domingo, 25 de abril de 2010

Porque a Reencarnação Passou a ser Condenada Pela Igreja Católica


Vivaldo J. de Araújo
O Concílio de Constantinopla – 553 D.C

Até meados do século VI, todo o Cristianismo aceitava a Reencarnação que a cultura religiosa oriental já proclamava, milênios antes da era cristã, como fato incontestável, norteador dos princípios da Justiça Divina, que sempre dá oportunidade ao homem para rever seus erros e recomeçar o trabalho de sua regeneração, em nova existência.

Aconteceu, porém, que o segundo Concílio de Constantinopla, atual Istambul, na Turquia, em decisão política, para atender exigências do Império Bizantino, resolveu abolir tal convicção, cientificamente justificada, substituindo-a pela ressurreição, que contraria todos os princípios da ciência, pois admite a volta do ser, por ocasião de um suposto juízo final, no mesmo corpo já desintegrado em todos os seus elementos constitutivos.

É que Teodora, esposa do famoso Imperador Justiniano, escravocrata desumana e muito preconceituosa, temia retornar ao mundo, na pele de uma escrava negra e, por isso, desencadeou uma forte pressão sobre o papa da época, Virgílio, que subira ao poder através da criminosa intervenção do general Belisário, para quem os desejos de Teodora eram lei.

E assim, o Concílio realizado em Constantinopla, no ano de 553 D.C, resolveu rejeitar todo o pensamento de Orígenes de Alexandria, um dos maiores Teólogos que a Humanidade tem conhecimento. As decisões do Concílio condenaram, inclusive, a reencarnação admitida pelo próprio Cristo, em várias passagens do Evangelho, sobretudo quando identificou em João Batista o Espírito do profeta Elias, falecido séculos antes, e que deveria voltar como precursor do Messias (Mateus 11:14 e Malaquias 4:5).

Agindo dessa maneira, como se fosse soberana em suas decisões, a assembléia dos bispos, reunidos no Segundo Concílio de Constantinopla, houve por bem afirmar que reencarnação não existe, tal como aconteceu na reunião dos vaga-lumes, conforme narração do ilustre filósofo e pensador cristão, Huberto Rohden, em seu livro " Alegorias ", segundo a qual, os pirilampos aclamaram a seguinte sentença, ditada por seu Chefe D. Sapiêncio, em suntuoso trono dentro da mata, na calada da noite: " Não há nada mais luminoso que nossos faróis, por isso não passa de mentira essa história da existência do Sol, inventada pelos que pretendem diminuir o nosso valor fosforescente ".

E os vaga-lumes dizendo amém, amém, ao supremo chefe, continuaram a vagar nas trevas, com suas luzinhas mortiças e talvez pensando - "se havia a tal coisa chamada Sol, deve agora ter morrido". É o que deve ter acontecido com Teodora: ao invés de fazer sua reforma íntima e praticar o bem para merecer um melhor destino no futuro, preferiu continuar na ilusão de se poder fugir da verdade, só porque esta fora contestada pelos deuses do Olimpo, reunidos em majestoso conclave.

Vivaldo J. de Araújo é Professor e Procurador de Justiça do Estado de Goiás.

Por que Existe Reencarnação?


Jorge Carmona
Imagine você vivendo na época da escravidão, sendo de cor branca, dono de uma Senzala, praticando maldades contra negros, seus escravos. Imagine depois, que você morre (desencarna), após tanta maldade.

E agora ? Irá para o INFERNO ETERNO, ou - como um aluno que repete o ano escolar - irá reencarnar, nascendo de novo (conforme afirma Cristo, em João, 3:3), em situações diferentes, para o aprimoramento moral? Imagine então, que você (seu espírito) renasce (reencarna), porém, nascendo, agora, uma criança negra, na mesma Senzala a qual antes era dono. Agora, sendo negro, esquecido do passado, inicia sua vida de sofrimentos, apanhando, inclusive, de seus ex-empregados, sentindo a dor da discriminação e das chibatadas, reclamando de Deus por ter nascido negro. Após várias desencarnações e reencarnações, sempre nascendo negro, você passa a amar os negros pois vai se acostumando com eles, possuindo pais e filhos negros, casando com negros, vivendo seus costumes, etc...

Agora sim. Você novamente morre (desencarna), e pode até reencarnar como branco, pois já aprendeu a amar os negros. E isto acontece, ou seja, você nasce de novo, numa família de brancos, onde seu pai maltrata negros, pois é dono de uma Senzala. Você, agora, mesmo sendo branco, luta a favor dos negros, indo contra seu próprio pai.

Você já está moralmente evoluído, com fins a praticar, inclusive, as ações que Cristo (em Mateus, 25;31/45) menciona ser a condição essencial para viver em um Plano Espiritual Superior, que somente os bons conseguem.

O exemplo acima, talvez o leve a entender a importância de várias vidas, para nossa evolução moral, ora sendo branco, ora negro, ora rico, ora pobre, etc.. Segundo a Bíblia (Hebreus, 9;27), é dado aos homens morrer uma só vez. Contudo, o espírito que habita o homem não morre nenhuma vez. É este espírito imortal que reencarna em corpo de homem, quantas vezes necessário para sua evolução moral. Por exemplo, Cristo afirma a Nicodemos (João, 3;1/12) ser necessário nascer de novo. Nicodemos, não entendendo como poderia o homem (a carne) nascer novamente, pergunta: "como pode um homem nascer, sendo velho ? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?" Cristo responde: "o que é nascido da carne, é carne; e o que é nascido do Espírito, é espírito." Veja o leitor, que a carne, não pode nascer novamente, mas o espírito pode. O ESPÍRITO NUNCA MORRE.

É, praticamente, impossível, em tão curto espaço, explicar reencarnação. Contudo, quem se aprofunda no caso, obtém respostas para várias perguntas, tais como: por que crianças (que segundo algumas Doutrinas, não possuem pecados) nascem aleijadas, cegas, surdas, mudas, com câncer, etc.? Propósito de Deus? Deus possui propósito bons para alguns, e ruins para outros ? Na verdade, o Planeta Terra e o nosso corpo, são as ferramentas que possuímos para nossa evolução moral, pois DEUS É JUSTO, DEUS É BOM, DEUS É AMOR.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Você se Sente Amarrado(a)?


É muito comum as pessoas comentarem que a vida não vai pra frente e que se sentem presas, bloqueadas, sem conseguirem caminhar com mais desenvoltura.
Sentem-se impedidas de realizarem suas atividades mais simples e uma sensação de impotência perante a vida lhes toca o ser.

Porque isso ocorre?

Carregando o FardoSem pretender generalizar, muitas pessoas no decorrer de sua existência, alimentam muitos sentimentos ruins e guardam em si muitas coisas desnecessárias para sua vida.
Semelhante a um viajante que carrega um fardo cheio de coisas e que por onde passa, encontra novos elementos para guardar nesse fardo, chegará um momento em que o fardo estará tão cheio que devido ao peso será quase impossível prosseguir.

Esse fardo seriam esses sentimentos que guardamos em nosso coração, como mágoa, raiva, ódio contido, desejos de vingança, inveja, baixa autoestima, desânimo pela vida, insatisfação, não aceitação das coisas ao redor, etc.

A medida que prosseguimos em nossa jornada evolutiva, coletamos várias experiências nas várias existências sucessivas experimentadas. É comum que carreguemos em nós o fardo de nossas lutas e labores, mas quando não damos lugar ao novo dentro de nós, dando vazão às coisas velhas que não necessitamos mais e que não nos fazem bem, chega um momento que não temos mais espaço para os sentimentos e entramos na fase do bloqueio.

Quando não temos mais espaço para o novo, pelo acúmulo de coisas velhas guardadas em nós, passamos a viver somente a amargura de nossas problemáticas do passado e a lembrança dessas angústias e amarguras consequentemente nos colocarão nessa faixa de bloqueio e daí a sensação de estar preso, amarrado, sem liberdade e com a vida indo por água abaixo.

Assim sendo, liberte-se do velho que há em você e dê oportunidade ao novo.

Perdoe fatos ocorridos em sua vida e procure o perdão daqueles que talves você tenha magoado.
Reveja seus conceitos e pergunte-se se realmente vale a pena o modo que você tem vivido ultimamente.

Quais são seus objetivos? O que você deseja para sua vida? O que você está fazendo para conquistar e atingir suas metas?

Mate o "homem velho" dentro de você. Abra espaço para coisas novas para que o curso de suas águas novamente possam seguir em frente.

Muita paz e que nosso Senhor Jesus Cristo ilumine seu coração.

Centro Espírita Batuíra
R. Estácio de Sá, 193 - Sorocaba/SP

domingo, 11 de abril de 2010

Amizades e Afeições


Não apenas a simpatia como ingrediente único para facultar que os afagos da amizade te adornem e enlevem o espírito.
Muito fácil ganhar como perder amigos. Quiçá difícil se apresente a tarefa de sustentar amizades, ao invés de somente consegui-las.
O magnetismo pessoal é fator importante para promover a aquisição de afetos. Todavia, se o com­portamento pessoal não se padroniza e sustenta em diretrizes de enobrecimento e lealdade, as amizades e afeições não raro se convertem em pesada canga, desagradável parceria que culmina em clima de animo­sidade, gerando futuros adversários.
Nesse particular existem pequenos fatores que não podem nem devem ser relegados a plano secundário, a fim de que sejam mantidas as afeições.
A planta não irrigada sucumbe sob a canícula.
O grão não sepulto morre.
O lume sem combustível se apaga.
A máquina sem graxa arrebenta-se.
Assim, também, a amizade que sem o sustento da cortesia e da gentileza se estiola.

*

Se desejas preservar teus amigos não creias con­segui-lo mediante um curso de etiqueta ou de boas maneiras, com que muitas vezes a aparência estudada, artificial, substitui ou esconde os sentimentos reais. Os impositivos evangélicos que te apliques, ser-te-ão admiráveis técnicas de autenticidade, que funcionam como recurso valioso para a sustentação do bem em qual­quer lugar, em toda situação, com qualquer pessoa.
A afabilidade, a doçura, a gentileza de alguém, aparentemente destituído de simpatia conseguem pro­piciar a presença de amigos, retê-los e torná-los afetos puros para sempre.
Amizades se desagregam ou se desgastam exata­mente após articuladas, no período em que os consór­cios fraternos se descuidam de mantê-las.
E isto normalmente ocorre, como conseqüência de atitudes que se podem evitar: o olhar agressivo;
A palavra ríspida;
O atendimento hostil ou negligente;
A lamentação constante;
A irreverência acompanhada pela frivolidade;
A irritação contínua;
A queixa contumaz;
O pessimismo vinagroso.
Os amigos são companheiros que também têm problemas. Por essa razão se acercam de ti.
Usa, no trato com eles, quanto possível, a bonda­de e a atenção, a fim de que, um dia, conforme Jesus enunciou: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor; mas, tenho-vos chama­do amigos, porque vos revelei tudo quanto ouvi de meu Pai”, tornando-te legítimo amigo de todos, con­seqúentemente fruindo as bênçãos da amizade e da afeição puras.

