terça-feira, 29 de março de 2011

Na Prática da Solidariedade

Uma contribuição da Ir. Hildete Brito

Corria o ano de 1928, Francisco Cândido Xavier estava na reunião do Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, quando algumas pessoas chegaram pedindo socorro para um mendigo cego que, sendo guiado por um companheiro embriagado, caira de um viaduto, de uma altura de quatro metros.
O cego sem ninguém, pois o guia tinha sumido, vertia sangue pela boca.
Chico atendeu imediatamente e, mesmo sendo muito pobre, alugou pequeno pardieiro, a fim de abrigar o doente, que foi atendido, gratuitamente, por caridoso médico.
Trabalhando no comércio, o médium ficava junto ao mendigo à noite, porém o enferemo precisava ser assistido durante o dia. Chico Xavier providenciou a publicação de um apelo em pequeno jornal da cidade, de circulação semanal, rogando a presença de alguém que pudesse atender ao cego Cecílio, durante o dia. Poderioa ser espírita, católico, ateu, não importava.
Decorridos seis dias e nada. Nenhum voluntário se apresentou.
Entretanto, no final da semana, duas meretrizes, muito conhecidas na cidade, se apresentaram, dizendo àquele jovem espírita:
- Chico, lemos o pedido e aqui estamos. Se pudermos servir...
- Ah! Como não? Entrem, irmãs! Jesus há de abençoar-lhes a caridade.
Todas as noites, antes de sair, elas oravam com o Chico, perto do enfermo.
Um mês depois o velhinho estava restabelecido e feliz. Reuniram-se, pela última vez, em prece de agradecimento a Jesus. Quando Chico Xavier terminou a oração, os quatro choravam.
- Chico - disse uma das mulheres - a prece modificou a nossa vida. Estamos a despedir-nos. Mudamo-nos para Belo Horizonte, a fim de trabalhar.
Uma foi servir numa tinturaria; a outra conquistou o título de enfermeira.

Somos Os Culpados

Prezados Irmãos(ãs)!

Que a Divina Paz do Pai celestial esteja hoje e sempre nos nossos corações!

Hoje venho falar da inconsequência do homem perante o mundo que vivemos.
Temos falado em terremotos, Tsunami, tragédias em Geral. Acontece que muitos dizem ser castigo de Deus, outros dizem que é o final do mundo. Mas se pararmos para
persarmos vamos reconhecer a nossa responsabilidade perante todo o ocorrido em nossa querida Terra.
Acontece que nosso planeta está em fase de transição, e nossos pensamentos deletérios, vem causando uma carga muito grande de energias negativas que precisam ser retiradas para que dê espaço para energias positivas que vão trabalhar no processo evolutivo do nosso estágio.
A retirada dessas energias negativas causas sérios danos geológicos a diversas localidades, onde há desencarnação em massa, fezendo parte do programa de renovação energética.
Tudo isso poderia ser evitado pelo homem, se não fossem egoistas perante seus irmãos, nos preocupamos com os bens materiais e esquecemnos os bens espirituais.
Não há mágica, existe uma lei de ação e reação e energia negativa em massa, isso vai se converter em processos dolorosos para nosso planeta, onde deverá ser banida, para novas energias que ajudarão nos processos de mudança do mundo de provas e expiação para um mundo de regeneração.
Queridos irmãos amados! os tempos são chegados, temos que abrir os olhos para enxergar a realidade que nos apresenta, onde nesse planeta não haverá mais lugar para as pessoas que insistem em praticar o mal. Essas mesmas pessoas serão enviadas a planetas primitivos onde ajudarão a desenvolver na condição de muito sofrimento
a civilização primária do novo planeta que se aproxima da terra onde sua gravidade é de uma força extraórdinária, sugando os espíritos desencarnados endurecidos.
Vamos praticar com amor, o amor incondicional que o O mestre dos mestres,Jesus nos ensinou, não há outro caminho, nem existe pistolão que vá intermediar seus erros, pois a justiça de Deus é igual para todos.

Que Jesus nos abençõe,

Antonio Carlos Laranjeira Miranda

domingo, 27 de março de 2011

Espiritismo e Pseudo-Espíritas

Alcir Luiz Tonoli

É comum algumas pessoas confundirem espíritas com simpatizantes do espiritismo.

Simpatizantes são pessoas que lêem alguns Romances, assistem algumas palestras ou filmes, falam muito, dizem pouco. E se denominam espíritas!

Não o são.

Ser espírita é muito mais que ler alguns romances que por vezes pouco tem de realidade, distraem, mas não esclarecem, conversas descompromissadas e concordâncias com fatos e palestras.

Ser espírita é não ter medo de se afirmar espírita, e vemos muitas pessoas ocultando isso, covardia ou vergonha???

Ser espírita é conhecer e estudar sempre as obras de Kardec, Leon Denis, Flamarion, André Luiz, Hermínio C. Miranda, Divaldo de Franco e outros estudiosos do espiritismo sempre esclarecendo, orientando e trazendo novos conhecimentos, provocando debates que estimulam a pensar, refletir e analisar.

Sem dispensar os romances, pois há muitos que são ótimos, nem poderia menosprezar todos pois seria ser radical, além disso também escrevo, precisamos ler e estudar mais o espiritismo.

Ser Espírita é colocar em pratica o conhecimento em prol de nosso desenvolvimento e aprimoramento espiritual e do próximo também, é ser leal e ético, sincero e sempre buscar a verdade.

È respeitar os demais mesmo que não concordem com nossa forma de pensar, porém exigir esse mesmo respeito.

Ser espírita é não ter medo de assumir que se é, sem falsa humildade nem pretensa superioridade.

É muito comum afirmar-se que ser espiritualista é a mesma coisa que ser espírita ou espiritista. Aqueles que assim pensam dão prova de que desconhecem os fundamentos da Doutrina Espírita. Há outros que, ao serem interrogados sobre a religião a que pertencem, embora sejam espíritas militantes, vacilam e dão esta resposta: Sou espiritualista.

De duas uma: ou respondem assim porque desconhecem a diferença que há entre a Doutrina Espírita e as doutrinas espiritualistas, ou porque temem confessar a qualidade de espírita convicto. Acham que, afirmando serem espiritualistas, eximem-se de quaisquer responsabilidades, no tocante à religião, diante da sociedade a que pertencem. É a isto que se chama ”covardia moral”.

É preciso que se saiba que ”todo espírita é necessariamente espiritualista, mas nem todos os espiritualistas são espíritas”.

Embora seja a Doutrina Espírita uma doutrina espiritualista, por excelência, é necessário fazer-se distinção das demais correntes espiritualistas.

Para exemplo, tomemos a Umbanda, seita muito divulgada no Brasil.

Será a Umbanda doutrina espiritualista?

Sim, é doutrina espiritualista, porquanto estabelece a comunicação entre os vivos e os chamados mortos, admitindo, conseqüentemente, a sobrevivência do Espírito após a morte do corpo físico; admite sua evolução através das vidas sucessivas e crê no resgate, pela dor, das faltas cometidas em existências anteriores.

Por essas características, não há dúvida alguma tratar-se a Umbanda de uma doutrina essencialmente espiritualista. Mas, por outro lado, será ela Doutrina Espírita ou Espiritismo?

Não. A Umbanda não pode ser considerada Doutrina Espírita porque admite cerimônias litúrgicas, entre elas a do casamento e a do batizado; é litólatra, porque adota nos seus trabalhos imagens dos chamados ”santos” (a palavra litólatra vem de litolatria, que é a adoração das pedras), e é também fitólatra, porque faz uso de ervas para defumações, além de outros ritos (a palavra fitólatra vem do grego phyton ”planta”; o segundo elemento, latra, provém do verbo grego latrein ”adorar”). Mas o Espiritismo não tem ritos de espécie alguma.

Como se vê, por estas observações ficou demonstrada a diferença existente entre a Doutrina Espírita e uma das doutrinas espiritualistas, que é a Umbanda, doutrina esta que tem, face aos seus dogmas e ritos, bastante afinidade com o Catolicismo, também considerado espiritualista, porque admite a existência de Deus e de entidades espirituais que sobrevivem após a desencarnação.

A Homossexualidade e o Espiritismo

A Homossexualidade e o Espiritismo
Eurípedes Kühl

Prefácio
...Todas as respostas estão dentro do próprio homem.

Deus, o Criador de tudo e de todos, criou os homens simples e ignorantes, tendo por destino a Evolução permanente.

A todos equipou com Sua centelha: a Consciência!

A Consciência tem duas metades: a Inteligência e o Livre-Arbítrio.

Leis Naturais, desde sempre pré-estabelecidas, imutáveis, justas, perfeitas, infalíveis, em estreita ligação com a Consciência, vêm balisando o ser para o seu destino, rumo à eternidade: evoluir sempre.

Por Evolução entenda-se a aquisição e prática constante de virtudes, com conseqüente banimento de defeitos.

Como fonte permanente de energia para realizações construtivas o homem recebeu do Pai sublime tesouro: o Sexo!...

Causas
O Espírito concentra energias eternas no nível superior da sua estrutura, energias essas que distribuem-se pelos sistemas mental, intelectual e psíquico, repercutindo no corpo humano.

No incessante pendular das reencarnações, essas energias irão concentrar-se na psique, do que a personalidade do ser humano é pequena mostra. As características mentais, superiores e inferiores, não se alterarão, esteja o Espírito vestindo roupagem física masculina ou feminina.

Por outras palavras: virtudes ou defeitos não sofrem variações em função do sexo a que pertença o agente, ora encarnado.

A parte que muda - e muda bastante -, é o campo gravitacional da força sexual, quando o reencarnante também muda de sexo.

Na verdade, quando no limiar da evolução máxima terrena, os Espíritos já não apresentam tais mudanças, se homem ou mulher.Neles é expressivo o domínio completo das tendências, com isso dominando e direcionando as altas fontes energéticas sexuais para obras criativas, invariavelmente a benefício do próximo.

Naturalmente, caro leitor, estamos falando dos chamados "santos".

O sexo, essencialmente, define as qualidades acumuladas pelo indivíduo, no campo mental e comportamental.

Assim, homens e mulheres se demoram séculos e séculos no campo evolutivo próprio em que se situam suas tendências, masculinas ou femininas.

A Natureza, prodigamente, inversa a polarização sexual dos indivíduos que detenham apreciável bagagem de experiências num dos campos, masculino ou feminino.

Nesses casos, tal inversão se dá de forma natural, sem desajustes.

Contudo, existem casos, nos quais será útil ao Espírito renascer, compulsoriamente, em campo sexual oposto àquele em que esteja, por abusos e desregramentos. Aí, o nascimento de criaturas com inversão sexual cogita, na maioria dos casos, de lide expiatória.

Isso acontece porque pessoas há que tiranizam o sexo oposto.

O homem, por exemplo, prevalecendo-se de sua superioridade, auto-concedida, abusa e surrupia direitos à mulher, passando a devedor perante a Lei de Igualdade, do que sua consciência, cedo ou tarde, o alertará.

Então, quando isso ocorre, voluntária ou compulsoriamente, será conduzido pela Justiça Divina a reencarnar em equipamento feminino.

Mantendo matrizes psíquicas da masculinidade, estará extremamente desconfortável num corpo feminino, para assim aprender o respeito devido à mulher, seja mãe, irmã, filha ou companheira.

Identicamente, sucederá à mulher que, utilizando seus encantos e condições femininas de atração, arrastou homens ao desvairo, à perdição, ao abandono da família: terá que reencarnar como homem, embora suas tendências sejam declaradamente femininas.

Nessa condição, os que dão livre exercício a tais tendências, cometem novos
delitos.

Considerando que tais indivíduos encontram-se em provação (desenvolvimento de resistências a má inclinação), ou, em expiação (resgate de faltas passadas), seu mau procedimento agrava seu karma.

Não é sem razão que Divaldo Franco e Chico Xavier, médiuns dedicados, com larga experiência no trato do Espiritismo, consideram o homossexualismo um gerador de angústias.

