sábado, 29 de outubro de 2011

Divaldo Pereira Franco - Um Fato Inusitado

Na 55ª SEMANA ESPÍRITA DE VITÓRIA DA CONQUISTA, ocorrida naquela próspera cidade baiana, no mês de setembro de 2008, o querido médium DIVALDO FRANCO, relatou de público fato verídico vivido por ele, que muito sensibilizou a quantos o ouviram naquela ocasião em que se estudara: REENCARNAÇÃO UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA...

Quando perguntaram ao médium se ele acreditava na reeencarnação, disse que não acreditava nela, pois quê ia mais além - ele sabia que ela existia! E narrou-nos o seguinte episódio, que agora visto com minha própria emotividade ao lhes escrever esse singelo artigo.

Divaldo há cerca de 40 anos foi por vez primeira à Paris, hospedando-se na residência de familiares de um casal amigo residente aqui no Rio de Janeiro, à época: Ligia e Emílio Ribeiro. A primeira noite naquela capital foi-lhe tormentosa, não conseguindo conciliar o sono de modo algum e sendo vítima de atrozes fenômenos psíquicos.

Pela manhã, sentindo-se muito estranho, pediu permissão ao casal anfitrião para sair e dirigir-se a algum lugar que ele mesmo não sabia onde seria. O casal ficou perplexo, sem entender, como uma pessoa que jamais houvera ido àquela cidade pedia para sair sozinho, para ir não se sabia aonde...

Ao demais eram 7 horas de uma segunda-feira, onde os monumentos históricos franceses não ficam abertos à visitação pública. Mas, Divaldo insistiu, afirmando-lhes que levaria o endereço deles no bolso e dizendo que qualquer coisa os avisaria por telefone ou pegaria um táxi. Eles anuíram.

Divaldo saiu a pé, depois pegou o metrô, depois um ônibus que começou a levá-lo para fora da cidade. Algum tempo se passou dentro do ônibus e o médium cada vez mais se sentindo noutra personalidade, essa muito endurecida, parecendo detestar tudo e todos à volta...

O ônibus começou a passar perto de certo bosque. Divaldo pediu ao motorista para descer do veículo, dirigindo-se a uma estrada de pedras, muito bem cuidada, uma estrada real, que terminava em frente a enorme Monastério também revestido de pedras, onde bela torre de igreja ao fundo predominava. Era uma ordem religiosa, de monjas enclausuradas, que datava do século XVII, fundada em 1606 por um frade capuchinho.

Divaldo cada vez mais entronizava aquela personalidade estranha para ele, sentia-se aturdido, mas dispôs-se a bater à porta do Monastério, onde sorridente monja-porteira lhe informou que o Monastério não estava aberto à visitação pública; que as monjas eram enclausuradas e só lhes era permitida uma única visita masculina - a do confessor da Instituição.

Divaldo, muito pálido pediu que ela fosse chamar a monja-mestra e deu-se conta que estava falando em francês! Era um francês com um acento diferente...

Sem saber porque a moça aquiesceu, mandou-o entrar até o parlatório onde uma religiosa, de cerca de 60 anos, passou a lhe dizer da impossibilidade do intento por ele almejado. O médium mais pálido e suando muito disse que desejava uma entrevista com a Abadessa.

Veio a Abadessa, veneranda senhora belga de cerca de 70 anos, e passaram os dois a dialogar mais ou menos assim:

- Senhora, eu sou o fundador dessa Instituição, muito dura para com as jovens que aqui habitam, quando a instituí eu não me dava conta disso, mas hoje venho pedir-lhe para ser mais complacente com as monjas, aja com mais amor, com mais benevolência para com elas!

- Meu filho, você é tão jovem! Porque está falando em francês provençal? Meu filho, esta Instituição foi fundada no século XVII em 1625. Você está aturdido, vou providenciar levá-lo de volta. Onde se hospeda? Vá na companhia da irmã mestra e outra religiosa...

- Não antes que eu possa visitar a cela onde faleci.
- Como você sabe que nosso fundador morreu aqui?

- Irmã, eu sou ele! Eu vivia em orações contínuas, tanto que onde eu me ajoelhava, o piso de pedra-pome, ficou um pouco mais fundo que o restante do assoalho...A minha cela possuía uma gravura da Madona, que certo dia, após muitas preces, inadvertidamente, queimei um pedaço com uma vela acessa.

- Como o senhor pode saber disso? Essas referências verídicas não constam em nenhuma de nossas publicações!
- Irmã eu sou ele! A Irmã diz que não posso visitar minha cela porque teria que passar pelo pátio interno, onde ficam as clausuras proibidas ao sexo masculino...Mas, se formos pelo altar-mor, atrás dele, há uma porta, que dá para uns degraus, que vão terminar num corredor, onde sem passar pela clausura, sem passar pelo átrio principal, chegaremos à minha cela, irmã! Vamos!

Já que insiste tanto e para acabarmos logo com isso, venha e mostre-nos o caminho que diz conhecer! E Divaldo foi à frente, mostrando o caminho, que reconhecia, com a Abadessa logo atrás dele, depois a irmã-mestra seguida pela monja-porteira. Como nos velhos tempos... O fundador à frente de todas...

Depois do desejo do médium ter sido concretizado e, Divaldo ter observado na cela a surrada vestimenta do sacerdote, ter visto o chão realmente amolgado perto do genuflexório, e de não ter visto mais a gravura da Madona que lá não estava mais, todos muito emocionados, retornaram pelo mesmo caminho...

A Abadessa pediu para que as outras duas se retirarem e lhe pergunta o que seria aquele fenômeno. Divaldo fala-lhe abertamente da reencarnação, da lei de causa e efeito e, promete mandar-lhe o EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO e O LIVRO DOS ESPÍRITOS em francês, logo que retornasse à Paris.

Já era hora do almoço e Divaldo, convidado, almoça na Instituição. Continuam a conversar o médium e a Abadessa. Ela, muito emocionada, expressa amargura por saber disso tudo “tão tarde”, ao que Divaldo lhe diz que não, que ela estava na plenitude das suas forças e que poderia com o novo conhecimento, usar do Amor Incondicional do Cristo para com as moças ali recolhidas. Convidado a lanchar, pois já eram 16 horas, ele declina do convite, mas aceita voltar com as referidas monjas para Paris onde por certo o casal amigo deveria estar preocupado com tão prolongada ausência.

No dia seguinte, refeito e feliz, ele próprio vai a uma livraria para comprar os dois livros de Kardec, que o seu anfitrião, gentilmente, entrega no Monastério.

Passam a se corresponder ele e a Abadessa Beatriz que dois anos depois é transferida para a Bélgica, por obrigações administrativas; na década de 80 Divaldo a visita, no referido país, nonagenária, lúcida, muito feliz com o reencontro, mostrando-lhe o EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, que tanto lia e relia, e aí o médium lhe conta da sua vida atual, das conferências, da Mansão do Caminho e demais atividades que lhe dizem respeito.

"O vento sopra onde quer e ouves o seu ruído, mas não sabes de onde vem e nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito." [Jo 3:8)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Seara de Ódio

- Não! Não te quero em meus braços! - dizia a jovem mãe, a quem a Lei do Senhor conferira a doce missão da maternidade, para o filho que lhe desabrochava do seio - não me furtarás a beleza! Significas trabalho, renúncia, sofrimento...

- Mãe, deixa-me viver!... Suplicava-lhe a criancinha no santuário da consciência - estamos juntos! Dá-me a bênção do corpo! Devo lutar e regenerar-me. Sorverei contigo a taça de suor e lágrimas, procurando redimir-me... Completar-nos-emos. Dá-me arrimo, dar-te-ei alegria. Serei o rebento de teu amor, tanto quanto serás para mim a árvore de luz, em cujos ramos tecerei o meu ninho de paz e de esperança...

- Não, não...

- Não me abandones!

- Expulsar-te-ei.

- Piedade mãe! Não vês que procedemos de longe, alma com alma, coração a coração?