Não apenas a simpatia como ingrediente único para facultar que os afagos da amizade te adornem e enlevem o espírito.
Muito fácil ganhar como perder amigos. Quiçá difícil se apresente a tarefa de sustentar amizades, ao invés de somente consegui-las.
O magnetismo pessoal é fator importante para promover a aquisição de afetos. Todavia, se o com­portamento pessoal não se padroniza e sustenta em diretrizes de enobrecimento e lealdade, as amizades e afeições não raro se convertem em pesada canga, desagradável parceria que culmina em clima de animo­sidade, gerando futuros adversários.
Nesse particular existem pequenos fatores que não podem nem devem ser relegados a plano secundário, a fim de que sejam mantidas as afeições.
A planta não irrigada sucumbe sob a canícula.
O grão não sepulto morre.
O lume sem combustível se apaga.
A máquina sem graxa arrebenta-se.
Assim, também, a amizade que sem o sustento da cortesia e da gentileza se estiola.

*

Se desejas preservar teus amigos não creias con­segui-lo mediante um curso de etiqueta ou de boas maneiras, com que muitas vezes a aparência estudada, artificial, substitui ou esconde os sentimentos reais. Os impositivos evangélicos que te apliques, ser-te-ão admiráveis técnicas de autenticidade, que funcionam como recurso valioso para a sustentação do bem em qual­quer lugar, em toda situação, com qualquer pessoa.
A afabilidade, a doçura, a gentileza de alguém, aparentemente destituído de simpatia conseguem pro­piciar a presença de amigos, retê-los e torná-los afetos puros para sempre.
Amizades se desagregam ou se desgastam exata­mente após articuladas, no período em que os consór­cios fraternos se descuidam de mantê-las.
E isto normalmente ocorre, como conseqüência de atitudes que se podem evitar: o olhar agressivo;
A palavra ríspida;
O atendimento hostil ou negligente;
A lamentação constante;
A irreverência acompanhada pela frivolidade;
A irritação contínua;
A queixa contumaz;
O pessimismo vinagroso.
Os amigos são companheiros que também têm problemas. Por essa razão se acercam de ti.
Usa, no trato com eles, quanto possível, a bonda­de e a atenção, a fim de que, um dia, conforme Jesus enunciou: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor; mas, tenho-vos chama­do amigos, porque vos revelei tudo quanto ouvi de meu Pai”, tornando-te legítimo amigo de todos, con­seqúentemente fruindo as bênçãos da amizade e da afeição puras.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Fórmula Matemática


Clareza da proposta não deixa dúvidas

A fonte inesgotável de estudos que a Doutrina Espírita oferece permite-nos localizar até uma fórmula matemática em seus postulados, mostrando que todas as áreas do conhecimento humano estão na Revelação Espírita e que ela utiliza todos esses conhecimentos para ampliar os próprios ensinos. Isto se deve à sua perene atualidade, pois que oriunda e embasada nas Leis Divinas.

Antes de trazermos aos leitores a fórmula referida, permitimo-nos transcrever parcialmente o texto ditado pelo Espírito Stael (médium: Srta. Eugênie), recebido em 10 de fevereiro de 1860 e publicado por Kardec na edição de março de 1860 da Revista Espírita*, e que recebeu o título de Felicidade:

“Qual o objetivo de cada indivíduo, nesta terra? Quer a felicidade a qualquer preço. Que é o que faz que cada um siga uma rota diferente? É que cada um espera encontrá-la num lugar ou numa coisa que lhe agrada particularmente: uns procuram a glória, outros a riqueza, outros, ainda, as honrarias. O maior número corre em busca da fortuna, que, em nossos dias, é o mais poderoso meio de chegar a tudo. Ela a tudo serve de pedestal. Mas quantos vêem realizada essa necessidade de felicidade? Muito poucos. Perguntai a cada um dos que chegam se atingiram o objetivo a que se propunham. São felizes? Todos responderão: ‘ainda não’. Porque todos os desejos aumentam na proporção daqueles que são satisfeitos. Se hoje há tanta gente que quer interessar-se pelo Espiritismo, é porque, tendo visto que tudo é quimera e, não obstante, querendo alcançá-la, experimentam o Espiritismo como tentaram a riqueza e a glória. Se Deus pôs nos nossos corações essa necessidade tão grande de felicidade, é que esta deve existir algures. Sim, confiai Nele, mas sabei que tudo quanto Deus promete deve ser Divino como Ele e que a felicidade que buscais não pode ser material (...)”.

A mensagem continua citando o conforto da Revelação Espírita, mas o que nos interessa é verificar a simplicidade (e ao mesmo tempo a grandeza) do ensino dos Espíritos.

Verdadeira equação

A resposta à questão 922 de O Livro dos Espíritos pode ser transformada numa equação matemática. Didaticamente, digamos, para ensejar o estudo e mesmo sua aplicação à vida diária. É simples, mas genial. O leitor deve estar curioso. Por isso, não nos alonguemos mais:

Podemos formulá-la assim: F = PN + CT + FF.

O F podemos identificar como Felicidade. Ora, todos querem a felicidade, seja na forma de paz interior, seja na forma de ausência de preocupações ou mesmo realização pessoal, em qualquer área. Consideramos, no entanto, que é impossível a felicidade total sobre um planeta ainda tão cheio de dificuldades. No entanto, é possível sim uma felicidade relativa, que nos permite viver com alegria.

Pois é, a construção diária da felicidade, ainda que relativa e possível neste mundo, é igual a PN + CT + FF, onde PN é posse do necessário. A posse do necessário livra-nos de tolas ansiedades, ambições, torturas outras tais como inveja, ciúme e permite-nos viver com relativa tranqüilidade. Considere-se a grande quantidade de pessoas que não possuem nem o necessário, e muitas vezes ficamos nos debatendo com coisas e coisas que extrapolam o necessário, tornam-se supérfluas e motivos de preocupações e até enfermidades.

O segundo item, CT significa consciência tranqüila. Aqui o leitor pode concluir por si mesmo: quem tem a consciência tranqüila vive feliz, dorme sem pesar-lhe a consciência e desfruta dessa felicidade possível. Ela significa não causar prejuízos ou dores a quem quer que seja.

E o terceiro item da fórmula? FF é a fé no futuro. Sim, fé no futuro. Quem tem fé, sabe que as situações e circunstâncias contraditórias, tumultuadas, aparentemente injustas, que causam sofrimento e grandes aflições são todas transitórias, vão passar. Apegando-se à realidade de um futuro concreto para todos e feliz, desde que tenhamos consciência tranqüila e não nos desgastemos tanto com a posse de bens que extrapolam o necessário, estaremos usando a fé no futuro (que está sendo construído com o comportamento reto e idôneo do presente) como ponto de apoio para superar os desafios que a vida apresenta. Considere-se que o apego aos bens materiais é elemento determinante de grandes torturas no futuro, por isso nota-se que as três situações estão inteiramente ligadas entre si e a consciência reta, honesta, impede que prejudiquemos terceiros para a conquista desses bens transitórios, embora não estejamos proibidos de adquirir bens.


Realmente um roteiro



Portanto, somemos as três situações: posse do necessário (desprendimento), consciência tranqüila (não causar prejuízos a si mesmo e a terceiros) e fé no futuro (calma, prudência, tolerância, confiança na vida, determinação dos objetivos); concluiremos que elas reúnem as condições da felicidade relativa que se pode alcançar nesta vida. E passamos a entender que nós mesmos a podemos construir...

Está lá na questão 922. Basta que descubramos para pensar e refletir. O interessante mesmo foi transformar a resposta em fórmula matemática, como nos foi apresentada pelo amigo Airton Pereira, em magnífica palestra proferida em Matão-SP.

E como diz o Espírito em sua mensagem, a felicidade que buscais não pode ser material (...)”. Perfeito! Nada mais a acrescentar.

Anorexia e Obesidade




Após as festas natalinas, pude notar em minhas roupas que havia engordado. Corri até a balança mais próxima e constatei a verdade: Engordei cerca de 2,5 kg no fim de semana natalino.

Comecei a pensar na importância de se levar uma vida regrada, harmônica, equilibrada.

Os excessos são sempre perigosos e causam sérios prejuízos à nossa saúde física e psíquica.

No Brasil por exemplo, cerca de 40% dos adultos estão acima do peso. Em nosso país a obesidade está mais preocupante que a desnutrição. Os excessos aliado a vida sedentária sedimentam esse problema em nossa sociedade. Detalhe importante: A reação da obesidade vem em cadeia e afeta também as crianças; com os pais sem tempo de preparar e cuidar de uma alimentação saudável, as crianças vão no embalo alimentar e acabam abusando das inúmeras guloseimas, o resultado não é difícil de prever: Estima-se que cerca de 10% das crianças brasileiras enfrentam problemas com a balança, os prejuízos são enormes e vão desde o abalo na auto estima até sérios problemas cardíacos e circulatórios.

Na outra face da moeda o excesso também comanda o dano que é causado à vida humana. A obsessão por ser magra e as mortes que vem ocorrendo preocupam e trazem a baila o assunto referente a anorexia. No caso da anorexia, a pessoa julga que ser magra é sinal de sucesso, não se alimenta devidamente, e mesmo emagrecendo a olhos vistos tem uma imagem desfocada de seu corpo, ou seja, por mais magro que se esteja, considera-se sempre acima do peso, essa ânsia por conquistar o que julgam o corpo perfeito, lhes faz mergulhar em um mundo de ilusão onde uma das plataformas pode ser a morte.

Os exageros ou a escassez na hora de se alimentar, a vaidade desmedida ou o total desleixo, são válvulas de escape onde atira-se receios, frustrações,ansiedades,tristezas...

Se formos analisar o cerne da questão, esses assuntos têm uma morada: O desconhecimento. Sim, quando se desconhece os objetivos da jornada humana na Terra é mais fácil cair nas raias do exagero, desequilibrando-se.

Por isso, é necessária a educação da alma humana em sua amplitude, que abrange além do esmero intelectual também a educação moral e psicológica do ser humano. É essa educação global que proporciona à criatura enfrentar com serenidade as alegrias e tristezas inerentes a condição humana.

Desiludir-se e procurar saídas exteriores para sentir-se valorizado é uma porta enganosa que nos locomove a desequilíbrios de todos os matizes. O grande segredo está em descobrir-se, valorizar-se, saber que existe uma razão para estarmos aqui, a chave para nosso sucesso como seres humanos está dentro de nós mesmos, basta nos dispormos a desbravar nossos sentimentos, nossos receios, nossa intimidade.

Anorexia e obesidade, duas faces de uma mesma moeda, duas irmãs que têm em comum um pai chamado excesso, serão banidas apenas quando conhecermos a nós mesmos.

Pensemos nisso.


Artigo gentilmente cedido por Wellington Balbo
Baurú - SP

Paradigmas e Preconceitos


Posturas resistentes só embaçam o progresso

Uma frase atribuída a Albert Einstein agiganta um dos maiores desafios da evolução humana: o preconceito. A frase é: "é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito". O preconceito, segundo o dicionário (1), é conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados; opinião desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão. A própria definição já indica o equívoco de sua existência e danosas conseqüências.

O preconceito é responsável pela manutenção de paradigmas que têm atravancado o progresso humano. A palavra paradigma não tem uma conceituação que indique dificuldades ou males, mas como ela significa (1) modelo, padrão, protótipo, está sujeita, em ações concretas e nos relacionamentos humanos, à ação do nefasto preconceito e suas manifestações.

Estas reflexões surgiram em virtude da leitura de pequeno texto, que abaixo reproduzimos, de autoria desconhecida:

COMO NASCE UM PARADIGMA

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro colocaram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão.

Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os
outros enchiam-no de pancadas. Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.

Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos.

A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais
subia a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro
substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato.

Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto e finalmente, o último dos veteranos foi substituído. Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.

Se fosse possível perguntar a algum deles por que batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..."
Você não deve perder a oportunidade de passar esta história para seus amigos, para que, vez por outra, questionem-se por que estão batendo...

