domingo, 9 de dezembro de 2012

Raul Teixeira: dúvidas sobre espiritismo

Palestra Espírita - Programa Transição 153 - Raul Teixeira - Perguntas e Respostas

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

DO OUTRO LADO - MARTA FRANCO

Na imensidão do céu Na escuridão da noite Procurei teus olhos No vazio da horas Ainda perdida no tempo Busquei teu sorriso Com a saudade no peito Agarro-me ao passado Na lembranças ardentes A marca de um amor Com o pensamento confuso Pus-me a chorar De tanto te buscar em vão Acabei dormindo E foi em um sonho Que pude te encontrar Entre beijos e caricias Disse-me q me amava Foi no despertar da noite Na madrugada inquieta e fria Entre sonhos e lembranças Eu pude entender No meu mundo vc ja n existia Eu teria que dormir e sonhar Pra ter-te DO OUTRO LADO do sonho. By Marta Franco

domingo, 30 de setembro de 2012

VÍRUS DESTRUIDOR

A intriga é semelhante a um vírus destruidor que se multiplica rapidamente, aniquilando a organização de que se nutre. Imiscui-se sutilmente e prolifera com volúpia, irradiando a sua morbidez devastadora. Com facilidade transfere-se de uma para outra vítima, conseguindo gerar o ambiente pestífero que lhe é próprio. O intrigante, por sua vez, é enfermo da alma, portando graves distúrbios emocionais e morais. É invejoso, e transfere-se da conduta deplorável que lhe é característica para a das acusações perniciosas; é portador de complexo de inferioridade, mantendo sentimentos competitivos com os demais, e porque não possui os requisitos hábeis para vencer, oculta-se na intriga, mediante, a qual, denigre aquele de quem se faz opositor; é perverso, porque respira mágoas a respeito do seu próximo, que procura anular através das covardes assacadilhas... Urde planos nefastos e mascara-se com sorrisos pérfidos com que engana as suas vítimas, enquanto as combate com ferocidade. Sempre armados, a sua imaginação corrompe tudo quanto ouve e vê, adaptando à vérmina que traz no pensamento. Ninguém se livra da intriga insidiosa e cruel. São célebres na história da humanidade as intrigas palacianas... Nas cortes, onde a frivolidade e o ócio predominavam, as intrigas no passado, assim como no presente, têm sido o alimento mantenedor dos parasitas morais que as constituem. Quase todas criaturas têm sido abaladas pela insídia da sua maldade, derrubando potentados e afastando pessoas nobres da execução dos seus elevados ideais. Tronos são derruídos pela insídia da intriga; reis e potestades tombam nas malhas que os asfixiam. A intriga é irmã gêmea da traição que se homizia no âmago dos Espíritos infelizes. Todo grupamento social, político, acadêmico, popular, religioso, cultural ou de trabalho e de lazer, é vítima dos profissionais da intriga, neles integrados com os nefandos objetivos de os desagregar. ...E a intriga campeia a soldo da insegurança, da imaturidade psicológica das criaturas humanas. O intrigante é instrumento dócil das Trevas que pretendem manter a sociedade na ignorância, no atraso moral, a fim de nutrir-se das emanações humanas que vampirizam. Movimenta-se com facilidade porque é pusilânime, tornando-se hoje amigo daquele que no passado feriu, e assim, sucessivamente, em relação às pessoas que, no futuro, serão suas vítimas. Alegra-se ao ver os distúrbios que provoca sem deixar-se trair, sorrindo de prazer ante as injunções penosas que a sua conduta reprochável dá lugar. Encontra-se em toda parte, por constituir larga fatia da sociedade inditosa que se compraz na maledicência, nas observações distorcidas... São necessários antídotos vigorosos para sanar essa epidemia ou muita água em forma de paciência e compaixão para apagar os incêndios morais que provoca. A intriga é semelhante a cupim que destrói a fonte de onde retira o alimento, sem deixar vestígios externos, até o momento em que se desorganizam as estruturas nas quais se refugia. Fecha os ouvidos à persuasiva palavra simulada do intrigante, que te escolhe para a catarse da própria desdita. Não passes adiante a informação infeliz que ele te transmite com o objetivo de envenenar-te o que, invariavelmente, consegue. Abafa a intriga que te chega ao conhecimento no poderoso algodão do silêncio e da dignidade. Desarma-te, em relação ao teu irmão, adquire autoconfiança e autoconsciência, que te instrumentalizam para não aceitares a morbidez da intriga destruidora. Mesmo no colégio galileu, a intriga e o ciúme campeavam, culminando na traição de Judas e em a negação de Pedro em referência a Jesus, que sempre os amou. Sê fiel ao teu ideal, mantendo lealdade com relação àqueles que constituem a tua família biológica, quanto à espiritual. Não agasalhes informações nefastas, deixando-te contaminar pelo morbo sempre ativo da intriga. Respeita a concha dos teus ouvidos, preservando-a da intriga e dignifica a tua voz não a propagando, dessa maneira deixando-a diluir-se no oceano da tua conduta moral. Aqueles que se permitem criar embaraços ao seu próximo, acusando-os indevidamente, tecendo as redes das informações malsãs, vigiando-os de forma implacável, empurrando-os na direção do abismo do desânimo e do sofrimento, tornam-se responsáveis pelo mal que lhes venha acontecer. São as mãos invisíveis que os asfixiam e as forças infelizes que os comprimem, derrubando-os pelo caminho da evolução. Se alguém, por acaso, não corresponde à tua confiança, nem retribui o teu comportamento sadio, não te aflijas, porque o infeliz é ele que, ingrato, não é capaz de compreender a beleza nem o significado da amizade legítima. Em qualquer circunstância, sê aquele que vive com elevação e honradez, a fim de que longos e saudáveis sejam os teus dias na viagem abençoada pela Terra. Divulga o bem e canta a glória da afeição pura, entronizando na mente e na emoção, os valores da alegria defluente dos deveres retamente cumpridos. Embora aceito pelos frívolos, o intrigante é detestado e temido por todos, que lhe conhecem o caráter e percebem que, de um para outro momento, poderão ser-lhes vítimas também. O que fazem com os outros, certamente farão contigo, sem compaixão. * Jesus recomendou a vigilância e a oração como terapia preventiva e curadora, para uma existência digna e feliz. Vigia as nascentes do coração para que nelas brote a água lustral do amor que se expande, enquanto orarás, arando com os tratores da caridade, os solos humanos que a vida te oferece. Intriga, jamais! Joanna de Ângelis

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A Opinião dos Outros

Você se importa com a opinião que os outros têm a seu respeito? Se a sua resposta for não, então você é uma pessoa que sabe de si mesma. Que se conhece. É auto-suficiente. No entanto, se a opinião dos outros sobre você é decisiva, vamos pensar um pouco sobre o quanto isso pode lhe ser prejudicial. O primeiro sintoma de alguém que está sob o jugo da opinião alheia, é a dependência de elogios. Se ninguém disser que o seu cabelo, a sua roupa, ou outro detalhe qualquer está bem, a pessoa não se sente segura. Se alguém lhe diz que está com aparência de doente, a pessoa se sente amolentada e logo procura um médico. Se ouve alguém dizer que está gorda, desesperadamente tenta diminuir peso. Mas se disserem que é bonita, inteligente, esperta, ela também acredita. Se lhe dizem que é feia, a pessoa se desespera. Principalmente se não tem condições de reparar a suposta feiúra com cirurgia plástica. Existem pessoas que ficam o tempo todo à procura de alguém que lhes diga algo que as faça se sentir seguras, mesmo que esse alguém não as conheça bem. Há pessoas que dependem da opinião alheia e se infelicitam na tentativa de agradar sempre. São mulheres que aumentam ou diminuem seios, lábios, bochechas, nariz, para agradar seu pretendido. Como se isso fosse garantir o seu amor. São homens que fazem implante de cabelo, modificam dentes, queixo, nariz, malham até à exaustão, para impressionar a sua eleita. E, quando essas pessoas, inseguras e dependentes, não encontram ninguém que as elogie, que lhes diga o que desejam ouvir, se infelicitam e, não raro, caem em depressão. Não se dão conta de que a opinião dos outros é superficial e leviana, pois geralmente não conhecem as pessoas das quais falam. Para que você seja realmente feliz, aprenda a se conhecer e a se aceitar como você é. Não acredite em tudo o que falam a seu respeito. Não se deixe impressionar com falsos elogios, nem com críticas infundadas. Seja você. Descubra o que tem de bom em sua intimidade e valorize-se. Ninguém melhor do que você para saber o que se passa na sua alma. Procure estar bem com a sua consciência, sem neurose de querer agradar os outros, pois os outros nem sempre dão valor aos seus esforços. A meditação é excelente ferramenta de auto-ajuda. Mergulhar nas profundezas da própria alma em busca de si mesmo é arte que merece atenção e dedicação. Quando a pessoa se conhece, podem emitir dela as opiniões mais contraditórias que ela não se deixa impressionar, nem iludir, pois sabe da sua realidade. Nesses dias em que as mídias tentam criar protótipos de beleza física, e enaltecer a juventude do corpo como único bem que merece investimento, não se deixe iludir. Você vale pelo que é, e não pelo que tem ou aparenta ser. A verdadeira beleza é a da alma. A eterna juventude é atributo do espírito imortal. O importante mesmo, é que você se goste. Que você se respeite. Que se cuide e se sinta bem. A opinião de alguém só deve fazer sentido e ter peso, se esse alguém estiver realmente interessado na sua felicidade e no seu bem-estar. Pense nisso! Nenhuma opinião que emitam sobre você, deve provocar tristeza ou alegria em demasia. Os elogios levianos não acrescentam nada além do que você é, e as críticas negativas não tornarão você pior. Busque o autoconhecimento e aprenda a desenvolver a auto-estima. Mas lembre-se: seja exigente para consigo, e indulgente para com os outros. Eis uma fórmula segura para que você encontre a autoconfiança e a segurança necessárias ao seu bem-estar efetivo. E jamais esqueça que a verdadeira elegância é a do caráter, que procede da alma justa e nobre. Pense nisso, e liberte-se do jugo da opinião dos outros.