- Que importa o passado? Vejo em ti tão-somente o intruso, cuja presença não pedi.

- Esqueces-te, mãe, de que Deus nos reúne? Não me cerres a porta!...

- Sou mulher e sou livre. Sufocar-te-ei antes do berço...

- Compadece-te de mim!...

- Não posso. Sou mocidade e prazer, és perturbação e obstáculo.

- Ajuda-me!

- Auxiliar-te seria cortar em minha própria carne. Disputo a minha felicidade e a minha leveza feminil...

- Mãe, ampara-me! Procuro o serviço de minha restauração...

Dia a dia, renovava-se o diálogo sem palavras, até que, quando a criança tentava vir à luz, disse-lhe a mãezinha cega e infortunada, constrangendo-a a beber o fel da frustração:

- Torna à sombra de onde vens! Morre! Morre!

- Mãe, mãe! Não me mates! Protege-me! Deixa-me viver...

- Nunca!

- Socorre-me!

- Não posso.

Duramente repelido, caiu o pobre filho nas trevas da revolta e, no anseio desesperado de preservar o corpo tenro, agarrou-se ao coração dela, que destrambelhou, à maneira de um relógio desconsertado...

Ambos, então, ao invés de continuarem na graça da vida, precipitaram-se no despenhadeiro da morte.

Desprovidos do invólucro carnal, projetaram-se no Espaço, gritando acusações recíprocas.

Achavam-se, porém, ligados um ao outro, pelas cadeias magnéticas de pesados compromissos, arrastando-se por muito tempo, detestando-se e recriminando-se mutuamente...

A sementeira de crueldade atraía a seara de ódio. E a seara de ódio lhes impunha nefasto desequilíbrio.

Anos e anos desdobraram-se, sombrios e inquietantes, para os dois, até que, um dia, caridoso Espírito de mulher recordou-se deles em preces de carinho e piedade, como a ofertar-lhes o próprio seio. Ambos responderam, famintos de consolo e renovação, aceitando o generoso abrigo...

Envolvidos pela caricia maternal, repousaram enfim.

Brando sono pacificou-lhes a mente dolorida.

Todavia, quando despertaram de novo na Terra, traziam o estigma do clamoroso débito em que se haviam reunido, reaparecendo, entre os homens, como duas almas apaixonadas pela carne, disputando o mesmo vaso físico, no triste fenômeno de um corpo único, sustentando duas cabeças.

Chico Xavier-Médium

Irmão X - Espírito.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Pensamento Positivo

Pensamentos positivos geram invariavelmente atitudes vencedoras.

Sendo o pensamento uma energia efetiva e que cria formas obedecendo a emanação mental, há que nos atentarmos para o tipo de pensamentos que nutrimos.

Por exemplo: Quando dizemos que somos incapazes de realizar tal tarefa, automaticamente projetamos essas ondas negativas em nós mesmos, e acabamos por nos sentirmos derrotados antes mesmo de tentarmos a realização daquilo que deveríamos realizar.
A isso dá-se o nome de derrota antecipada.

Sem exceção, todos que conquistaram seus objetivos nos mais variados campos de atuação da humanidade municiaram-se de extrema auto confiança.

Outro fator curioso é quando sentimos antipatia por alguém, freqüentemente nossos pensamentos em relação a essa pessoa não são nada generosos, tendemos a maximizar suas fraquezas e sequer observar suas virtudes.

Alguns mais apressados afirmam:

- Foi meu santo que não cruzou com o dele, não adianta, jamais seremos amigos ou sequer teremos um relacionamento amistoso, é melhor que fique ele no canto dele e eu no meu.

Diante disso, poderíamos exercitar o inverso - que fique claro, óbvio que há questões de afinidade que envolvem as criaturas - contudo, nada nos impede de treinar o bom pensamento em torno das pessoas, principalmente aquelas que nutrimos certa antipatia, quem sabe dessa forma não possamos descobrir grandes amigos, ocultos pela má vontade de olhar o lado bom das pessoas, do mundo, da vida...

Precisamos nos desvencilhar da preguiça de nos relacionarmos com as pessoas. Claro, muito mais cômodo e pratico continuar com o velho pensamento negativo em torno daqueles que se antipatiza do que procurar virtudes e motivos para se estabelecer um bom relacionamento, e quem sabe até uma proveitosa amizade.

É a velha inferioridade humana que se nega a ver o lado positivo das pessoas, do mundo, da vida.

E em virtude dos pensamentos nada amistosos que se cultiva em relação a todos, é claro que se verá apenas o lado obscuro e denso de cada um.

Diante disso, cabe-nos a pergunta:

Por que nos contaminamos a todos os segundos com pensamentos tortuosos de pessimismo e desânimo, de desinteresse e arrogância?

Fácil a resposta, pelo simples fato de desconhecermos os mecanismos de atuação do pensamento, e isso, saliente-se que é fruto de nossa mentalidade extremamente materialista que computa como realidade apenas aquilo que consegue ver, ter, pegar, ouvir..

Ou seja, tudo que foge do alcance de nossa falha percepção, tendemos a desprezar, por isso, muitos sequer percebem a atuação marcante do pensamento em suas vidas.

Amigo leitor, nossas atitudes começam em nossa casa mental, portanto, cuidemos para que dela emanem apenas pensamentos positivos, de confiança e coragem para que se reflita positivamente em nossa maneira de agir e se relacionar com a vida e com as pessoas.
São nos pensamentos que se constroem atitudes vencedoras!

Pensemos nisso.

Artigo gentilmente cedido por Wellington Balbo

O Ser e o Ter na Sua Prática

Prezados (as) Irmãos(ãs)

Venho junto a todos fazer uma reflexão em torno do ser e do ter dentro da doutrina Espírita.
O Mais importante é o ser do que o ter, pois muitas vezes no nosso ato de consumismo excessivo,queremos alcançar coisas verdadeiramente que não estamos aptos para merecer tal objeto.
Acontece,que por dizer o que vale é ser, não vem dizer que não venhamos a lutar para conseguirmos nossos objetivos, claro que devemos lutar para alcançar nossos objetivos, desde que seja de maneira lícita e que esteja de acordo com os princípios morais Cristãos.
Poderemos lutar por melhores condições de vida, pois isso faz parte do nosso engrandecimento, mas de forma que não desperte a cobiça, a forma desenfreada que vai se transformar em inveja, pois se o vizinho tem um carro de luxo, temos que ter também. Isso é que não pode acontecer, pois devemos desempenhar todo o esforço possível para dar melhores condições para nossa família, mas se não conseguir o objetivo, saber que continuamos a ser a mesma pessoa perante Deus e agradecer de coração a tudo o que possuimos, visto que muitas pessoas são felizes com o mínimo possível e não devemos entrar nessa competição desenfreada que gera o consumismo apelativo do comércio, que no intuito de verder seus produtos coloca como marketing que a pessoa para ter classe precisa ter um carro do ano ou de luxo.
Quando nos acharmos por baixo por não ter determinado objeto de consumo, devemos sempre olhar para trás, onde tem irmãos nossos em bem piores situações, até faltando o pão de cada dia e sofrendo nos corredores dos hospitais etc.
Vamos lutar para conseguir nossos objetivos, mas sem prejudicar nem que seja qualquer princípio moral cristão, pois a verdadeira vida está em ser em não em ter.
Quando chegarmos a nossa pátria espiritual, vamos precisar de nossa bagagem de princícios do evangelho de Jesus, o que um carro de luxo não vai substituir.
É aí onde devemos nos preparar para que não haja prantos e ranger de dentes.
Coragem! O pai não nos desampara!
Muita paz!
Antonio Carlos laranjeira Miranda.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Sempre o Amor

...Há duas espécies de afeições; a do corpo e a da alma e, frequentemente se toma uma pela outra . A afeição da alma, quando é pura e simpática, é durável; a do corpo é perecível. Eis porque frequentemente, aqueles que crêem se amar, com um amor eterno, se odeiam quando a ilusão termina.
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec (Final da resposta 939)