Neste ponto podemos notar como a frase atribuída a Albert Einstein ganha força. Quantas e quantas situações, da vida real, não estão enquadradas nesses preconceitos impostos, dificultando, pois, a mudança de paradigmas impregnados de vícios e resistências que atravancam o progresso.
Lucidez de Kardec

E melhor ainda é defrontar-se com a lucidez de Allan Kardec em texto publicado na Revista Espírita, de julho de 1862 (2), quando, em matéria que intitulou O Ponto de Vista, a abordagem abre caminho sobre a questão do foco de visão em que se coloca qualquer observador, sofrendo aí, neste caso, as influências de si mesmo e das circunstâncias em que se coloca. Aspectos, importância, detalhes, gravidade, foco, opções ou decisões mudam completamente de direção se alterado o ponto de vista em que se situam possíveis contendores ou diante de desafios individuais.

Apresentando o novo ponto de vista que o Espiritismo apresenta para a vida e sua finalidade, Kardec apresenta essa preciosidade:

“(...) mostra-nos a vida da alma, o ser essencial, porque é o ser pensante (...) Entretanto o homem, colocando no centro da vida, com esta se preocupa como se fosse durar sempre. Para ele tudo assume proporções colossais: a menor pedra que o fere afigura-se-lhe um rochedo; uma decepção o desespera; um revés o abate; uma palavra o enfurece. (...) Triunfar é o fim de seus esforços, o objetivo de todas as suas combinações; mas, quanto à maioria delas, que é o triunfo? Será, se não possuem os meios de vida, criar por meios honestos uma existência tranqüila? Será a nobre emulação de adquirir talento e desenvolver a inteligência? Será o desejo de deixar, depois de si, um nome justamente honrado e realizar trabalhos úteis para a humanidade? Não, triunfar é suplantar o vizinho, eclipsá-lo, afastá-lo, mesmo derrubá-lo, para lhe tomar o lugar. (...)”

E, referindo-se ao desejo de mudança de paradigmas pessoais e coletivos, à luz do pensamento espírita, pondera Kardec:

“(...) Como tudo isto muda de aspecto quando, pelo pensamento, sai o homem do vale estreito da vida terrena e se eleva na radiosa, esplêndida e incomensurável vida de além-túmulo! Como então tem piedade dos tormentos que se criou à vontade! Como então lhe parecem mesquinhas e pueris as ambições, a inveja, as suscetibilidades, as vãs satisfações do orgulho! É como se na idade madura considerasse os brincos infantis; (...)”

E, convenhamos, essas últimas linhas bem indicam as manifestações e os prejuízos de tolos preconceitos, originários de paradigmas que se estabelecem pela força, pelo orgulho. Infelizmente. Nada mais a acrescentar, apesar da exuberância do texto integral de Kardec. Aliás, diga-se de passagem, todo ele, convidativo à mudança de posturas, de abertura a novos pontos de vista, para paradigmas que estimulem o progresso e a disseminação de idéias que tragam o bem geral

A Gratidão


Algo extremamente nobre que o ser humano pode produzir – A gratidão.
Beneficia quem oferta, recompensa quem recebe.

E para que sejamos gratos, um pouco de nostalgia faz bem, relembrar nossa história e aqueles que fizeram parte de nossa vida em determinado momento da existência, não deixa-nos esquecer do bem que fizeram-nos e das situações que vivenciamos.

Se estamos aqui hoje demos graças a Deus e a nossos pais.

Se recebemos instrução nos orientando as primeiras letras, demos graças a nossos primeiros professores.

O que falar então dos amigos de infância que nos trouxeram inúmeros momentos de recreação, fazendo-nos mais felizes e proporcionando-nos as primeiras experiências fora do seio familiar.

Como esquecer de nossos colegas de profissão que nos acolheram e orientaram quando iniciávamos em nova atividade profissional.

E as criticas, as reprimendas que ganhamos de nossos pais, professores, coordenadores, foram elas nossas preciosas mestras, fazendo-nos retomar o caminho do bem quando dele nos afastávamos.

Imagine o que seriamos hoje se não nos colocassem limites mostrando-nos que nosso direito vai até onde começa o do próximo, pode ser que na época tenhamos nos melindrado, porém, mais amadurecidos pelas experiências de vida, damo-nos conta de que criticas, reprimendas, fizeram-nos enorme bem auxiliando-nos a moldar valores que jamais perderemos.

Cada ser humano que passa pela nossa vida é motivo de eterno agradecimento, porquanto, lega-nos sua peculiaridade, suas lições, sua bagagem de conhecimento, mesmo àqueles que julgamos desnecessário termos conhecido, ou até mesmo que a presença tenha causado-nos sensível embaraço, no futuro agradeceremos pela experiência que nos ensinaram.

Pois a vida é feita de experiências, algumas boas, outras nem tanto, mas em realidade todas são pedagógicas objetivando nos fazer melhorar como seres humanos.

Lembro-me de amigo que agradecia eternamente pelo desemprego que enfrentara por longos anos de sua vida, dizia ele:

- Graças a esse tempo de desemprego fui obrigado a refletir no porquê de minha instabilidade profissional, percebi assim que o problema estava comigo e que minhas atitudes irresponsáveis estavam causando mal a mim e minha família, hoje dou graças a todos que não passaram a mão em minha cabeça, pois a falta de disciplina premia a incoerência e cria abusos. Graças a todas essas pessoas hoje sou mais responsável, coerente e valorizo realmente o que conquisto.

Amigo leitor, o caminho é este mesmo, agradecer, lembrar com carinho das pessoas, dos momentos, das situações, pois são eles nossos professores na estrada da vida, se muito sabemos, se muito conquistamos, devemos a esse intenso intercâmbio que temos uns com os outros.
Pensemos nisso!



Artigo gentilmente cedido por Wellington Balbo
Baurú - SP

Jesus - Fulgaor Resplandescente do Filho de Deus



Há dois mil anos surgiu um Homem, entre os milhões de habitantes terrestres... E Esse Homem veio tornar-se o centro da história da humanidade. Muita mais do que isso: Ele tornou um marco para a história da humanidade, de tal modo que até o tempo histórico é contado tendo-O como referência ... Era uma luminosa escuridão – Esse homem... Não bajulava a nenhum poderoso – e não espezinhava nenhum miserável. Diáfano como um cristal era o Seu caráter – e, no entanto, é Ele o maior mistério de todos os séculos.[i]

Poeta algum conseguiu atingir-Lhe as excelsitudes – filósofo algum valeu exaurir-Lhe as profundezas... Esse homem não repudiava “madalenas” nem apedrejava adúlteras – mas lançava às penitentes palavras de perdão e de vida.

Não fez nada daquilo que a outros homens garante imortalidade entre os mortais – o que Nele havia de maior era Ele mesmo. Havia inocentes com sorriso nos lábios – e doentes com lágrimas nos olhos. Havia apóstolos – e apóstatas... Brincava nos caminhos Desse homem a mais bela das primaveras – e espreitava-Lhe os passos a mais negra das mortes.[ii]

Sobre suas prédicas Mahatma Gandhi dizia que eram a mais bela que conhecera à face da Terra e que bastaria que 1/3 daqueles que dizem segui-Lo colocassem em prática sua doutrina para mudar socialmente a face da Terra. Para o Iluminado da Índia o Sermão do Monte é a mais bela página da humanidade e por si só preservaria os patrimônios espirituais humanos, ainda que se perdessem os livros sagrados de todas as religiões.

Mesmo que Ele fosse um mito, alguém teria que ter concebido as Suas idéias superiores que chegam até nós. Ele era um homem de singular virtude, que seus companheiros chamam Filho de Deus.

Públio Lentulos dizia que Ele curava os enfermos e levantava os mortos, era belo de figura e atraia os olhares. Seu rosto inspirava amor e temor ao mesmo tempo. Seus cabelos eram compridos e louros, lisos até as orelhas, e das orelhas para baixo cresciam crespos anelados. Dividia-os ao meio uma risca e chegavam-lhes aos ombros segundo o costume da gente de Nazareth. As faces cobriam de leve rubor. O nariz era bem contornado, e a barba crescia, um pouco mais escura do que os cabelos, dividida em duas pontas. Seu olhar revelava sabedoria e candura. Tinha olhos azuis com reflexos de várias cores. Este homem amável ao conversar, tornava-se terrível ao fazer qualquer repreensão. Mas mesmo assim sentia-se Nele um sentimento de segurança e serenidade. Ninguém nunca o via rir. Muitos no entanto O tinham visto chorar. Era de estatura normal, corpo ereto, mãos e braços tão belos que era um prazer contemplá-los. Sua Voz era grave. Falava pouco. Era modesto .Era belo quanto um homem podia ser belo. Chamavam-lhe Jesus."[iii]

Ele, vivendo o seu tempo, construiu valores universais únicos, que, pela profundidade e extensão, modificaram os aspectos culturais, sociais, políticos e econômicos da humanidade. Ele é o caminho, a verdade, a vida em sua multiplicidade, diversidade, alteridade, exemplo claro de comportamento moral que reflete a identidade do ser com o Universo e com Deus.[iv]

Para a maioria dos teólogos, Ele é objeto de estudo, nas letras do Velho e do Novo Testamento, imprimindo novo rumo às interpretações de fé. Para os filósofos, Ele é o centro de polêmicas e cogitações infindáveis. Para nós espíritas, Jesus foi, é e será sempre a síntese da Ciência, da Filosofia e da Religião. “Tudo tem passado nestes dois mil anos, na Terra– mas a [Sua] Palavra brilha como um Sol sem ocaso, guiando as ovelhas tresmalhadas, os cordeiros perdidos do Rebanho de Israel à porta do aprisco, para restituí-los ao Bom Pastor”[v]

A figura de fulgor resplandecente do Filho de Deus continua sempre, em todos os tempos, como o Guia Espiritual da Humanidade terrena, amando-a e instruindo-a com paciência infinita.

Proclamando as bem-aventuranças à turba no monte, não a induz para a violência, a fim de assaltar o celeiro dos outros. Multiplica, Ele mesmo, o pão que a reconforte e alimente. Não convida o povo a reivindicações. Aconselha respeito aos patrimônios da direção política, na sábia fórmula com que recomendava seja dado “a César o que é de César”. Demonstrando as preocupações que o tomavam, perante a renovação do mundo individual, não se contentou em sentar-se no trono diretivo, em que os generais e os legisladores costumam ditar determinações... Desceu, Ele próprio, ao seio do povo e entendeu-se pessoalmente com os velhos e os enfermos, com as mulheres e as crianças.

Entreteve-se em dilatadas conversações com as criaturas transviadas e reconhecidamente infelizes. Usou a bondade fraternal para com Madalena, a obsidiada, quanto emprega a gentileza no trato com Zaqueu, o rico. Reconhecendo que a tirania e a dor deveriam permanecer, ainda, por largo tempo, na Terra, na condição de males necessários à retificação das inteligências, o Benfeitor Celeste foi, acima de tudo, o orientador da transformação individual, o único movimento de liberação do espírito, com bases no esforço próprio e na renúncia ao próprio “eu”. Para isso, lutou, amou, serviu e sofreu até à cruz, confirmando, com o próprio sacrifício, a sua Doutrina de revolução interior, quando disse: “e aquele que deseje fazer-se o maior no Reino do Céu, seja no mundo o servidor de todos.”[vi]

O Espiritismo vem colocar o Evangelho do Cristo na linguagem da razão, com explicações racionais, filosóficas e científicas, mas, vejamos bem, sem abandonar, sem deixar de lado o aspecto emocional que é colocado na sua expressão mais alta, tal como o pretendeu Jesus, ou seja o sentimento sublimado, demonstrando assim que o sentimento e a razão podem e devem caminhar pela mesma via, pois constituem as duas asas de libertação definitiva do ser humano.