A Força do Amor

Eram noivos e se preparavam para o casamento, quando o pai da noiva descobriu que o rapaz era dado ao jogo. Decidiu se opor à realização do matrimônio, a pretexto de que o homem que se dá ao vício do jogo, jamais seria um bom marido. Contudo, a jovem obstinada decidiu se casar, assim mesmo. E conseguiu, fazendo valer a sua vontade, vencendo a resistência do pai. Nos primeiros dias de vida conjugal, o rapaz se portou como um marido ideal. Entretanto, com o passar dos dias, sentia crescer em si cada vez mais o desejo de voltar à mesa de jogo. Certa noite, incapaz de resistir, retornou ao convívio de seus antigos companheiros. Em casa, a jovem tomou um bordado e ficou aguardando. Embora ocupada com o trabalho manual, tinha os olhos presos ao relógio. As horas pareciam passar cada vez mais lentas. Já era alta madrugada, quando o marido chegou. Nem disfarçou a sua irritação, por surpreender a companheira ainda acordada. Logo imaginou que ela o esperava para censurar a sua conduta. Quando ele a interrogou sobre o que fazia àquela hora ela, com ternura e bondade na voz, disse que estava tão envolvida com seu bordado, que nem se dera conta da hora avançada. Sem dar maior importância à ocorrência, ela se foi deitar. No dia seguinte, quando ele retornou ainda mais tarde da casa de jogos, a encontrou outra vez a esperá-lo. “Outra vez acordada?”, perguntou ele quase colérico. “Não quis que fosse se deitar, sem que antes fizesse um lanche. Preparei torradas, chá quentinho. Espero que você goste.” E, sem perguntar ao marido onde estivera e o que fizera até aquela hora, a esposa o beijou carinhosamente e se recolheu ao leito. Na terceira noite, ela o esperou com um bolo delicioso, cuja receita lhe fora ensinada pela vizinha. Antes mesmo que o marido dissesse qualquer coisa, ela se prendeu ao pescoço dele, abraçou-o e pediu que provasse da nova delícia. E assim, todas as madrugadas, a ocorrência se repetiu. O marido começou a se preocupar. Na mesa de jogo, tinha o pensamento menos preso às cartas do que à esposa, que o esperava, pacientemente, como um anjo da paz. Começou a experimentar uma sensação de vergonha, ao mesmo tempo de indiferença e quase repulsa por tudo quanto o rodeava. O que ele tinha em casa era uma mulher que o esperava, toda madrugada, para o abraçar, dar carinho. E ele, ali, naquele lugar? Aos poucos, foi se tornando mais forte aquele incômodo. Finalmente, um dia, de olhar vago e distante, como se tivesse diante de si outro cenário, o rapaz se levantou de repente da mesa de jogo. Como se cedesse a um impulso quase automático, retirou-se, para nunca mais voltar. Nos dias de hoje, é bem comum os casais optarem por se separar, até por motivos quase ingênuos. Poucas criaturas decidem lutar para harmonizar as diferenças, superar os problemas, em nome do amor, a fim de que a relação matrimonial se solidifique. Contudo, quando o amor se expressa, todo o panorama se modifica. É difícil a alma que resista às expressões do amor. Porque o amor traz a mensagem da plenificação, do bem estar, da alegria. Desta forma, é sempre salutar investir no amor, expressando-o através de gestos, pequenas atenções, gentilezas. O amor é o sentimento por excelência e tem a capacidade de transformar situações e pessoas. Pense nisso. Experimente-o agora.

A Águia de Asas Partidas

Ele possuía muitas riquezas. Tinha as arcas abarrotadas de ouro e gemas preciosas. A juventude lhe sorria e os amigos sempre se faziam presentes nos banquetes. Habituara-se a dormir em seu leito de ébano e marfim. Dormir e sonhar. Em seus sonhos, misturava-se a realidade das tantas vitórias que lhe enriqueciam os dias. E um desejo de paz que ainda não fruía. Ele amava as corridas de bigas e quadrigas. Recentemente comprara cavalos árabes, fogosos. E escravos o haviam adestrado durante dias. Tudo apontava para a vitória nas próximas corridas no porto de Cesaréia. Mas os momentos de tristeza se faziam constantes. A felicidade não era total. Faltava algo. Ao mesmo tempo, ele temia perder a felicidade que desfrutava. Por isso, ouvindo falar daquele Homem singular que andava pelas estradas da Galiléia, o procurou. Bom mestre, que bem devo praticar para alcançar a vida eterna? Desejava saber. Como desejava. A resposta veio sonora e clara: Por que me chamas bom? Bom somente o Pai o é. À tua pergunta, respondo: “Cumpre os mandamentos, isto é, não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honrarás teu pai e tua mãe.” Tudo isso tenho observado em minha mocidade. No entanto, sinto que não me basta. Surdas inquietações me atormentam. Labaredas de ansiedade me consomem. Faltava-me algo! Então – propõe-lhe a Luz – vende tudo quanto tens, reparte-o entre os pobres. Vem, e segue-Me! A ordem, a meiguice daquele Homem ecoava em seu Espírito. Ele era uma águia que desejava alcançar as alturas. E o Rabi lhe dizia como utilizar as asas para voar mais alto. Pela mente em turbilhão do jovem, passam as cenas das glórias que conquistaria. Os amigos confiavam nele. Tantos esperavam a sua vitória. Israel seria honrada com seu triunfo. Sim, ele podia renunciar aos bens de família, mas ao tesouro da juventude, às riquezas da vaidade atendida, os caprichos sustentados...? Seria necessário renunciar a tudo? A águia desejava voar, mas as asas estavam partidas... Recorda-se o jovem que os amigos o esperam na cidade, para um banquete previamente agendado. Num estremecimento, se ergue: Não posso! – murmura. Não posso agora. Perdoa-me. E afastou-se a passos largos. Subindo a encosta, na curva do caminho, ele se deteve. Olhou para trás. Vacilou ainda uma vez. A figura do Mestre se desenha na paisagem, aos raios do luar. A Luz parece chamá-lo uma vez mais. Indecisa, a alma do moço parece um pêndulo oscilante. A águia ainda tenta alçar o vôo. O peso do Mundo a retém no solo. Ele se decide. Com passos rápidos, quase a correr, desaparece na noite. Os evangelistas Meu'>ateus, Marcos e Lucas narram o episódio e dizem de como o jovem se retirou triste e pesaroso. Nem poderia ser diferente: fora-lhe dada a oportunidade de se precipitar no oceano do amor e ele preferira as areias vãs do Mundo. O Divino Amigo nos chama, diariamente, para a conquista do reino de paz. Alguns ainda somos como o moço rico. Deixamos para mais tarde, presos que ainda estamos a muitas questões e vaidades pessoais. É bom analisar o que vale mais: a alegria efêmera do Mundo ou a felicidade perene que tanto anelamos. Depois, é só optar.

A Evolução e o Exílio

Robson Gonçalves Comentários sobre a história de uma civilização pré-Clássica. Tem sido veiculado por um canal de televisão a cabo um documentário sobre a civilização chamada minóica, que se desenvolveu nas ilhas do mar Egeu em um período anterior ao ano de 1600 A.C. O fio condutor`original do documentário é a possível vinculação entre a civilização minóica e a lenda de Atlântida. Como veremos, do ponto de vista doutrinário, este não é o ponto de maior interesse. Além do conteúdo histórico propriamente dito, o relato feito no documentário é de grande interesse para o seguidor da Doutrina Espírita pois permite ilustrar um ponto fundamental da tese sobre a evolução da humanidade terrena, desenvolvida na Codificação de Kardec e comentada por diversos outros autores. No texto que segue, procuro fazer um resumo dos fatos narrados no documentário, passando, em seguida, ao confronto com elementos da Doutrina. Uma das características mais interessantes das ruínas de Cnossos, cidade situada em Creta, a maior ilha do Egeu, e que foi o centro da civilização minóica, é o fato de que os palácios e as cidades não são amuralhados. Isso transmite a idéia de uma civilização pacífica e sem rivais. O auge de Cnossos coincide com uma parte da história faraônica do Egito e com a civilização Assíria. Ora, os documentos de ambas as civilizações narram batalhas e conquistas durante essa mesma época, as quais ficaram registradas inclusive na decoração dos principais monumentos históricos. Também se sabe que os minóicos tiveram contatos comerciais com os egípcios. Mesmo assim, não há indícios de que eles tenham assimilado um comportamento belicoso. Por fim, os minóicos tinham certas cerimônias religiosas que ficaram retratadas em peças de decoração como cálices de metal. Elas retratam jovens, vinhas e bois. Estas características são um primeiro indício de ligação entre Creta e Atlântida pois, segundo o documentário, Platão havia se referido cerimônias parecidas com aquelas retratadas naquelas peças. O que pareceria muito divergente seria o fato, ao que parece também narrado por Platão, de que a civilização atlântida havia desaparecido no mar em uma única noite. E isso não aconteceu com nenhuma parte da ilha de Creta. Mas aconteceu com a ilha de Tera. Atualmente, essa outra ilha é um rochedo vulcânico, recoberto por cinzas de uma grande explosão que ocorreu durante a era minóica. As modernas escavações feitas no local revelaram traços muito semelhantes aos de Cnossos, indicando que os habitantes faziam parte da mesma civilização que dominava Creta durante aquela era. Mais do que isso, as construções de Tera se mostraram extremamente avançadas para os padrões da época: afrescos em quase todos os cômodos, fontes, água corrente no interior das casas. Assim como em Cnossos, as construções de Tera não revelaram o menor sinal de atividade militar. Os temas dos afrescos são cenas do cotidiano. A representação de animais africanos nesses afrescos mostra que Tera, assim como Cnossos, também deve ter mantido contato comercial com a África. Essa civilização desenvolvida e pacífica, que possuía atividades religiosas onde o touro desempenhava papel central, é bastante assemelhada com o relato platônico da civilização atlântida. Além disso, existem muitos registros de que a erupção que soterrou a ilha foi de proporções gigantescas. Existem relatos dos antigos escribas egípcios e chineses descrevendo as nuvens (certamente de origem vulcânica) que cobriram os céus no ano da erupção. Para que a tal nuvem tenha chegado até a China, sua causa tem que ter sido realmente catastrófica. Também existem indícios de que os efeitos da erupção tenham chegado até a América do Norte. Na Califórnia existem pinheiros milenares cujo padrão de crescimento é alterado ao longo do ano devido à duração do dia. A cada ano, uma nova camada de madeira se forma nos pinheiros, que acabam servindo como um registro histórico de alterações climáticas. Precisamente na data provável da erupção no Egeu (aproximadamente século XVII antes de Cristo), os pinheiros registram uma redução de luminosidade fora de época, apontando para a provável influência da erupção em Tera. A tese, portanto, é de que a lenda de Atlântida corresponde a uma narrativa um pouco distorcida dos acontecimentos passados em Tera. Mais ainda, é possível que o maremoto formado com a erupção tenha abalado seriamente a marinha mercante em Creta, contribuindo para a decadência relativamente rápida da civilização minóica. Existe um contraste intrigante entre a civilização minóica e a grega clássica em termos do contato com outros povos e em termos da herança que deixaram para as gerações futuras. Isto porque a civilização minóica simplesmente desapareceu, restando apenas uma sombra nas lendas gregas até as escavações de finais do século passado e começo deste século. Já a civilização grega, que dominou Creta durante o período micênico após a decadência final dos minóicos, transmitiu seu conhecimento tanto para as civilizações do Oriente Próximo (fase helenista) quanto para os romanos. Em outras palavras, é como se os minóicos, apesar de seu desenvolvimento material e moral, tivessem ficado isolados em termos culturais, mesmo mantendo contatos com egípcios, assírios e outros povos do mediterrâneo, enquanto os gregos influenciaram e foram influenciados continuamente. Ao mesmo tempo, a filosofia se desenvolveu muito mais na Grécia Clássica, mas os gregos foram muito mais belicosos do que os minóicos parecem ter sido. Em resumo, a civilização mais pacífica e relativamente mais desenvolvida em termos materiais permaneceu isolada e depois desapareceu abruptamente. A menos pacífica e filosoficamente mais desenvolvida não se isolou e influenciou todas as gerações futuras. Qual será a lógica disso ? Neste ponto é preciso passar do documentário original para o campo da Doutrina. Desde a Codificação, passando, evidentemente, por Emmanuel em seu A Caminho da Luz, a Doutrina Espírita admite a tese de que a evolução dos diversos mundo planetários possui um certo conteúdo de solidariedade. Ou seja, em determinados momentos, críticos do ponto de vista da evolução planetária, comunidades inteiras de espíritos relativamente atrasados são exiladas em mundos que lhes são inferiores moral e intelectualmente. Isto contribui tanto com o avanço da esfera planetária de origem como com o daquela que recebe os exilados. Estes, por sua vez, não apenas expiam seu relativo retardo moral, razão de seu exílio, como influenciam positivamente a humanidade planetária que os recebe. O surgimento abrupto de civilização altamente avançadas em termos intelectuais na história terrena tem sido apontado como motivado essencialmente pela chegada ao nosso planeta dessas comunidades exiladas. Muito embora os membros de tais comunidades tenham todo um rol de características comuns, não haveria porque imaginar que todos estivessem em um mesmo nível de evolução moral e intelectual. E aqui começo a enunciar minha própria tese. Acredito que os minóicos tinham um afastamento natural em relação aos seus contemporâneos porque não compartilhavam de certas características como a belicosidade. E como eles possuíam, ao mesmo tempo, uma grande capacidade empreendedora, acho que se pode arriscar que se tratava de um grupo específico de exilados, mais desenvolvidos moralmente e com um elevado conhecimento intelectual prático. O contraste com a civilização grega micênica que a sucedeu na hegemonia sobre o Mediterrâneo Oriental, guerreira e opressora, conduz diretamente ao principal livro da Codificação. No Livro dos Espíritos, encontramos a seguinte passagem: "Questão 786: - A História nos mostra uma multidão de povos que, depois dos abalos que os agitaram, caíram na barbárie; onde está, nesse caso, o progresso? - Quando tua casa ameaça cair, tu a derrubas para a reconstruir de maneira mais sólida e mais cômoda; mas, até que ela esteja reconstruída, há perturbação e confusão em tua residência. Compreende ainda isso: eras pobre e habitavas um casebre, porém, tornado-te rico o trocaste para habitar um palácio. Então, um pobre diabo, como tu o eras vem tomar teu lugar no casebre e está muito contente, porque antes disso não tinha abrigo. Pois bem! Aprende que os espíritos que estão encarnados nesse povo degenerado não são aqueles que o compuseram ao tempo do seu esplendor. Os de então, que avançaram, foram para habitações mais perfeitas e progrediram, enquanto que outros menos avançados tomaram seu lugar que, a seu tempo, trocarão." A conclusão desta breve discussão é que os minóicos foram muito mais do que a origem provável da lenda da Atlântida. Esse povo constitui um exemplo marcante da relevância da Doutrina Espírita para o bom entendimento de certos fatos históricos que poderiam parecer no mínimo surpreendentes se adotássemos métodos de análise de caráter materialista. A lei das afinidades, bem como o princípio fundamental da evolução, regem os destinos da Humanidade em toda parte e devem servir tanto de guia para nossa conduta moral como de método para nossas reflexões sobre os acontecimentos históricos de todos os tempos.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