Philomeno de Miranda (Espírito), em "Loucura e obsessão",F.E.B., 1988, Brasilia/DF, 2a.Ed., pag.75, consigna o homossexualismo como provação, alertando que, "a persistência no desequilíbrio, remeterá o ser compulsoriamente à expiação, mutiladora ou alienante".

Homens e mulheres nascem homossexuais com a destinação específica do melhoramento espiritual, jamais sob o impulso do mal.

Os homossexuais, homens ou mulheres, assim, são criaturas em expurgo de faltas passadas, merecedoras de compreensão e sobretudo esclarecimento.

Tornam-se carentes diante da Bondade do Pai, que jamais abandona Seus filhos.

Terão renovadas chances de aperfeiçoamento espiritual, eis que a Reencarnação é escola que aceita infinitas matrículas, inda que na mesma série.

Os verdadeiros espíritas e os verdadeiros cristãos, que são a mesma coisa, sentem um enorme dó diante de uns e outros - os homossexuais e os seus radicais detratores.Entendem que os primeiros estão com sofrimentos e que os segundos estão plantando espinhos.Em tempos próximos (crêem os espíritas), a sociedade como um todo compreenderá que tais desajustes representam quebra de dura disciplina, solicitada ou aceita, anteriormente a reencarnação.

Os homossexuais não são passíveis de críticas, senão de esclarecedoras luzes espíritas em suas sensíveis almas, iluminando seu presente.

A Família
A homossexualidade, seja "provação", seja "expiação", sempre coloca seu portador em situação delicada perante a sociedade, já a partir do lar.

Em casa, de nada adiantarão brigas entre os pais, menos ainda acusações recíprocas. Violência ou ameaças contra os filhos portadores da homossexualidade, geralmente agravarão a convivência, tornando-a insuportável.

O confronto entre os costumes sociais e as exigências da libido já expõe o homossexual a um penoso combate, pelo que precisa ser ajudado. Dificilmente, sem ajuda externa, ele se livrará dos perigosos caminhos do abandono do lar, da promiscuidade, dos tóxicos, da violência e até mesmo do crime.

É no meio familiar que o homossexual deverá encontrar sólidos alicerces preparativos para os embates da vida, contando com o incomparável arrimo da compreensão, principalmente do respeito.

Pela Lei de Justiça divina, esse filho ou essa filha estão no lugar certo, entre as pessoas também certas: sua família.

Os pais, assim evangelizados, jamais condenarão o filho ou a filha, mas também jamais deixarão de orientá-los quanto à necessidade do esforço permanente para manter sob controle os impulsos da homossexualidade.

"Manter sob controle" é entender, prospectivamente, que tal tendência tem raízes no passado, em vida anterior, e que somente a abstenção, agora, livrará seu portador de maiores problemas, já nesta, quanto em vidas futuras...

"Manter sob controle", ainda, é perseguir a vitória na luta travada entre o "impulso" e a "razão", ou melhor, entre o corpo, exigente desse prazer e o Espírito, decidido à conquista da normalidade sexual.

A oração, o Evangelho e a vontade, juntos, darão ao homossexual outros prazeres, outras compensações, pacificando assim corpo e Espírito.

A fé em Deus e a certeza das vidas futuras, sem tais infelicidades, serão inestimável catalisador para o êxito.Nesses problemas, como em todos os demais, a união familiar e a companhia de Jesus constituem sempre a melhor solução.

Libertação
Longe de condenar os homossexuais, o Espiritismo sugere-lhes o esforço da sublimação, único meio para livrá-los de tão tormentoso débito. Diz mais a Doutrina dos Espíritos, aos homossexuais:

o exercício continuado da caridade fará com que a tela mental se reeduque, substituindo hábitos infelizes por amor fraternal ao próximo;
se as forças sexuais forem divididas entre estudo, lazer e ações de fraternidade, elas se converterão em aspiração evolutiva espiritual, anulando os impulsos deletérios do desejo;
inquilinos desencarnados serão desde logo despejados do íntimo do reeducando sexual;
encarnados infelizes, pela falta de sintonia, igualmente se afastarão (ou serão afastados, por ação de protetores espirituais, sempre dispostos e prontos a ajudar quem se esforça no domínio das más tendências);
tanto quanto para o descaminho ninguém anda só, para a correção o Céu se abre em bênçãos, permanentemente;
jamais faltarão mãos amigas para acolher "os filhos pródigos" que retornarem à Casa do Pai, depois de terem morado algum tempo em casas afastadas do Bem!
Capítulo do livro Sexo: Sublime Tesouro de Eurípedes Kühl.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Convite de Urgência

É chegado pois, o momento, espíritas, de reflexionarmos em torno das nossas responsabilidades.
O tempo urge. Não mais amanhã. É agora. Agora soa a hora da nossa libertação.
Por muito tempo caminhamos por estradas difíceis, perdemo-nos em caminhos acidentados pelas nossas paixões, tombamos, irremediavelmente nos abismos do egoísmo e, deixamos Jesus à margem.
Comprometemo-nos servir, abraçados aos ideais de solidariedade. E, de imediato, jugulados ao câncer das paixões, mudamos de atitude.
Que temos feito de Jesus, meus filhos?
Utilizamo-nos da Sua presença de Cordeiro de Deus para nos erguermos a posições efêmeras e enganosas, longe do serviço de construção do mundo íntimo.
Usamos o Seu nome para escravizar e levar ao exílio muitas vidas, destruir ideais. Apesar disso não conseguimos retirá-lO de nosso coração.

Quem encontra Jesus, não mais é o mesmo. Impregnado pela suave misericórdia e, de amor banhado, altera-se completamente...
Não basta pois conhecer Jesus. É necessário entregar-Lhe a vida para que Ele a conduza. Recebendo os Filhos do Calvário como irmãos; distendendo a compaixão e a caridade em Seu nome para que fiquemos como cartas-vivas assinalando a nossa passagem na Terra.

Não posterguemos mais a oportunidade de servir.
Este é o nosso momento de iluminação.

Voltai aos vossos lares tocados por Jesus.
Dai notícia da Sua presença em vosso coração a todos, pela cordura, pela humildade, pela misericórdia.
...E, se vos perseguirem, se vos maltratarem, se vos odiarem, perdoai porque eles não sabem ainda o que fazem.
Sede vós aqueles que têm a honra de amar, e de amar até sofrer.

Que Ele nos abençoe, meus filhos, são os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,

Bezerra de Menezes.



Autor: Bezerra de Menezes
Psicografia de Divaldo Franco

Recado do Maravilhoso Espírito Médico dos Pobres Bezerra de Menezes

Meus filhos:
Permaneça Jesus sendo o nosso zênite e o nosso nadir. Dealba dia novo!
Não obstante, sombras teimosas permanecem dificultando a claridade solar; as perspectivas de luminosidade plena ainda não se puderam tornar realidade total.
Na grande transição, há predominância do instinto humano sobre a razão, que abre espaço lentamente para a intuição.
O homem e a mulher ancestrais com dificuldade vêm abandonando os arcabouços nos
quais se aprisionavam para, encorajados,avançar com decisão no rumo da grande luz.
Neste momento, contabilizamos glórias da Ciência, da Tecnologia, do pensamento,
da arte, da beleza, mas não podemos ignorar as devastadoras estatísticas da perversidade que se deriva dos transtornos comportamentais, da sexolatria que resulta da alucinação do ser humano na busca do intérmino gozo sensual, da violência que é um remanescer dos atavismos,ganhando campo nas imensas planícies da perturbação que grassa na Terra, combatidas tenazmente a ética, a moral, as instituições dignificadoras como o matrimônio, a família, o respeito que se deve manter umas pelas outras pessoas.
Sentimos que as criaturas humanas ainda não encontraram o ponto de realização plenificadora. Isto porque Jesus tem sido motivo de excogitações imediatistas
no campeonato das projeções pessoais, na religião,na política e nos interesses mesquinhos.
Graças às claridades incomparáveis do Espiritismo, nosso Modelo e Guia assume o verdadeiro lugar que o Pai Lhe concedeu na história do planeta terrestre.
Ao Espiritismo, pois, tem cabido a tarefa de colocar Jesus no centro das aspirações humanas, em considerando a Lei de Amor de que Ele se fez especial modelo para viger entre todas criaturas.
Madrugada é esta de desafios!...
As incompreensões e as lutas fazem-se amiudadas. A resistência dos ideais de
enobrecimento, porém, deve suportar a ardência dos combates férreos direcionados
contra os objetivos em pauta.
Medem-se a força e a grandeza de um ideal pelas resistências que oferece,superando as batalhas que lhe são direcionadas.
É necessário preservar o Espiritismo conforme o herdamos do eminente Codificador, matendo-lhe a claridade dos postulados, a limpidez dos seus conteúdos,não permitindo que se lhe instale adenda perniciosa,que somente irá confundir os
incautos e os menos conhecedores das suas diretrizes.
Não se trata aqui de estabelecer um grupo de conservadores ante o avanço de modernistas. O Espiritismo jamais se candidatará a divisionismos nas suas fileiras.
É uma Doutrina séria porque tem a ver com o ser imortal. Não pode converter-se num clube de divertimentos em nome da alegria, do espairecimento e das necessidades de entretenimentos.
A Boa Nova ou notícias de alegria, produz júbilo interno e não algazarra exterior. Por isso mesmo, no renascimento do Evangelho, ínsito na Codificação,não é licíto que nos transformemos em pessoas insensatas no trato com as questões espirituais. Preservar,portanto, a pulcritude e a seriedade da Doutrina no Movimento Espirita é dever que nos compete a todos e particularmente ao Conselho Federativo Nacional
através das Entidades Federadas.
Jamais o Espiritismo servirá para os prazeres egóicos,as conversações chulas e o preenchimento dos espaços vazios entre mentes ociosas de pessoas frívolas.
Por isso mesmo, a mediunidade deve ser exercida santamente,cristãmente, com responsabilidade e critérios de elevação para não se transformar em instrumento
de perturbação e desídia.
Vós sois a luz do mundo! – propõe o Evangelho novo, porquanto a Grande Luz é o Mestre, que deveremos insculpir no mundo íntimo, para que brilhe através de nós.
Não revidar ofensas, manter a consciência do dever acima de quaisquer conjunturas, perseverar quando outros abandonam ou são vítimas de defecções, porfiar no bem comum e viver a caridade sob todos os aspectos possíveis, dominados pelo amor que deflui do incomparável Amigo e Benfeitor, são as diretrizes de ontem como de hoje.
Mantende o espírito de paz, preservando os objetivos abraçados e, caso seja necessário selar vosso compromisso com testemunho, não titubeeis.
Cristo ou Mamom? É fácil eleger Aquele que deu a Sua pela nossa vida, ensinando-nos mansuetude,retidão e paz.
Meus filhos, é necessário que os atos confirmem as palavras e que o Espírito do Cristo, habitando em nós, seja a nossa resposta aos desafios do momento,
trabalhando em favor do meio-dia da madrugada que começa.
Muita paz! Que o Senhor nos abençoe!
São os votos do servidor humílimo e paternal de
sempre,
Bezerra de Menezes.

Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco.

A Estrela de Belém

Segundo a tradição evangélica,uma estrela guiou a Belém os três sábios orientais, conhecidos como os reis magos Baltasar,Melchior e Gaspar.
A intenção era homenagear Jesus,o enviado divino.
Aparentemente, apenas o trio de peregrinos via o astro brilhante.
Ninguém mais foi conduzido à cidade de Davi. Isso significa que somente eles
possuíam aqueles “olhos de ver”, de que Jesus falaria várias vezes, reportando-
se às pessoas dotadas de entendimento mais dilatado e de percepção para os valores espirituais.