A palavra amor nos dias de hoje, possui uma vasta aplicação teórica que a vulgariza e a torna desgastada, de difícil caracterização no que toca à sinceridade de quem a usa. Amar significa doar-se. Doar do que tem e, sobretudo, de si mesmo. Aprendeu a mar aquele que freqüentou e foi aprovado na escola da renúncia, da paciência e do perdão. Hoje, os que dizem amar pretendem possuir, impor diretrizes, cercear ideais. Temos o que retemos e retemos aquilo a que franqueamos liberdade. Amar ao próximo constitui tal raridade nos dias atuais, que quando surge alguém mais fraterno, logo é rotulado de puxa-saco, ou colocado entre os que procuram vantagens pessoais pela bajulação. Dias há em que encontramos dificuldade em amar até aos amigos, imaginem aos inimigos, como aconselha o evangelho. O amor doação é conquista rara de raros Espíritos, que renunciam a si próprios e seguem limpando chagas e enxugando lágrimas pelo vale dos aflitos. Quem diz amar e ausenta-se da disciplina, não ama. Quem se diz amoroso e não se faz de enfermeiro, não ama. Ama aquele que, reconhecendo-se frágil, faz-se forte para amparar a enfermidade. É comum ouvirmos jovens, em confidências, dizerem:
- Eu te amo!
No entanto, não resistem por um mês no teste de convivência.

O exemplo maior dessa virtude é Jesus. Se Kardec foi o bom senso encarnado, Jesus foi o amor encarnado, clarificando com a sua luz gloriosa as nossas trevas espirituais. "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Eis a receita para a felicidade neste mundo. Mais de dois mil anos passados e o homem ainda não conseguiu adaptar-se a este mandamento, preferindo o "armai-vos uns aos outros". Quando nos amaremos? Talvez a dor seja a única mestra a saber de tais perspectivas.

Pessimismo - Atitude destruidora

PESSIMISMO - ATITUDE DESTRUIDORA

O planeta, por suas características de atraso ético/moral/espiritual, carrega habitantes intoxicados, podemos dizer que quase a maioria, por um estado mental pessimista. Tal pessimismo origina-se no hábito lastimável da lamentação, do acúmulo de mágoas e de queixas. O somatório leva à vivências e convivências conturbadas.

É, como se pode aquilatar, um comportamento enfermiço, arrastando milhões de pessoas ao desestímulo, insuflando temperamentos voltados à violência e seus sequazes. No fundo, tais criaturas, mesmo que agindo inconscientemente, desejam desviar o curso da vida terrena em seu derredor, insatisfeitas que se acham, com ela, pelo não atendimento aos seus caprichos.

A pessoa que contumazmente reclama, queixa-se, vive insatisfeita, tem uma visão distorcida da realidade existencial, desconhecendo, como não poderia deixar de ser, o papel desempenhado pela vida espiritual em nossas reencarnações que são intercaladas pelas necessárias vidas na matéria.

Em geral, o tipo de pessoa aqui analisada apresenta-se como vítima inocente de tudo quanto lhe acontece, porque não cogita, nem de leve, sobre reencarnação, lei de causa e efeito, evolução espiritual, influência dos espíritos, bons e menos bons, em nossas vidas e outras questões doutrinárias do Espiritismo. Ignora as fases positivas e as concessões que lhes são ofertadas pela Vida, adotando uma forma de ingratidão que sempre acarreta conseqüências infelizes.

Os ideais de enobrecimento humano são torpedeados pelas pessoas alimentadas mentalmente de pessimismo, o qual se deriva da autocomiseração. Atormentam-se os pessimistas e passam também a atormentar as criaturas desprevenidas, assim aumentando o número de deprimidos que recorrem às clínicas psiquiatras em busca de solução para o que elas mesmas criaram, invigilantemente.

Tudo deve convergir em favor da retificação dos erros nas suas mais variadas formas de manifestação. Com a adoção deste procedimento saneador, costuma a pessoa, interessada pela sua reforma interior, a ter que enfrentar obstáculos revestidos aparentemente de intransponibilidade. É justamente aí que a atuação pessimista se mostra mais numerosa e ativa. Os fracassos se agravam, o desânimo impera e a crítica destrutiva transparece preponderantemente.

Com o pessimismo e o hábito da crítica destrutiva, não há o favorecimento de estímulos à saúde, ao bem-estar psico-físico, mas sim do incentivo à valorização das doenças.

A recuperação das patologias diminuem por haver ignorância quanto à ação benfazeja da mente saudável sobre os implementos celulares, estes que são os delicados mecanismos dos nervos, os quais agem nos sutis equipamentos cerebrais onde operam os neurônios. Estes sofrem, desta maneira as descargas vibratórias desequilibradas, e verdadeiros curtos circuitos são estabelecidos.

Diz o Espírito Joanna de Ângelis que "A conduta pessimista constitui vício grave do Espírito comprometido com a própria consciência". Torna-se necessária, como se percebe, uma mudança radical no estilo de comportamento mental. Um salto de um extremo a outro, do pessimismo para o otimismo.

A saúde física e mental se constitui num estado natural da vida, o que parece o contrário no nosso mundo, quando as enfermidades se alastram de forma impressionante e vão se mostrando como resultados de distúrbios morais que a alma invigilante e ignorante costuma insculpir nas delicadas organizações celulares, exigindo imediata reparação para que a doença não chegue a um estado irreversível.

Sem a higienização, a assepsia da mente, esta distonia que ocorre propicia a instalação das doenças de etiologias as mais variadas. Somente através da harmonização geral do seu campo energético o ser humano desfrutará saudavelmente da vida. Sem isto, a flora e a fauna microbiana se instalam e proliferam por encontrarem campo propício, ideal para suas operações destruidoras, as quais levam à produção das degenerações celulares.

O ser humano caminha, vai em frente, mesmo sem ter uma noção mais exata do fenômeno que o leva ao crescimento intelecto-moral, à plenitude, à sublimação.

Os degraus evolutivos são granjeados pelo esforço despendido na ação do Bem, o que faz com que o ser reconheça o seu auto-valor, que atinja outros patamares evolutivos e alcance, por fim, as cumeadas da evolução.

A vida, na sua essencialidade, é alicerçada em desafios permanentes, habituamo-nos a conceituar, sendo que nossos limites e dificuldades, que vão surgindo pelo caminho para serem vencidos, estão em nosso mundo íntimo, nos atavismos e reminiscências menos felizes, e não no mundo exterior. Transformam-se, assim, em excelentes aguilhões que nos projetam longe, fazendo com que descortinemos uma outra visão da existência na carne e fora dela, tudo isso graças às admiráveis dádivas recebidas de Deus para o nosso tentame finalista da Vida - a perfeição.

Se queremos complicar ainda mais o quadro de realizações enobrecedoras, comecemos por nos queixar e reclamar de tudo e de todos, e o pessimismo, tóxico letal de nossas nobres realizações, assumirá o papel de carrasco de nossos anelos superiores, vitimando-nos sem piedade.

As etapas da evolução são vencidas, pouco a pouco, ora trabalhando-se a nossa condição intelecto-moral, outras vezes vivenciando as experiências mais doridas, estas que mais nos fixam às preciosas lições da vida, de forma indelével, desta forma nos capacitando pata tentames mais auspiciosos e elevados.

Valiosos são os recursos em disponibilidade para o triunfo: otimismo, alegria de viver, bom humor, simpatia e confiança em Deus, em Sua providência e também na Espiritualidade Superior. Com estes trunfos morando em nosso mundo interior, haveremos de nos libertar dos atávicos pensamentos pessimistas, os quais precisam, devem ser abandonados em favor da auto-realização, da auto-plenificação..

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A Turma do " Eu Avisei ".