domingo, 16 de setembro de 2012

O SUICÍDIO NÃO RESOLVE, NÃO CAIA NESSA!

A CADA DIA AUMENTA O NÚMERO DE SUICIDAS CHEGANDO AO ABSURDO DE 1MILHÃO DE PESSOAS POR ANO, SEM CONTAR COM AS ESTATÍSTICAS DOS PAÍSES DO TERCEIRO MUNDO QUE MUITAS VEZES NÃO ESTÃO CORRETAS COM MUITOS SUICÍDIOS SENDO COLETADOS COMO HOMICÍDIOS, MORTES NATURAIS E ACIDENTES. -MOTIVOS DIVERSOS -A VIDA CONTEMPORÂNEA COM SEUS DESAFIOS A COMPETIVIDADE DESUMANA -PREDOMÍNIO DO MATERIALISMO PRINCIPALMENTE NAS ÁREAS URBANAS ONDE O HOMEM DILATA SUA CAPACIDADE INTECTUAL ESQUECENDO A ESPIRITUAL, A VIDA CONTEMPORÂNEA AGE COMO MÁ CONSELHEIRA DO HOMEM QUE SOFRE. O SUICÍDIO É UMA ENDEMIA A SUBJUGAR O PLANETA TERRA! O SUICIDA PODE SER ENCONTRADO EM TODAS AS FAIXAS ETÁRIAS, EMBORA PAREÇA INACREDITÁVEL, MUITAS CRIANÇAS SE SUICIDAM. MUITOS CASOS DE ACIDENTES ENVOLVENDO CRIANÇAS –ATROPELAMENTOS,ACIDENTES POR FOGO TEM SUA ORIGEM NA CRIANÇA QUERENDO DAR FIM A SUA PRÓPRIA VIDA. -ESTATISTICAMENTE OS SUICÍDIOS ACONTECEM PRINCIPALMETE EM PESSOAS DO SEXO MASCULINO EM MAIOR FAIXA ETÁRIA, BEIRANDO A TERCEIRA IDADE. POR OUTRO LADOPREDOMINA UM MAIOR ÍNDICE DE TENTATIVAS DE SUICÍDIO ENTRE AS MULHERES JOVENS. O HOMEM COSTUMA PRATICAR O SUICÍDIO SILENCIOSAMENTE, SEM QUE NINGUÉM SAIBA DAS SUAS INTENÇÕES, CAUSANDO SUPRESA AOS SEUS FAMILIARES E AMIGOS. AS MULHERES JOVENS QUE TENTAM O SUICÍDIO COSTUMAM AMEAÇAR COM FREQUÊNCIA, ATÉ QUE UM DIA CONSUMAM SUA AMEAÇA APESAR DE, COM ALGUMA FREQUÊNCIA, NÃO CHEGAREM A PEDIR AJUDA COMO ERA PARA SE ESPERARNESSES CASOS, APÓS A CONSUMAÇÃO DO SEU ATO. AS TENTATIVAS DE SUICÍDIO SÃO, NA MAIORIA DAS VEZES UMA MANEIRA DE CHAMAR A ATENÇÃO SOBRE SI MESMO, DE ALERTAR SOBRE SUA DOR E FRAGILIDADE. MAS É BOM QUE SE ENTENDA QUE AS LESÕES ACONTECEM COM GRAVIDADE EM CERCA DE 20% DOS CASOS E QUE 40% REINCINDEM NA TENTATIVA DE SUICÍDIO. _____________________________________________________________________________________ AS CAUSAS: AS RAZÕES QUE LEVAM AO SUICÍDIO SÃO MÚLTIPLAS PODEMOS DIVIDI-LAS EM: A) CAUSAS DIRETAS -OCIOSIDADE-UMA VIDA VAZIA, SEM OBJETIVOS, SEM TRABALHO, TORNA-SE MONÓTONA E OS ESPÍRITOS MAIS FRACOS ACHAM QUE QUEBRAM ESSA MONOTONIA COM O SUICÍDIO. FALTA DE FÉ-DESCRENÇA NA VIDA FUTURA PARA AQUELE QUE SOFRE E NÃO CONSEGUE SAIR DO SEU SOFRIMENTO, O NADA É O CAMINHO QUE COLOCA DA CABEÇA COM A ANIQUILAÇÃO DA VIDA FÍSICA. INFLUÊNCIA DA SOCIEDADE- EGOÍSMO- AS LUTAS QUE SÃO TRAVADAS PARA FAZER PREVALECER A SI MESMO AS SUAS IDÉIAS, BEM COMO UMA BUSCA IRREFREÁVEL DE SATISFAÇÃO E VITÓRIAS PESSOAIS. O EGOISMO FATALMENTE AFASTA DO PÁREO OS QUE SE APRESENTAM MENOS CAPAZES EM CERTAS ÁREAS, QUE POR ORGULHO RECORREM AO SUICÍDIO. MATERIALISMO COMPETIÇÃO MÓRBIDA-DE ONDE VEM O DESGOSTO PELA VIDA? -EFEITO DA OCIOSIDADE, DA FALTA DE FÉ DA SOCIEDADE. INFLUÊNCIA DE AÇÕES EM VIDAS PRETÉRITAS-MUITAS VEZES O ESPÍRITO JÁ VIVENCIOU EXPERIÊNCIAS DOLOROSAS NO PASSADO REENCARNATÓRIO QUE O FEZ BUSCAR NO SUICÍDIO A SOLUÇÃO. ESSAS VIVÊNCIAS PODERÃO AFLORAR E A PRETENSA SOLUÇÃO TAMBÉM. B)CAUSAS INDIRETAS OBSESSÃO-A INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS SOBRE ESSES É INDISCUTÍVEL. ELA PODE ACONTECER SUTILMENTE, NA FORMA DE OBSESSÃO SIMPLES OU EM CASOS GRAVES DE SUBJUGAÇÃO EM QUE O PACIENTE TEM SUA VONTADE COMPLETAMENTE DOMINADA PELO ESPÍRITO OBSESSOR. LOUCURA-SITUAÇÃO EM QUE O ESPÍRITO NÃO CONSEGUE MANIFESTAR A SUA VONTADE SOBRE O CORPO, POR DEFEITOS NA MAQUINARIA OU MESMO QUANDO HÁ UM TRANSTORNO MENTAL INCLUSIVE DO ESPÍRITO, FREQUETEMENTE PELAS AÇÕES INDEVIDAS DE VIDAS PRETÉRITAS. A propagação das idéias materialistas é o veneno que inocula em muitos a idéia do suicídio. _____________________________________________________________________________________ MOTIVOS ALEGADOS OS SUICIDAS GERALMENTE PROCURAM A BUSCA DO NADA, NUM ATO DE REBELDIA AS LEIS DIVINAS, ISTO SE DÁ PELAS IDÉIAS DOS MATERIALISTAS E FICAM FRUSTADOS INTENSAMENTE AOS SE VEREM “VIVOS” AINDA E COM OS SOFRIMENTOS DILATADOS. AS DORES FÍSICAS E MORAIS SÃO FREQUENTE NA BUSCA DO NADA NÃO HÁ COMO NEGAR QUE AS DORES PROVOCAM SITUAÇÕES AFLITIVAS, MAS O HOMEM, PELO SEU IMEDIATISMO E PELA VISÃO MATERIAL DA VIDA, AMPLIA SEU QUADRO DOLOROSO COM O DESESPERO O QUE NÃO OCORRERIA SE ENTENDESSE QUE A VIDA FÍSICA É PASSAGEIRA E QUE A VIDA DO ESPÍRITO É IMORTAL. HÁ ESPÍRITOS QUE PRETENDEM ESCONDER SUAS INTENÇÕES, TORNANDO ÚTIL A SUA MORTE, TENTANDO COM UM PSEUDO-ALTRUÍSMO A LIBERAÇÃO DE SUA CULPA DIANTE AS LEIS DIVINAS. ENGANAN-SE A SI MESMOS, MAS NÃO AO TRIBUNAL DA CONSCIÊNCIA, APÓS A DESENCARNAÇÃO. OUTRAS VEZES, INCOFORMADOS COM A PARTIDA DE FAMILIARES E AMIGOS QUERIDOS,OPTAM ALGUM EM BUSCÁ-LOS NO ALÉM, IMAGINANDO ENCONTRÁ-LO LOGO. OUTRO ENGANO! A MUDANÇA VIBRATÓRIA UNICAMENTE OS DISTANCIA CADA VEZ MAIS DO SEU OBJETIVO, PROLONGANDO AINDA MAIS O TEMPO DE REENCONTRO E, CONSEQUENTEMENTE, A SUA SAUDADE. _____________________________________________________________________________________ TIPOS DE SUICÍDIO PODEMOS CLASSIFICAR OS SUICÍDIOS: A) QUANTO AO MÉTODO UTILIZADO: A1-DIRETO- QUANDO A PESSOA UTILIZA-SE DE MEIO QUÍMICO, FÍSICO OU MECÂNICO COM O FIM DETERMINADO DE MATAR-SE. A2-INDIRETO-QUANDO A PESSOA COLOCA-SE EM SITUAÇÃO QUE A PREDISPÕE À DESESNCARNAÇÃO, SEJA POR IMPREVIDÊNCIA, POR FRAQUEZA MORAL OU VOLUNTARIAMENTE. B) QUANTO À VONTADE SUICIDA: CONSCIENTES VOLUNTÁRIOS: NESSES CASOS A PESSOA ESTÁ DECIDIDA A SUICIDAR-SE. HÁ A INTENÇÃO DE MATAR-SE. INCONSCIENTES: QUANDO A INTENÇÃO PRIMÁRIA NÃO É POR FIM A PRÓPRIA VIDA, MAS VIVENCIAS CERTAS PRÁTICAS, COM AÇÃO DANOSA PARA O ORGANISMO. FUMAR, BEBER ALCOÓLICOS, USAR TÓXICOS ENTRE OUTROS VÍCIOS SÃO FORMAS INDIRETAS E INCONSCIENTES DE SUICÍDIO. É OBVIO QUE A MEDIDA QUE A PESSOA VAI ENTENDENDO OS MALES CAUSADOS PELA SUA AÇÃO , DIMINUI A INCONSCIÊNCIA E PASSA A TER MAOR RESPONSABILIDADE PELO ATO SUICIDA. _____________________________________________________________________________________ REPERCUSSÕES DO SUICÍDIO PODEMOS CARACTERIZAR AS REPERCUSSÕES DO ATO SUICIDA EM IMEDIATAS, AQUELAS QUE SE FAZEM NO PERÍODO LOGO APÓS A MORTE DO CORPO E TARDIAS, AS QUE SE MANIFESTAM DECORRIDO MAIOR TEMPO E, INCLUSIVE, EM UMA PRÓXIMA ENCARNAÇÃO. _____________________________________________________________________________________ REPERCUSSÕES IMEDIATAS NAS MORTES VIOLENTAS, POR SUICÍDIO, O ESPÍRITO É SUPREENDIDO, ESPANTA-SE, NÃO ACREDITA ESTAR MORTO, SUSTENTA TEIMOSAMENTE QUE NÃO MORREU. SABEMOS QUE O PROCESSO DE MORTE/DESENCARNAÇÃO DETERMINA UM ESTADO DE DESEQUILÍBRIO E PERTUBAÇÃO ANÍMICOS, VARIÁVEL EM FUNÇÃO DA EVOLUÇÃO DO ESPÍRITO DESENCARNANTE, DA SUA FRMA DE VIDA E DO SEU TIPO DE MORTE. NOS CASOS DE SUICÍDIO, EXISTE UMA INTENSIFICAÇÃO DESSE ESTADO E UM AUMENTO DA SUA DURAÇÃO. ALÉM DISSO, O ESPÍRITO PASSAA EXPERIMENTAR SOFRIMENTOS INENARRÁVEIS, CONSISTINDO BASICAMENTE DE UM: A) MONOIDEÍSMO SUICIDA-O ESPÍRITO SUICIDA, COM FREQUENCIA, PASSA A VER REPETIR-SE O ATO FINAL, EM SUA TELA MENTAL, COM REPERCUSSÃO INCLUSIVE SENSORIAL. ASSIM POR EXEMPLO, OS QUE APLICARAM UM BALAÇO NA SUA CABEÇA VÊEM REPETIREM-SE A CENA E A IMPRESSÕES DO IMPACTO DO PROJETO SOBRE O CRÂNEO, E ASSIM POR DIANTE. NOS CASOS DE SUICÍDIOS APÓS HOMICÍDIOS, HÁ UM AGRAVAMENTO DESSE ESTADO DE SOFRIMENTO COMO DESCREVEM OS PRÓPRIOS PROTAGONISTAS DESSAS TRAGÉDIAS, EM COMUNICAÇÕES MEDIÚNICAS. B) LIGAÇÃO AO CORPO EM DECOMPOSIÇÃO-A DESENCARNAÇÃOÉ UM PROCESSO CONTÍNUO QUE SE DEMORA, MAIS OU MENOS, DE ACORDO COM OS PARÂMETROS APONTADOS COMO RESPONSÁVEIS PELO ESTADO DE PERTUBAÇÃO POST MORTEM. ASSIM SENDO, É FREQUENTE, EM MAIOR OU MENOR ESCALA, AOS ESPÍRITOS SUICIDAS, A LIGAÇÃO COM O CORPO EXTERMINADO, INCLUSIVE ACOMPANHADO-LHE A DECOMPOSIÇÃO E MESMO A AÇÃO DA FAUNA CADAVÉRICA SOBRE ESTE. ISTO SE DEVE A QUE AINDA PRENDEM O SUICIDA AOS SEUS DOS FORTES VÍNCULOS FLUÍDICOS QUE PREDEM O AOS SEUS DESPOJOS, HAJA VISTA O SEU DESPREZO PELA ITALIDADE QUE AINDA LHE RESTAVA, OFERTADA PELO CRIADOR PARA EXERCÍCIO DA VIDA BOLÓGICA. A AFINIDADE QUE PERSISTE, EM ALGUNS INDIVÍDUOS, ENTRE ALMA E O CORPO É MUITO PENOSA PORQUE O ESPÍRITO PODE EXPERIMENTAR OS HORRORES DA DECOMPOSIÇÃO. C) SINTONIA COM ENTIDADES SOFREDORAS-Os ESPÍRITOS SUICIDAS DESCREVEM MUITO FREQUENTEMENTE A SUA CIRCUNSCRIÇÃO EM REGIÕES DE INTENSOS SOFRIMENTOS, NA COMPANHIA DE OUTROS ESPÍRITOS SUICIDAS, QUE SE DEBLATERAM NA DOR E NA REVOLTA E SE DEIXAM DOMINAR POR ESSA SITUAÇÃO, DE TAL SORTE, QUE NEM MESMO UMA PRECE É COMUM OUVIR-SE ENTRE ELES, EXCETO APÓS UM LONGO TEMPO, QUANDO SE LHE AMAINAM AS VIBRAÇÕES DELETÉRIAS PELAS VIVÊNCIAS DOLOROSAS E PELO DESFAZEREM-SE DAS SUAS RESISTÊNCIAS E REVOLTAS COMO SE NÃO BASTASSEM ESSES SOFRIMENTOS OS ESPÍRITOS DOS SUICIDAS AINDA SE ENCONTRAM A MERCÊ DAS CRUELDADE DOS ESPÍRITOS DESCOMPROMISSADOS COM O BEM, QUE SE APROVEITAM DA SUA INCAPACIDADE DE DEFESA. _____________________________________________________________________________________ REPERCUSSÕES TARDIAS NO ENTANTO, MESMO APÓS A LIBERTAÇÃO DO SUICIDA DESSE PRIMEIRO ESTÁGIO, COM O AMPARO DOS ESPÍRITOS AMIGOS E OBREIROS DO BEM, QUE O ENCAMINHAM A UM HOSPITAL DO PLANO ESPIRITUAL, ELE AINDA SOFRE AS REPERCUSSÕES DE SEU ATO DE REVOLTA PERANTE A LEI DIVINA. ASSIM, É POSSÍVEL REPORTA-SE A UM CONJUNTO DE PERTUBAÇÕES TARDIAS: A) COMPLEXO DE CULPA- A DESPEITO DE MELHORADO O ESTADO MONOIDÉICO DO ATO SUICIDA, ELE AINDA PERSISTE NA FORMA DE FORTE COMPLEXO DE CULPA, QUE APESAR DE PULSAR EM MENOR ESCALA, AINDA TRAZ A BAILA MENTAL OS FATOS QUE DETERMINARAM A DESASTROSA DESENCARNAÇÃO. B) REPERCUSSÕES EM NOVA ENCARNAÇÃO – AS DISSONÂNCIAS VIBRATÓRIAS PERISPIRITUAIS PERSISTEM E SE TRANSFEREM PARA O NOVO CORPO, EM SUA GÊNESE, POR OCASIÃO DA REENCARNAÇÃO. ASSIM, NA RAZÃO DIRETA DA CULPA E DAS ESTRUTURAS ATINGIDAS, PODEM-SE FORMAR ORGÃOS OU SISTEMAS ORGÂNICOS FRÁGEIS E POTENCIALMENTE ENFERMIÇO, SENÃO CRONICAMENTE DOENTES E ATÉ MESMO ESTADOS FUNCIONAIS ALTERADOS OU MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS OU PREDISPOSIÇÃO PARA DETERMINADAS PATOLOGIAS COMO CÂNCERES, DIABETES, PSICOPATOLOGIAS, ETC. _____________________________________________________________________________________ PROFILAXIA O ESPIRITISMO PELAS EXPLICAÇÕES QUE NOS TRAZ SOBRE O PORQUÊ DA DOR E DO SOFRIMENTO NO MUNDO, BEM COMO PELAS PROVAS DA IMORTALIDADE QUE FORCENE, REPRESENTA UM DOS MAIS FORTES ANTÍDOTOS À IDÉIA SUICIDA. ENQUANTO O MATERIALISMO NADA OFERECE, ALEM DO GOZO FÁCIL E FUGIDIO DAS ATIVIDADES MATERIAIS, SUGERINDO INDISCUTIVELMENTE AO QUE SOFRE SEM PERSPECTIVAS DO SEU MAL, COMO ÚNICA SAÍDA, O SUICÍDIO; O ESPIRITISMO, PELA FORTE CONSOLAÇÃO QUE OFERECE AO PACIENTE E PELAS AMPLAS PERSPECTIVAS FUTURAS QUE OFERECE AOS QUE BEM SOUBERAM RESISTIR AOS SOFRIMENTOS DO MUNDO, CONSTITUI-SE EM UMA ÂNCORA AO QUE FRAQUEJA, PROMOVENDO-O E FORTALECENDO-O PELA FÉ RECIOCINADA QUE PROPORCIONA. A CALMA E A RESIGNAÇÃO ADQUIRIDAS NA MANEIRA DE ENCARAR A VIDA TERRENA E A FÉ NO FUTURO DÃO AO ESPÍRITO UMA SERENIDADE QUE É O MELHOR PRESERVATIVO DA LOUCURA E DO SUICÍDIO. PODEMOS APONTAR COMO PROFILÁTICOS EFICAZES AO SUICÍDIO: 1-A FÉ RECIOCINADA 2-O CONHECIMENTO SOBRE A VIDA E SOBRE A MORTE. 3-A FIRME DISPOSIÇÃO PARA ENCARAR AS DIFICULDADES DA VIDA. QUE SEJAMOS NÓS OS GRANDES SEMEADORES DA MENSAGEM ESPÍRITA NO MUNDO E, TENHAMOS A CERTEZA, ESTAREMOS COLABORANDO PARA A EXTINÇÃO, DENTRE OUTROS MALES DO MUNDO, TAMBÉM O SUICÍDIO. Muita paz!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Ação Espírita na Transformação do Mundo