A estrela de Belém fulge sempre no mês de dezembro, mostrando o caminho para que os discípulos do Evangelho rendam, também,homenagens a Jesus.
Os que têm “olhos de ver”, a partir de um entendimento mais amplo da mensagem cristã, percebem que ela não aponta em direção às Igrejas, aos Centros Espíritas, aos Templos Evangélicos.
Embora respeitáveis em suas finalidades,estimulando-nos à comunhão com Deus e ao cultivo das virtudes cristãs, não é neles que o Mestre nos espera.
Se prestarmos atenção, se observarmos com cuidado, perceberemos que a Estrela de Belém aponta para a periferia, para casebres tão humildes e pobres quanto a estrebaria que abrigou a família sublime.
Dizem os sociólogos que lá estão os excluídos, eufemismo com que definem os miseráveis que vivem abaixo da linha da pobreza.
Mais correto lembrar que lá estão, simplesmente, nossos irmãos!
É junto deles que Jesus nos procura, nos fala, nos chama, nos espera para as providências necessárias,a fim de que possam desfrutar de um Natal feliz, marcado pela abençoada esperança que viceja na alma dos sofredores, quando sentem que não estão abandonados à própria sorte.

Amigo leitor.
Comemore o Natal.
Abrace familiares e amigos, nos júbilos da abençoada Noite Feliz.
Mas, se deseja a presença do Mestre Divino, lembre-se: é preciso ir ao seu encontro, a fim de convidá-lo.
Contemple o Céu com “olhos de ver” e perceba a Estrela de Belém apontando os campos abençoados da solidariedade.
Ali encontraremos Jesus.
Richard Simonetti

quinta-feira, 24 de março de 2011

Pedoe Sempre, Antes que Seja Tarde!

Contribuiçõ Irmã Antônia
Era uma vez um rapaz que ia muito mal na escola. Suas notas e comportamento
era uma decepção para seus pais, que sonhavam em vê-lo formado e bem
sucedido na vida. Um belo dia, o pai veio lhe propor um acordo:

Se você, meu filho, mudar o seu comportamento, dedicar-se aos estudos e
conseguir ser aprovado no vestibular para a faculdade de medicina, eu
então lhe darei um carro de presente.

Por causa do carro, o rapaz
mudou da água para o vinho. Passou a estudar como nunca e a ter um
comportamento exemplar. O pai estava feliz, mas tinha uma preocupação:
sabia que a mudança do filho não era fruto de uma convenção sincera, mas
apenas do interesse de obter o automóvel. Isso não era bom. O rapaz
seguiu os estudos e aguardava o resultado de seus esforços. Sendo assim,
o grande dia chegou: fora aprovado para o curso de medicina. Como havia
prometido, o pai convidou a família e os amigos para uma grande festa
de comemoração. O rapaz tinha por certo que na festa o pai lhe daria o
automóvel. Quando pediu a palavra, o pai elogiou o resultado obtido pelo
filho, e lhe passou uma caixa de presente. Crendo que ali estavam as
chaves do carro, o rapaz abriu emocionado o pacote. Para sua surpresa,
era uma bíblia. Ele ficou visivelmente decepcionado e nada disse. A
partir daquele dia o silêncio e a distância separavam pai e filho. O
jovem sentia-se traído e agora lutava para ser independente: deixou a
casa dos pais e foi morar no campus da universidade. Raramente mandava
notícias para a família.

O tempo passou, ele se formou, conseguiu
um emprego em um bom hospital e se esqueceu completamente do pai. Todas
as tentativas do pai para reatar os laços foram em vão, até que um dia,
já velho, e ainda muito triste com a situação, adoeceu e não resistiu,
vindo a falecer. No enterro, a mãe entregou ao filho, indiferente, o
último presente que fora dado pelo pai, e que havia sido deixado para
trás, a bíblia. De volta para a sua casa, o rapaz que nunca perdoara o
pai, quando colocou a bíblia numa prateleira, notou que havia um
envelope dentro dela. Ao abri-lo, encontrou uma carta e um cheque. A
carta dizia: "Meu querido filho, sei o quanto você deseja ter um carro.
Eu prometi e aqui está o cheque, para você escolher aquele que lhe
agradar mais. No entanto, fiz a questão de lhe dar um presente ainda
melhor, a bíblia, pois ela nela, aprenderás o amor de Deus, e a fazer o
bem, não pelo prazer da recompensa, mas pela gratidão e pelo dever da
sua consciência tranqüila."

Corroído de remorso, o filho caiu em pranto profundo.

Como é triste a vida dos que não que sabem perdoar. Isso, normalmente, nos
leva a terríveis erros, e a um fim muitas vezes ainda pior. Antes que
seja tarde, olhe para o seu passado, você não tem ninguém a perdoar?
Perdoe aquele que você pensa ter lhe feito mal. Pois, talvez, se você
olhar com cuidado, verá também que existe um cheque escondido, em todas
as adversidades da sua vida.

Mensagem aos Amigos

Irmã Luciany.

Carinho é fonte energética.
Carinho é caminho de amor.
Carinho nunca é demais.
A afetividade é importante, sim.
Pois, como um ser humano ainda imperfeito,
ainda aprendiz, pode bastar-se a si mesmo?
Não, amigos, a individualidade, sem dúvida,
é direito de cada um de nós.
Mas, em excesso, é egoísmo.

Viemos aqui para aprender.
Aprendizagem é sinônimo de troca de experiências,
troca de energia, troca de informações,
troca de afeto, troca e troca...

Carinho é plumagem bonita, macia, gostosa de sentir.
Quem dá afeto se fortifica; quem o recebe se acalma,
se tranqüiliza, se equilibra.

Carinho é sinônimo de amor, amigos.
Amor é bálsamo para a nossa condição de criança espiritual.
Criança precisa de amor para crescer psicologicamente,
afetivamente e fisicamente saudável.

Criança precisa de apoio e de muita troca.
Portanto, também nós precisamos de afeto.
Não esqueçam desse detalhe amigos:
amor é fonte de energia, é vida, é crescimento.
Dêem e aceitem todo o tipo de afeto com verdadeiro amor.

MISTIFICAÇÕES NA MEDIUNIDADE

O exercício da mediunidade correta impõe disciplinas que não podem ser desconsideradas, seriedade e honradez que lhe conferem firmeza de propósitos com elevada qualidade para o ministério.

Porque independente dos requisitos morais do intermediário, este há de elevar-se espiritualmente, a fim de atrair as entidades respeitáveis que o podem promover, auxiliando-o na execução do delicado programa a que se deve ajustar.

Pelo fato de radicar-se no organismo, o seu uso há que ser controlado e posto em regime de regularidade, evitando-se o abuso da função, que lhe desgasta as forças mantenedoras, como a ausência da ação, que lhe obstrui mais amplas aptidões que somente se desenvolvem através de equilibrada aplicação.

Face à sintonia psíquica responsável pela atração daqueles que se comunicam, a questão da moralidade do médium é de relevante importância, preponderando, inclusive, sobre os requisitos culturais, porquanto estes últimos podem constituir-lhe uma provocação, jamais um impedimento, enquanto a primeira favorece a união com os espíritos de igual nível evolutivo.
Embora os cuidados que o exercício da mediunidade exige, nenhum sensitivo está isento de ser veículo de burla, de mistificação. Esta pode, portanto, ter várias procedências:

a) dos espíritos que se comunicam, denunciando a sua inferioridade e demonstrando falhas no comportamento do medianeiro, que lhes ensejou a farsa; às vezes, apesar das qualidades morais relevantes do médium, este pode ser vítima de embuste, que é permitido pelos seus instrutores desencarnados com o fim de pôr-lhe à prova a humildade, a vigilância e o equilíbrio;

b)involuntariamente, quando o próprio espírito do médium não logra ser um fiel intérprete da mensagem, por encontrar-se em aturdimento, com estafa, desgaste e desajustado emocionalmente;

c) inconscientemente, em razão da liberação dos arquivos da memória – animismo – ou por captação telepática direta ou indireta;

d) por fim, quando se sentindo sem a presença dos comunicantes e sem valor moral para explicar a ocorrência, apela para a mistificação consciente e infeliz, derrapando no gravame moral significativo.

Eis por que o médium se deve preservar dos abusos, não exorbitando das energias que lhe permitem a ação da faculdade, porquanto esta, à semelhança de outra qualquer, sofre as alternâncias do cansaço e do repouso, dá boa da má utilização.

A prática mediúnica impõe, como condições ético-morais, o idealismo e a dedicação desinteressada de quaisquer recompensas, pois que o mercantilismo e a simonia transformam-na em campo de exploração perniciosa. Não se beneficiando com as retribuições que são encaminhadas aos médiuns, os espíritos nobres os deixam à própria sorte, sendo assim substituídos pelos interesseiros e vãos, que passam ao comércio das forças psíquicas em processo de vampirismo cruel, terminando por aproximar-se da casa mental do irresponsável, em conúbio danoso. Outras vezes, sentindo-se obrigado a atender o consulente que lhe compra o honorário, o sensitivo assume a responsabilidade da mensagem, mistificando em consciência, na crença de que ao outro está enganando, sem dar-se conta das conseqüências funestas que o gesto lhe acarreta e que se apresentarão no momento próprio.

A venda, porém, da mediunidade, não se dá, exclusivamente, mediante a moeda de contado, mas, também, através dos presentes de alto preço, da bajulação chula, do destaque vão com que se busca distinguir os médiuns, exaltando-lhes o orgulho e a vacuidade.

É austera e irretocável a recomendação de Jesus quanto ao “dar de graça o que de graça se recebe”, valorizando-se o conteúdo da concessão superior, honrando-a com carinho e respeito, em razão da sua procedência, quanto do seu destino.

A mistificação mediúnica de qualquer natureza tem muito a ver com o caráter moral do médium, que, consciente ou não, é responsável pelas ocorrências normais e paranormais da sua existência.

A mediunidade é para ser exercida com responsabilidade e pureza de sentimentos, não se lhe permitindo macular com as enganosas paixões inferiores da condição humana das criaturas.

Com a sua vulgarização e a multiplicação dos médiuns , estes, desejando valorizar-se e dar brilho especial às suas faculdades, apelam para superstições e exotismos do agrado das pessoas frívolas e ignorantes, que os incorporam às suas ações, caindo, desse modo, em mistificações da forma, através dos processos escusos com os quais visam impressionar os incautos.

A prática mediúnica dispensa todo e qualquer rito, indumentária, práxis, condição por estribar-se em valores metafísicos que as formas exteriores não podem alcançar.

O mau uso da faculdade mediúnica pode entorpecê-la e até mesmo fazê-la desaparecer, tornando-se, para o seu portador, um verdadeiro prejuízo, uma rude provação.

Algumas vezes, como advertência, interrompe-se-lhe o fluxo medianímico, e os espíritos superiores, por afeição ao médium, permitem que ele o perceba, a fim de mais adestrar-se, buscando descobrir a falha que propiciou a suspensão e restaurando o equilíbrio; outras vezes, é-lhe concedida com o objetivo de facultar-lhe algum repouso e refazimento.

A mistificação é um dos graves escolhos à mediunidade, todavia, fácil de se evitar, como de se identificar.

A convivência com o médium dará ao observador a dimensão dos seus valores morais, e será por estes que se poderá medir a qualidade e as resistências mediúnicas do mesmo, a possibilidade dele ser vítima ou responsável por mistificações.


Espírito: Vianna de Carvalho
Médium: Divaldo P. Franco – Médiuns e Mediunidades.

Bioética, Biodireito e Espiritismo

1. Ética

A ética tem em vista o estudo do comportamento humano, passível de valoração sob a ótica do bem ou do mal, do certo ou do errado.

Tanto pode designar o agir humano, nesse ponto significando o mesmo que moral, como a teorização sobre esse agir, buscando a análise crítica dos costumes de determinada sociedade ou pessoa, visando identificar o certo e o errado, e indicar os pressupostos necessários para moralizar o ato humano, valorando-o.

A ética desenvolve uma análise sobre as condições necessárias para que um ato humano possa ser introduzido no âmbito da moral ou da ética e com isso avaliado como bom ou mau, justo ou injusto, moral ou imoral. Estas condições são chamadas de condições transcendentais porque antecedem e acompanham a prática de determinado ato.