No ambiente familiar, religioso ou profissional, certamente já convivemos com a Turma do Eu avisei.
È fácil identificá-los, pessimistas incorrigíveis tem sempre uma palavra de desânimo e de desencorajamento.
O profissional que julgando o patrão um explorador torce contra a própria empresa!
O cônjuge que sepulta os sonhos do outro com suas tendências negativas!
O religioso que procura entravar os ideais de seus companheiros de jornada!
Estes estão sempre a espreita, na espera de um insucesso para dar o ar da graça, quando isso acontece, afirmam vitoriosos: - Eu avisei, eu disse que não daria certo!
Para eles tudo é imensamente trabalhoso e doloroso.
A qualquer idéia nova sustentam inúmeras objeções!
Refratários as iniciativas e as mudanças, preferem sempre o acomodamento e a facilidade, julgam assim, estarem seguros quanto as intempéries da vida.
Ignoram que não estamos aqui por mero acidente biológico!
Certamente serão obrigados a mudar suas concepções pela marcha inexorável do progresso humano!
Entretanto, graças a bondade divina temos pessoas que rompem com a Turma do eu Avisei.
Empreendedores que com suas iniciativas trazem o progresso e as benfeitorias ao ser humano, certamente não dão ouvidos a essa Turma!
Voluntários de instituições filantrópicas que desenvolvem fantástico trabalho em prol do desenvolvimento humano ignoram essa Turma!
Idealistas que empregam seu tempo na busca de melhores condições de vida a seus semelhantes desafiam freqüentemente a Turma do Eu avisei!
Ao contrário do que alguns pensam não precisamos ser gênios ou criaturas angelicais para romper com essa turma.
Precisamos sim, de boa vontade!
Aliás você faz parte da Turma do Eu Avisei?


Artigo gentilmente cedido por Wellington Balbo
Baurú - SP

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

É Preciso Determinação Para Realizar a Reforma Íntima

Queridos(as) Irmãos(ãs)

Muitas pessoas procuram os Centros Espíritas para tomar passes e afastar os obsessores, mas tomam o passe as vezes não assistem a reunião de evangelização que beneficia a si mesmo e ao obsessor, onde vai esclarecendo pontos que vai despertar través da linguagem do amor.E tomar o passe sem evangelizão, os obsessores voltam, pois não foram despertados pelo esclarecimento evangélico, onde o bem prevalece sobre o mal.
Acontce, que muitas pessoas desconhecem que para afastar os obsessores é necessário uma reforma íntima, como: conhece-te a Ti mesmo, isto é fazendo uma reflexão diária como dizia Santo Agostinho, perguntando a sí: O que fiz de errado hoje? Será que magoei alguém? como está minha vida? e daí seguir o mandamento maior: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Temos que ter consciência que quem atrai os obsessores são nossos atos em discordância com o mandamento maior, pois entramos em afinidade vibratória com os espíritos obsessores. Já com a conduta pautada em uma renovação de valores éticos morais vai fazer com que tenhamos uma afinidades vibratória com os espíritos superiores.
Está aí lançado o desafio: Os tempos são chegados ou mudamos ou seremos obrigados a habitar planetas menos elevados que a Terra, visto que quando a terra passar para um período de regeneração, não haverá espaço para a maldade mesmo que em pensamento!
Vai irmãos(ãs) confia, entrega tua vida a Jesus e terás a força suficiente para tua elevação espiritual.
Muita paz e força!
Ave jesus!
Antonio carlos laranjeira Miranda

Integração dos Centros Espíritas de Carpina - PE

Queridos(as) Irmãos(ãs) e amigos(as)

No período de 09 a 16 de outubro o Centro espírita Amor e caridade, Carpina -PE, realizou a Semana Espírita, tendo vários expositores que nos enriqueceram de conhecimentos onde vei saciar oa anseios dos nossos espírios em aprendizagem em busca da evolução.
No mês de Outubro o Centro Espíria Rancho do Himalaia comemora o seu aniversário, onde também somos agraciados com palestras edificantes.
Diante dos dois eventos os três Centros Espíritas de carpina: Geenol, Rancho do Himalaia e Amor e Caridade resolveram Unificar nos dias 15 no Genol e 16 no Rancho do Himalaia a congregação dos três Centros Espíritas com eventos que encheram nossas almas de alegria e todos os componentes em uma voz uníssona participaram desse momento singular.
Devo salientar que do dia 09 a 14 as palestras foram no Amor e caridade e no Auditório da escola Eliane Carneiro.
Na cuminância do evento ficamos muito emocionados,com a paz reinante com






a integração dos Centros.
Parabéns a todos que fizeram a Semana espírita do Amor e Caridade, o Aniversário do Rancho do Himalaia e a integração do Geenol.
Antonio Carlos laranjeira Miranda

sábado, 15 de outubro de 2011

Socorro Oportuno

Sensibiliza-te diante do irmão positivamente obsidiado e esmera-te em ofertar-lhe o esclarecimento salvador com que a Doutrina Espírita te favorece.

Bendito seja o impulso que te leva a socorrer semelhante doente da alma; entretanto, reflete nos outros, os que se encontram nas últimas trincheiras da resistência ao desequilíbrio espiritual.

Por um alienado que se candidata às terapias do manicômio, centenas de fronteiriços da obsessão renteiam contigo na experiência cotidiana. Desambientados num mundo que ainda não dispõe de recursos que lhes aliviem o íntimo atormentado, esperam por algo que lhes pacifiquem as energias, à maneira de viajores tresmalhados nas trevas, suspirando por um raio de luz. . . Marchavam resguardados na honestidade e viram-se lesados a golpes de crueldade, mascarada de inteligência; abraçaram tarefas edificantes e foram espancados pela injúria, acusados de faltas que jamais seriam capazes de cometer; entregaram-se, tranqüilos, a compromissos que supuseram inconspurcáveis e acabaram espezinhados nos sonhos mais puros; edificaram o lar, como sendo um caminho de elevação, e reconheceram-se, dentro dele, à feição de prisioneiros sem esperança; criaram filhos, investindo em casa toda a sua riqueza de ideal e ternura, na expectativa de encontrarem companheiros abençoados para a velhice, e achar am-se relegados a extremo abandono; saíram da juventude, plenos de aspirações renovadoras e toparam enfermidades que lhes atenazam a vida. . . E, com eles, os que se acusam desajustados, temos ainda os que vieram do berço em aflição e penúria, os que se emaranharam em labirintos de tédio, por demasia de conforto, os que esmorecem nas responsabilidades que esposaram e os que carregam no corpo dolorosas inibições. . .

Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação - .

Autor: Emmanuel / André Luiz
Psicografia de Fracisco Cândido Xavier. Livro: Estude e Viva

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A Falsa História

Quantos heróis que existem no mundo, que de herói não tem nada!
Passaram para a história, porque a história foi enganada
Pelo poder e o dinheiro, a história é comprada
A verdade da história, é quase toda ocultada!

A maioria das histórias, toda verdade não foi contada
Quase tudo é mentira, a verdade é ocultada
Pelo poder e o dinheiro, a história é deturpada
Crimes e maldades dos falsos heróis, nela não são reveladas

Quantos criminosos e ladrões, que passaram para a história...
Como santos e anjos, mas de triste e hedionda memória!
Que sacrificaram inocentes, para fazer o mal não tinham hora
Quem sofreu não esquece, guarda para sempre na memória

Os verdadeiros heróis, na história não são lembrados
Os seus maiores exemplos, nela foram ocultados
Os verdadeiros heróis, chegar no poder, não deixaram
Os que se tornaram heróis, por serem sempre dignos e honrados

Heróis como Jesus Cristo, condenam por serem honrados
Seus maiores exemplos, para o mundo ocultaram
Suas verdadeiras histórias, para o mundo não contaram
O pouco que disseram deles, quase tudo deturparam
Todos os justos como Cristo, são no fim crucificados

Sejam justos e tenham fé, e levem sempre amor a todos!
Ajudem a quem precisa, aqueles que sabem pouco...
Do mundo espiritual, que é a vida e a luz do Mundo
É a História Divina, que na natureza está em tudo

Basta de tantas loucuras, de destruição e vaidades!...
De tantas ilusões e mentiras, e tanta falta de dignidade!...
Não destrua a natureza, das vidas tenha piedade!
Basta de tanto ódio, de tiranias e maldades!...
Reconstrua este mundo, com amor, fé e humildade!...