Sabemos não ser a experiência humana uma estação de prazer, por isso, continuemos trabalhando no ministério do Cristo, recordando que, por servir aos outros, com humildade, sem violências e presunções, Ele foi tido por imprudente e rebelde, transgressor da lei e inimigo da população, sendo escolhido por essa mesma multidão para receber com a cruz a gloriosa coroa de espinhos, mas sob o influxo do bom ânimo Ele venceu o mundo!

Até porque o sacrifício Dele não deve ser apreciado tão-somente pela dolorosa expressão do Calvário. O Gólgota representou o coroamento da obra do Senhor, mas o sacrifício na sua exemplificação se verificou em todos os dias da sua passagem pelo planeta. Numerosos discípulos do Evangelho consideram que o sacrifício do Gólgota não teria sido completo sem o máximo de dor material para o Mestre Divino. Entretanto, a dor material é um fenômeno como o dos fogos de artifício, em face dos legítimos valores espirituais. Homens do mundo, que morreram por uma idéia, muitas vezes não chegaram a experimentar a dor física, sentindo apenas a amargura da incompreensão do seu ideal. Imaginai, pois, o Cristo, que se sacrificou pela Humanidade inteira, e chegareis a contemplá-Lo na imensidão da sua dor espiritual, augusta e indefinível para a nossa apreciação restrita e singela. [vii]

Em realidade qualquer palavra , expressão poética, artística, filosófica e qualquer louvor em Sua memória significarão apagada homenagem em face do que Ele representa para cada um de nós.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sono e Sonhos


EMANCIPAÇÃO DA ALMA
Chama-se emancipação da alma, o desprendimento do Espírito encarnado, possibilitando-lhe afastar-se momentaneamente do corpo físico. No estado de emancipação da alma, o Espírito se desloca do corpo
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físico, os laços que o unem à matéria ficam mais tênues, mais flexíveis e o corpo perispiritual age com maior liberdade.
SONO E SONHOS
Sono é um estado em que cessam as atividades físicas motoras e sensoriais. Dormimos um terço de nossas vidas e o sono, além das propriedades restauradoras da organização física, concede-nos possibilidades de enriquecimento espiritual através das experiências vivenciadas enquanto dormimos.
Sonho é a lembrança dos fatos, dos acontecimentos ocorridos durante o sono.
Os sonhos, em sua generalidade, não representam, como muitos pensam, uma fantasia das nossas almas.
A VISÃO DA CIÊNCIA SOBRE OS SONHOS
A ciência oficial, analisando tão somente os aspectos fisiológicos das atividades oníricas (relativo aos sonhos) ainda não conseguiu conceituar com clareza e objetividade o sono e o sonho.
Sem considerar:
- a emancipação da alma,
- sem conhecer as propriedades e funções do perispírito,
Fica, realmente, difícil explicar a variedade das manifestações que ocorrem durante o repouso do corpo físico. Freud, o precursor dos estudos mais avançados nesta área, julgava que os instintos, quando reprimidos, tendem a se manifestar e uma destas manifestações seria através dos sonhos.
A VISÃO DO ESPIRITISMO SOBRE OS SONHOS
Allan Kardec, através da Codificação Espírita, principalmente no Livro dos Espíritos Cap. VIII - questões 400 a 455, analisou a emancipação da alma e os sonhos em seus aspectos fisiológicos e espirituais.
Allan Kardec tece comentários muito importantes acerca dos sonhos:
• sono liberta parcialmente a alma do corpo
• Espírito jamais está inativo.
• Têm a lembrança do passado e às vezes a previsão do futuro.
• Adquire mais liberdade de ação delimitada pelo grau de exteriorização
• Podemos entrar em contato com outros Espíritos encarnados ou desencarnados.
• Enquanto dormem, algumas pessoas enquanto dormem procuram Espíritos que lhes são superiores (estudam, trabalham, recebem orientações, pedem conselhos).
• Outras pessoas procuram os Espíritos inferiores com os quais irão aos lugares com que se afinizam.
SONHOS - CLASSIFICAÇÃO
Martins Peralva, no livro "Estudando a Mediunidade", propõe a seguinte classificação dos sonhos : Comuns, Reflexivos e Espíritas
Comuns
Repercussão de nossas disposições físicas ou psicológicas.
Reflexivos
Exteriorização de impressões e imagens arquivadas na mente do espírito.
Classificação dos Sonhos
Espíritas
Atividade real e efetiva do Espírito durante o sono
SONHOS COMUNS
São aqueles que refletem nossas vivências do dia a dia.
Envolvimento e dominação de imagens e pensamentos que perturbam nosso mundo psíquico.
O Espírito desligando-se, parcialmente, do corpo, se vê envolvido pela onda de imagens e pensamentos, de sua própria mente, das que lhe são afins e do mundo exterior, uma vez que vivemos e nos movimentamos num turbilhão de energias e ondas vibrando sem cessar.
Nos sonhos comuns, quase não há exteriorização perispiritual. São muito freqüentes dada a nossa condição espiritual. Puramente cerebral, simples repercussão de nossas disposições físicas ou de nossas preocupações morais. É também o reflexo de impressões e imagens arquivadas no cérebro durante a vigília (vivências ocorridas durante o dia – quando acordados).
Nos sonhos comuns, o espírito flutua na atmosfera sem se afastar muito do corpo; mergulha, por assim dizer, no oceano de pensamentos e imagens que povoam a sua memória, trazendo impressões confusas, tem estranhas visões e inexplicáveis sonhos;
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CONSCIENTESUBCONSCIENTEINCONSCIENTESUPERCONSCIENTEFUTUROPASSADO REMOTOPASSADO RECENTEPRESENTE REMOTOPRESENTEÚltimas EncarnaçõesEncarnação AtualEncarnações maisDistantesSONHOS COMUNS
SONHOS REFLEXIVOS
Há maior exteriorização que nos sonhos comuns.
Por reflexivos, categorizamos os sonhos, em que a alma, abandonando o corpo físico, registra as impressões e imagens arquivadas no subconsciente, inconsciente e super-consciente e plasmadas na organização perispiritual. Tal registro é possível de ser feito em virtude da modificação vibratória, que põe o Espírito em relação com fatos e paisagens remotos, desta e de outras existências.
Ocorrências de séculos e milênios gravam-se indelevelmente em nossa, memória, estratificando-se em camadas superpostas
A modificação vibratória, determinada pela liberdade de que passa a gozar o Espírito, no sono, fá-lo entrar em relação com acontecimentos e cenas de eras distantes, vindos à tona em forma de sonho.
Mentores espirituais poderão revivenciar acontecimentos de outras vidas, cujas lembranças nos tragam esclarecimentos, lições ou advertências.
Poderão os Espíritos inferiores motivarem estas recordações com finalidade de nos perseguirem, amedrontar, desanimar ou humilhar, desviando-nos dos objetivos benéficos da existência atual.
Geralmente os sonhos reflexivos são imprecisos, desconexos, frequentemente interrompidos por cenas e paisagens inteiramente estranhas, sem o mais elementar sentido de ordem e sequência.
Ao despertarmos, guardaremos imprecisa recordação de tudo, especialmente da ausência de conexão nos acontecimentos que, em forma de incompreensível sonho, estiverem em nossa vida mental durante o sono. CONSCIENTESUBCONSCIENTEINCONSCIENTESUPERCONSCIENTEFUTUROPASSADO REMOTOPASSADO RECENTEPRESENTE REMOTOPRESENTEÚltimas EncarnaçõesEncarnação AtualEncarnações maisDistantesSONHOS REFLEXIVOS
SONHOS ESPÍRITAS
Há mais ampla exteriorização do perispírito.
Léon Denis chama a estes sonhos de etéreos ou profundos, por suas características de mais acentuada emancipação da alma.
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Nos sonhos espíritas a alma, desprendida do corpo, exerce atividade real e efetiva, encontrando-se com parentes, amigos, instrutores e também com os inimigos desta e de outras existências.
Nos sonhos espíritas, teremos que considerar a lei de afinidade (*).
Nossa condição espiritual, nosso grau evolutivo, irá determinar a qualidade de nossos sonhos, as companhias espirituais que iremos procurar, os ambientes nos quais permaneceremos enquanto o nosso corpo repousa.
• religioso buscará um templo;
• viciado procurará os antros de perdição;
• abnegado do Bem irá ao encontro do sofrimento e da lágrima, para assisti-los fraternalmente;
• interessado em aproveitar bem a encarnação irá de encontro a instrutores devotados e ouvirá deles conselhos, esclarecimentos e instruções, que proporcionaram conforto, estímulos e fortalecimento das esperanças.
Infelizmente, porém, a maioria se vale de repouso noturno para sair à caça de emoções frívolas ou menos dignas.
Ao despertarmos, conserva o Espírito impressões que raramente afetam o cérebro físico, em virtude de sua impotência vibratória. Fica em nós apenas uma espécie vaga de pressentimento dos acontecimentos, situações e encontros vividos durante o sono.
RECORDAÇÃO DOS SONHOS
O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono, mas nem sempre nos lembramos daquilo que vimos ou de tudo o que vimos; isto porque não temos nossa alma em todo o seu desenvolvimento;
Na questão 403, do Livro dos Espíritos, Allan Kardec indaga : "Por que não nos lembramos de todos os sonhos ?" R : - "Nisso que chamas sono só tens o repouso do corpo, porque o Espírito está sempre em movimento. No sono ele recobra um pouco de sua liberdade e se comunica com os que lhe são caros seja neste ou noutro mundo”.
“Mas, como o corpo é de matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito durante o sono, mesmo porque o Espírito não as percebeu pelos órgãos do corpo."
MECANISMO DA RECORDAÇÃO DOS SONHOS
O registro pelo cérebro físico do que aconteceu durante a emancipação da alma através do sono é possível através de modificação vibratória. As diversas modificações vibratórias dos fluidos é que formam os ambientes dimensionais de atuação do espírito. Quanto maior for a velocidade vibratória mais sutil é o fluido, quanto mais lenta é a velocidade vibratória mais denso é a fluido. SUPERCONSCIENTEFUTUROINCONSCIENTEPASSADO REMOTOSUBCONSCIENTEPASSADO RECENTECONSCIENTEPRESENTE3ª DIMENSÃO4ª DIMENSÃO5ª DIMENSÃO6ª DIMENSÃOONDAS DOCÉREBROFÍSICO3ªDimensão4ªDimensãoONDAS DO CÉREBROPERSPIRITUAL5ªDimensão6ªDimensãoONDAS DO CÉREBROPERSPIRITUALONDAS DO CÉREBROPERSPIRITUAL