Regina Fiuza Sauwen e Severo Hryniewicz, in livro Direito “In Vitro” – Da Bioética ao Biodireito, apontam como pressupostos ou condições transcendentais do ato moral:

1. Liberdade – indicada pelos autores como a condição sine qua non da Ética, pois se o homem não for livre não há que falar em moralidade, podendo-se comparar suas ações às do animal.

2. Conhecimento ou Consciência – condição indispensável à ação livre, pois que, se não houver conhecimento e consciência do que se faz, o ato não é livre. A consciência ou o conhecimento está ausente “quando há erro na avaliação do que se está fazendo” ou incapacidade do uso das faculdades mentais, como no caso das doenças mentais.

3. Norma – indispensável a existência de normas para reger o comportamento humano, já que a liberdade absoluta sem a direção de qualquer norma seria amoral. “A indicação de um conjunto de normas morais passa necessariamente pela discussão sobre a essência ou natureza humana. Isto significa que para dizer como deve o homem proceder, se deve primeiramente responder à questão – quem é o homem?”

Estas considerações são muitas importantes para uma análise da questão sob a ótica Espírita, o que será feito mais adiante.

2. Bioética

A Bioética teve como marco inicial de sua história o Código de Nuremberg (1947) após a constatação das experiências nazistas que constituíram o horror da segunda guerra mundial.

A expressão Bioética foi utilizada pela primeira vez em 1971 pelo oncologista Van Rensselder Potter, em sua obra “Bioética: a ponte para o futuro”.

A preocupação com a ética nas pesquisas biomédicas e biotécnicas se intensificou a partir da geração do ser humano “in vitro”, ganhando relevância dia a dia com as pesquisas genéticas, embora seu campo de abrangência seja mais amplo. A Encyclopedia of Bioetthics, em 1978 , conceituou Bioética como “o estudo sistemático da conduta humana na área das ciências da vida e dos cuidados da saúde, na medida em que esta conduta é examinada à luz dos valores e princípios morais.”

Mais ampla e mais completa, a nosso ver, é a definição dada por Regina Fiuza Sauwen e Severo Hryniewicz, no livro Direito “In Vitro” – Da Bioética ao Biodireito, nos seguintes termos: “Bioética é um estudo interdisciplinar, ligado à Ética, que investiga, na área das ciências da vida e da saúde, a totalidade das condições necessárias a uma administração responsável da vida humana em geral e da pessoa humana em particular.”

Interdisciplinar porque as conseqüências das pesquisas biomédicas e biotécnicas envolvem vários aspectos de natureza política, econômica, religiosa, antropológica, teológica e jurídica, dentre outras, exigindo uma consciência social de suas implicações e amplo debate com todos os segmentos, tendo em vista a definição de normas limitadoras da pesquisa prejudicial à vida em seu sentido amplo.

Ligada à Ética por valorar as ações decorrentes das pesquisas e seus resultados, bem como sua aplicação, estabelecendo princípios indispensáveis à sua inclusão na moral. Esta reflexão envolve todos os atores sociais - tanto pesquisadores quanto o público em geral - que devem avaliar sobre o bem e o mal que pode resultar dessas pesquisas, inventos e industrialização promovidos pela biotécnica, estabelecendo princípios morais norteadores da conduta social.

Toda e qualquer pesquisa científica que implique na alteração das condições naturais da vida humana, nas condições de vida e morte, saúde e bem estar da pessoa, individual ou socialmente considerada, entra na esfera da Bioética, exigindo uma administração responsável pela preservação da vida humana, razão e fim da ciência.

A dignidade humana tem que ser o ponto central de toda e qualquer reflexão científica, respeitando-a em sua integralidade.

3. Biodireito

A discussão Bioética chamou a atenção para as implicações decorrentes das pesquisas biomédicas e biotécnicas, que podem trazer prejuízos à saúde física e mental do homem, afetar o ecossistema, promover a morte, interferir na etnia, agravando posturas racistas, preconceituosas, discriminatórias de indivíduos e grupos étnicos, sociais, econômicos, etc. Essa discussão evidencia a necessidade de inserir ações no mundo jurídico, para o estabelecimento de normas regulamentadoras dessas pesquisas, sua destinação e implementação de seus resultados, garantindo à sociedade e à pessoa humana a segurança necessária à manutenção de seu bem estar.

Em razão da necessidade de preservação do patrimônio genético é que os Direito Humanos entram na chamada 4ª geração. “Dentre os possíveis direitos típicos da Quarta Geração de direitos Humanos, estaria o de não ter seu patrimônio genético alterado...” hipótese factível ante os avanços da ciência na pesquisa genética, da qual o Projeto Genoma deve atrair todas as atenções.

O direito não pode estar à margem dessa discussão, sendo imperioso o estabelecimento de legislação específica para as diversas hipóteses.

Assim, o Biodireito “tem por objeto a análise, a partir de uma ótica jurídica e de suas várias metodologias, dos princípios e normas jurídicas que criam, modificam e extingam as relações entre indivíduos, entre indivíduos e grupos, e entre esses com o Estado, quando essas relações disserem respeito ao início da vida, ao transcurso dela ou ao seu fim.”

Como organização política, o estado surgiu para atender à necessidade humana na convivência comunitária, garantido paz e bem-estar social. No exercício da função de legislar, deve estabelecer as regras de convivência pacífica e garantidoras do bem-estar social.

O Estado brasileiro, mercê do dispositivo 1º da Constituição Federal, tem como fundamento a dignidade da pessoa humana. Tudo o que possa afetar essa dignidade, vai de encontro ao fundamento do Estado brasileiro.

Por outro lado, de acordo com o art. 3º da Magna Carta, constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II- garantir o desenvolvimento nacional; III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV – promover o bem-estar de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Como, pois, garantir o desenvolvimento nacional e regional? Como garantir o respeito às desigualdades raciais, de gênero, cor e todas as demais formas de discriminação? Como garantir o direito à vida do enfermo terminal, diante da possibilidade da eutanásia, ou o direito à vida de um ser que está sendo gerado com perspectivas de doenças graves? As perguntas se estenderiam ao infinito.

E os tribunais são chamados a se pronunciar acerca de situações dificílimas, que ainda se encontram à margem da lei.

A título de exemplo citamos dois casos ocorridos nos Estados Unidos:

1. O da menina Jaycee, conhecida como “órfã de ninguém” por serem desconhecidos seus pais biológicos, doadores anônimos de espermatozóides e óvulos, tendo sido gerada numa barriga de aluguel, contratada pelo casal Buzzanca, que se separou um mês antes do nascimento da menina, repudiada por John Buzzanca que declarou que nunca quisera ter um filho daquela forma.

2. O segundo é o caso da menina Elizabetta, nascida em 1995, dois anos após a morte de sua mãe, gerada a partir de um embrião congelado.

Os exemplos acima demonstram a gravidade do problema no mundo jurídico, que necessita regular as relações resultantes dos avanços científicos.

De logo, e em rápidas considerações, podemos lembrar o direito de personalidade consistente em saber a pessoa quem são seus pais, o direito à família, e de uma forma generalizada, tudo o que diz respeito à proteção da infância; também os direitos sucessórios, na segunda hipótese; dentre muitos outros que poderiam ser enumerados.

A manipulação com a conseqüente alteração genética de vegetais, os chamados alimentos transgênicos, têm dado margem a muita discussão. Até que ponto esses alimentos são saudáveis e não prejudicam a saúde? Existem experiências e observações suficientes para garantir seu uso pela população?

Já pôde a ciência estabelecer critérios de segurança para diagnosticar a morte encefálica para autorizar a retirada de órgãos e tecidos a serem transplantados? Pode o aborto ser autorizado? Em que circunstâncias? Que se deve entender por morte digna? Quais os critérios para se autorizar a eutanásia? A lei tem que estabelecer normas de procedimento, inclusive penais, para as diversas hipóteses, regulando as ações humanas nesse campo, salvaguarda de direitos fundamentais como o direito à vida e à saúde.

4. Abrangência da Bioética e do Biodireito

O campo de atuação da Bioética e do Biodireito é extenso, abrangendo todas as questões relacionadas à manipulação genética em animais, vegetais e seres humanos, procriação assistida em todos os seus aspectos, aborto, eutanásia, eugenia, direito à saúde, genoma humano, propriedade do corpo vivo e morto, transplantes de órgãos entre vivos e “pos mortem”, recombinação de genes, criação e patenteamento de seres vivos, natureza jurídica do embrião, ocorrências iatrogênicas, contracepção, cirurgias intra-uterinas, diagnósticos de doenças incuráveis, dentre outras.

Em todos esses campos, é obrigação dos médicos e pesquisadores informar ao paciente sobre todo o tratamento e experiências a que são submetidos, esclarecendo-os sobre os riscos para a vida e a saúde.

Nem sempre esse é o procedimento adotado e os pacientes são submetidos a experiências diversas sem ter qualquer consciência sequer de que são objeto de experiências e tratamentos que poderão resultar em danos à saúde, prejuízos a própria vida.

Ao direito cabe estabelecer regras de conduta coercitivas, sujeitas à penalidades de gravidade tal que iniba efetivamente a ação irresponsável e egoística do médico ou pesquisador que as desrespeite.

5. Bioética e cidadania

Em seu início a bioética surgiu como inovação da cultura norte-americana, em que as reflexões éticas dirigidas para a ciência e conseqüências de seus avanços para a vida individual e coletiva, buscavam fixação de critérios morais com vistas à realização plena do indivíduo.

Toda a sociedade deve estar envolvida com a Bioética, considerando esta uma reflexão filosófica acerca da ciência e da manutenção da vida em condições tais que o homem possa conquistar felicidade.

Sob este ponto de vista, o Dr. Affonso Renato Meira assim se manifesta:

“A bioética que tem como objetivo a procura do comportamento desejado e aceito pelas comunidades nas ações referentes à saúde e à vida não pode ficar restrita a confrarias de estudiosos que em análises teóricas discutem o bem e o mal de acordo com seus próprios valores. Essas discussões, de valor indiscutível e cerne dos conhecimentos desse assunto, precisam ser ampliados. A bioética tem que ter como alvo de seu interesse tanto os que manejam as tecnologias de ponta nas ciências como os que tratam com o instrumental mais simples – e também aqueles que usufruem desse saber.

É fundamental a existência de um sentimento bioético nas populações para que o seu comportamento seja o melhor para a saúde e a vida. Um longo e global processo de aculturação entre os valores dos estudiosos e interessados nos conhecimentos biotécnicos – com os valores das culturas das diferentes sociedades produzindo mudanças como produto de uma verdadeira assimilação – fará da biotécnica um patrimônio da humanidade, a ética de todos, a ética da cidadania.”

As questões ligadas à biotecnologia e a biomedicina têm que ser objeto de educação da população, serem introduzidas nas escolas, para formação de consciências e tomada de posição. A sociedade não pode assistir pacificamente os acontecimentos, sem ter plena consciência de como a sua vida pode ser afetada pelos avanços da ciência. Esta é, pois, uma discussão de todos.

6. O Espiritismo

O Espiritismo nos oferece resposta a uma pergunta fundamental: quem é o homem? O homem, na ótica espírita, não está restrito ao corpo físico. Este tem como complemento indispensável e indissociável, o Espírito, princípio inteligente que o comanda e é o responsável pelo senso moral. O Espírito passa por inúmeras existências corporais, através das quais adquire conhecimentos intelectuais e morais, construindo seu arcabouço psicológico via de experiências inúmeras. Espírito e corpo interagem, um influenciando o outro, o que explica reações diversas de pessoa para pessoa, vítimas, por exemplo, da mesma doença e nas mesmas condições.

Por outro lado, o Espiritismo coloca o progresso como uma lei natural. Progresso intelectual e moral que em regra andam distanciados, o que se pode constatar na prática de vida da sociedade humana. O progresso técnico em si mesmo não é bom nem mau. Pode sim, ser aplicado para o bem ou para o mal, a depender da moral que norteia essa aplicação. O Espiritismo, então, tem mais uma contribuição a dar na reflexão em torno da pesquisa científica e seu disciplinamento, que é a conexão com a ética que apresenta.

