segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Algumas Anotações Sobre o Espiritismo e o Terceiro Milênio

Bismael B Moraes(*)

Muitas pessoas têm repetido, sem maior reflexão, que "o mundo passará por grandes mudanças e será melhor a partir do terceiro milênio". Entretanto, quando assim falam, não se referem ao "3º milênio da Era Cristã" (tomando por base o nascimento do Cristo, para os que se apresentam como seguidores do cristianismo). Parecem esquecer a recomendação do Mestre Jesus: "Conhece a verdade, e a verdade te libertará". E o Espiritismo, por suas conseqüências religiosas, é a doutrina da fé raciocinada. Ensina essa doutrina que não basta decorar o que se tenha lido ou ouvido, mas pede que pensemos a respeito de tudo, para que, conscientemente, tenhamos certeza do que sentimos e estejamos sempre prontos a aprender. Deve ser assim para quem se imagine adepto do Espiritismo cristão.

Baseada no tripé - filosofia, ciência e moral religiosa -, a Doutrina Espírita, também conhecida como a Terceira Revelação trazida pelos Espíritos superiores, registrada e perenizada na Codificação de Allan Kardec, é conhecida pelos seus seguidores e estudiosos - repetimos – como a "Doutrina da Fé Raciocinada". Com ela, além de analisarmos sobre o que somos, de onde viemos, o que estamos fazendo na Terra e para onde vamos após o desencarne (a morte do corpo), aprendemos que não devemos apenas repetir o que lemos e ouvimos, pois temos, como Espíritos encarnados, seres inteligentes da Natureza e com tarefas definidas para o nosso progresso, a obrigação de raciocinar acerca de tudo e só aceitar aquilo que possa enfrentar a ciência, face a face, sem temer a verdade. Somos dotados do livre-arbítrio por Deus e podemos escolher, conscientemente, sobre o que entendemos como certo e bom.

A ciência prova que a Terra existe há bilhões de anos. A origem do ser humano, segundo os pesquisadores, remonta a três bilhões de anos. E os registros históricos mostram que as religiões e as manifestações das crenças têm milhões de anos, com as mais variadas formas de misticismo e os questionamentos de seus seguidores. As civilizações do mundo criaram seus horóscopos, marcando o tempo de nascimento de suas sociedades, e têm seus calendários, nem sempre cientificamente comprovados, mas dogmaticamente seguidos e festejados. Assim, fala-se de horóscopo chinês, horóscopo asteca, horóscopo incaico, horóscopo indiano, e outros, bem como de calendário egípcio, calendário grego, calendário judaico, calendário romano, calendário muçulmano, calendário eclesiástico, etc, com base em costumes e tradições.

Por exemplo, a civilização dos Incas existiu desde 20.000 a 100 anos antes de Cristo (a.C.); a civilização africana conta registros de pinturas de 6000 anos a.C.; a civilização egípcia, mais de 4000 anos a.C., assim como a civilização judaica; a civilização grega é de mais de 3000 anos a.C.; a indiana, além de 2500 anos a.C., como também a chinesa, e há outros registros que podem ser pesquisados. Veja-se, a propósito, que em 15 de setembro de 2007, foi comemorado por Israel o Ano 5767, e a China, em 2007, comemorou o Ano 4704, e outros apontamentos históricos poderiam ser lembrados.