Três são os elementos fundamentais de que o Espiritismo se serve para transformar o nosso mundo num mundo melhor e mais belo: a) Amor, b) Trabalho, c) Solidariedade. 1 - O AMOR abrange a compreensão e a tolerância, pois quem ama compreende o ser amado e sabe tolerá-lo em todas as circunstâncias. Abrange também a Verdade, pois quem ama sabe que o alvo supremo do Amor é a Verdade. Ninguém ama a mentira, pois mesmo os mentirosos apenas a suportam na falta da verdade. O amor egoísta do homem por si mesmo expande-se no desenvolvimento psicobiológico como, segundo já vimos, em amor altruísta, amor pelos outros, a partir do núcleo familial até à Sociedade, à Pátria e à Humanidade. Alguns espíritas dizem que os espíritas não têm pátria, pois sabem que todos podem renascer em várias nações. Isso é uma incongruência, pois então não poderíamos também amar pai e mãe, que variam nas encarnações sucessivas. O Amor não tem limites, mas nós, os homens, somos criaturas limitadas e estamos condicionados, em cada existência, pelas limitações da condição humana. Amamos de maneira especial aqueles que estão ligados a nós nesta vida ou se ligaram a nós em vidas anteriores. Amamos a todos os seres e a todas as coisas na proporção do nosso alcance mental de compreensão da realidade. E amamos a nossa Terra, o pedaço do mundo em que nascemos e vivemos e a parte populacional a que pertencemos, no recorte da população mundial que corresponde à população da nossa terra. E amamos os que estão além da Terra, nas zonas planetárias espirituais, como amamos, por intuição mental e afetiva, a todos os seres e coisas de todo o Universo. O ilimitado do Amor se impõe aos limites temporários da nossa condição imediata. E é esse o nosso primeiro degrau para a transcendência espiritual. Na proporção em que a nossa capacidade infinita de amar se concretiza na realidade afetiva (nascida dos sentimentos profundos e verdadeiros do amor) sentimo-nos elevados a planos superiores de afetividade intelecto-moral, respeitando progressivamente todas as expressões da vida e da beleza em todo o Universo. O Amor não é gosto, nem preferência, nem desejo — é afeição, ou seja, afetividade em ação, fluxo permanente de vibrações espirituais do ser que se expandem em todas as direções da realidade. Foi por isso que Francisco de Assis amou com a mesma ternura e o mesmo afeto, chamando-os de irmãos, aos minerais, aos vegetais, aos animais, aos homens e aos astros no Infinito. As ondas do Amor atingem a todas as distâncias, elevações e profundidades, não podendo ser medidas, como fazemos com as ondas hertzianas do rádio. Depois de ultrapassar os limites possíveis da Criação, o Amor atinge o seu alvo principal, que é Deus, e Nele se transfunde. O Espiritismo aprofunda o conhecimento da Realidade Universal e não pretende modificar o Mundo em que vivemos através de mudanças superficiais de estruturas. Essa é a posição dos homens diante dos desequilíbrios e injustiças sociais. Mas o homem-espírita vê mais longe e mais fundo, buscando as causas dos efeitos visíveis. Se quisermos apagar uma lâmpada elétrica não adianta assoprá-la, é necessário apertar a chave que detém o fluxo de eletricidade. Se quisermos mudar a Sociedade, não adianta modificar a sua estrutura feita pelos homens, mas modificar os homens que modificam as estruturas sociais. O homem egoísta produz o mundo egoísta, o homem altruísta produzirá o mundo generoso, bom e belo que todos desejamos. Não podemos fazer um bom plantio com más sementes. Temos de melhorar as sementes. As relações humanas se baseiam na afetividade humana. Não há afetos entre corações insensíveis. Por isso a dor campeia no mundo, pois só ela pode abalar os corações de pedra. Mas o Espiritismo nos mostra que o coração de pedra é duro por falta de compreensão da realidade, de tradições negativas que o homem desenvolveu em tempos selvagens e brutais. Essas relações se modificam quando oferecemos aos homens uma visão mais humana e mais lógica da Realidade universal. Essa visão não tem sido apresentada pelos espíritos que, na sua maioria, se deixem levar apenas pelo aspecto religioso da doutrina, assim mesmo deformado pela influência de formações religiosas anteriores. Precisamos restabelecer a visão espírita em sua inteireza, afastando os resíduos de um passado de ilusões e mentiras prejudiciais. Se compreenderem a necessidade urgente de se aprofundarem no conhecimento da doutrina, de maneira a fornecerem uma sólida e esclarecida doutrina espírita, poderão realmente contribuir para a modificação do mundo em que vivemos. Gerações e gerações de espíritas passaram pela Terra, de Kardec até hoje, sem terem obtido sequer um laivo de educação espírita, de formação doutrinária sistemática. Aprenderam apenas alguns hábitos espíritas. Ouviram aulas inócuas de catecismo igrejeiro, tornaram-se, às vezes, ardorosos na adolescência e na juventude (porque o Espiritismo é oposição a tudo quanto de envelhecido e caduco existe no mundo), mas ao se defrontarem com a cultura universitária incluíram a doutrina no rol das coisas peremptas por não terem a menor visão da sua grandeza. Pais ignorantes e filhos ignorantes, na sucessão das encarnações inúteis, nada mais fizeram do que transformar a grande doutrina numa seita de papalvos. Duras são e têm de ser as palavras, porque ineptas e criminosos foram as ações condenadas. A preguiça mental de ler e pensar, a pretensão de saber tudo por intuição, de receber dos guias a verdade feita, o brilhareco inútil e vaidoso dos tribunos, as mistificações aceitas de mão beijada como bênçãos divinas e assim por diante, num rol infindável de tolices e burrices fizeram do movimento doutrinário um charco de crendices que impediu a volta prevista de Kardec para continuar seu trabalho. Em compensação, surgiram os reformadores e adulterados, as mistificações deslumbrantes e vazias e até mesmo as séries ridículas de reencarnações do mestre por contraditores incultos de suas mais valiosas afirmações doutrinárias. Este amargo panorama afastou do meio espírita muitas criaturas dotadas de excelentes condições para ajudarem o movimento a se organizar num plano superior de cultura. Isso é tanto mais grave quanto o nosso tempo que não justifica o que aconteceu com o Cristianismo deformado totalmente num tempo de ignorância e atraso cultural. Pelo contrário, o Espiritismo surgiu numa fase de acelerado desenvolvimento cultural e espiritual, em que os espíritas contaram e contam com os maiores recursos de conhecimento e progresso de que a humanidade terrena já dispôs. Todos os grandes esforços culturais em favor da doutrina foram negligenciados e continuam a sê-lo pela grande maioria dos espíritas de caramujo, que se encolhem em suas carapaças e em seus redutos fantásticos. Falta o amor pela doutrina, de que falava Urbano de Assis Xavier: falta o amor pelos companheiros que se dedicam é seara com abnegação de si mesmos e de suas próprias condições profissionais e intelectuais; falta o amor pelo povo faminto de esclarecimentos precisos e seguros; falta o amor pela Verdade, que continua sufocada pelas mentiras das trevas. Os médiuns de grandes possibilidades se vêem cercados de multidões interesseiras, que os levam quase sempre ao fracasso ou ao esgotamento precoce. Só os interessados os procuram: os que pretendem aproveitar suas produções em proveito próprio; os que desejam apenas dizer-se íntimos do médium; os que procuram consolação passageira em sua presença; os que buscam sugar-lhes os benefícios fluídicos e assim por diante. Os próprios médiuns acabam muitas vezes entregando-se ao desânimo e desviando-se para outros campos de atividade onde, pelo menos, poderio gozar de convivências menos penosas. A exploração inconsciente e consciente dos médiuns pelos próprios adeptos da doutrina é um dos fatores mais negativos para o desenvolvimento do Espiritismo em nosso país e no mundo. A contribuição que eles poderiam dar para a execução das metas doutrinárias perde-se na miudalha das consultas pessoais e nas mensagens cotidianas de sentido religioso-confessional, mais tocadas de emoção embaladora do que de raciocínio e esclarecimento. E isso o que todos pedem, como crianças choramingas acostumadas a dormir ao embalo das cantigas de ninar. Até mesmo um médium como Arigó, dotado de temperamento agressivo como João Batista e assistido por uma entidade positiva como Fritz, acabou envolvido numa rede de interesses contraditórios que o envolveram através de manobras que o aturdiram, misturadas a calúnias e campanhas difamatórias que o levaram, na sua ignorância do roceiro inculto, a precipitar-se, sem querer, na sua destruição precoce. As grandes teses da Doutrina Espírita não foram suficientes para mobilizar os espíritas em favor do médium, resguardando-o e facilitando, pelo menos, a investigação dos cientistas norte-americanos, de diversas Universidades e da NASA, que tentaram desesperadamente colocar o problema em termos de equação científica. O que devia ter sido uma vitória da Verdade em plano universal, reverteu-se em mesquinho episódio de disputas profissionais acirradas por clérigos e médicos de visão rasteira. E tudo isso por que estranho motivo. Porque os espíritas não foram capazes de sair de suas tocas, empunhando as armas poderosas da doutrina, para enfrentar o conluio miserável das ambições absorventes e vorazes? Cada espírita, ao aceitar e compreender a grandeza da causa doutrinária e sua finalidade suprema — que é a transformação moral, social, cultural e espiritual do nosso mundo — assume um grave compromisso com a sua própria consciência. O aparecimento de um médium como Chico Xavier ou Arigó não tem mais o sentido restrito do aparecimento de uma pitonisa ou um oráculo no passado, mas o do aparecimento de um João Batista ou de um Cristo na fase crítica da queda do mundo clássico greco-romano, da trágica agonia da civilização mitológica. Mas após um século da semeadura evangélica, na hora certa e precisa da colheita, vemos de novo o povo eleito enrolado em intrigas na Porta do Monturo, enquanto os romanos crucificam entre ladrões os que se imolaram em reencarnações providenciais. Essa mentalidade de corujas agoureiras, e troianos que não ouvem Cassandra, decorre do egoísmo (essa lepra do coração humano, segundo a expressão Kardeciana) do comodismo e da preguiça mental. A falta de estudo sério e sistemático da doutrina, que permite a infiltração de elementos estranhos no corpo doutrinário, causando-lhe deformações rebarbativas e fantasiada de novidades, avilta a consciência espírita com a marca de Caim nos grupos de traidores. Esses traidores não traem apenas a doutrina, ao Cristo e a Kardec, mas também à Humanidade e ao Futuro. Onde fica o principio do Amor em tudo isso? Quem revelou amor à Verdade? Quem provou amar e respeitar a doutrina? Quem mostrou amar ao seu semelhante e por isso querer realmente ajudá-lo, orientá-lo, esclarecê-lo? A esse fim superior sobrepõe-se o interesse falso e mesquinho de fazer bonito aos olhos que necessitam de luz, bancar saberetas para os que nada sabem, impor a criaturas ingênuas a sua maneira mentirosa de ver o ensino puro e claro de Kardec. O amor não está nos que se acumpliciam, se comprometem reciprocamente na trapaça, enleando-se na solidariedade da profanação consciente ou inconsciente. O amor está nos que repelem a farsa e condenam o gesto egoísta dos escamoteadores da verdade em proveito próprio, levando multidões ingênuas e desprevenidas à deturpação da doutrina esclarecedora. O amor, nesse caso, pode parecer impiedade, mas é piedade, pode assemelhar-se à injúria e agressão, mas é socorro e salvação. As condenações violentas de Jesus a escribas e fariseus não foram ditadas pelo ódio, mas pela indignação justa, necessária, indispensável do Mestre, que sacudia aquelas almas impuras para livrá-las da impureza com que aviltavam o simples. Quem não tiver condições para compreender isso deve ter pelo menos a humildade de André Luiz, o médico lançado às zonas umbralinas, de contentar-se com trabalhos de limpeza e lavagem nos hospitais dos planos superiores para aprender a grandeza da humildade, a nobreza dos pequeninos, ao invés de rebelar-se contra as leis divinas da busca da Verdade. Nosso movimento espírita, como todo o negro panorama religioso da Terra, está cheio de ignorantes revestidos ou não de graus universitários, que se julgam mestres iluminados e são apenas os cegos do Evangelho que levam outros cegos ao barranco. Impedi-los de cometer esse crime de vaidade afrontosa é o dever dos que sabem realmente amar e servir. "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!" advertiu Jesus, não para condená-los ao fogo do inferno, mas para salvá-los do inferno de si mesmos. 