ADAPTAÇÃO VIBRATÓRIA” PARA QUE AS PERCEPÇÕES DA ALMA
POSSAM REPERCUTIR NO CÉREBRO FÍSICO
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Quando recordamos dos detalhes dos so-nhos é porque tivemos predisposição cerebral.
PERISPÍRITODUPLO ETÉRICOCORPO FÍSICO4ªDimensãoEntra 4ª e Sai 3ªDimensão ouvice-e-versa3ªDimensãoUsina deTransformaçãode Energia
A predisposição cerebral cérebro físico.
significa que as ondas mentais
foram ajustadas para registro no
Quando não lembramos dos sonhos significa que as ondas mentais não foram ajustadas para o registro no cérebro físico.
Este raciocínio explica aquela dúvida que sempre ouvimos: Porque raramente lembro de meus sonhos? É por que não sonhei?
A resposta para está dúvida é a seguinte: As pessoas que não lembram dos sonhos é porque não os acontecimentos vividos ou lembrados durante o sono não foram registrados no cérebro físico. Ficaram apenas registrado no cérebro do perispírito. Agora, quando recordamos dos detalhes dos sonhos é porque tivemos predisposição cerebral para os registros. O fato de não lembrarmos dos sonhos não significa que não tenhamos sonhado, ou seja, vivemos uma vida no plano espiritual e apenas não recordamos.
O QUE PODEREMOS VIVENCIAR DURANTE O SONO
1º - Conselhos que recebemos dos amigos espirituais: Dessa oportunidade se valem nossos amigos do espaço para dar-nos conselhos e sugestões úteis ao desenvolvimento de nossa encarnação.
Procuram afastar-nos do mal, fortalecem-nos moralmente e apontam-nos a maneira certa de respeitarmos as leis divinas. Ao despertarmos, embora não lembremos deles, ficam no fundo de nossa consciência, em forma de intuições, como idéias inatas.
2º - Trabalhos enobrecedores que executamos no mundo espiritual: Podemos dedicar os momentos de semi-libertos à execução de tarefas espirituais, sob a direção de elevados mentores.
Acontece muitas vezes acordamos com uma deliciosa sensação de bem-estar, de contentamento e de alegria. Isto acontece por termos sabido usar bem de nossa estada no mundo espiritual, executando trabalhos de real valor. Contudo, não raras vezes despertamos tristes e com uma espécie de ressentimento no fundo do nosso coração.
O motivo dessa tristeza sem causa aparente é que nos são mostradas as provas e as expiações que nos caberão na vida, as quais teremos de suportar, e conquanto sejamos confortados por nossos benfeitores, não deixamos de nos entristecer e ficamos um tanto apreensivos.
3º - Há espíritos encarnados que, ao penetrarem no mundo espiritual através do sono, entregam-se aos estudos de sua predileção; e por isso tem sempre idéias novas no campo de suas atividades terrenas.
Outros valem-se da facilidade de locomoção para realizarem viagens de observação, não só na Terra, também às esferas espirituais que lhe são vizinhas.
4º - Reuniões com amigos espirituais: Assim como visitamos nossos amigos encarnados, também podemos ir visitar nossos amigos desencarnados e com eles passarmos momentos agradáveis, enquanto nosso corpo físico repousa; disso nos resulta grande conforto .
5º - Estado de Entorpecimento: São comuns os encarnados cujos espíritos não se afastam do lado do corpo, enquanto este repousa; ficam junto ao leito, como que adormecidos também.
6º - Encontro com Inimigos: É comum o sono favorecer o encontro de inimigos para explicações recíprocas. Esses inimigos podem ser da encarnação atual ou encarnações antigas.
Os mentores espirituais procuram aproximar os inimigos, a fim de induzi-los ao perdão mútuo.
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Extinguem-se assim muitos ódios e grande número de inimigos se tornam amigos, o que lhe evitará sofrimentos.
E a maior e melhor percepção de que goza o espírito semi-liberto pelo sono, facilita a extinção de ódios e a correção de situações desagradáveis e por dolorosas vezes.
7º - Continuação de Trabalhos Materiais: Considerável porcen-tagem de encarnados, ao entregarem seu corpo físico ao repouso, continuam, sono adentro, com suas preocupações materiais.
Não aproveitam a oportunidade para se dedicarem um pouco à vida eterna do espírito. E estudam os negócios que pretendem realizar, completamente alheios aos verdadeiros interesses de seus espíritos; e nada vêem e nada percebem do mundo espiritual no qual ingressam por algumas horas.
8º - Satisfação de paixões baixas e vícios: Há encarnados que ao se verem semi-libertos do corpo de carne pelo sono, procuram os lugares de vícios, com o fito de darem expansão a suas paixões inferiores, na ânsia de satisfazerem seus vícios e seu sensualismo.
Outros se entregam mesmo ao crime, perturbando e influenciando perniciosamente suas vítimas, tornando-se instrumentos da perversidade.
OS SONHOS E A EVOLUÇÃO
No livro Mecanismos da Mediunidade, André Luiz nos diz que quanto mais inferiorizado, mais dificuldade terá o homem em se emancipar espiritualmente.
Qual ocorre no animal de evolução superior, no homem de evolução positivamente inferior o desdobramento da individualidade, por intermédio do sono, é quase que absoluto estágio de mero refazimento físico.
No animal, o sonho é puro reflexo das atividades fisiológicas.
E, no homem primitivo em que a onda mental está em fase inicial de expansão, o sonho, por muito tempo, será invariavelmente ação reflexa de seu próprio mundo consciencial ou afetivo.
OS SONHOS E A LEI DE AFINIDADE
Há leis de afinidade que respondem pelas aglutinações sócio-morais-intelectuais, reunindo os seres conforme os padrões e valores.
Estaremos, então, durante o repouso noturno, se emancipados espiritualmente, vivenciando cenas e realizando tarefas afins.
Buscamos sempre, durante o sono, companheiros que se afinam conosco e com os ideais que nos são peculiares.
Procuraremos a companhia daqueles Espíritos que estejam na mesma sintonia, para
- realizações positivas, visando nosso progresso moral ou
- em atitudes negativas, viciosas, junto àqueles que, ainda, se comprazem em atos ou reminiscências degradantes, que nos perturbam e desequilibram.
Parcialmente liberto pelo sono, o Espírito segue na direção dos ambientes que lhe são agradáveis durante a lucidez física ou onde gostaria de estar, caso lhe permitissem as possibilidades normais.
OS SONHOS REFLETEM O QUE VIVEMOS ACORDADOS
Os sonhos espíritas, isto é, naqueles que nos liberamos parcialmente do corpo e gozamos de maior liberdade, são os retratos de nossa vivência diária e de nosso posicionamento espiritual.
Refletem de nossa realidade interior, o que somos e o que pensamos.
O tipo de vida que levarmos, durante o dia, determinará invariavelmente o tipo dos sonhos que a noite nos ofertará, em resposta às nossas tendências.
Dorme-se, portanto, como se vive, sendo-lhe os sonhos o retrato emocional da sua vida moral e espiritual.
ANÁLISE DOS SONHOS
A análise dos sonhos pode nos trazer informações valiosas para nosso auto-descobrimento.
Devemos nos precaver contra as interpretações pelas imagens e lembranças esparsas.
Há sempre um forte conteúdo simbólico em nossas percepções psíquicas que, normalmente nos chegam acompanhadas de emoções e sentimentos.
Se, ao despertarmos, nos sentirmos envolvidos por emoções boas, agradáveis, vivenciamos uma experiência positiva durante o sono físico.
Ao contrário, se as emoções são negativas, nos vinculamos certamente a situações e Espíritos inferiores.
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Daí a necessidade de adequarmos nossas vidas aos preceitos do bem, vivenciando o amor, o perdão, a abnegação, habituando-nos à prece, à meditação antes de dormir, para nos ligarmos a valores bons e sintonia superior. Assim, teremos um sono reparador e sonhos construtivos.
PREPARAR-SE PARA BEM DORMIR
Elizeu Rigonatti, no livro "Espiritismo Aplicado” diz, para termos um bom sono, que ajude o nosso espírito desprender-se com facilidade do corpo, é preciso que prestemos atenção no seguinte:
- o mal e os vícios seguram o espírito preso à Terra.
Quem se entregar ao mal e aos vícios durante o dia, embora o seu corpo durma à noite, seu espírito não terá forças para subir e ficará perambulando por aqui, correndo o risco de ser arrastado por outros espíritos viciosos e perversos.
A excessiva preocupação com os negócios materiais também dificulta o espírito desprender-se da Terra.
A prática do bem e da virtude nos levarão, através do sono, às colônias espirituais onde fruiremos a companhia de mentores espirituais elevados; receberemos bom animo para a luta diária; ouviremos lições enobrecedoras; e poderemos dedicar-nos a ótimos trabalhos.
Oremos ao deitar, mas compreendamos que é de grande valia a maneira pela qual passamos o dia; cultivemos bons pensamentos, falemos boas palavras e pratiquemos bons atos, evitemos a ira, rancor e ódio. E de manhã, ao retornarmos ao nosso veículo físico, elevemos ao Senhor nossa prece de agradecimento pela noite que nos concedeu de repouso ao nosso corpo e de liberdade ao nosso espírito.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
No estado de vigília (quando estamos acordados):
􀂾 as percepções se fazem com o concurso dos órgãos físicos;
􀂾 os estímulos exteriores são selecionados pelos sentidos;
􀂾 são transmitidos ao cérebro pelas vias nervosas;
􀂾 no cérebro físico, são gravados para serem reproduzidos pela memória biológica a cada evocação.
Quando dormimos:
􀂾 cessam as atividades físicas, motoras e sensoriais;
􀂾 Espírito liberto age e sua memória perispiritual registra os fatos sem que estes cheguem ao cérebro físico;
􀂾 tudo é percebido diretamente pelo Espírito;
􀂾 por “adaptação vibratória”, as percepções da alma poderão repercutir no cérebro físico;
􀂾 quando lembramos, dizemos que sonhamos. Mas na verdade sonhamos todo dia