Iapeam Ohlif - Espírito de Luz
Psicografada Pelo Médium Rui Souza.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Hora da Divulgação

Uma comtribuição da Irmã Simone.

O Espiritismo é um tesouro de alto valor, que tem a missão de produzir lucros de amor e juros de paz.

Ocultá-lo, sem o promover entre as criaturas, é o mesmo que enterrar uma fortuna, que assim perde a finalidade para a qual existe.

Retê-lo, constitui crime de avareza, considerando-se a fome de luz de que padecem as criaturas.

Adiar a sua divulgação, onde se encontre o espírita, representa perda de oportunidade valiosa, que não se repetirá.

Condicioná-lo às circunstâncias e interesses, seria desfigurá-lo na legitimidade dos seus conceitos e objetivos edificantes.

Pessoas existem que sofrem hipertrofia dos sentimentos e não se dão conta.

Criaturas movimentam-se, no mundo, fátuas e risonhas, ignorando, porém, porque vivem e para que vivem.

Homens agem sob os automatismos de que se tornaram vítimas.

Indivíduos desajustam-se por desconhecerem os valores do espírito.

Coletividades desarticulam-se, porque vencidas pelo egoísmo e pelas paixões dissolventes.

O Espiritismo é o antídoto eficiente e rápido para os males que grassam, na Terra, destruindo o materialismo e promovendo a vida.

Difundi-lo, a rigor, é tarefa de quantos se identificam com as suas lições e nele encontraram satisfação de viver.

Não é lícito impô-lo, nem justo deixar de apresentá-lo.

A convicção de que ele se faz objeto, favorecendo a pessoa com bênçãos, deve emular o seu beneficiário a levá-lo a quantos o ignoram.

E porque este é o momento da renovação espiritual da Humanidade, que se encontra exaurida por dores superlativas, também é a hora da divulgação, consciente e nobre, da Doutrina, que “mata a morte” e alonga a vida, elucidando os enigmas complexos da existência carnal com acenos seguros de felicidade à vista.

Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Terapêutica de Emergência

A maior caridade que podemos fazer com a Doutrina Espírita é divulgá-la. EMMANUEL.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Queridos(as) e amados(as) Irmãos(ãs)!

Nesse mes de outubro o Rancho do Himalaia, instituição Espírita, do Carpina PE, comemora o mes de aniversário, onde vários palestrantes de diversos lugares vem para falarem de temas Espíritas atuais que enriquecem nossos corações.
A Nossa Irmã Glória, Diretora do centro, cercada de vários irmãos dedicados a causa Espírita, trabalharam no sentido de proporcionar o melhor para todos os participantes da Casa e visitantes.
Além dos palestrantes, O Rancho do Himalaia mantém um coral, chamado Coral Madrigal, onde faz suas apresentações com maravilhosos hinos os quais nos elevam o pensamento ao alto buscando nosso engrandecimento espiritual.
As reuniões da casa são realizadas sempre aos domigos ás 15h00.
Participe você também e ajude a fortalecer essa corrente do bem e do amor!

Amanhã Pode Ser Tarde...

Ontem?... isso faz tempo!
Amanhã?... Não nos cabe saber...
Amanhã pode ser muito tarde para você dizer que ama, para você dizer que perdoa, para você dizer que desculpa, para você dizer que quer tentar de novo...

Amanhã pode ser muito tarde para você pedir perdão, para você dizer: desculpe-me, o erro foi meu!...

O seu amor, amanhã, pode já ser inútil; O seu perdão, amanhã, pode já não ser preciso; A sua volta, amanhã, pode já não ser esperada; A sua volta, amanhã, pode já não ser esperada; A sua carta amanhã, pode já não ser lida; o seu carinho, amanhã, pode já não ser mais necessário; O seu abraço, amanhã, pode já não encontrar outros braços....

Porque amanhã pode ser muito ... muito tarde!

Não deixe para amanhã para dizer: Eu amo você! Estou com saudades de você! Perdoe-me! Desculpe-me! Esta flor é para você! Você está bem? .. Não deixe para amanhã o seu sorriso, o seu abraço, seu carinho, seu trabalho, seu sonho, sua ajuda... Não deixe para amanhã para perguntar: Porque você está triste? O que há com você? Ei! Venha cá, vamos conversar... Cadê o seu sorriso? Cadê os seus sonhos?

Onde está sua garra? Estou com você.
Sabe que pode contar comigo?
Lembre-se: amanhã pode ser tarde... muito tarde!
Procure, vá atrás, insista, tente mais uma vez! Só hoje é definitivo!

Amanhã!... Amanhã pode ser tarde... muito tarde!...

domingo, 9 de outubro de 2011

Semana Espírita

Prezados Irmãos!

Ontem 08.10.2011, O Centro Espirita Amor e Caridade, localizado na Cidade de Carpina
-PE, deu início a Semana espírita.É uma semana de palestras e seminários, onde o objetivo é a Divulgação da doutrina Espírita na nossa cidade e regiões adjacentes.
A abertura do Evento foi uma palestra feita pela brilhante oradora Ana Guimarães(RJ), com o Tema: Vida-Desafios e Soluções e no dia 09.10.11(hoje) tivemos um seminário também com Ana Guimarães tendo como tema Desafios da Vida familiar.
Foi um momento emocionante, onde a oratória da expositora nos emocionou ao mesmo tempo que nos deu lições de vida dentro da Doutrina espírita.
A tarde tivemos o Dr. Leonardo Machado com o tema Desafios da Sexualidade.
O Amor e caridade faz todos os anos a semana Espírita, nos enriquecendo de conhecimentos, bem como a todos os Espíritas interessados em evoluir Espiritualmente.
No decorrer da semana teremos palestras todos os dias, com sorteios de livros e uma livraria armada no centro da cidade chamando a atenção da comunidade para a literatura espírita



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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Perfume da Caridade

Aprimoremos a maneira de dizer as palavras

O escritor Rubem Alves publicou no Correio Popular, de Campinas, caderno C, página C-2, de 18 de julho de 2004, uma bela crônica intitulada O que é que você faria? Consideramo-la muito oportuna. Embora longa (quase uma página), destacamos ao leitor o teor principal. Ele traz uma estória no artigo e usa um exemplo médico, desculpando-se pela comparação, para citar como é importante a maneira de dizer as coisas ou, se quisermos, como dizemos e a quem. Pois esta maneira pode destruir vidas e sonhos.

A estória citada pelo escritor comenta o relacionamento de um casal que muito se ama. Ela desenvolveu um câncer no seio e teve que extraí-lo, mas isso não abalou o relacionamento do casal, apesar das dores e aflições. Em cinco anos, o outro seio também foi afetado, mas o bom e amigo médico que antes a atendera já havia morrido.

Procuraram outro médico, mas este, completamente insensível às dores do casal e especialmente da mulher, ao vê-la sem um seio, já exclamou friamente: “Mas a senhora já não tem um seio... Seu caso é muito mais grave do que eu imaginava”.

E o escritor, comentando a própria estória, colocou em seu texto: “Fico a me perguntar: Por que é que ele falou o que falou? Não falou para informar mulher e marido de uma coisa que não soubessem. Eles sabiam que ela não tinha um seio. Também não falou para certificar-se de algo que estava vendo mas não via bem, por ser ruim dos olhos, pois ele enxergava muito bem. E qual a razão do seu frio, imediato e cruel diagnóstico. Para que falou isso? Era necessário? Não, não era necessário. Seu diagnóstico em nada contribuiu para o tratamento daquela mulher. Ou será que ele falou assim por inocência? Não imaginava o veneno que suas palavras carregavam? Não imaginava o efeito de suas palavras sobre aquela mulher despida, sem um seio, humilhada, amedrontada. Se falou por inocência digo que o dito médico só pode ser um idiota que nada conhece sobre os seres humanos”.