2 — O TRABALHO é exigência do princípio de transcendência. O homem trabalha por necessidade, como querem os teóricos da Dialética Materialista, mas não apenas para suprir as suas necessidades físicas de subsistência e sobrevivência. Não só, como querem os teóricos da vontade de potência, para adquirir poder. E nem só, também, como pretendem Bentham e os teóricos da ambição, para acumular posses que representam poder. A busca das causas, nesse campo, morreria no plano das causas secundárias. Mas a Filosofia Existencial, em nosso tempo, descobrindo o conceito de existência e definindo o homem como o existente (aquele ser que existe, sabe que existe e luta para existir cada vez mais e melhor), mostrou e provou que a natureza humana é subjetiva e não objetiva (extrema e material) e que a mola do mundo não está nos braços e nas mãos, mas na consciência. Confirmou-se assim, no plano geral da Cultura, o tantas vezes rejeitado e ridicularizado conceito espírita do trabalho. No Livro dos Espíritos temos a afirmação de que tudo trabalha na Natureza. Essa tese espírita antecipou a tese de John Dewey sobre a natureza universal da experiência. Em todo o Universo há forças em ação, inteligentemente dirigidas segundo planos determinados. Nada se fez ao acaso. Em termos atuais de eletrônica podemos dizer que o universo que é uma programação gigantesca de computadores em incessante atividade rigorosamente controlada. De um grão de areia a uma constelação estelar, de um fio de cabelo e de um vírus isolado até às maiores aglomerações humanas dos grandes parques industriais do mundo, tudo trabalha. O próprio repouso é uma forma de diversificação do trabalho para recuperações e reajustes nos organismos materiais e nas estruturas psicomentais do homem. As criaturas humanas que só trabalham para si mesmas ainda não superaram a condição animal. Vivem e trabalham, mas não existem. Porque existir é uma forma superior de viver, que inclui em seu conceito plena consciência das atividades desenvolvidas com finalidade transcendentes. No próprio desenvolvimento da Civilização o trabalho individual se abre, progressivamente, nos processos de distribuição, para o plano superior do trabalho coletivo. Por isso, é no trabalho e através do trabalho que o homem se realiza como ser, desenvolvendo suas potencialidades. A extrema especialização da Era Tecnológica nasceu nas selvas, quando dos primeiros dás o homem se incumbiu da guerra, da caça e da pesca, e a mulher da criação, alimentação e orientação dos filhos. A Revolução Industrial na Inglaterra marcou um momento decisivo da evolução humana para a consciência da solidariedade. É no esforço comum e conjugado das relações de trabalho que se desenvolve o senso da comunidade, provando a necessidade do principio espírita de solidariedade e tolerância para o maior rendimento, maior estimulo e maior aperfeiçoamento das técnicas de produção. A concorrência de mercado, que estimula a ganância e a voracidade dos indivíduos e dos grupos, das empresas e dos sistemas de produção, opõe-se a conjugação das consciências, na solidariedade do trabalho comum, com vistas ao bem-estar de todos. Os teóricos que condenam as comunidades de trabalho voltadas para o interesse da maioria reduzem a finalidade superior do trabalho a interesses mesquinhos de enriquecimento individual e de grupos. A própria realidade os contesta com o espetáculo gigantesco do trabalho da Natureza, voltado para a grandeza do todo. Remy Chauvin considera os insetos sociais como expressões de sistemas coletivos de trabalho e de vida em que o egoísmo individualista e grupal (sociocentrismo) não impediu o desenvolvimento normal da solidariedade. A Natureza inteira é um exemplo que o homem rejeita em nome de seu egoísmo, da sua vaidade e das suas ambições desmedidas. Esses três elementos funcionaram na espécie humana como pontos hipnóticos que impediram o livre fluxo das energias livres do trabalho, condensando-as em formas institucionais absorventes. As tentativas de romper essas formas por métodos violentos representam uma reação instintiva que leva fatalmente, como o demonstra o panorama histórico atual, a novas formas de condensação. Esse círculo vicioso só pode ser rompido por uma profunda e geral compreensão do verdadeiro sentido do trabalho, que não leva a lutas e dissensões, mas à conjugação e harmonização de todas as fontes e todos os recursos do trabalho, nos mais diferenciados setores de atividade. A proposição espírita nesse sentido, como foi em seu tempo a proposição cristã original, encarna os mais altos ideais da espécie, voltados para o trabalho comunitário em ação e fins. Hegel observou, em seus estudos de Estética, que a dialética do trabalho se revela nos remos da Natureza. O mineral é a matéria-prima das elaborações futuras, apresentando-se como concentração de energias que formam as reservas básicas; o vegetal é a doação em que as forças do mineral se abrem para a floração e os frutos da vida; o animal é a vida em expansão dinâmica, síntese das elaborações dos dois reinos anteriores, endereçando esses resultados ao futuro, à síntese superior do Homem, no qual as contradições se resolvem na harmonia psicofísica e espiritual da criatura humana, dotada de consciência. Cabe agora a essa consciência elaborar a grandeza da Terra dos Homens (segundo a expressão de Saint-Exupéry). Por sinal que Exupéry, aviador, poeta e profeta, representa o arquétipo atual da evolução humana, na busca do Infinito. Por isso, Simone de Beauvoir considerou a Humanidade, não como a espécie a que nos referimos por alegoria com os planos inferiores, mas como um devir, um processo de mutações constantes na direção do futuro. Hoje somos ainda projeções dos primatas obtusos e violentos, antropófagos (segundo Tagore) devoradores de si mesmos e dos semelhantes, escameadores e aviltadores da condição humana. Mas amanhã seremos homens, criaturas humanas que encarnarão as forças naturais sob o domínio da Razão e da Consciência. Teremos então a República dos Espíritos, formada pela solidariedade de consciências de que trata René Hubert em sua "Pedagogia Generale". Como vemos através desses dados, a Doutrina Espírita não nos oferece uma visão utópica do amanhã, mas uma precognição do homem em sua condição espiritual, sem as deformações teológicas e religiosas da visão comum, calcada em superstições e idealizações rebarbativas. Tendo penetrado objetivamente no mundo das causas, um século antes que as Ciências Materiais o fizessem, a Ciência Espírita, experimental e indutiva — e que tem agora todos os seus princípios fundamentais endossados por aquelas, em pesquisas de laboratório e tecnológicas — não formulou uma estrutura dogmática de pressupostos para figurar o homem de após a morte e o homem do futuro. A imagem que nos deu do homem novo há um século está hoje plenamente confirmada pelos fatos. A controvertida questão da sobrevivência espiritual foi resolvida tecnologicamente de maneira positiva, comprovando a tese espírita. Falta pouco para romper-se, nas mãos já trêmulas dos teólogos, a Túnica de Nessus da dogmática religiosa, que gerou por toda a parte angústias e desesperos. Estamos agora em condições de pensar tranqüilamente num futuro melhor para a Humanidade em fases melhores da sua evolução. Podemos agora nos integrar conscientemente na gigantesca oficina de trabalhos da Terra, preparando o caminho das gerações vindouras. As revelações não nos chegam mais de mão beijada, pois, como ensina Kardec, brotam dos esforços conjugados do homem esclarecido com os espíritos conscientes. Os dois mundos em que nos movemos, o espiritual e o material, abriram as suas comportas para que as suas águas se encontrem no esplendor de uma nova aurora. E o Sol que acende essa aurora não é mais uma chama solitária na escuridão total dos espaços vazios, mas apenas uma tocha olímpica entre milhões de tochas que balizam as conquistas futuras do homem na escalada sem fim. Prometeu não será mais sacrificado por querer roubar o fogo celeste de Zeus, pois esse fogo é o mesmo que resplandece no corpo espiritual da ressurreição, que brilha na alma humana e define a sua natureza divina. Basta-nos continuar em nossos trabalhos para termos a nossa parte assegurada na Herança de Deus, pois como ensinou o Apóstolo Paulo, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo. O conhecimento é a nossa fé, que não se funda em palavras, sacramentos e Ídolos mortos, mas na certeza das verificações positivas e nas conquistas do trabalho humano, gerador constante de novas formas de energia para a escalada humana da transcendência. 