Discutir a bioética e o biodireito e promover a conscientização de que a técnica e a ciência devem estar a serviço do homem para sua felicidade individual - mas não exclusivista, haja vista que é impossível ser feliz numa comunidade perversa – e coletiva, se nos apresenta como uma das tarefas do Espiritismo no processo de esclarecimento do indivíduo. Este temas estão intimamente associados às indagações filosóficas que se extraem da codificação espírita em inúmeros pontos.

Quando muitos se assustam diante das pesquisas genéticas na busca de aperfeiçoamento de raças animais, com a produção de alimentos transgênicos, dentre outros, encontramos na questão 692 de O Livro dos Espíritos o seguinte: “O aperfeiçoamento das raças animais e vegetais pela Ciência é contrário à lei natural? Seria mais conforme a essa lei deixar as coisas seguirem o seu curso normal?”

A resposta é: “- Tudo se deve fazer para chegar à perfeição. O próprio homem é um instrumento de que Deus se serve para atingir os seus fins. Sendo a perfeição o alvo para que tende a Natureza, favorecer a sua conquista é corresponder àqueles fins.”

As pesquisas biomédicas e biotécnicas não são contrárias às leis naturais, às leis divinas. O homem é que tem que valorar seus atos pelo prisma da solidariedade, da fraternidade, da igualdade, do respeito às diferenças, afastando-se do orgulho que o impulsiona a querer “brincar de Deus” sem qualquer consideração ao ser humano, e do egoísmo que o leva a visar lucros em detrimento do bem-estar da sociedade.

No que diz respeito às experiências biomédicas impõe-se o despertar da ciência para a realidade espiritual do ser humano, intervindo, pelo magnetismo, em reações inesperadas.

O Dr. José Eduardo de Siqueira, prof. De Clínica Médica e Bioética na Universidade Estadual de Londrina, em brilhante artigo intitulado “A PERGUNTA ÉTICA É: O QUE VAMOS FAZER DO SER HUMANO?, publicado no Medicina – Conselho Federal, Órgão Oficial do Conselho Federal de Medicina de junho/99, nos oferece a seguinte reflexão:

“A detecção de genes responsáveis por doenças é uma das áreas mais ativas da genética humana. A comparação de material genético de pessoas doentes e normais permite identificar uma “porção do genoma” que está associado à doença. Todos os que militam nessa área admitem que não basta simplesmente a presença do gene mensageiro da doença, pois é fundamental a existência de condições ambientais para que a moléstia possa se manifestar. Esses fatores se influenciam mutuamente, gerando padrões que não poderiam ser reduzidos simplesmente à pura soma de componentes mencionados. Em suma, não há uma relação de causalidade obrigatória entre detecção do gene e ocorrência da doença.

A genomania, porém, tem conduzido a raciocínios deterministas que redundam em posturas extremistas e perigosas. Assim, por exemplo, alguns cientistas passaram a emitir juízos de valor e propor condutas de intervenção em seres humanos por serem os mesmos portadores de genes presumivelmente responsáveis por comportamentos antisociais, pelo alcoolismo, pela drogadição, por psicoses e neuroses e, até mesmo, pelo nível de inteligência.”

A existência do Espírito, sua sobrevivência após a morte com a conservação de sua personalidade, com todos os seus conhecimentos, virtudes e vícios, enfim, todo o patrimônio espiritual, moral e intelectual, que decisivamente interfere nos programas reencarnatórios, alterando condições de saúde e bem estar - inexplicáveis para a ciência que desconsidera o ser espiritual em suas experiências – é uma explicação plausível para que a doença não se manifeste, em que pese sua existência no gene ou se manifeste com caracteres diversos do esperado.

A matéria, demasiadamente ampla, comporta reflexões várias, que o espaço não permite adentrar.

Permito-se concluir convidando todos os espíritas a pensarem no que está a ocorrer no campo da biomedicina, sobre o que nos espera para o futuro, sabedores que somos que, além do corpo físico, somos Espírito, ser pensante e atuante na organização física interagindo com ela em inúmeros fenômenos que não se inserem apenas no âmbito biológico, mas bio-psiquico-espiritual. Conectar estas reflexões à ética espírita e por fim, apresentar propostas concretas que possam contribuir para o estabelecimento de leis, regulamentadoras das atividades ligadas à biomedicina e a biotécnica, para que se desenvolvam dentro de padrões éticos tendo em vista tão somente a felicidade humana.
Yolanda Polimeni ( PE )

quarta-feira, 23 de março de 2011

Não dê o Primeiro Gole-Evite Problemas Futuros

Álcool X Comportamento

Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois ele atua no sistema nervoso central, provocando uma mudança no comportamento de quem consome, além de ter potencial para desenvolver dependência. O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Por esse motivos ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas, sendo uma condição frequente, atingindo cerca de 5 a 10% da população adulta brasileira.

O alcoolismo não difere psicologicamente da dependência de outras drogas. Assim, tanto as fases como o desenvolvimento emocional do dependente e a recuperação são idênticas, não importando qual a droga de escolha, seja ela o álcool, cocaína, crack, maconha ou qualquer outra droga alteradora de humor.

Com toda essa carga negativa sobre a dependência química, como um dependente químico (dependente de álcool e outras drogas), em sã consciência poderia admitir que é um dependente? Assim, conforme a dependência química vai evoluindo), tanto o dependente quanto os familiares vão desenvolvendo uma "MURALHA PSICOLÓGICA" que impede que o indivíduo entre em contato com a realidade da dependência. Por isso, devemos lembrar que é uma DOENÇA, não uma falta de caráter. O alcoólatra e o dependente de outras drogas, realmente se tornam o mito, se tornam tudo aquilo que sempre tiveram medo de ser, através do que a psicologia chama de "profecia auto-realizadora". Isso ocorre por não conseguirem entrar em contato com determinados sentimentos. Esses sentimentos são totalmente normais em nós, seres humanos e devem ser desenvolvidos para que não assumam o controle da situação.





Fatores que levam ao primeiro uso do álcool:

Espírito de grupo: (Principalmente na adolescência, onde não queremos ser tratados como "diferentes" ou como "babacas").

Curiosidade: (Fala-se tanto no assunto, como será que é?). Cultura (em algumas sociedades começa-se a beber ainda criança).

Incentivo dos pais: (Que bebem e dão aos filhos para que provem).

Orientação médica: (Biotônico Fontoura é um bom exemplo).

Outros fatores sociais: (Anúncio de TV, entre outros).



Fatores que levam à continuidade do consumo alcóolico:

Predisposição Orgânica: caracterizada principalmente pela tolerância.

Benefícios: fatores sociais que reforçam o uso.



As quatro fases do alcoolismo:

Fase 1 : (Fase social, sem dependência física, apenas dependência Emocional). Inicia-se na primeira vez que se bebe (lembrando-se que dois fatores são fundamentais: Predisposição Orgânica e Benefícios, do contrário a doença não se desenvolve). O primeiro sintoma é a dependência Emocional. O desenvolvimento emocional pára e a pessoa torna-se pouco tolerante. Como geralmente isso acontece na infância ou na adolescência, a mudança emocional geralmente não é percebida, pois confunde-se com malcriação, infantilidade ou temperamento forte. A partir daí, a doença desenvolve-se mais ou menos devagar, dependendo da predisposição orgânica. Bebe-se pouco e socialmente, não há perdas em virtude do uso. Não há problemas físicos.

Fase 2: (Fase social, sem dependência física, apenas dependência emocional). O organismo modifica-se: tem-se a tolerância aumentada (bebe-se mais que na fase 1) . Não há problemas em conseqüência da ingestão de álcool. Não há problemas físicos. Não há dependência física, apenas emocional.

Fase 3: (Fase problemática, com dependência física e emocional). Bebe-se muito (altíssima tolerância).O beber torna-se um problema. Muitos problemas emocionais, ressacas constantes, problemas em decorrência da bebida , problemas familiares, problemas de relacionamento. Há o inicio da síndrome de abstinência, começam as "PARADAS ESTRATÉGICAS", pode-se haver internações. Há boas expectativas de recuperação física. Há muitas perdas. Perda de controle.

Fase 4: (Fase problemática, com dependência física e emocional). Bebe-se muito pouco, menos que na fase 1. Inicia-se a atrofia do cérebro. Pode-se ter delírios. Pode-se ter as mãos trêmulas por períodos excessivamente longos. Problemas físicos e emocionais extremos. Pode-se ter Esquizofrenia. Muitas vezes confunde-se com PMD (psicose maníaco-depressiva). Há poucas expectativas de recuperação física. Perdas extremas.



Mecanismos de defesa:

As 4 fases do alcoolismo apresentam determinados sintomas semelhantes, que são os MECANISMOS DE DEFESA, decorrentes do preconceito em relação ao alcoólatra. Na realidade os mecanismos de defesa são mentiras que o alcoólatra ou dependente químico usa para tentar encobrir o aspecto doentio da própria vida, tais como:

Negação : (O mais comum). "Não sou alcoólatra, sou compulsivo. Nunca fiquei bêbado. Não tenho problemas em decorrência da bebida. Bebo muito pouco".

Justificativa: "Bebo porque gosto, paro na hora que quiser. Bebo para relaxar. Bebo para comemorar. Bebo para esquecer. Bebo para ouvir música. Bebo devido a problemas emocionais. Bebo para me divertir".

Projeção: Todos os sentimentos e a própria vida são vistos apenas no outro.) "O outro é quem bebe muito. O vizinho que é alcoólatra, coitado".

Autopiedade: O mundo não me entende. Nada dá certo pra mim. (Faz com que as pessoas sintam pena )

Minimização: "Só bebo vinho. Só bebo final de semana. Só bebo à noite; todo mundo bebe. Não bebo pinga". (Tenta minimizar os prejuízos)

Intelectualização: Encontram-se justificativas científicas: "Beber faz bem ao coração".

Racionalização: (raciocina-se errado) "Se eu beber só vinho vai estar tudo bem. Se eu parar por um tempo vai ficar tudo bem".

Fuga Geográfica: Muda-se de cidade, de emprego.



Mecanismos de defesa fazem parte da personalidade de todos os seres humanos, porém são mais pronunciados no alcoólatra.

O Alcoólatra pode encontrar mais justificativas para beber, numa semana, do que o não alcoólatra encontraria para fazer todas as outras coisas, durante a vida inteira.





O alcoolismo é uma doença de família:

A família também apresenta mecanismos de defesa. Há poucas expectativas em relação à recuperação, pois todos da família devem se tratar, não só o alcoólatra. Um alcoólatra dificilmente pára de beber. De cada 100 alcoólatras, apenas 1 consegue entrar num programa de recuperação. Os outros 99 morrerão sem querer parar de beber. Um dos fatores que levam o alcoólatra a continuar bebendo é a interferência de familiares que procuram apagar "o ontem à noite", procurando minimizar as perdas que a bebida traz. A falta de informação da população, a falta de profissionais preparados para esse tipo de atendimento, a falta de cursos sobre a dependência química em faculdades de medicina levam à ignorância em relação ao que poderia ser uma ajuda real.

A recuperação é difícil e depende da disposição do indivíduo em aceitar a ajuda necessária (ele só vai entrar num programa de recuperação se assim o quiser). Há vários programas de recuperação: religioso, de mútua ajuda, ajuda psicológica, programas místicos, etc. O importante é que o indivíduo se sinta bem com aquele que escolher. O maior inimigo da recuperação são as recaídas, que podem inclusive levar à morte.

A recuperação é um trabalho para anos e consiste em transformar uma vida até então marcada por brigas, egocentrismo, perdas, pensamentos obsessivos, etc, em uma vida produtiva. O processo de recuperação consiste, dentre muitas outras coisas, na identificação desses mecanismos de defesa, e no reconhecimento da verdadeira intenção por detrás destes. Por exemplo: muda-se de cidade para ver se as coisas melhoram. Assim há a falsa idéia de que mudando de cidade os problemas ficarão em outro lugar bem distante. Só que ele não admite a própria maneira doentia de usar drogas, e que os problemas são conseqüência do uso.