domingo, 4 de abril de 2010

A Doce Maria, A Mãe de JESUS


Todas as religiões cristães reverenciam, com extremado carinho e profunda gratidão, a figura ímpar de Maria de Nazaré, a sublime mãe de Jesus.
No Espiritismo - doutrina que se assenta em bases científicas, filosóficas e religiosas, sendo que, nesta última, como Cristianismo redivivo, caracteriza o Consolador prometido por Jesus - também aprendemos a reconhecer em Maria uma Entidade evoluidíssima, que já havia conquistado, há 2000 anos, elevadas virtudes, tornando-a apta a desempenhar na crosta terrestre tão elevada missão, recebendo em seus braços o Emissário de Deus que se fez menino para se transformar "no modelo da perfeição moral que a Humanidade pode pretender sobre a Terra." (1)

Além do que se conhece nas antigas tradições religiosas, especialmente no Novo Testamento, encontramos na literatura espírita outros importantes dados biográficos de Maria, que vieram até nós por via mediúnica, naturalmente extraídos de arquivos fidedignos do Mundo Espiritual, revelando-nos que Ela continua até hoje zelando com muito carinho pela Humanidade terrestre, encarnada e desencarnada.

PREPARATIVOS E INÍCIO DA MISSÃO

Conta-nos Emmanuel que, precedendo a vinda de Jesus, entidades angélicas se movimentaram, tomando vastas e importantes providências no Plano Espiritual.
"Escolhem-se os instrutores, os precursores imediatos, os auxiliares divinos. Uma atividade única registra-se, então, nas esferas mais próximas do planta, (...)."
Com a chegada do Mestre "a manjedoura assinalava o ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes. (...) Debalde os escritores materialistas de todos os tempos, vulgarizaram o grande acontecimento, ironizando os altos fenômenos mediúnicos que o precederam. As figuras de Simeão, Ana, Isabel, João Batista, José, bem como a personalidade sublimada de Maria, têm sido muitas vezes objeto de observações injustas e maliciosas; mas a realidade é que somente com o concurso daqueles mensageiros da Boa Nova, portadores da contribuição de fervor, crença e vida, poderia Jesus lançar na Terra os fundamentos da verdade inabalável." (2)

PRIMEIROS TEMPOS, DRAMA DO CALVÁRIO E MUDANÇA PARA ÉFESO

O Espírito de Humberto de Campos narra, num de seus livros, a importante visita que Isabel e seu filho João batista fizeram ao lar de Jesus, em Nazaré, propiciando oportuno encontro entre as duas crianças que revolucionariam o Mundo...
O diálogo entre as duas primas é muito significativo, revelando-se perfeitamente preparadas para a sublime tarefa, como veremos neste pequeno trecho:
" - O que me espanta - dizia Isabel com caricioso sorriso - é o temperamento de João, dado às mais fundas meditações, apesar da sua pouca idade.
(...) - Essas crianças, a meu ver - respondeu-lhe Maria, intensificando o brilho de seus olhos - , trazem para a Humanidade a luz divina de um caminho novo. Meu filho também é assim, envolvendo-me o coração numa atmosfera de incessantes cuidados. Por vezes, vou encontrá-lo a sós, junto das águas, e, de outras, em conversação profunda com os viajantes que demandam a Samaria ou as aldeias mais distantes, nas adjacências do lado. Quase sempre, surpreendo-lhe a palavra caridosa que dirige às lavadeiras, aos transeuntes, aos mendigos sofredores... Fala de sua comunhão com Deus com uma eloquência que nunca encontrei nas observações dos nossos doutores e, constantemente, ando a cismar, em relação ao seu destino."
Nesse mesmo livro, Humberto de Campos dedica o derradeiro capítulo a Maria, descrevendo as suas impressões íntimas diante do Filho crucificado... a sua curta estadia em Batanéia.... a mudança, com João Evangelhista, para Éfeso, onde "estabeleceriam um pouco e refúgio aos desamparados, ensinariam as verdades do Evangelho a todos os espíritos de boa vontade e, como mãe e filho, iniciariam uma nova era de amor, na comunidade universal."

De fato, "a casa de João, ao cabo de algumas semanaas, se transformou num ponto de assembléias adoráveis (...) Maria externava as suas lembranças. Falava dele com maternal enternecimento, enquanto o apóstolo comentava as verdades evangélicas, apreciando os ensinos recebidos. E não foi tio singelo e generoso. (...) Sua choupana era, então, conhecida pelo nome de 'Casa da Santíssima'. (...) Eram velhos trôpegos e desenganados do mundo, que lhe vinham ouvir as palavras confortadoras e afetuosas, enfermos que invocavam a sua proteção, mães infortunadas que pediam a benção de seu carinho." (3)

LUCAS RECEBE INFORMAÇÕES DE MARIA
PARA FUNDAMENTAR O SEU EVANGELHO

Segundo narrativa de Emmanuel, o Apóstolo Paulo, ao visitar Éfeso, atendendo insistentes chamados de João, para promover a fundação definitiva da igreja cristã naquela cidade, "com delicadeza extrema, visitou a Mãe de Jesus na sua casinha singela, que dava para o mar. Impressionou-se fortemente com a humildade daquela criatura simples e amorosa, que mais se assemelhava a um anjo vestido de mulher. Paulo de Tarso interessou-se pelas suas narrativas cariciosas, a respeito da noite do nascimento do Mestre, gravou no íntimo suas divinas impressões e prometeu voltar na primeira oportunidade, a fim de recolher os dados indispensáveis ao Evangelho que pretendia escrever para os cristãos do futuro. Maria colocou-se à sua disposição, com grande alegria."

Numa próxima viagem, a caminho da Palestina pela última vez, Paulo de Tarso também passou, rapidamente, por Éfeso e "a própria Maria, avançada em anos, acorrera de longe em companhia de João e outros discípulos, para levar uma palvra de amor ao paladino intimorato do Evangelho de seu Filho."

E mais tarde, quando o Apóstolo dos gentios esteve preso, por dois anos, em Cesaréia, aproveitou esse período para manter relações constantes com as suas igrejas. "A esse tempo, o ex-doutor de Jerusalém chamou a atenção de Lucas para o velho projeto de escrever uma biografia de Jesus, valendo-se das informações de Maria; lamentou não poder ir a Éfeso, incumbindo-o desse trabalho, que reputava de capital importância para os adeptos do cristianismo. O médico amigo satisfez-lhe integralmente o desejo, legando à posteridade o precioso relato da vida do Mestre, rico de luzes e esperanças divinas." (5)

A DESENCARNAÇÃO E SEU
PRIMEIRO TRABALHO NO MUNDO MAIOR

A dedsencarnação de Maria, assistida por Jesus, é descrita pormenorizadamente por humberto de Campos, no final do último capítulo do livro referido anteriormente. Segundo ele, ao libertar-se do vaso físico, Ela desejou, primeiramente, rever a Galiléia e logo em seguida visitou os cárceres sombrios de Roma, repletos de discípulos do Mestre que aguardavam a morte certa, quando lhes infundiu a força da alegria cristã, transmitindo a seguinte sugestão a uma jovem encarcerada:

" - Canta, minha filha! Tenhamos bom ânimo!.... Convertemos as nossas dores da Terra em alegrias para o Céu!..."

(...) Logo, a caravana majestosa conduziu ao Reino do Mestre a bendita entre as mulheres e, desde esse dia, nos tormentos mais duros, os discípulos de Jesus têm cantado na Terra, exprimindo o seu bom ânimo e a sua alegria, guardando a suave herança de nossa mãe Santíssima." (4)

OUTROS TRABALHOS NO MAIS ALÉM

Em belíssima e comovente poesia, intitulada "Retrato de Mãe", Maria Dolores descreve a assistência maternal e efetiva prestada pelo Espírito de Maria a Judas, que se encontrava em região umbralina, cego e solitário, muito tempo depois da crucificação do Mestre.

No final do diálogo com o discípulo suicida, em grande sofrimento preso a terrível remorso, a Benfeitora convence-o argumentando com profundo amor:

"Amo-te, filho meu, amo-te e quero
Ver-te, de novo, a vida
Maravilhosamente revestida
De paz e luz, de fé e elevação...
Virás comigo à Terra,
Perderás, pouco a pouco, o ânimo violento,
Terás o coração
Nas águas de bendito esquecimento,
Numa nova exist~encia de esperança,
Levar-te-ei comigo
A remansoso abrigo,
Dar-te-ei outra mãe! Pensa e descansa!...

E Judas, neste instante,
Como quem olvidasse a própria dor gigante
ou como quem se desagarra
De pesadelo at´roz,
Perguntou: - quem sois vós
Que me falais assim, sabendo-me traidor?
Sois divina divina, irradiando amor
Ou anjo celestial de quem pressinto a luz?!

No entanto, ela a fitá-lo, frente a frente,
Respondeu simplesmente:
- Meu filho, eu sou Maria, sou a mãe de Jesus." (6)

No livro mediúnico Memórias de um Suicida inteiramo-nos da notável e completa assistência aos suicidas, em profundo sofrimento no Além , pela Legião dos Servos de Maria, "chefiada pelo grande Espírito Maria de Nazaré, ser angélico e sublime que na Terra mereceu a missão honrosa de seguir, com solicitudes maternais, Aquele que foi o redentor dos homens!"

Um setor muito importante da assistência aos suicidas é a Cidade Universitária, que abriga as entidades com alta do departamento Hospitalar e, naturalmente, aptas para frequentá-la. O diretor dessa Cidade, Irmão Sóstenes ao receber um novo grupo de aprendizes, assim explicou-lhes a sua origem: "Maria, sob o beneplácito de seu Augusto Filho, ordenou sua criação para que vos fosse proporcionada ocasião de preparativos honrosos para a reabilitação indispensável. Encontrareis no seu amor de mãe sustentáculo sublime para vencerdes o negror dos erros que vos afastaram das pegadas do Grande Mestre a quem deveis antes amor e obediência! Espero que sabereis compreender com inteligência as vossas próprias necessidades..."

Em outro passo da obra, um Mentor esclareceu: "Geralmente, porém, os avisos e as ordens vê de Mais Alto... de lá, onde paira a assistência magnânima da piedosa Mãe da Humanidade, a Governadora de nossa Legião... Se as entidades em apreço não pertencem à sua tutela direta de Guardiã, poderá o Guardião da falange ou da legião a que pertencerem impetrar o seu favor em prol dos transviados, seu amoroso concurso para o alvo a ser colimado, porquanto existe fraterna solidariedade de entre as várias agremiações do universo Sideral, infinitamente mais perfeitas que as existentes entre as nações físico-terrenas... (...) No entanto, se a outro eminente Espírito for dirigida a súplica, será esta encaminhada a Maria e seguir-se-ão as mesmas providências, pois, como vimos afirmando, é Maria a sublime acolhedora dos réprobos que se arrojaram aos temerosos abismos da morte voluntária.... Tudo isso, porém, não quererá certaente dizer que nossa Excelsa Diretora precisará esperar súplicas e pedidos de quem quer que seja a fim de tomar suas caridosas providências! Ao contrário, estas foram perenemente tomadas, com a manutenção dos postos de observação e socorro especiais para suicidas;"

Ao apresentar o destacado educador Aníbal aos novos alunos, IrmãoSóstenes prestou-lhes importante informação, nestes termos: "(...) É que Aníbal vinha sendo, para isso, preprado desde eras afastadas! (...) ... Até que um dia, glorioso para o seu Espírito de servo fiel e amoroso, ordem direta desceu das altas esferas de luz, como graça concedida por tantos séculos de abnegação e amor: ' - Vai, Aníbal.... e dá dos teus labores à Legião de Minha Mãe! Socorre com Meus ensinamentos, que tanto prezas, os que mais destituídos de luzes e de forças encontrares, confiados aos teus cuidados... Pensa, de preferência, naqueles cujas mentes hão desfalecido sob as penalidades do su´cídio... Entreguei-os, de há muito, à direção de Minha Mãe, porque só a inspiração maternal será bastante caridosa para erguê-los para Deus!" (7)

Quando da visita de estudos sobre a lei de causa e efeito ao Templo da "Mansão Paz", importante instituto de reajuste localizado nas regiões inferiores, os Espíritos Andr´´e Luiz e Hilário colheram valiosas observações. Ao analisarem o caso de uma veneranda senhora que orava fervorosamente, invocando a proteção de Mãe Santíssima pelos filhos transviados, receberam do instrutor Silas a seguinte elucidação: " - Isso, contudo, não significa que a prece esteja sendo respondida por ela mesma. Petições semelhantes a esta elevam-se a planos superiores e aí são acolhidos pelos emissários da Virgem de Nazaret, a fim de serem examinadas e atendidas, conforme o critério da verdadeira sabedoria." (8)

RETRATO DE MARIA

Algum tempo após tomarmos conhecimento de um novo quadro de Maria, a Mãe de Jesus, divulgado num programa daTV Record, de São Paulo, com a presença de Francisco Cândido Xavier, procuramos esse médium amigo para colher dele maiores esclarecimentos sobre a origem do mesmo.

Contou-nos, então, Chico Xavier, no final da reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, na noite de 1º de dezembro de 1984, que com vistas às homenagens do Dia das Mães de 1984, o Espírito ao fotógrafo Vicente Avela, de São Paulo. Esse trabalho artístico foi sendo realizado aos poucos, desde meados de 1983, com retoques sucessivos realizados pela grande habilidade de Vicente, em mais de vinte contatos com médium mineiro, na Capital paulista.

Em nossa rápida entrevista, Chico frisou que a fisionomia de Maria, assim retratada, revela tal qual Ela é conhecida quando de Suas visitas às esferas espirituais mais próximas e pertubadas da crista terrestre; como, por exemplo, disse-nos ele, na Legião dos Servos de Maria, grande instituição de amparo aos suicidas detalhadamente no livro Memórias de um Suicida, recebido mediunicamente por Yvone A. Pereira.