E continua: “Crueldade não é algo que somente existe nas câmaras de tortura. Ela se faz também com palavras. Há palavras cruéis que apagam a tênue chama da esperança. (...)” E pergunta em seguida: “(...) qual é o lugar, nos currículos de medicina, onde tanta coisa complicada se ensina, para uma meditação sobre a compaixão? É na compaixão que a ética se inicia e não nos livros de ética médica. Ah! Dirão os responsáveis pelos currículos – compaixão não é coisa científica. Não entra na descrição dos casos clínicos. Não pode ser comunicada em congressos. Portanto, não tem dignidade acadêmica. Certo. Mas acontece que não somos automóveis a serem consertados por mecânicos competentes. Somos seres humanos. Amamos a vida, queremos viver. Sofremos de dores físicas e de dores da alma: o medo, a solidão, a impotência, a morte. O que esse médico fez não tem conserto. Uma vez feito a ferida sangra. Palavras não podem ser recolhidas. O sofrimento foi plantado.(...)”

O leitor habituado aos textos escritos sob a luz da Doutrina Espírita, naturalmente se recordará da caridade nas palavras, ao tomar contato com o relato acima transcrito. Sim, a falta de psicologia no médico imaginário da estória criada pelo escritor e seus próprios comentários no artigo indicam a importância do respeito às dificuldades alheias. É a velha questão da benevolência para com todos e da indulgência para com as imperfeições alheias, conforme a resposta dos espíritos na questão 886 de O Livro dos Espíritos. E mesmo em O Evangelho Segundo o Espiritismo há farto material para relacionar-se com o tema aqui abordado, pois é da própria índole doutrinária o amor e a caridade que lhe dão base e sustentação.

Mas fomos buscar na Revista Espírita (publicação fundada por Kardec em 1858 e ainda editada na França) um embasamento bem interessante. É no exemplar de julho de 1861, no artigo com o título O Hospital Central, em duas comunicações assinadas pelos Espíritos Gérard de Nerval e Alfred de Musset, que Kardec trouxe o assunto das enfermidades terminais. Na primeira das manifestações há um desalento de um jovem de 24 anos, na descrição de Gérard. Mas é na segunda delas que o Alfred, referindo-se às misérias humanas encontradas nos casos de enfermidades cruéis, pondera na explanação de uma mulher que o acompanhava no relato do texto: “(...) dizei àqueles que sofrem e que estão abandonados, que Deus, o Pai, não está mais refugiado no céu inacessível, e que lhes envia, para consolá-los e assistí-los, os Espíritos daqueles que perderam; que seus pais, suas mães, seus filhos, inclinados à sua cabeceira e falando-lhes a língua conhecida, lhes ensinarão que além-túmulo brilha uma jovem aurora que dissipa, como uma nuvem, os males terrestres. (...)”

O que mais no interessa, entretanto, além do consolo claro diante das doenças terminais, é a questão da caridade no trato pessoal uns com os outros, teor central da temática levantada pelo escritor. No exemplar de dezembro de 1868 da mesma Revista Espírita, em pronunciamento de Allan Kardec na Sessão Anual Comemorativa dos Mortos, no discurso de abertura, encontramos toda a transparência da base doutrinária do Espiritismo, em páginas de meridiana beleza textual. No belo texto escolhemos pequeno trecho para embasar os presentes comentários.

Depois de vasta abordagem sobre a Doutrina Espírita, Allan Kardec adentra a questão da caridade e destaca que “(...) Amar seu próximo é (...)”, entre valiosas outras considerações, “(...) é ocultar ou desculpar as faltas de outrem, em lugar de se comprazer em pô-las em relevo pelo espírito de denegrir; é ainda não se fazer valer às custas dos outros; de não procurar esmagar ninguém sob o peso de sua superioridade; de não desprezar ninguém por orgulho. (...)”

No parágrafo que destacamos, o Codificador apresenta a distinção entre caridade beneficente e caridade benevolente. E completa, após valiosíssimas considerações, que o estudioso espírita não pode deixar de ler e refletir, com esta preciosidade: “(...) Eis a verdadeira caridade benevolente, a caridade prática, sem a qual a caridade é uma palavra vã; é a caridade do verdadeiro Espírita como do verdadeiro cristão (...)”

Os destaques acima, em negrito, de nossa autoria, nas expressões caridade prática, espírito de denegrir e de não procurar esmagar ninguém sob o peso de sua responsabilidade, indicam bem o grande desafio da atualidade, inclusive entre espíritas. Essa pretensa superioridade que muitas vezes nos impomos perante outros, seja qual for o momento ou circunstância em que estejamos, de esmagar a esperança alheia, de denegrir o esforço alheio, contrasta severamente com a caridade prática apresentada pelos Espíritos na questão acima referida pelo O Livro dos Espíritos, índole do próprio Espiritismo e que deve nos caracterizar o comportamento.

Somente o perfume da caridade consegue atenuar as aflições alheias, levando alento, consolo e paz a quem por si só já se sente humilhado, esmagado pelas angústias de uma enfermidade ou de outras causas que muitas vezes nem conhecemos.

Devemo-nos, mutuamente, a solidariedade, a atenção, o calor do amor que compreende. Se distantes desses valores, somos como o bronze sonante ou o címbalo retumbante, conforme afirmou o apóstolo Paulo, em sua 1ª Epístola aos Coríntios (capítulo XIII, v. de 1 a 7 e 13) e que Kardec usou no capítulo XV de O Evangelho Segundo o Espiritismo, para comentar que Paulo “(...) Coloca, assim, sem equívoco, a caridade acima mesmo da fé, porque a caridade está ao alcance de todo o mundo, do ignorante e do sábio, do rico e do pobre, e porque independe de toda crença particular. E fez mais: definiu a verdadeira caridade; mostrou-a não somente na beneficência, mas na reunião de todas as qualidades do coração, na bondade e benevolência para com o próximo”.

O caso trazido pelo escritor Rubem Alves, em sua crônica, denota a ausência de caridade do médico para com a paciente. Embora especificamente não seja verídico, ele ocorre muitas vezes. E não só com médicos, mas com todos aqueles que nos esquecemos que qualquer pessoa merece respeito, ainda que seja somente pelo sentimento de caridade, sem considerar todos os demais incontáveis motivos que lembram dignidade, sentimento humanitário e nossa condição comum de seres em aprendizado.

Artigo gentilmente cedido por Orson Peter Carrara

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Biografia de Allan Kardec

Nascido em Lião, a 3 de outubro de 1804, de antiga família que se distinguiu na magistratura e no foro, Allan Kardec (Léon-Hippolyte-Denizart Rivail ) não seguiu a carreira dos Avoengos, sentindo-se, desde os verdes anos, atraído pelos estudos da ciência e da filosofia. Matriculado na escola de Pestalozzi, em Yverdun (Suíça), tornou-se um dos mais aplicados discípulos daquele eminente professor e um dos mais zelosos propagadores do seu sistema de educação, que tão grande influência exerceu na reforma dos estudos de Alemanha e de França. Dotado de notável inteligência e atraído para o ensino por vocação e especiais aptidões, desde os quatorze anos ensinava aos condiscípulos menos adiantados o que ia aprendendo. Foi com essas lições que se lhe desenvolveram as idéias, que mais tarde deveriam colocá-lo entre os homens do progresso e do livre pensamento. Nascido na religião Católica, mas educado no Protestantismo, serviram-lhe os atos de intolerância por que passou, de incentivo, em boa hora, ao pensamento de uma reforma religiosa, na qual trabalhou, em silêncio, por dilatados anos, procurando alcançar o meio de unificar as crenças, sem que pudesse descobrir, entretanto, o elemento indispensável para a solução do grande problema. Foi o Espiritismo que, mais tarde, lhe facultou esse meio, imprimindo-lhe aos trabalhos particular orientação.

Concluídos os estudos, tornou à França; possuindo profundo conhecimento da língua alemã, traduziu para ela diferentes obras de educação e moral, entre as quais , o que é característico, as de Fénelon, que mui particularmente o seduziram. Era membro de muitas sociedades científicas e entre elas a da Academia Real de Arras, que, no concurso de 1831, lhe coroou uma notável memória acerca da questão: Qual o sistema de estudos mais em harmonia com as necessidades da época?