O dependente tem uma dificuldade incomum de identificar os próprios sentimentos, os quais são "projetados" no mundo exterior. Isso é dito para que se tenha uma melhor compreensão de como é impossível para um dependente químico lidar com todas essas mentiras que a sociedade nos ensina sobre a dependência, porque ele só consegue ver a própria realidade e os próprios sentimentos em outras pessoas. Ele realmente acredita que usa drogas ou bebe compulsivamente devido a algum motivo, um fator externo.

Por não conseguir desenvolver determinados sentimentos que não são "ruins" como ele pensa, esses sentimentos acabam transformando-se numa personalidade separada, desconhecida, chamada de "sombra" que só vem à tona em determinados momentos. Muitos a chamam de "demônio", mas na realidade é uma personalidade infantil, egocêntrica como toda criança. Essa personalidade desconhecida e temida pelo dependente e pelos familiares é justamente o MITO que tornou-se realidade através de uma profecia "auto-realizadora."

A Vida é Mais Bonita Se For Saudável

Por que as pessoas fumam?

Vários são os fatores que levam as pessoas a experimentar o cigarro ou outros derivados do tabaco. A maioria delas é influenciada principalmente pela publicidade maciça do cigarro nos meios de comunicação de massa que, apesar da lei de restrição à propaganda de produtos derivados do tabaco sancionada em dezembro de 2000, ainda tem forte influência no comportamento tanto dos jovens como dos adultos. Além disso, pais, professores, ídolos e amigos também exercem uma grande influência.

Pesquisas, no Brasil, entre adolescentes mostram que os principais fatores que favorecem o tabagismo entre os jovens são a curiosidade pelo produto, a imitação do comportamento do adulto, a necessidade de auto-afirmação e o encorajamento proporcionado pela propaganda. Noventa por cento dos fumantes iniciaram seu consumo antes dos 19 anos de idade, faixa em que o indivíduo ainda se encontra na fase de construção de sua personalidade.

A publicidade veiculada pelas indústrias soube aliar as demandas sociais e as fantasias dos diferentes grupos (adolescentes, mulheres, faixas economicamente mais pobres etc.) ao uso do cigarro. A manipulação psicológica embutida na publicidade de cigarros procura criar a impressão, principalmente entre os jovens, de que o tabagismo é muito mais comum e socialmente aceito do que é na realidade. Para isso, utiliza a imagem de ídolos e modelos de comportamento de determinado público-alvo, portando cigarros ou fumando-os, ou seja, uma forma indireta de publicidade. A publicidade direta era feita por anúncios atraentes e bem produzidos, mas foi proibida no Brasil. Com a Lei 10.167, que restringe a propaganda de cigarro e de produtos derivados do tabaco, esse panorama tende a mudar a médio e longo prazo.

Os resultados das medidas de restrição à publicidade no controle do tabagismo em vários países mostram que este é um instrumento legítimo e necessário para a redução do consumo.
O cigarro por dentro

A fumaça do cigarro é uma mistura de aproximadamente 4.700 substâncias tóxicas diferentes; que se constitui de duas fases fundamentais: a fase particulada e a fase gasosa. Na fase gasosa é composta, entre outros por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína. A fase particulada contém nicotina e alcatrão.

O alcatrão é um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas, formado a partir da combustão dos derivados do tabaco. Entre elas, o arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, resíduos de agrotóxicos, substâncias radioativas, como o Polônio 210, acetona, naftalina e até fósforo P4/P6, substâncias usadas para veneno de rato.

O monóxido de carbono (CO) tem afinidade com a hemoglobina (Hb) presente nos glóbulos vermelhos do sangue, que transportam oxigênio para todos os órgãos do corpo. A ligação do CO com a hemoglobina forma o composto chamado carboxihemoglobina, que dificulta a oxigenação do sangue, privando alguns órgãos do oxigênio e causando doenças como a aterosclerose.

A nicotina é considerada pela Organização Mundial da Saúde/OMS uma droga psicoativa e que causa a dependência. A nicotina age no sistema nervoso central como a cocaína, com uma diferença: chega em torno de 9 segundos ao cérebro. Por isso, o tabagismo é classificado como doença estando inserido no Código Internacional de Doenças (CID-10) no grupo de transtornos mentais e de comportamento devido ao uso de substância psicoativa. Além disso, a nicotina aumenta a liberação de catecolaminas, causando vasoconstricção, acelerando a freqüência cardíaca, causando hipertensão arterial e provocando uma maior adesividade plaquetária. A nicotina juntamente com o monóxido de carbono, provoca diversas doenças cardiovasculares. Além disso, estimula no aparelho gastrointestinal a produção de ácido clorídrico, o que pode causar úlcera gástrica. Também desencadeia a liberação de substâncias quimiotáxicas no pulmão, que estimulará um processo que irá destruir a elastina, provocando o enfisema pulmonar.
Doenças associadas ao uso dos derivados do tabaco

Muitos estudos desenvolvidos até o momento evidenciam sempre o mesmo: o consumo de derivados do tabaco causa quase 50 doenças diferentes, principalmente as doenças cardiovasculares (infarto, angina) o câncer e as doenças respiratórias obstrutivas crônicas (enfisema e bronquite).

Além disso, esses estudos mostram que o tabagismo é responsável por:



200 mil mortes por ano no Brasil (23 pessoas por hora);


25% das mortes causadas por doença coronariana - angina e infarto do miocárdio;


45% das mortes causadas por doença coronariana na faixa etária abaixo dos 60 anos;


45% das mortes por infarto agudo do miocárdio na faixa etária abaixo de 65 anos;


85% das mortes causadas por bronquite e enfisema;


90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos);


30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero);


25% das doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral).

Na sequência, o texto abordará:
Doenças associadas ao uso dos derivados do tabaco:


impotência sexual no homem;


complicações na gravidez;


aneurismas arteriais;


úlcera do aparelho digestivo;


infecções respiratórias;


trombose vascular.

As doenças cardiovasculares e o câncer são as principais causas de morte por doença no Brasil, sendo que o câncer de pulmão é a primeira causa de morte por câncer. As estimativas sobre a incidência e mortalidade por câncer no Brasil, publicadas anualmente pelo INCA indicam que, em 2003, 22.085 pessoas deverão adoecer de câncer de pulmão (15.165 entre homens e 6.920 entre mulheres) causando cerca de 16.230 mortes. Desse total de óbitos, 11.315 deverão ocorrer entre os homens e 4.915 entre mulheres.

Porém, ao parar de fumar, o risco de ter essas doenças vai diminuindo gradativamente e o organismo do ex-fumante vai se restabelecendo.
Tabagismo passivo

Define-se tabagismo passivo como a poluição decorrente da fumaça de derivados do tabaco (cigarro, charuto, cigarrilhas, cachimbo e outros produtores de fumaça) por indivíduos não-fumantes, que convivem com fumantes em ambientes fechados. A fumaça dos derivados do tabaco em ambientes fechados é denominada de poluição tabagística ambiental (PTA).

E, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a maior em ambientes fechados e o tabagismo passivo, a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, subseqüente ao tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool (IARC, 1987; Surgeon General, 1986; Glantz, 1995).

O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono, e até cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro.

A absorção da fumaça do cigarro por aqueles que convivem em ambientes fechados com fumantes causa:
1 - Em adultos não-fumantes:



Maior risco de doença por causa do tabagismo, proporcionalmente ao tempo de exposição à fumaça;


Um risco 30% maior de câncer de pulmão e 24% maior de infarto do coração do que os não-fumantes que não se expõem.

2 - Em crianças:



Maior freqüência de resfriados e infecções do ouvido médio;


Risco maior de doenças respiratórias como pneumonia, bronquites e exacerbação da asma.

3 - Em bebês:



Um risco 5 vezes maior de morrerem subitamente sem uma causa aparente (Síndrome da Morte Súbita Infantil);


Maior risco de doenças pulmonares até 1 ano de idade, proporcionalmente ao número de fumantes em casa.

Fumantes passivos também sofrem os efeitos imediatos da poluição tabagística ambiental, tais como, irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaléia, aumento de problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias e aumento dos problemas cardíacos, principalmente elevação da pressão arterial e angina (dor no peito). Outros efeitos a médio e longo prazo são a redução da capacidade funcional respiratória (o quanto o pulmão é capaz de exercer a sua função), aumento do risco de ter aterosclerose e aumento do número de infecções respiratórias em crianças.

Os dois componentes principais da poluição tabagística ambiental (PTA) são a fumaça exalada pelo fumante (corrente primária) e a fumaça que sai da ponta do cigarro (corrente secundária). Sendo, esta última o principal componente da PTA, pois em 96% do tempo total da queima dos derivados do tabaco ela é formada. Porém, algumas substâncias, como nicotina, monóxido de carbono, amônia, benzeno, nitrosaminas e outros carcinógenos podem ser encontrados em quantidades mais elevadas. Isto porque não são filtradas e devido ao fato de que os cigarros queimam em baixa temperatura, tornando a combustão incompleta (IARC, 1987). Em uma análise feita pelo INCA, em 1996, em cinco marcas de cigarros comercializados no Brasil, verificou-se níveis duas 2 vezes maiores de alcatrão, 4,5 vezes maiores de nicotina e 3,7 vezes maiores de monóxido de carbono na fumaça que sai da ponta do cigarro do que na fumaça exalada pelo fumante. Os níveis de amônia na corrente secundária chegaram a ser 791 vezes superior que na corrente primária. A amônia alcaliniza a fumaça do cigarro, contribuindo assim para uma maior absorção de nicotina pelos fumantes, tornando-os mais dependentes da droga e é, também, o principal componente irritante da fumaça do tabaco (Ministério da Saúde, 1996).
O que você ganha parando de fumar

A pessoa que fuma fica dependente da nicotina. Considerada uma droga bastante poderosa, a nicotina atua no sistema nervoso central como a cocaína, com uma diferença: chega ao cérebro em apenas 7 segundos (2 a 4 segundos mais rápido que a cocaína). É normal, portanto, que, ao parar de fumar, os primeiros dias sem cigarros sejam os mais difíceis, porém as dificuldades serão menores a cada dia.


Estatísticas Fumantes x Não Fumantes
Fumantes têm chances:

10 vezes maior de adoecer de câncer de pulmão;


5 vezes maior de sofrer infarto;


5 vezes maior de sofrer de bronquite crônica e enfisema pulmonar;


2 vezes maior de sofrer derrame cerebral.

Se parar de fumar agora...

após 20 minutos sua pressão sangüínea e a pulsação voltam ao normal;


após 2 horas não tem mais nicotina no seu sangue;


após 8 horas o nível de oxigênio no sangue se normaliza;


após 2 dias seu olfato já percebe melhor os cheiros e seu paladar já degusta a comida melhor;


após 3 semanas a respiração fica mais fácil e a circulação melhora;


após 5 A 10 anos o risco de sofrer infarto será igual ao de quem nunca fumou.

Quanto mais cedo você PARAR DE FUMAR menor o risco de se dar mal.

Não se zanguem! Mas uma definição de um cientista americano diz: Que o cigarro é um objeto cilíndrico com uma brasa na ponta e um idiota na outra!

Não comprometa sua vida nem o seu espírito, viva uma vida saudável!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Os Perigos silenciosos dos Anabolizantes- Protejam seus filhos

Os esteróides androgênicos anabólicos (EAA ou AAS - do inglês Anabolic Androgenic Steroids), também conhecidos simplesmente como anabolizantes, são uma classe de hormônios esteróides naturais e sintéticos que promovem o crescimento celular e a sua divisão, resultando no desenvolvimento de diversos tipos de tecidos, especialmente o muscular e ósseo. São substâncias geralmente derivadas do hormônio sexual masculino, a testosterona, e podem ser administradas principalmente por via oral ou injetável. Atualmente não são utilizados somente por atletas profissionais, mas também por pessoas que desejam uma melhor aparência estética, inclusive adolescentes. Os diferentes esteróides androgênicos anabólicos têm combinações variadas de propriedades androgênicas e anabólicas. Anabolismo é o processo metabólico que constrói moléculas maiores a partir de outras menores.