E, ao final do diálogo fraterno, atendendo nosso pedido, Chico forneceu-nos o endereço do fotógrafo-artista, para que pudéssemos entrevistá-lo oportunamente, podendo assim registrar mais algum detalhe do belo trabalho realizado.

De fato, meses após essa entrevista, tivemos o prazer de conhecer o sr. Vicente Avela, em seu próprio ateliê, há 30 anos localizado na Rua Conselheiro Crispiniano, 343, 2º andar, na Capital paulista, onde nos recebeu atenciosamente.

Confirmando as informações do médium de Uberaba ele apenas destacou que, de fato, não houve pintura e sim um trabalho basicamente fotográfico, fruto de retoques num retrato falado inicial, tudo sob a orientação mediúnica de Chico Xavier.

Quando o sr. Vicente concluiu a tarefa, com a arte final em pequena foto branco-e-preto, ele a amplicou bastante e coloriu-a com tinta a óleo (trabalho em que é perito, com experiência adquirida na época em que não havia filmes coloridos e as fotos em preto-e-branco eram coloridas a mão.), dando origem à tela que foi divulgada.

Nesse encontro fraterno, também conhecemos o lindo quadro original à vista emparede de seu escritório, e ao despedirmo-nos, reconhecidos pela atenção, o parabenizamos por esse árduo e excelente trabalho, representando mais uma notícia da vida espiritual de Maria de Nazaré, que continua amparando com imenso amor maternal a Humanidade inteira.

O Evangelho Segundo o Espíritismo


Ressurreição e Reencarnação

1 – E veio Jesus para os lados de Cesaréia de Felipe, e interrogou seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que é o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem que é João Batista, mas outros que é Elias, e outros que Jeremias ou algum dos Profetas. Disse-lhes Jesus: E vós, quem dizeis que sou eu? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, filho do Deus vivo. E respondendo Jesus, lhe disse: Bem aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne e o sangue que te revelaram isso, mas sim meu Pai, que está nos Céus”. (Mateus, XVI: 13-17)

2 – E chegou a Herodes, o Tetrarca notícia de tudo o que Jesus obrava, e ficou como suspenso, porque diziam uns: É João que ressurgiu dos mortos; e outros: É Elias que apareceu; e outros: É um dos antigos profetas que ressuscitou. Então disse Herodes: Eu mandei degolar a João; quem é, pois, este, de quem ouço semelhantes coisas? E buscava ocasião de o ver. (Marcos, VI: 14-15; Lucas, IX: 7-9)

3 – (Após a transfiguração). E os discípulos lhe perguntaram, dizendo: Pois por que dizem os escribas que importa vir Elias primeiro? Mas ele, respondendo, lhes disse: Elias certamente há de vir, e restabelecerá todas as coisas: digo-vos, porém, que Elias já veio, e eles não o conheceram, antes fizeram dele quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer às suas mãos. Então compreenderam os discípulos que de João Batista é que ele lhes falara. (Mateus, XVII: 10-13; Marcos, XVIII: 10-12)

RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO

4 – A reencarnação fazia parte dos dogmas judeus, sob o nome de ressurreição. Somente os saduceus, que pensavam que tudo acabava com a morte, não acreditavam nela. As idéias dos judeus sobre essa questão, como sobre muitas outras, não estavam claramente definidas. Porque só tinham noções vagas e incompletas sobre a alma e sua ligação com o corpo. Eles acreditavam que um homem podia reviver, sem terem uma idéia precisa da maneira por que isso se daria, e designavam pela palavra ressurreição o que o Espiritismo chama, mais justamente, de reencarnação. Com efeito, a ressurreição supõe o retorno à vida do próprio cadáver, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já estão há muito dispersos e consumidos. A reencarnação é à volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas num outro corpo, novamente constituído, e que nada tem a ver com o antigo. A palavra ressurreição podia, assim, aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos demais profetas. Se, portanto, segundo sua crença, João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João tinha sido visto criança e seus pais eram conhecidos. João podia ser, pois, Elias reencarnado, mas não ressuscitado.

5 – E havia um homem dentre os fariseus, por nome Nicodemos, senador dos judeus. Este, uma noite, veio buscar a Jesus, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és mestre, vindo da parte de Deus, porque ninguém pode fazer estes milagres, que tu fazes, se Deus não estiver com ele. Jesus respondeu e lhe disse: Na verdade, na verdade te digo que não pode ver o Reino de Deus senão aquele que renascer de novo. Nicodemos lhe disse: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode entrar no ventre de sua mãe e nascer outra vez? Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus, o que é nascido de carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito. Não te maravilhes de eu te dizer que vos importa nascer de novo. O Espírito sopra onde quer, e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde ele vem, nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do Espírito. Perguntou Nicodemos: Como se pode fazer isto? Respondeu Jesus: Tu és mestre em Israel, e não sabes estas coisas? Em verdade, em verdade te digo: que nós dizemos o que sabemos, e damos testemunho do que vimos, e vós, com tudo isso, não recebeis o nosso testemunho. Se quando eu vos tenho falado das coisas terrenas, ainda assim me credes, como creríeis, se eu vos falasse das celestiais? (João, III: 1-12)

6 – A idéia de que João Batista era Elias, e de que os profetas podiam reviver na Terra, encontra-se em muitas passagens dos Evangelhos, notadamente nas acima reproduzidas (nº 1 a 3). Se essa crença fosse um erro, Jesus não deixaria de combatê-la, como fez com tantas outras. Longe disso, porém, ele a sancionou com toda a sua autoridade, e a transformou num princípio, fazendo-a condição necessária, quando disse: Ninguém pode ver o Reino dos Céus, se não nascer de novo. E insistiu, acrescentando: Não te maravilhes de eu ter dito que é necessário nascer de novo.

7 – Estas palavras: “Se não renascer da água e do Espírito”, foram interpretadas no sentido da regeneração pela água do batismo. Mas o texto primitivo diz simplesmente: Não renascer da água e do Espírito, enquanto que, em algumas traduções, a expressão do Espírito foi substituída por do Espírito Santo, o que não corresponde ao mesmo pensamento. Esse ponto capital ressalta dos primeiros comentários feitos sobre o Evangelho, assim como um dia será constatado sem equívoco possível.(1)



8 – Para compreender o verdadeiro sentido dessas palavras, é necessário reportar à significação da palavra, que não foi empregada no seu sentido específico. Os antigos tinham conhecimentos imperfeitos sobre as ciências físicas, e acreditavam que a Terra havia saído das águas. Por isso, consideravam a água como o elemento gerador absoluto. É assim que encontramos no Gênesis: “O Espírito de Deus era levado sobre as águas”, “flutuava sobre as águas”, “que o firmamento seja no meio das águas”, que as águas que estão sob o céu se reúnam num só lugar, e que o elemento árido apareça”, “que as águas produzam animais viventes, que nadem na água, e pássaros que voem sobre a terra e debaixo do firmamento”.

Conforme essa crença, a água se transformara no símbolo da natureza material, como o Espírito o era da natureza inteligente. Estas palavras: “Se o homem renascer da água e do Espírito”, ou “na água e no Espírito”, significam pois: “Se o homem não renascer com o corpo e a alma”. Neste sentido é que foram compreendidas no princípio.

Esta interpretação se justifica, aliás, por estas outras palavras: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito”. Jesus faz aqui uma distinção positiva entre o Espírito e o corpo. “O que é nascido da carne é carne”, indica claramente que o corpo procede apenas do corpo, e que o Espírito é independente dele.





9 – “O Espírito sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai”, é uma passagem que se pode entender pelo Espírito de Deus que dá a vida a quem quer, ou pela alma do homem. Nesta última acepção, a seqüência: “mas não sabes de onde vem nem para onde vai”, significa que não se sabe o que foi nem o que será o Espírito. Se, pelo contrário, o Espírito, ou alma, fosse criado com o corpo, saberíamos de onde ele vem, pois conheceríamos o seu começo. Em todo caso, esta passagem é a consagração do principio da preexistência da alma, e por conseguinte da pluralidade das existências.

10 – Desde os tempos de João Batista até agora, o Reino dos Céus é tomado pela força, e os que fazem violência são os que o arrebatam. Porque todos os profetas e a lei, até João, profetizaram. E se vós o quereis bem compreender, ele mesmo é o Elias que há de vir. O que tem ouvidos de ouvir, ouça”. (Mateus, XI: 12-15)

11 – Se o princípio da reencarnação, expresso em São João, podia, a rigor, ser interpretado num sentido puramente místico, já não aconteceria o mesmo nesta passagem de São Mateus, onde não há equívoco possível: “Ele mesmo é o Elias que há de vir”. Aqui não existe figura, em alegoria; trata-se de uma afirmação positiva. “Desde o tempo de João Batista até agora, o Reino dos Céus é tomado pela força”, que significam estas palavras, pois João ainda vivia no momento em que foram ditas? Jesus as explica, ao dizer: “E se vós o quereis bem compreender, ele mesmo é o Elias que há de vir”. Ora, João tendo sido Elias, Jesus alude ao tempo em que João vivia com o nome de Elias. “Até agora, o Reino dos Céus é tomado pela força”, é outra alusão à violência da lei mosaica, que ordenava o extermínio dos infiéis, para a conquista a Terra Prometida, Paraíso dos hebreus que, segundo a nova lei, o céu é ganho pela caridade e pela brandura. A seguir, acrescenta: “O que tem ouvidos de ouvir, ouça”. Essas palavras, tão freqüentemente repetidas por Jesus, exprimem claramente que nem todos estavam em condições de compreender certas verdades.

12 – Os teus mortos viverão. Os meus, a quem tiraram a vida, ressuscitarão. Despertai e cantai louvores, vós os que habitais no pó, porque o orvalho que cai sobre vós é orvalho de luz, e arruinareis a terra e o reino dos gigantes”. (Isaias, XXVI: 19)

13 – Esta passagem de Isaias é também bastante clara: “Os teus mortos viverão”. Se o profeta tivesse querido falar da vida espiritual, se tivesse querido dizer que os mortos não estavam mortos em Espírito, teria dito: “ainda vivem”, e não: “viverão”. Do ponto de vista espiritual, essas palavras seriam um contra senso, pois implicariam uma interrupção na vida da alma. No sentido de regeneração moral, seriam as negações das penas eternas, pois estabelecem o princípio de que todos os mortos reviverão.

14 – Quando o homem morre uma vez, e seu corpo, separado do espírito, é consumido, em que se torna ele? Tendo o homem morrido uma vez, poderia ele reviver de novo? Nesta guerra em que me encontro, todos os dias de minha vida, estou esperando que chegue a minha mutação (Job, XIV: 10-14, segundo a tradução de Sacy).

Quando o homem morre, perde toda a sua força e expira depois, onde está ele? Se o homem morre, tornará a viver? Esperarei todos os dias de meu combate, até que chegue a minha transformação? (Id. Tradução protestante de Osterwald).

Quando o homem está morto, vive sempre; findando-se os dias da minha existência terrestre, esperarei, porque a ela voltarei novamente. (Id. Versão da Igreja Grega).