De 1835 a 1840, fundou em sua casa, na rua Sévres, cursos gratuitos de física, química, anatomia comparada, astronomia, etc.- empresa digna de encômios em qualquer tempo, mas principalmente numa época em que bem poucos eram os interessados que se aventuravam pôr aquela senda. Sempre empenhado em tornar atraentes e interessantes os sistemas de educação, inventou , ao mesmo tempo, um método engenhoso para aprender a contar e um quadro mnemônico da história de França, cujo objetivo era fixar na memória as datas dos mais notáveis acontecimentos, bem como os descobrimentos que ilustram cada reinado.

Entre as numerosa obras de educação, podemos citar as seguintes: Plano para o melhoramento da instrução pública, 1828. _ Curso prático e teórico de aritmética, segundo o método de Pestalozzi , para uso de professores e de mães de família, 1829._ Gramática francesa clássica, 1831._ Manual para exames de capacidade. Soluções racionais de questões e problemas de aritmética e de geometria, 1846. _ Catecismo gramatical da língua francesa, 1848._ Programa dos cursos ordinários de física, química, astronomia, fisiologia (que ele dava no Liceu Polimático).

Pontos para os exames da Câmara Municipal e da Sorbonne, acompanhados de instruções especiais sobre as dificuldades ortográficas, 1849, obra muito estimada na ocasião da qual ainda recentemente se faziam novas edições. Antes que o Espiritismo lhe viesse popularizar o pseudônimo de Allan Kardec, havia ele, como se vê, sabido ilustrar-se com trabalhos de natureza mui diversa, os quais tinham pôr finalidade esclarecer a massa popular, prendendo-a ainda mais ao sentimento de família e ao amor de pátria. Em 1855, quando se começou a tratar das manifestações de Espíritos, Allan Kardec dedicou-se a perseverantes observações do fenômeno e cuidou principalmente de lhe deduzir as conseqüências filosóficas; entreviu de longe o princípio de novas leis naturais; aquelas que regem as relações entre o mundo visível e invisível.

Reconheceu, nas manifestações deste, uma das forças da natureza, cujo conhecimento devia projetar luz a uma infinidade de problemas considerados insolúveis. Finalmente percebeu a relação de tudo aquilo com pontos de vista religiosos. As suas principais obras acerca da nova matéria são: O Livro dos Espíritos, para a parte filosófica, cuja a primeira edição apareceu a 18 de abril de 1857. O Livro dos Médiuns, para a parte experimental e científica, publicada em janeiro de 1861. O Evangelho Segundo o Espiritismo, para a parte moral , publicada em abril de 1864. O Céu e o Inferno, ou A Justiça de Deus segundo o Espiritismo, agosto de 1865. A Gênese, os Milagres e as Predições, janeiro de 1868.

A Revista Espírita, órgão de estudos psicológicos, publicação mensal começada em 1 de janeiro de 1858. Fundou em Paris, a 1 de abril de 1858, a primeira sociedade espírita regularmente constituída, com o nome de Societé parisiense des études spirites, cujo o fim exclusivo era o estudo de tudo quanto pudesse contribuir para o progresso da nova ciência. Allan Kardec se defendeu admiravelmente da pecha de haver escrito sob a influência de idéias preconcebidas ou sistemáticas. Homem de caráter frio e severo, observara os fatos e das observações deduziu as leis que os regem; foi o primeiro que, a propósito desses fatos, estabeleceu teoria e constituiu em corpo de doutrina , regular e metódico. Demonstrando que os fatos, falsamente chamados sobrenaturais, são sujeitos as leis, os subordinou à categoria dos fenômenos da natureza, e fez ruir, assim, o último reduto do maravilhoso, que é uma das causas da superstição.

Durante os primeiros anos de preocupação com os fenômenos espíritas, foram estes mais objeto de curiosidade que de meditações sérias. O Livro dos Espíritos fez com que fossem encarados pôr outra face: desprezaram-se as mesas falantes, que tinham sido o prelúdio e se ligou o fenômeno a um corpo de doutrina, que compreendia questões concernentes à humanidade. Da aparição do livro data a verdadeira fundação do Espiritismo, que até então só possuía elementos esparsos, sem coordenação, e cujo o alcance não tinha sido compreendido pôr todos. Também foi desde aquela época que a doutrina prendeu a atenção dos homens sérios e adquiriu rápido desenvolvimento. "Em poucos anos, as idéias espíritas contavam com numerosos aderentes nas classes sociais e em todos os países.

O êxito, sem precedentes, é obra da simpatia que essas idéias encontram, mas também é devido, em grande parte, à clareza característica dos escritos de Allan Kardec. "Abstendo-se das fórmulas abstratas da metafísica, o autor soube fazer-se sem fadiga, condição essencial para a vulgarização de uma idéia. Sobre todos os pontos de controvérsia, a sua argumentação, de uma lógica cerrada, oferece pouco material à contestação e predispõe o antagonista à convicção. "As provas materiais, que o Espiritismo fornece tanto da existência da alma como da vida futura, derrocam as idéias materialistas e panteístas. Um dos princípios mais fecundos da doutrina, o qual decorre do precedente, é o da pluralidade das existências, já entrevista pôr inúmeros filósofos antigos e modernos e, nestes últimos tempos, pôr Jean Reynaud, Charles Fourier, Eugène Sue e outros; mais tinha ficado no estado de hipótese, ao passo que o Espiritismo demonstra a sua realidade e prova que é um dos atributos essenciais da humanidade.

Desse princípio decorre a solução de todas as anomalias aparentes da vida humana, de todas as desigualdades intelectuais, morais e sociais. O homem sabe assim donde vem, para onde vai, para que fim está na Terra e pôr que sofre aqui. "As idéias inatas explicam-se pelos conhecimentos adquiridos em vidas anteriores; o caminhar dos povos explica-se pelos homens do tempo passado, que voltam a esta vida, depois de terem progredido; as simpatias e as antipatias, pela natureza das relações anteriores, relações que ligam a grande família humana de todas as épocas aos altos princípios da fraternidade, da igualdade, da liberdade e da solidariedade universal, têm pôr base as mesmas leis a Natureza e não mais uma teoria.

Em vez do princípio: Fora da Igreja não há salvação, que mantém a divisão e a animosidade entre diferentes seitas e que tanto sangue tem feito correr- o Espiritismo tem pôr máxima: Fora da caridade não há salvação, isto é, a igualdade dos homens perante Deus, a liberdade da consciência, a tolerância e a benevolência mútuas. Em vez da fé cega, que aniquila a liberdade de pensar, ensina: a fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade; para a fé é preciso uma base e esta é a inteligência perfeita do que se deve crer; para crer não basta ver, é preciso sobretudo compreender; a fé cega não é mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que produz hoje o maior número de incrédulos, pôr querer impor-se. Exigindo a alimentação das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre arbítrio.(Evangelho segundo o Espiritismo).

Trabalhador infatigável, sempre o primeiro a iniciar o trabalho e o último a deixá-lo, Allan Kardec sucumbiu a 31 de março de 1869, em meio dos preparativos para mudar de domicílio, como lho exigia a extensão considerável das múltiplas ocupações. Numerosas obras, que tinha em mão, ou que só esperavam oportunidade para vir a lume, provar-lhe-ão um dia a magnitude das concepções. Morreu como viveu: trabalhando. Desde longos anos sofria do coração, que reclamava, como meio de cura, o repouso intelectual, com pequena atividade material. Ele, porém, inteiramente entregue às obras, negava-se a tudo o que lhe roubasse um instante das suas ocupações de predileção. Nele, como em todas as almas de boa têmpera, a lima do trabalho gastou o aço do invólucro. O corpo, entorpecido, recusava-lhe os serviços; mas o espírito, cada vez mais vivaz, mais enérgico, mais fecundo, alargava-lhe o círculo da atividade. Na luta desigual a matéria nem sempre podia resistir.