3 - A SOLIDARIEDADE ESPÍRITA se manifesta particularmente no campo da assistência à pobreza, aos doentes e desvalidos. O grande impulso nesse sentido foi dado1 desde o início do movimento doutrinário da França, pelo livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, que trabalhou em silêncio na elaboração dessa obra, sem nada dizer a ninguém. Selecionou numerosas mensagens psicografadas, procedentes de diversos países em que o Espiritismo já florescia. Sua intenção era oferecer aos espíritas um roteiro para a prática religiosa, baseado no que ele chamava de essência do ensino moral do Cristo. Conhecendo profundamente a História do Cristianismo e as dificuldades com que os originais do Evangelho haviam sido escritos, em épocas e locais diferentes, bem como o problema dos evangelhos apócrifos e das interferências mitológicas nos textos canônicos e as interpolações ocorridas nestes, afastou todos esses elementos espúrios para oferecer aos espíritas uma obra pura, despojada de todos os acessórios comprometedores. Seu trabalho solitário e abnegado deu-nos uma obra-prima, que conta com milhões de exemplares incessantemente reeditados no mundo. Essa obra foi ameaçada com a tentativa de adulteração. Foi o maior atentado que a obra de Kardec já sofreu no mundo, pior que a queima de seus livros em Barcelona pela Inquisição Espanhola. Muito pior, porque foi um atentado provindo dos próprios espíritas, através de uma instituição doutrinária que tem, por obrigação estatutária, defender, preservar e divulgar a Doutrina Espírita codificada por Kardec. A conseqüência mais grave desse fato lamentável foi a quebra da solidariedade espírita, a desconfiança e a mágoa provocadas entre velhos companheiros. O ataque das Trevas à vaidade e à ignorância de alguns espíritas invigilantes produziu os efeitos necessários. Sirva o exemplo doloroso para todos os que assumem encargos doutrinários, julgando receber prebendas e consagração. A vaidade excitada leva monges de pedra a se julgarem poderosos na aridez e na solidão dos desertos. A solidariedade espírita não é apenas interna, entre os adeptos e companheiros. Projeta-se pelo menos em três dimensões: a) no plano social geral da comunidade espírita, além dos grupinhos domésticos e das instituições fechadas; b) envolve todas as criaturas vivas, protegendo-as, amparando-as, estimulando-as em suas lutas pela transcendência, procurando ajudá-las sem nada pedir em troca, nem mesmo a simpatia doutrinária, pois quem ajuda não tem o direito de impor coisa alguma; c) eleva-se aos planos superiores para ligar-se a Kardec e sua obra, a todos os espíritos esclarecidos que lutam pela propagação do Espiritismo no mundo e a Deus e a Jesus na Solidariedade cósmica dos mundos solidários. Nessas três dimensões a Solidariedade Espírita realiza, como que apoiada em três poderosas alavancas, o esforço supremo de elevação do mundo, estimulando a transcendência humana. As mentes que ainda não atingiram a compreensão desse processo podem fechar-se em grupos e instituições de tipo igrejeiro, isolando-se em seus ambientes de furna, onde os espíritos mistificadores e embusteiros se acoitam facilmente. Mas na proporção em que os adeptos assim isolados, ou pelo menos alguns deles, procurarem realmente compreender a doutrina, a situação se modificará, despertando os indolentes para atividades maiores. Todo trabalho espírita é exigente e penoso, porque faz parte de uma grande batalha — a da Redenção do Mundo, iniciada pelo jovem carpinteiro Jesus, filho de Maria e José. Essa batalha não é a de Deus contra o Diabo, o estranho anjo de luz que se revoltou para fundar o inferno. Essa ingênua concepção das civilizações agrárias e pastoris teve o seu tempo e sua função, o seu efeito de controle em fases de barbárie, mas não passa de uma alegoria inadequada ao nosso tempo. Tudo no Evangelho, como Kardec demonstrou, desde que afastado do clima mitológico, torna-se claro e demonstra a posição evidentemente racional do Cristo. O jovem carpinteiro não pertencia à Era Mitológica e encerrou essa era com a sua passagem pela Terra e a propagado seu ensino. O mito vingou-se dele, pois o transformou também em mito. Por muito tempo, até aos nossos dias, a figura humana de Jesus figurou na nova mitologia, na fase romana do Renascimento Mitológico, em que se destacou a figura do Imperador Juliano, o Apóstata, que depois de aceitar o Cristianismo apostatou-se e empenhou-se na salvação dos seus deuses antigos. Os resíduos da mentalidade mitológica das civilizações arcaicas, particularmente a Grega e a Romana, reagiram, como era natural, contra o racionalismo cristão. Dessa maneira, na mente das populações bárbaras do Império Romano decadente, Jesus foi transformado num mito da Era Agrária. Os padres e bispos do Cristianismo nascente, todos impregnados pela carga mitológica de um longo passado de ignorância e superstições, não foram capazes de compreender o racionalismo das proposições cristãs. Pelo contrário, cheios de temor e de espanto, contribuíram para a deformação do Cristianismo. Antes e depois da queda do Império, os cristãos fizeram concessões necessárias aos povos bárbaros para absorvê-los no seio da Religião Redentora. Onde quer que os cristãos se impusessem pela força do número e das armas, as igrejas pagãs eram transformadas em templos cristãos, conservando-se cautelosamente as tradições mitológicas mais arraigadas. O exemplo clássico e mais conhecido dessa tática romana é a Catedral de Notre Dame, em Paris, que ainda guarda nos seus subterrâneos os restos do templo pagão da Deusa Lutécia. A Deusa pagã foi conservada no templo, mas com o nome de Nossa Senhora, para que o povo ingênuo aceitasse assim o culto cristão a Maria sob o prestigio secular da deusa pagã. Navatsky lembra que a Deusa Céres, divindade da fecundação e em muitas regiões, mais especificamente, deusa dos cereais, forneceu ao Cristianismo nascente uma das mais conhecidas imagens de Nossa Senhora, em que ela é representada com o manto estrelado do Céu, em pé sobre o globo terreno: Céres cobrindo a Terra com seu manto celeste para fecundá-la. Esse mesmo processo de transposição ocorre hoje no Sincretismo Religioso Afro-Brasileiro e nas formas de sincretismo de outros países da América, onde os ritos e as figuras dos deuses ou santos católicos são absorvidos pelas religiões africanas transplantadas pelo tráfico negreiro de escravos ao novo continente. Jesus virou Oxalá, Nossa Senhora virou Iemanjá, São Jorge virou Ogum (deus da guerra), São Sebastião virou Oxum (deus da caça, e assim por diante). Basta lermos o Livro de Atos dos Apóstolos no Evangelho, e as epístolas de Paulo (anteriores aos Evangelhos) para termos a confirmação dessa verdade histórica. Na primeira epístola de Paulo ao Corintos, no tópico referente aos Dons Espirituais, temos uma descrição viva do chamado culto pneumático (do Grego: Pneuma, sopro, espírito), as sessões mediúnicas realizadas pelos primeiros cristãos e nas quais, segundo as pesquisas históricas modernas, que confirmam os dados da Tradição, manifestavam-se espíritos inferiores cheios de ódio a Cristo. Essas manifestações assustadoras foram consideradas como diabólicas, reforçando a imagem tradicional do Diabo na mente ingênua dos adeptos. A luta entre o Bem e o Mal é simplesmente o processo dialético da evolução. O Mal é a ignorância, o atraso, a superstição. O Bem é o conhecimento, o progresso, a adequação da mente à realidade. Essa é a grande luta das coisas e dos seres, figurada na revolta absurda de Luzbel, o anjo de luz que se entregou à inveja e converteu-se em adversário de Deus. Esses símbolos de um passado bárbaro e longínquo ainda prevalecem na Terra como resíduos míticos que o tempo desgasta na proporção em que a Cultura se desenvolve. A Ciência incumbiu-se de ajustar a mente humana à realidade terrena, mas os homens se envaideceram e negaram-se a si mesmos nas idéias materialistas, colocando-se abaixo de tudo quanto existe. Duro castigo que o orgulho humano ainda não reconheceu. A Ciência afirma que nada se perde na Natureza, tudo se transforma. O homem aprova isso com entusiasmo e sorri de si mesmo (sem perceber), pois só ele não subsiste, só ele é pó que reverte ao pó. Essa é a verdadeira queda do homem, que se rebaixa ao pó num mundo em que tudo se eleva incessantemente na direção dos planos superiores. A tentação simbólica de Jesus no deserto assemelha-se à tentação de Buda na floresta. É a tentação dos homens pelas fascinações dos bens terrenos. Quando o homem se apega à terra (com t minúsculo, porque a terra que pisamos e não o Globo Terreno), ele se nega evoluir e é castigado pelas forças da evolução, que o impelem a sair da sua toca de bicho para atingir a condição existencial da espécie. A lei da existência não é o pó, mas a transcendência. Pode o homem andar de joelhos pelas ruas e as estradas, jejuar, mortificar-se, ciliciar-se quanto quiser, mas com isso não se tomará melhor. Voltará às reencarnações difíceis e dolorosas para aprender, no sofrimento e na decepção, que não se busca Deus rastejando, mas elevando-se no amor e na dedicação aos outros. As práticas religiosas de purificação são egoístas, aumentam a miséria humana e o apego do homem a si mesmo. As tentações que sofremos não vêm do Diabo, mas de nós mesmos, da nossa ignorância e do nosso apego hipnótico aos bens perecíveis da vida terrena. O Diabo é o Bicho-Papão dos adultos, o espantalho dos supersticiosos. Giovanni Papini, escritor católico italiano, contemporâneo, em seu livro IL DIA VOLO, escandalizou o Vaticano, pregando a conversão do Diabo. Não conseguia admitir esse mito impiedoso em sua teologia. O Padre Teilhard de Chardin, em seus estudos teológicos, negou a condenação eterna do Diabo. O Espiritismo se limita a mostrar a natureza mitológica do Diabo e a demonstrar, prática e logicamente, a impossibilidade da queda do Anjo Luzbel. A evolução espiritual é irreversível. O espírito que se elevou ao plano angélico não pode regredir, não pode ter inveja e outros sentimentos humanos. O anjo-mau é uma contradição em si mesmo, pois a Angelitude é a condição divina que o espírito busca e atinge na existência. A luta do homem para transformar o mundo é a luta do homem consigo mesmo, pois é ele quem faz o mundo, e o faz à sua imagem e semelhança. Deus criou a Terra e todos os mundos do espaço, mas deu cada mundo aos homens que os habitam, para que eles aprendam o seu ofício paterno de Criador, tentando criar o mundo humano que lhes compete. É evidente que existe o mundo físico, material, em que nascemos, vivemos e morremos. E é também inegável que, sobre esse mundo físico e com os seus materiais, os homens construíram um mundo diferente, feito de artifícios humanos. O mundo material e sua contraparte espiritual (que os cientistas começam a descobrir como antimatéria) constituem o mundo natural. Mas sobre ambas as partes desse mundo natural os homens constroem os seus mundos fictícios. Cada Civilização é um mundo imaginário que o homem constrói com o seu trabalho, modelando em argila e pedra os seus sonhos e as suas ilusões. Esses mundos artificiais são o reflexo das ideações humanas na matéria Nós os criamos, alimentamos, desenvolvemos, dirigimos e matamos. Os mundos bárbaros criados na Terra eram ingênuos; os mundos civilizados apresentam uma gradação que reflete a evolução humana, indo das civilizações agrárias, fantasiosas e alegóricas, até às grandes civilizações orientais, massivas e arrogantes e às Civilizações Teocráticas, míticas e supersticiosas; chegando às Civilizações Científicas, politeístas e pretensiosas, que se transformam em Civilizações Tecnológicas, materialistas e conflitivas, que morrerão para dar lugar à Civilização do Espírito, na busca cultural da Transcendência. Segundo Toynbee, mais de vinte grandes civilizações já existiram na Terra. Agora está surgindo aos nossos olhos e sob nossos pés uma Nova Civilização — a do Espírito —que podemos chamar de Cósmica ou Espiritual. E para preparar o advento dessa Civilização do Espírito que o Espiritismo surgiu. Não adianta querermos fazer do Espiritismo uma religião dogmática, carregada de misticismo tolo ou de materialismo alienante. As novas gerações que se encarnam para realizá-la não temem a Deus nem ao Diabo, simplesmente confiam nos planos irreversíveis do Deus, que se executam segundo as leis da consciência humana em relação telepática permanente com as entidades angélicas a serviço de Deus. O Espiritismo é a Plataforma de Deus, aprovada pelos Espíritos Superiores para a transformação e elevação da Terra. Autor: J. Herculano Pires