Os esteróides anabólicos foram descobertos nos anos 1930s e têm sido usados desde então para inúmeros procedimentos médicos incluindo a estimulação do crescimento ósseo, apetite, puberdade e crescimento muscular. Podem também ser usados no tratamento de pacientes submetidos a grandes cirurgias ou que tenham sofrido acidentes sérios, situações que em geral acarretam um colapso de proteínas no corpo. O uso mais comum de esteróides anabólicos é para condições crônicas debilitantes, como o câncer e a AIDS. Os esteróides anabólicos podem produzir inúmeros efeitos fisiológicos incluindo efeitos de virilização, maior síntese protéica, massa muscular, força, apetite e crescimento ósseo. Os esteróides anabolizantes também têm sido associados a diversos efeitos colaterais quando forem administrados em doses excessivas, e esses efeitos incluem a elevação do colesterol (aumenta os níveis de LDL e diminui os de HDL), acne, pressão sanguínea elevada, hepatotoxicidade, e alterações na morfologia do ventrículo esquerdo do coração.

O uso crescente de anabolizantes artificiais com fins estéticos nos Estados Unidos é classificada como uma "Epidemia silenciosa". Pesquisas recentes mostram que 7% dos estudantes colegiais americanos já foram ou são usuários de anabolizantes e que 9% dos que freqüentam academia os consomem regularmente. É a droga mais encontrada nos exames antidoping feitos pelo Comitê Olímpico Internacional.

No Brasil, embora não tenham sido feitos levantamentos capazes de quantificar o uso dos esteróides anabólicos, pode-se afirmar que o consumo cresce assustadoramente entre a população jovem. E isso acontece sem o menor controle das autoridades da saúde, porque não há no país uma regulamentação destinada a normatizar a venda desses medicamentos. Grande parte dos produtos anabolizantes consumidos internamente vem do exterior e é comercializada no mercado negro.

O nosso corpo é responsável pela produção de certos hormônios muito parecidos com o hormônio masculino (testosterona). Estes precursores são chamados de "esteróides anabólicos". A palavra "esteróide" vem do fato de todos estes hormônios terem a mesma estrutura química. A indústria farmacêutica, partindo desta estrutura química comum, sintetizou alguns fármacos que têm ação chamada anabolizante no corpo humano. O anabolizante, em termos mais simples, são produtos químicos que favorecem o desenvolvimento muscular, reduzem a quantidade de gordura e fortalecem os ossos. A palavra tem origem no anabolismo, que significa metabolismo positivo em contraposição com a situação chamada catabolismo, que se refere a metabolismo negativo.

O objetivo deste artigo é alertar para o perigo do uso abusivo de tais esteróides anabolizantes por adolescentes. Jovens, influenciados muitas vezes por amigos ou funcionários de academias de ginástica, que resolvem aumentar a massa muscular sem se preocuparem com os danos conseqüentes.

Sabemos que nas últimas décadas houve uma explosão do número de academias de ginásticas nos grandes centros urbanos do país. É um fenômeno, em princípio, elogiável. Leva a vários segmentos da população a necessidade de se fazer exercícios, da prática cotidiana ou de regular a movimentação física, de aprimorar o corpo, diminuindo a gordura corporal e aumentando a massa muscular.

Como forma de tentar ajudar na obtenção de um corpo mais saudável, musculatura perfeita, capacitação física ideal, também surge a "prescrição" de produtos nutricionais (vitaminas, minerais, aminoácidos). Muitas vezes os profissionais dessas academias começam assim e em pouco tempo passam a recomendar (em muitos casos a fornecer) anabólicos, "pró-hormônio de crescimento", e mesmo hormônios como testosterona, e hormônio de crescimento recombinado, isto é, obtido por processamento genético. Os médicos têm tomado conhecimento de fatos muito graves como, por exemplo, o uso de anabólicos esteróides para uso veterinário sendo usados para "queimar gorduras" e para "aumentar musculatura".

Essas práticas são criminosas e condenáveis e merecem uma ampla investigação por parte de nossas autoridades de Saúde Pública. Aos jovens, cuja vontade de ter um "corpo sarado" é mais forte do que o medo dos efeitos colaterais, é preciso fornecer orientação específica e detalhada sobre os múltiplos perigos desse tipo de automedicação. Também é importante levar aos adolescentes a alternativa saudável para que atinjam seus objetivos de maneira a não comprometer o corpo e a saúde. Sempre com um esquema nutricional adequado e treinamento físico bem orientado e freqüente.
O dopping mais preocupante é aquele que acontece nas academias, vestiários e lojas que comercializam suplementos nutricionais. Outro fato preocupante é que uma pesquisa mostrou que professores de educação são usuários de esteróides anabolizantes.
Apesar de todas as matérias mostradas na mídia, informando sobre as conseqüências do uso destes anabolizantes, ainda há uma alta taxa de complicações atendidas em pronto socorros e internações hospitalares e até morte súbita. O desejo de tornar-se grande, forte e musculoso supera os riscos a saúde.

É comum internações com necrose muscular do local de aplicação dos medicamentos, havendo casos extremos com uso de produtos veterinários.

A alimentação anterior e posterior ao exercício é importante para diminuir as perdas e repor aminoácidos desgastados durante e imediatamente após os exercícios. A hidratação também é outro ponto importante pois níveis ideais de potássio ajudam na síntese protéica e o volume hídrico ideal garantem a chegada do nutriente ao sítio onde é solicitado.

Outro ponto importante neste dopping das academias é que não há comitê olímpico e os órgãos fiscalizadores fazem muito pouco ou quase nada. O negócio é tão lucrativo que já se tem notícias de traficantes de drogas comercializando também esteróides anabolizantes.

É importante discutirmos este assunto com os jovens e profissionais da área para que menos mortes, seqüelados e obesos possam surgir em conseqüência do chamado dopping das academias.

Os esteróides anabolizantes usados por atletas para melhorar sua performance enfraquecem o organismo contra infecções e o câncer, de acordo com testes feitos na Austrália. Os cientistas descobriram que, mesmo usando doses 50 vezes menores do que as que são habitualmente ministradas por esportistas que se dopam, as drogas afetavam o sistema imunológico.
Os voluntários que participaram dos testes na Universidade Southern Cross também afirmaram ter sofrido mudanças de personalidade. Isso pode explicar por que em muitos casos os usuários de esteróides se tornam exageradamente agressivos.
Por seis semanas, um grupo de 24 atletas de vários países concordou em tomar esteróides anabolizantes para que a investigação fosse realizada como parte de um projeto encomendado pela revista New Scientist e pelo canal de TV britânico Channel 4.
No começo do estudo, eles participaram de uma série de atividades esportivas para avaliar como o seu desempenho era afetado. Os atletas foram divididos em dois grupo. O primeiro recebeu injeções de enantato de testosterona, um gênero de esteróide. O segundo grupo tomou injeções de placebo. Os cientistas que avaliaram os resultados não sabiam quem havia recebido o quê.
Como esperado, a droga melhorou o desempenho dos atletas, mas não sem efeitos colaterais.
Entre os que tomaram os esteróides observou-se uma redução de 20% das células NK, um tipo de glóbulo branco do sangue que é fundamental para o sistema imunológico.
Um outro efeito colateral foi a redução da empatia dos atletas que tomaram as drogas com outras pessoas, tornando-os menos sensíveis aos efeitos que suas ações têm sobre os outros.

Inúmeros efeitos colaterais de longo e curto prazo são relacionados com o uso de esteróides anabólicos. Veja abaixo, alguns já conhecidos :
- Calvície;
- Acne;
- Agressividade;
- Hipertensão arterial;
- Hipertrofia da próstata;
- Limitação do crescimento;
- Hepatotoxidade;
- Impotência sexual;
- Esterilidade;
- Insônias;
- Cefaléias;
- Aumento do mau colesterol LDL;
- Diminuição do bom colesterol HDL;
- Ginecomastia (surgimento de seios);
- Selamento das epífises ósseas;
- Coronáriopatias (complicações cardíacas);
- Enrijecimento das articulações;
- Atrofia testicular;
- Em mulheres, além dos acima citados podem ocorrer:
- Virilização;
- Crescimento de pelos;
- Engrossamento da voz;
- Hipertrofia do clitóris;
- Distúrbios menstruais e ovulatórios.
Não se sabe até que ponto os problemas ocasionados pelo uso das "bombas" são reversíveis. "Os casos têm que ser analisados de forma isolada porque cada organismo reage de um jeito ao uso do esteróide. Em muitos casos, o nível de comprometimento das funções é tão grande que não há opção de cura. Várias pessoas já morreram por causa do uso indiscriminado dos anabolizantes".

Por tantos riscos e inconvenientes, o uso indiscriminado de anabolizantes deve ser desencorajado, banido do meio esportivo. A grande arma capaz de resolver esse problema são as campanhas educativas. " O uso de esteróides já se tornou um caso de saúde pública.

Uma outra moda de ganhar volume no corpo, vem sendo praticada pelos adolescentes, que é a aplicação injetável de óleo mineral. Após a aplicação do óleo vegetal ocorre a fibrose muscular no local injetado e muitas vezes leva a amputação do membro afetado.

Pais: Vamos acompanhar nossos filhos com a educação da presença, evitando que o mesmo tome rumos
de sofrimento para Eles e a família.
Muita paz em Cristo!

sábado, 19 de março de 2011

Da primeira Sociedade aos centos Espíritas da Atualidade

ANTONIO CESAR PERRI DE CARVALHO

Após o lançamento de O Livro dos Espíritos foi intenso o interesse pela Doutrina nascente. Allan Kardec foi muito procurado por aqueles que queriam conhecê-lo pessoalmente e com ele trocar idéias.

O Codificador já realizava reuniões às terças-feiras, há seis meses, em sua residência, na rua dos Mártires, 8, em Paris. No início, ali compareciam de 8 a 10 pessoas, chegando, às vezes, até 30, movidas pelo desejo de conhecer o Espiritismo e o próprio Kardec. Este e seus companheiros chegaram à conclusão de que deveriam organizar uma sociedade, o que se efetivou com a fundação, em 1º. de abril de 1858, da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (SPEE), que começou a funcionar na galeria de Valois, no Palais-Royal. Um ano depois e até 1º. de abril de 1860 a SPEE realizou suas sessões numa outra ala do mesmo edifício, em salão do restaurante Douix, na galeria Montpensier. A partir desta última data, a Sociedade passou a funcionar em sede própria, na passagem Sainte-Anne, na rua Sainte-Anne, 59. Allan Kardec divulgou muitas informações sobre a SPEE nas páginas da Revista Espírita, adaptando-as depois, em forma de orientações para reuniões, em capítulos de O Livro dos Médiuns, onde também transcreve o “Regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”.

A SPEE foi um autêntico laboratório, viabilizando a experiência com atividades espíritas valiosas para o Codificador e, sem dúvida, ponto de referência para os interessados na novel Doutrina Espírita.

Quase no final de sua jornada física, inclui na Revista Espírita interessante matéria intitulada “Estatística do Espiritismo”. O Codificador destaca que “do ponto de vista da difusão das idéias espíritas, e da facilidade com que são aceitas, os principais Estados da Europa podem ser classificados como se segue: 1º. França. – 2º. Itália. – 3º. Espanha. – 4º. Rússia. – 5º. Alemanha. [...]” (destacamos os cinco primeiros). Kardec realiza o primeiro estudo sobre a “proporção relativa dos espíritas”, analisando vários fatores e as categorias em que “[...]o Espiritismo encontrou, até hoje, mais aderentes”.

O trabalho de difusão das idéias espíritas também se concretizou com as viagens feitas pelo Codificador à França e Bélgica, dirigindo-se, entre outros, aos espíritas de Lyon, Bordeaux, Tours, Antuérpia e Bruxelas.