Um dia foi vencida: o aneurisma rompeu-se e Allan Kardec caiu fulminado. Um homem desapareceu da terra, mas o seu grande nome tomou lugar entre as ilustrações do século e um culto espírito foi retemperar-se no infinito, onde aqueles, que ele próprio havia consolado e esclarecido, lhe esperavam a volta com impaciência. "A morte, dizia mui recentemente, a morte amiúda os golpes na falange dos homens ilustres!... A quem virá ela agora libertar?" Foi ele, depois de tantos outros, retemperar-se no espaço e buscar outros elementos para renovar o organismo gasto pôr uma vida de labores incessantes. Partiu com aqueles que virão a ser os luminares da nova geração, a fim de voltar com eles para continuar e concluir a obra que deixou confiada a mãos dedicadas. O homem deixou-nos, mas a sua alma será sempre conosco.

É um protetor seguro, uma luz a mais, um labutador infatigável, que foi aumentar as forças das falanges do espaço. Como na terra, saberá moderar o zelo dos impetuosos, secundar as intenções dos sinceros e dos desinteressados, estimular os vagarosos - saberá enfim, sem ferir a ninguém, fazer com que todos lhe ouçam os mais convenientes conselhos. Ele vê e reconhece agora o que ainda ontem apenas previa. Não mais está sujeito às incertezas e aos desfalecimentos e contribuirá para participarmos das suas convicções, fazendo-nos alcançar a meta, dirigindo-nos pelo bom caminho, tudo nessa linguagem clara, precisa, que constitui um característico nos anais literários.

O homem, nós o repetimos, deixou-nos, mas Allan Kardec é imortal, e a sua memória, os trabalhos, o Espírito, estarão sempre com aqueles que sustentarem com firmeza e elevação a bandeira, que ele sempre soube fazer respeitar. Uma individualidade pujante construiu o monumento. Esse monumento será para nós na Terra a personificação daquela individualidade. Não se congregarão em torno de Allan Kardec: congregar-se-ão em torno do Espiritismo, que é o monumento pôr ele erigido. Através dos conselhos dele, sob a sua influência, caminharemos com passo firme para essas fases venturosas prometidas à humanidade regenerada. (Revue Spirit. Maio 1869).

domingo, 2 de outubro de 2011

Realização Interior

Enquanto o homem não se convencer de que lhe é necessário conquistar as paisagens íntimas, suas realizações externas deixá-lo-ão em desencanto, sob frustrações que se sucederão, tantas vezes quantas sejam as glórias alcançadas no mundo de fora.

À semelhança de uma semente, na qual dormem incontáveis recursos, que surgem a partir da germinação, cabe ao ser humano desatar os valores que lhe dormem inatos, facultando-se as condições de desenvolvimento, graças às quais logrará sua plenitude.

Muitas vezes, as dificuldades que o desafiam são fatores propiciatórios para o desabrochar dos elementos adormecidos, e para que sua destinação gloriosa seja alcançada.

O homem de bem, que reúne os valores expressivos da honra e da ação edificante, faz-se caracterizar pelo esforço, pelo empenho que desenvolve, realizando o programa essencial da vida que é sua iluminação íntima.

Somente essa identificação com o si profundo facultar-lhe-á a tranqüilidade, meta próxima a ser conseguida. Partindo dela, novas etapas surgirão, convidativas, ensejando o crescimento moral e intelectual proporcionador da felicidade real.

Todas as conquistas externas - moedas, projeção social, objetos raros, moradia, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos - não obstante úteis para a comodidade, a automação e sintonia com o mundo, bem como com a sociedade, não podem acompanhar o ser, quando lhe ocorre a fatalidade biológica da morte.

Cada qual desencarna com os recursos morais e intelectivos que amealhou, liberando-se ou não dos grilhões emocionais que o prendem às quinquilharias a que atribui valor.

Na luta pela aquisição das coisas, as batalhas se tornam renhidas, graças à competição, às angustiantes expectativas das disputas, nas quais o crime assume papel preponderante, com resultados quase sempre funestos.

Na grande transição, tudo aquilo que constituiu motivo de luta insana perde o significado, passando a afligir mais do que antes..

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Não te descures da auto-iluminação.

Se buscas a consolidação da estrutura sócio-econômica pessoal e familiar, vai mais longe, e intenta a conquista dos tesouros íntimos.

Exercita as virtudes que possuis em germe, dando-lhes oportunidade de se agigantarem, arrastando outros corações.

Recorda-te, a cada instante, da brevidade do corpo físico e reivindica o treino para a morte, mantendo-te em serenidade, reflexão e ação iluminativa.

Vida interior é conquista possível, e está ao teu alcance. Logra-a, quanto antes, e sentirás a imensa alegria da plenificação.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA.

Ser Espírita

Toda convicção religiosa é importante, todavia, se buscamos a Doutrina Espírita, não podemos negar-lhe fidelidade. Por inúmeras razões precisamos preservar a incolumidade doutrinária. Até porque, ante as funções educativas das crenças religiosas, em geral, explica Emmanuel: só a Doutrina Espírita permite-nos o livre exame, com o sentimento livre de compressões dogmáticas, para que a fé contemple a razão, face a face. Se as religiões “preparam” as almas para punições e recompensas no além-túmulo, só o conceitos kardecianos elucidam que todos colheremos conforme a plantação que tenhamos lançado à vida, sem qualquer privilégio na Justiça Divina.

A Doutrina codificada por Allan Kardec nos oferece a chave precisa para a verdadeira interpretação do Evangelho. Por representar em si mesmo a liberdade e o entendimento. Há quem interprete seja a Terceira Revelação obrigada a miscigenar-se com todas as peripécias aventureiras e com todos os exotismos religiosos, sob pena de fugir aos impositivos da fraternidade que veicula. Mas temos que acautelar-nos sobre esse lisonjeiro ecletismo, buscando dignificar a Doutrina que nos consola e liberta, vigiando-lhe a pureza e a simplicidade para que não colaboremos, sub-repticiamente, nos vícios da ignorância e nos crimes do pensamento.

O legado da tolerância não se pode transfigurar na omissão da obrigatória advertência verbal ante às enxertias conceituais e práticas anômalas que alguns confrades intentam impor nas hostes do movimento doutrinário.

Inobstante repelir as atitudes extremas não devemos abrir mão da vigilância exigida pela pureza dos postulados espíritas e não hesitemos, quando a situação se impõe, no alerta sobre a fidelidade que devemos a Kardec e a Jesus.

É importante não esquecermos que nas pequeninas concessões vamos descaracterizando o projeto da Terceira Revelação. É óbvio que a luta pela pureza e simplicidade doutrinária sem vivê-la é consolidar focos de perturbação, impondo normas para os outros, despreocupados da própria vigília.

Destarte, para evitarmos determinadas práticas perfeitamente dispensáveis em nome do Espiritismo, entendamos que prática de fidelidade aos preceitos kardecianos é processo de aprendizagem com responsabilidade nas bases da dignidade cristã, sem quaisquer laivos de fanatismo, tendente a impossibilitar discussão sadia em torno de questões controversas , porém não olvidemos que Espírita deve ser o nosso caráter, ainda mesmo nos sintamos em reajuste, depois da queda. Espírita deve ser a nossa conduta, ainda mesmo que estejamos em duras experiências. Espírita deve ser o nome do nosso nome, ainda mesmo respiremos em aflitivos combates conosco mesmo. Espírita deve ser o claro adjetivo de nossa instituição, ainda mesmo que, por isso, nos faltem as passageiras subvenções e honrarias terrestres.

E, ainda, Emmanuel admoesta: Doutrina Espírita quer dizer Doutrina do Cristo. E a Doutrina do Cristo é a doutrina do aperfeiçoamento moral em todos os mundos. Guarda-a, pois, na existência, como sendo a tua responsabilidade mais alta, porque dia virá em que serás naturalmente convidado a prestar-lhe contas.

Artigo gentilmente cedido por Jorge Luiz Hessen