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Vamos Refletir!

Prezados Irmãos em Cristo! Fazendo uma reflexão sobre a divulgação da Doutrina Espírita, cheguei a uma conclusão da necessidade do Centro Espírita servir realmente como um orgão de utilidade pública. Que os Centros Espíritas são de utilidade pública não resta a menor dúvida, mas, convenhamos que é necessário uma maior conscientização e comprometimento para com a Doutrina do Amor. Me refiro aos Centros Espíritas que só abrem para reuniões e passam a maior parte do dia fechados, quando na verdade, vemos a toda hora, pessoas carentes de um conselho, desesperadas e que estão a beira de um suicídio procurando um apoio para suas almas. Sei da dificuldade de manter aberto os Centros Espíritas, por falta de material humano, mas podemos pensar em fazer um rodízio com pessoas comprometidas com a causa Espírita e também aposentados que estão com o coração aberto para ter uma oportunidade de ser útil. Se continuarmos assim, como poderemos espalhar a boa nova, se só no horário de reunião é que o Centro se encontra disponível para o público, que fica privado de ter uma contato maior com a Amada Doutrina? Muito se fala da dificuldade de divulgar a Boa nova em razão do conservadorismo religioso, mas será realmente que é o conservadorismo religioso que impede a maior divulgação ou será que nós os Espíritas estamos muito acomodado? Fica difícil convencer alguém, se outras igrejas estão sempre de portas abertas para o público, propiciando uma maior interação com as pessoas, mas que não consolam, nem explicam as lições imortais de Jesus! Irmãos! Os tempos são chegados, vamos arregaçar as mangas e abraçar com todo o amor e dedicação a abertura do Centro Espírita em horário Integral, com equipes de plantão, onde poderemos praticar a verdadeira caridade, consolando, exclarecendo e dando esperanças a quem não tem esperanças. Vamos repensar essa prática e pedir a Espiritualidade que nos ajude no nosso firme propósito de divulgar o amor, assim como o Cristo no ensinou. Paz e luz no coração de todos! Antonio Carlos Laranjeira Miranda