Léon Denis, que conheceu Kardec durante visita deste a Tours, em 1862, e depois esteve com ele em mais duas oportunidades no ano de 1867, veio a se transformar no grande divulgador do Espiritismo e consolidador do Movimento Espírita francês, visitando inúmeros grupos espíritas e neles fazendo palestras. O Espiritismo se firmou em várias localidades francesas. Léon Denis considerou que “Lyon é a muralha do Espiritismo”. Esta cidade chegou a possuir uma creche espírita fundada em 1903.

Ao chegar em nosso país, a nascente Doutrina encontrou abrigo inicial na primeira instituição – o “Grupo Familiar do Espiritismo” (Salvador, 1865) – e depois na cidade do Rio de Janeiro com o Grupo Confúcio (1873), a Sociedade de Estudos Espíritas “Deus, Cristo e Caridade” (1876), o Grupo Espírita Fraternidade (1880), o Grupo Ismael (1880) e a própria Federação Espírita Brasileira (1884). Seguiram-se fundações de grupos espíritas em vários Estados do País e trabalhos pioneiros como os de Antônio Gonçalves da Silva (Batuíra), Anália Franco, Eurípedes Barsanulfo, Cairbar Schutel, entre outros.

Durante as comemorações do Primeiro Centenário de Nascimento de Allan Kardec, promovidas pela FEB, no Rio de Janeiro, de 3 a 5 de outubro de 1904, com a participação de representantes de várias instituições espíritas do Brasil, foi aprovado o documento “Bases de Organização Espírita”, primeira orientação voltada à criação de associações espíritas nas capitais de todos os Estados, para o estudo e a propagação da Doutrina, e a união de todos os núcleos.

Nas primeiras décadas do século XX, graças à árdua dedicação de pioneiros, que difundiriam a Doutrina, concretizando ações sociais, de certa forma inspirados na experiência do trabalho da “Assistência aos Necessitados” da FEB, o Movimento Espírita se desenvolveu e conquistou espaços junto à população e o respeito de autoridades governamentais.

Esses traços iniciais das instituições espíritas do Brasil foram identificados inclusive por estrangeiros. No ano de 1941, Gabriel Gobron anotou em Le Fraterniste, após visitar nosso país: “[...] à frente do mundo no tocante à organização espírita de assistência pública vem o Brasil. Não há Centros Espíritas que não tenham ou cuidem de ter uma assistência aos necessitados. O Espiritismo brasileiro é a caridade em ação [...] e o Brasil e seus espíritas são pobres!”.

Em meados do século XX, as obras psicográficas e o trabalho de Francisco Cândido Xavier provocaram impacto significativo na consolidação e na expansão do Movimento Espírita brasileiro. Tal fato se intensificou a partir dos anos 1960, com a presença do referido médium na televisão.

A essa altura, já existiam propostas de incentivo ao estudo e aos cursos de Espiritismo, alimentadas principalmente pelas então chamadas Mocidades Espíritas, notadamente em eventos regionais, estaduais e nacional, como foi a I Confraternização de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil (Marília, SP, 1965). Experiências pioneiras de cursos eram levadas a efeito por instituições de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. Importante reforço surgiu em 1983, com a aprovação pelo Conselho Federativo Nacional da FEB da “Campanha do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita”.

A tendência de aumentar-se a procura pelos centros espíritas, a partir dos “Pinga-Fogos” na TV, com Chico Xavier, gerou a preocupação sobre algumas aparentes distorções e obstáculos à organização doutrinária dos centros: ações de assistência social apenas com a materialização da caridade e a mediunidade como fim, poderiam comprometer as bases do Movimento Espírita. Seria importante o fortalecimento em bases kardequianas e a divulgação pelo livro.

A União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE) produziu significativos instrumentos de difusão e orientação, tais como a “Campanha Comece pelo Começo” e a “Carta aos Centros Espíritas”.

No final dos anos 1970, as Entidades Federativas Estaduais, que integram o Conselho Federativo Nacional da FEB, aprovaram o texto “A adequação do Centro Espírita para o melhor atendimento de suas finalidades” na Reunião de 1º. a 3 de outubro de 1977, com base nas Conclusões dos Conselhos Zonais. (out./1975 a abr./1977). Em seguida, numa continuidade de aprofundamento de estudos ao longo de suas Reuniões Zonais (1978-1979), e na sua Reunião Plenária, em julho de 1980, o CFN aprovou o texto “Orientação ao Centro Espírita”, que passou a ser um marcante subsídio orientador para as instituições espíritas do País.

Depois de quase três décadas, o referido documento foi reanalisado com base em sugestões apresentadas pelas Entidades Federativas Estaduais, discutido em Comissões Regionais do CFN é, finalmente, aprovado um texto atualizado e ampliado na Reunião do CFN de 2006, sendo lançado por ocasião do 2º. Congresso Espírita Brasileiro. Desta maneira, “a título de sugestão e de subsídio, oferece orientações e material de apoio, elaborados e disponibilizados pelos órgãos federativos e de unificação do Movimento Espírita, para as atividades dos Centros e demais instituições espíritas, visando facilitar as tarefas de seus trabalhadores, no encaminhamento de assuntos doutrinários, administrativos, jurídicos e de unificação”.

Em nossos dias, o Movimento Espírita Brasileiro conta com mais de doze mil instituições em funcionamento. Cento e cinqüenta anos após a publicação de O Livro dos Espíritos e da fundação do primeiro Centro Espírita do mundo, há conquistas evidentes e, sem dúvida, grandes responsabilidades. De forma amadurecida e com elaboração coletiva, dispõe-se de oportunos materiais de orientação e de apoio à ação espírita.

Trajédia no Japão - Destruição, transformação, regeneração e Progresso

Correio Fraterno
Escrito por Eliana Haddad

As imagens do forte terremoto de 8,9 graus de magnitude, provocando tsunamis que castigaram o Japão, matando milhares de pessoas, são tristes e fortes e estão marcando o planeta Terra. A tragédia emociona o mundo, num misto de revolta e indignação. Afinal, é muito difícil para quem não acredita na reencarnação e na lei de causa e efeito aceitar o fato da morte coletiva de tantas pessoas, independentemente de idade ou condição moral e social. Para os menos avisados, todos teriam sido, coitados, vítimas de uma grande surpresa – um horror, um acidente lamentável, um castigo de Deus sem explicações. Como tudo, quando não se tem o sentido espiritual da vida, esses fatos são simplesmente assustadores (e desanimadores).

Explica a doutrina espírita, porém, que é da lei da natureza a destruição, pois é preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Muitas vezes, o que chamamos de destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação. É preciso que se compreenda que a destruição é sempre da matéria. É essa mesma lei que nas desencarnações age inteligentemente na parte física, acabando com “um invólucro”, como explicaram os espíritos a Kardec, que é “simples acessório” e não a parte essencial do ser pensante - o princípio inteligente, que não se pode destruir e que se elabora nas metamorfoses diversas por que passa.

Tudo muito bem planejado, a natureza obedece ainda a lei de conservação, através da qual se promove o equilíbrio para se evitar a destruição antes do tempo necessário. Assim, por instinto, cumpre-nos também prolongar sempre a vida para desempenharmos nossas tarefas. Outro ponto importante é que a necessidade da destruição é proporcional ao estado mais ou menos material dos mundos, diminuindo portanto entre os homens, à medida que o espírito supera a matéria. Ë por isso que - como explicam os espíritos - depois do horror da destruição, muitas vezes vemos surgir o desenvolvimento intelectual e moral.

O fato de compreendermos a lei da destruição, porém, não nos dá o direito de nos tornarmos alheios aos sofrimentos da Humanidade, porque acima de tudo é preciso que exercitemos sempre o maior mandamento, tão bem exemplificado por Jesus na Terra e que resumiu todas as leis anteriores - o amor.

É nosso dever fazer brilhar essa luz, como tão bem nos ensinou Jesus, através da caridade, da nossa colaboração fraterna, colocando o nosso entendimento como instrumento de consolo e auxílio ao sofrimento do nosso próximo. “A piedade é amor, o amor é devotamento; o devotamento é o esquecimento de si mesmo; e esse esquecimento, essa abnegação em favor dos infelizes, é a virtude por excelência”, diz O evangelho segundo o espiritismo. Mas, não basta apenas sentir o sofrimento do outro, a piedade deve ser muito mais que isso, pois exige uma ação – seja ela de cunho material ou espiritual. “Temei ficar indiferentes, quando puderdes ser úteis”, diz o espírito Michel (Bordeaux, 1862), afirmando ainda que longe de ser um sentimento perturbador, a piedade é o sentimento mais apropriado a nos fazer progredir, pois nos possibilita domar nosso egoísmo, incentivando-nos a humildade, a beneficência e o amor ao próximo.

Os flagelos são provas que dão ao homem oportunidade de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo.

Allan Kardec perguntou aos espíritos qual seria a finalidade de Deus nos flagelos destruidores. “Para fazê-la progredir mais depressa”, responderam, “pois a destruição é uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento. Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Não podemos apreciar a destruição do nosso ponto de vista pessoal porque os qualificamos de flagelos, por efeito do prejuízo que nos causam. Essas subversões, porém, são freqüentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos”.

Vale aqui ressaltar que tais intempéries não são um capricho de Deus para castigar a Humanidade, mas algo que está dentro da perfeição de suas leis naturais, que permitem a existência desses transtornos, justamente para apressar um desenvolvimento integrado no processo geral de evolução a que todos estamos determinados a cumprir. Esses acontecimentos que a princípio podem ser muito mal compreendidos pela falta de entendimento das Leis Divinas, permitem – no mínimo - que o homem sinta a sua fraqueza e reflita sobre os seus enganos, acelerando assim seu conhecimento do bem e do mal.

Se nesses flagelos, tanto sucumbe o homem de bem como o perverso, nisto também está a justiça de Deus. A maior dificuldade na compreensão dessas situações é o nosso pensamento materialista, pois ensina a doutrina espírita que o mundo espiritual preexiste e sobrevive a tudo. “Os corpos são meras vestes com que eles (espíritos) aparecem no mundo. Por ocasião das grandes calamidades que dizimam os homens, o espetáculo é semelhante ao de um exército, cujos soldados, durante a guerra, ficam com seus uniformes estragados, rotos, ou perdidos. O general se preocupa mais com seus soldados do que com os uniformes deles. Não podemos considerar a vida, simplesmente qual ela é, mas conforme representa seu verdadeiro objetivo em relação ao infinito. Em outra vida, as vítimas desses flagelos acharão ampla compensação aos seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem murmurar.

Interessante atentar para a observação dos espíritos que muito bem respondem à dúvida quanto se não poderiam ser consideradas vítimas as pessoas atingidas por flagelos. “Venha por um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo”. Explicação totalmente de acordo com os fatos noticiados pela imprensa de casos - tidos erroneamente como sorte, coincidência, acaso ou milagre - de pessoas que se salvaram de grandes acidentes coletivos.

Nada acontece por acaso, explica a doutrina dos espíritos. Em parte, é dado ao homem intentar contra os flagelos que o afligem, por isso muitos resultam da imprevidência e da falta de amor do homem. Não estaria a humanidade desrespeitando essa morada planetária, agredindo seu equilíbrio natural? Que planeta estamos preparando para as próximas reencarnações?

À medida que adquire conhecimentos e experiência, o homem vai podendo afastar naturalmente alguns flagelos, isto é, prevenir, se lhes sabe pesquisar as causas. Contudo, entre os males que afligem a Humanidade, alguns há de caráter geral, que estão nos decretos da providência e dos quais cada indivíduo recebe, mais ou menos, o contragolpe. A esses nada pode o homem opor, a não ser sua submissão à vontade de Deus. Esses mesmos males, entretanto, ele muitas vezes os agrava pela sua negligência.

Diz O livro dos espíritos que na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais às produções da terra. O homem, porém, tem encontrado no próprio progresso científico-tecnológico meios de impedir, ou, quando menos, de atenuar muitos desastres. Muito mais fará pelo seu bem-estar material, quando souber aproveitar-se de todos os recursos da sua inteligência e quando, aos cuidados da sua conservação pessoal, souber aliar o sentimento de verdadeira caridade para com os seus semelhantes.