15 – O princípio da pluralidade das existências está claramente expresso nessas três versões. Não se pode supor que Job quisesse falar da regeneração pela água do batismo, que ele certamente não conhecia. “Tendo o homem morrido uma vez, poderia ele reviver de novo?” A idéia de morrer uma vez e reviver implicam a de morrer e reviver muitas vezes. A versão da Igreja Grega é ainda mais explicita, se possível: “Findando-se os dias da minha existência terrestre, esperarei, porque a ela voltarei novamente”. Quer dizer: eu voltarei à existência terrena. Isto é tão claro como se alguém dissesse. “Saio de casa, mas a ela voltarei.”

“Nesta guerra em que me encontro, todos os dias de minha vida, estou esperando que chegue a minha mutação”. Job quer falar, evidentemente, da luta que sustenta as misérias da vida. Ele espera a sua mutação, ou seja, ele se resigna. Na versão grega, a expressão “esperarei”, parece antes se aplicar à nova existência: “Findando-se os dias da minha existência terrestre, esperarei, porque a ela voltarei novamente”, Job parece colocar-se, após a morte, num intervalo que separa uma existência de outra, e dizer que ali esperará o seu retorno.

16 – Não é, pois, duvidoso, que sob o nome de ressurreição, o princípio da reencarnação fosse uma das crenças fundamentais dos judeus, e que ela foi confirmada por Jesus e pelos profetas, de maneira formal. Donde se segue que negar a reencarnação é renegar as palavras do Cristo. Suas palavras, um dia, constituirão autoridade sobre este ponto, como sobre muitos outros, quando forem meditadas sem partidarismo.

17 – A essa autoridade, de natureza religiosa, virá juntar-se no plano filosófico, a das provas que resultam da observação dos fatos. Quando dos efeitos se quer remontar às causas, a reencarnação aparece como uma necessidade absoluta, uma condição inerente à humanidade, em uma palavra, como uma lei da natureza. Ela se revela, pelos seus resultados, de maneira por assim dizer material, como o motor oculto se revela pelo movimento que produz. Somente ela pode dizer ao homem de onde ele vem, para onde vai, por que se encontra na Terra, e justificar todas as anomalias e todas as injustiças aparentes da vida.

Sem o princípio da preexistência da alma e da pluralidade das existências, a maior parte das máximas do Evangelho são ininteligíveis, e por isso tem dado motivo a interpretações tão contraditórias. Esse princípio é a chave que deve restituir-lhes o verdadeiro sentido.



(1) A tradução de Osterwald está conforme o texto primitivo, e traz: não renascer da água e do Espírito. A de Sacy diz do Espírito Santo. A de Lamennais também diz: Espírito Santo.

(2) Para o desenvolvimento do dogma da reencarnação, ver O Livro dos Espíritos, caps IV e V; O que é o Espiritismo, cap. II; ambos de Allan Kardec; e a Pluralidade das Existências, de Pezzani. (Nota do Tradutor: A palavra “dogma”, figura aqui no sentido racional e não fideísta, como “princípio” e não como dogma de fé O Espiritismo não é dogmático, no sentido religioso da palavra, mas têm princípios fundamentais, que filosoficamente são chamados dogmas).

Visão Espírita da Páscoa I


Marcelo Henrique*


Eis-nos, uma vez mais, às vésperas de mais uma Páscoa. Nosso pensamento e nossa emoção, ambos cristãos, manifestam nossa sensibilidade psíquica. Deixando de lado o apelo comercial da data, e o caráter de festividade familiar, a exemplo do Natal, nossa atenção e consciência espíritas requerem uma explicação plausível do significado da data e de sua representação perante o contexto filosófico-científico-moral da Doutrina Espírita.

Deve-se comemorar a Páscoa? Que tipo de celebração, evento ou homenagem é permitida nas instituições espíritas? Como o Espiritismo visualiza o acontecimento da paixão, crucificação, morte e ressurreição de Jesus? Em linhas gerais, as instituições espíritas não celebram a Páscoa, nem programam situações específicas para “marcar” a data, como fazem as demais religiões ou filosofias “cristãs”. Todavia, o sentimento de religiosidade que é particular de cada ser-Espírito, é, pela Doutrina Espírita, respeitado, de modo que qualquer manifestação pessoal ou, mesmo, coletiva, acerca da Páscoa não é proibida, nem desaconselhada.

O certo é que a figura de Jesus assume posição privilegiada no contexto espírita, dizendo-se, inclusive, que a moral de Jesus serve de base para a moral do Espiritismo. Assim, como as pessoas, via de regra, são lembradas, em nossa cultura, pelo que fizeram e reverenciadas nas datas principais de sua existência corpórea (nascimento e morte), é absolutamente comum e verdadeiro lembrarmo-nos das pessoas que nos são caras ou importantes nestas datas. Não há, francamente, nenhum mal nisso. Mas, como o Espiritismo não tem dogmas, sacramentos, rituais ou liturgias, a forma de encarar a Páscoa (ou a Natividade) de Jesus, assume uma conotação bastante peculiar. Antes de mencionarmos a significação espírita da Páscoa, faz-se necessário buscar, no tempo, na História da Humanidade, as referências ao acontecimento.

A Páscoa, primeiramente, não é, de maneira inicial, relacionada ao martírio e sacrifício de Jesus. Veja-se, por exemplo, no Evangelho de Lucas (cap. 22, versículos 15 e 16), a menção, do próprio Cristo, ao evento: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão. Porque vos declaro que não tornarei a comer, até que ela se cumpra no Reino de Deus.” Evidente, aí, a referência de que a Páscoa já era uma “comemoração”, na época de Jesus, uma festa cultural e, portanto, o que fez a Igreja foi “aproveitar-se” do sentido da festa, para adaptá-la, dando-lhe um novo significado, associando-o à “imolação” de Jesus, no pós-julgamento, na execução da sentença de Pilatos.

Historicamente, a Páscoa é a junção de duas festividades muito antigas, comuns entre os povos primitivos, e alimentada pelos judeus, à época de Jesus. Fala-se do “pesah”, uma dança cultural, representando a vida dos povos nômades, numa fase em que a vinculação à terra (com a noção de propriedade) ainda não era flagrante. Também estava associada à “festa dos ázimos”, uma homenagem que os agricultores sedentários faziam às divindades, em razão do início da época da colheita do trigo, agradecendo aos Céus, pela fartura da produção agrícola, da qual saciavam a fome de suas famílias, e propiciavam as trocas nos mercados da época. Ambas eram comemoradas no mês de abril (nisan) e, a partir do evento bíblico denominado “êxodo” (fuga do povo hebreu do Egito), em torno de 1441 a.C., passaram a ser reverenciadas juntas. É esta a Páscoa que o Cristo desejou comemorar junto dos seus mais caros, por ocasião da última ceia. Logo após a celebração, foram todos para o Getsêmani, onde os discípulos invigilantes adormeceram, tendo sido o palco do beijo da traição e da prisão do Nazareno.

Mas há outros elementos “evangélicos” que marcam a Páscoa. Isto porque as vinculações religiosas apontam para a quinta e a sexta-feira santas, o sábado de aleluia e o domingo de páscoa. Os primeiros relacionam-se ao “martírio”, ao sofrimento de Jesus – tão bem retratado neste último filme hollyodiano (A Paixão de Cristo, segundo Mel Gibson) –, e os últimos, à ressurreição e a ascensão de Jesus. No que concerne à ressurreição, podemos dizer que a interpretação tradicional aponta para a possibilidade da mantença da estrutura corporal do Cristo, no post-mortem, situação totalmente rechaçada pela ciência, em virtude do apodrecimento e deterioração do envoltório físico. As Igrejas cristãs insistem na hipótese do Cristo ter “subido aos Céus” em corpo e alma, e fará o mesmo em relação a todos os “eleitos” no chamado “juízo final”. Isto é, pessoas que morreram, pelos séculos afora, cujos corpos já foram decompostos e reaproveitados pela terra, ressurgirão, perfeitos, reconstituindo as estruturas orgânicas, do dia do julgamento, onde o Cristo, separá justos e ímpios.

A lógica e o bom-senso espíritas abominam tal teoria, pela impossibilidade física e pela injustiça moral. Afinal, com a lei dos renascimentos, estabelece-se um critério mais justo para aferir a “competência” ou a “qualificação” de todos os Espíritos. Com “tantas oportunidades quanto sejam necessárias”, no “nascer de novo”, é possível a todos progredirem. Mas, como explicar, então as “aparições” de Jesus, nos quarenta dias póstumos, mencionadas pelos religiosos na alusão à Páscoa? A fenomenologia espírita (mediúnica) aponta para as manifestações psíquicas descritas como mediunidades. Em algumas ocasiões, como a conversa com Maria de Magdala, que havia ido até o sepulcro para depositar algumas flores e orar, perguntando a Jesus – como se fosse o jardineiro – após ver a lápide removida, “para onde levaram o corpo do Raboni”, podemos estar diante da “materialização”, isto é, a utilização de fluido ectoplásmico – de seres encarnados – para possibilitar que o Espírito seja visto (por todos). Igual circunstância se dá, também, no colóquio de Tomé com os demais discípulos, que já haviam “visto” Jesus, de que ele só acreditaria, se “colocasse as mãos nas chagas do Cristo”.
E isto, em verdade, pelos relatos bíblicos, acontece. Noutras situações, estamos diante de uma outra manifestação psíquica conhecida, a mediunidade de vidência, quando, pelo uso de faculdades mediúnicas, alguém pode ver os Espíritos.

A Páscoa, em verdade, pela interpretação das religiões e seitas tradicionais, acha-se envolta num preocupante e negativo contexto de culpa. Afinal, acredita-se que Jesus teria padecido em razão dos “nossos” pecados, numa alusão descabida de que todo o sofrimento de Jesus teria sido realizado para “nos salvar”, dos nossos próprios erros, ou dos erros cometidos por nossos ancestrais, em especial, os “bíblicos” Adão e Eva, no Paraíso. A presença do “cordeiro imolado”, que cumpre as profecias do Antigo Testamento, quanto à perseguição e violência contra o “filho de Deus”, está flagrantemente aposta em todas as igrejas, nos crucifixos e nos quadros que relatam – em cores vivas – as fases da via sacra. Esta tradição judaico-cristã da “culpa” é a grande diferença entre a Páscoa tradicional e a Páscoa espírita, se é que esta última existe. Em verdade, nós espíritas devemos reconhecer a data da Páscoa como a grande – e última lição – de Jesus, que vence as iniqüidades, que retorna triunfante, que prossegue sua cátedra pedagógica, para asseverar que “permaneceria eternamente conosco”, na direção bussolar de nossos passos, doravante.

Nestes dias de festas materiais e/ou lembranças do sofrimento do Rabi, possamos nós encarar a Páscoa como o momento de transformação, a Vera evocação de liberdade, pois, uma vez despojado do envoltório corporal, pôde Jesus retornar ao Plano Espiritual para, de lá, continuar “coordenando” o processo depurativo de nosso orbe. Longe da remissão da celebração de uma festa pastoral ou agrícola, ou da libertação de um povo oprimido, ou da ressurreição de Jesus, possa ela ser encarada por nós, espíritas, como a vitória real da vida sobre a morte, pela certeza da imortalidade e da reencarnação, porque a vida, em essência, só pode ser conceituada como o amor, calcado nos grandes exemplos da própria existência de Jesus, de amor ao próximo e de valorização da própria vida.

Nesta Páscoa, assim, quando estiveres junto aos teus mais caros, lembra-te de reverenciar os belos exemplos de Jesus, que o imortalizam e que nos guiam para, um dia, também estarmos na condição experimentada por ele, qual seja a de “sermos deuses”, “fazendo brilhar a nossa luz”. Comemore, então, meu amigo, uma “outra” Páscoa. A sua Páscoa, a da sua transformação, rumo a uma vida plena.