre os dois. O fato real e quantitativo: um assassinato, que produziu um agravo à Lei de Deus e que deverá ser reparado. Os 300 anos transcorridos modificaram tanto aquele que cometeu o crime quanto aquele que o sofreu. E se a vítima já perdoou o seu assassino? E se o assassino vem, ao longo desse tempo, praticando atos caridosos? Será justo aplicar a lei do olho por olho e dente por dente? Aquele que matou deverá ser assassinado? O que acontece? Embora o assassino tenha que reparar o seu erro, pois ninguém fica imune diante da lei, a pena pode ser abrandada, em virtude de seus atos benevolentes.

6.3. PERDA DO DEDO E NÃO DO BRAÇO

Esta história foi retratada pelo Espírito Hilário Silva, no capítulo 20 do livro A Vida Escreve, psicografada por F. C. Xavier e Waldo Vieira, no qual descreve o fato de Saturnino Pereira que, ao perder o dedo junto à máquina de que era condutor, se fizera centro das atenções: como Saturnino, sendo espírita e benévolo para com todas as pessoas, pode perder o dedo? Parecia um fato que ia de encontro com a justiça divina. Contudo, à noite, em reunião íntima no Centro Espírita que freqüentava, o orientador espiritual revelou-lhe que numa encarnação passada havia triturado o braço do seu escravo num engenho rústico. O orientador espiritual assim lhe falou: “Por muito tempo, no Plano Espiritual, você andou perturbado, contemplando mentalmente o caldo de cana enrubescido pelo sangue da vítima, cujos gritos lhe ecoavam no coração. Por muito tempo, por muito tempo... E você implorou existência humilde em que viesse a perder no trabalho o braço mais útil. Mas, você, Saturnino, desde a primeira mocidade, ao conhecer a Doutrina Espírita, tem os pés no caminho do bem aos outros. Você tem trabalhado, esmerando-se no dever... Regozije-se, meu amigo! Você está pagando, em amor, seu empenho à justiça...”

7. CONCLUSÃO

A prática da caridade tem valor científico, ou seja, ajuda-nos a reparar os danos que causamos à Lei Divina. Assim, se soubermos viver sóbrios e sem muitos agravos à Lei, certamente faremos uma passagem tranqüila ao outro plano de vida.