segunda-feira, 30 de julho de 2012

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Dias Difíceis

Há dias que parecem não ter sido feitos para ti. Amontoam-se tantas dificuldades, inúmeras frustrações e incontáveis aborrecimentos, que chegas a pensar que conduzes o globo do mundo sobre os ombros dilacerados. Desde cedo, ao te ergueres do leito, pela manhã, encontras a indisposição moral do companheiro ou da companheira, que te arremessa todos os espinhos que o mau humor conseguiu acumular ao longo da noite. Sentes o travo do fel despejado em tua alma, mas crês que tudo se modificará nos momentos seguintes. Sais à rua, para atender a esse ou àquele compromisso cotidiano, e te defrontas com a agrestia de muitos que manejam veículos nas vias públicas e que os convertem em armas contra os outros; constatas o azedume do funcionário ou do balconista que te atende mal, ou vês o cinismo de negociantes que anseiam por te entregar produtos de má qualidade a preços exorbitantes, supondo-te imbecil. Mesmo assim, admites que, logo, tudo se alterará, melhorando as situações em torno. Encontras-te com familiares ou pessoas amigas que te derramam sobre a mente todo o quadro dos problemas e tragédias que vivenciam, numa enxurrada de tormentos, perturbando a tua harmonia ainda frágil, embora não te permitam desabafar as tuas angústias, teus dramas ou tuas mágoas represadas na alma. Em tais circunstâncias, pensas que deves aguardar que essas pessoas se resolvam com a vida até um novo encontro. São esses os dias em que as palavras que dizes recebem negativa interpretação, o carinho que ofereces é mal visto, tua simpatia parece mero interesse, tuas reservas são vistas como soberba ou má vontade. Se falas, ou se calas, desagradas. Em dias assim, ainda quando te esforces por entender tudo e a todos, sofres muito e a costumeira tendência, nessas ocasiões, é a da vitimação automática, quando se passa a desenvolver sentimentos de autopiedade. No entanto, esses dias infelizes pedem-nos vigilância e prece fervorosa, para que não nos percamos nesses cipoais de pensamentos, de sentimentos e de atitudes perturbadores. São dias de avaliação, de testes impostos pelas regentes leis da vida terrena, desejosas de que te observes e verifiques tuas ações e reações à frente das mais diversas situações da existência. Quando perceberes que muita coisa à tua volta passa a emitir um som desarmônico aos teus ouvidos; se notares que escolhendo direito ou esquerdo não escapas da ácida crítica, o teu dever será o de te ajustares ao bom senso. Instrui-te com as situações e acumula o aprendizado das horas, passando a observar bem melhor as circunstâncias que te cercam, para que melhor entendas, para que, enfim, evoluas. Não te olvides de que ouvimos a voz do Mestre Nazareno, há distanciados dois milênios, a dizer-nos: No mundo só tereis aflições... Conhecedores dessa realidade, abrindo a alma para compreender que a cada dia basta o seu mal..., tratarás de te recompor, caso tenhas te deixado ferir por tantos petardos, quando o ideal teria sido agir como o bambuzal diante da ventania. Curvar-se, deixar passar o vendaval, a fim de te reergueres com tranqüilidade, passado o momento difícil. Há, de fato, dias difíceis, duros, caracterizando o teu estádio de provações indispensáveis ao teu processo de evolução. A ti, porém, caberá erguer a fronte buscando o rumo das estrelas formosas, que ao longe brilham, e agradecer a Deus por poderes afrontar tantos e difíceis desafios, mantendo-te firme, mesmo assim. Nos dias difíceis da tua existência, procura não te entregares ao pessimismo, nem ao lodo do derrotismo, evitando alimentar todo e qualquer sentimento de culpa, que te inspirariam o abandono dos teus compromissos, o que seria teu gesto mais infeliz. Põe-te de pé, perante quaisquer obstáculos, e sê fiel aos teus labores, aos deveres de aprender, servir e crescer, que te trouxeram novamente ao mundo terrestre. Se lograres a superação suspirada, nesses dias sombrios para ti, terás vencido mais um embate no rol dos muitos combates que compõem a pauta da guerra em que a Terra se encontra engolfada. Confia na ação e no poder da luz, que o Cristo representa, e segue com entusiasmo para a conquista de ti mesmo, guardando-te em equilíbrio, seja qual for ou como for cada um dos teus dias. Sentes o travo do fel despejado em tua alma, mas crês que tudo se modificará nos momentos seguintes. Sais à rua, para atender a esse ou àquele compromisso cotidiano, e te defrontas com a agrestia de muitos que manejam veículos nas vias públicas e que os convertem em armas contra os outros; constatas o azedume do funcionário ou do balconista que te atende mal, ou vês o cinismo de negociantes que anseiam por te entregar produtos de má qualidade a preços exorbitantes, supondo-te imbecil. Mesmo assim, admites que, logo, tudo se alterará, melhorando as situações em torno. Encontras-te com familiares ou pessoas amigas que te derramam sobre a mente todo o quadro dos problemas e tragédias que vivenciam, numa enxurrada de tormentos, perturbando a tua harmonia ainda frágil, embora não te permitam desabafar as tuas angústias, teus dramas ou tuas mágoas represadas na alma. Em tais circunstâncias, pensas que deves aguardar que essas pessoas se resolvam com a vida até um novo encontro. São esses os dias em que as palavras que dizes recebem negativa interpretação, o carinho que ofereces é mal visto, tua simpatia parece mero interesse, tuas reservas são vistas como soberba ou má vontade. Se falas, ou se calas, desagradas. Em dias assim, ainda quando te esforces por entender tudo e a todos, sofres muito e a costumeira tendência, nessas ocasiões, é a da vitimação automática, quando se passa a desenvolver sentimentos de autopiedade. No entanto, esses dias infelizes pedem-nos vigilância e prece fervorosa, para que não nos percamos nesses cipoais de pensamentos, de sentimentos e de atitudes perturbadores. São dias de avaliação, de testes impostos pelas regentes leis da vida terrena, desejosas de que te observes e verifiques tuas ações e reações à frente das mais diversas situações da existência. Quando perceberes que muita coisa à tua volta passa a emitir um som desarmônico aos teus ouvidos; se notares que escolhendo direito ou esquerdo não escapas da ácida crítica, o teu dever será o de te ajustares ao bom senso. Instrui-te com as situações e acumula o aprendizado das horas, passando a observar bem melhor as circunstâncias que te cercam, para que melhor entendas, para que, enfim, evoluas. Não te olvides de que ouvimos a voz do Mestre Nazareno, há distanciados dois milênios, a dizer-nos: No mundo só tereis aflições... Conhecedores dessa realidade, abrindo a alma para compreender que a cada dia basta o seu mal..., tratarás de te recompor, caso tenhas te deixado ferir por tantos petardos, quando o ideal teria sido agir como o bambuzal diante da ventania. Curvar-se, deixar passar o vendaval, a fim de te reergueres com tranqüilidade, passado o momento difícil. Há, de fato, dias difíceis, duros, caracterizando o teu estádio de provações indispensáveis ao teu processo de evolução. A ti, porém, caberá erguer a fronte buscando o rumo das estrelas formosas, que ao longe brilham, e agradecer a Deus por poderes afrontar tantos e difíceis desafios, mantendo-te firme, mesmo assim. Nos dias difíceis da tua existência, procura não te entregares ao pessimismo, nem ao lodo do derrotismo, evitando alimentar todo e qualquer sentimento de culpa, que te inspirariam o abandono dos teus compromissos, o que seria teu gesto mais infeliz. Põe-te de pé, perante quaisquer obstáculos, e sê fiel aos teus labores, aos deveres de aprender, servir e crescer, que te trouxeram novamente ao mundo terrestre. Se lograres a superação suspirada, nesses dias sombrios para ti, terás vencido mais um embate no rol dos muitos combates que compõem a pauta da guerra em que a Terra se encontra engolfada. Confia na ação e no poder da luz, que o Cristo representa, e segue com entusiasmo para a conquista de ti mesmo, guardando-te em equilíbrio, seja qual for ou como for cada um dos teus dias. Médium Raul Teixeira - Espírito Camilo