Ainda, se fizermos uma busca na história das religiões, encontraremos, em várias épocas e em lugares mais diversos, Espíritos altamente evoluídos: são os chamados reveladores, missionários, guias ou líderes religiosos que, com os seus ensinamentos, foram e são bases morais para seus povos ou seguidores. Poderíamos citar alguns, como exemplos: Krishna, que viveu por volta do ano 2100 a.C. (antes de Cristo) e ensinava que "quando o corpo se dissolve, a alma vai para a região de seres puros; se a paixão a domina, ela vem de novo habitar a Terra"; depois, Moisés, cerca de 1700 anos a.C. (antes de Cristo), com o judaísmo, que originou a seita do cristianismo, a ele creditando-se a origem do Dez Mandamentos; em seguida, os divulgadores do bramanismo, mais ou menos 1400 a.C. (antes de Cristo), tendo o Brama como criador, superior, absoluto, com base no Livro dos Vedas, envolvendo ainda costumes, dogmas, mistérios, sacrifícios; e, já próximo dos 700 anos a.C. (antes de Cristo), veio Budha, dele nascendo o budismo, ensinando a "colocação da humanidade no caminho da mora.l e da Lei Divina"; mais adiante, viria Lao-Tse, na China, cerca de 600 anos a.C. (antes de Cristo), com o taoísmo, aconselhando "esquecer as ofensas e amar ao próximo como a si mesmo"; e, ainda na China, tem-se o filósofo Confúcio, 550 anos a.C. (antes de Cristo), criando-se o confucionismo, que ensinava: "Faze ao próximo como a ti mesmo; esquece as injúrias, mas não os benefícios"; e chegamos à Era Cristã, com Jesus Cristo e suas lições de amor, justiça, caridade e perdão, nascendo o cristianismo, inicialmente perseguido e, depois, tornando-se religião estatal (aceita pelo Estado Romano), pelo Edito de Milão, no ano 313 depois de Cristo (d.C.), por ato do Imperador Constantino.

Pois bem. Sabemos que "o progresso moral do mundo ou da humanidade se dará pelo progresso individual de cada um dos seus membros", como ensinam os Espíritos. Entretanto, como, via de regra, os espíritas são pessoas interessadas em aprender, aos poucos, vêm se tornando leitores cativos de muitas editoras, ora havendo obras sérias e edificantes, ora encontrando-se livros e artigos que não podem ser aceitos sem maior reflexão... Há, infelizmente, algumas obras e articulistas falando do Terceiro Milênio como se, partindo do ano dois mil da Era Cristã, o mundo estivesse se transformando em um ambiente melhor, e isso não dependesse das descobertas do ser humano em todas as épocas, do seu esforço e de sua reforma íntima, evitando o mal e persistindo no bem, em suas caminhada de progresso, caindo e levantando, sofrendo ou tendo sucesso, chorando e sorrindo, sempre em busca de "conhecer a verdade e se libertar".

Somos espíritas cristãos e, por isso, não podemos esquecer os registros da ciência e os ensinamentos dos Espíritos, bem como das lições de Allan Kardec e de seus seguidores éticos. A história (que é ciência), por exemplo, nos mostra, por intermédio de documentos, que, em razão de inúmeras divergências quanto a data do Nascimento de Jesus, o dia 25 de dezembro (Dia de Natal) foi uma criação do Papa Julio I, no Século IV d.C. (depois de Cristo), para evitar as "datas pagãs".

Ainda recentemente, em artigo para o jornal "Folha de S. Paulo" (12-3-2006, p.2), um dos grandes empresários brasileiros e que tem formação superior, ao criticar a situação econômico-social e política do mundo, depois de falar da China, da Índia, do Irã e dos Estados Unidos, afirmou: "Ninguém poderia imaginar que o século 21 seria aberto com tanta intranqüilidade". (Observe-se que, pelo costume, o articulista sequer se lembra de que estamos no "Século 21 da Era Cristã!).

Neste final, voltamos a chamar a atenção de todos para o ensinamento dos Espíritos superiores: sabemos que o mundo abriga a humanidade e que está é o resultado de bilhões de anos de lenta evolução. Por isso, como adeptos conscientes do Espiritismo, não devemos esquecer que o progresso moral é vagaroso e não se inicia partindo do ano 2001 da Era Cristã, mas é de todas as épocas. Repetimos, com base nas lições da Doutrina Espírita, que a melhoria do Planeta Terra, para todos nós, dependerá do progresso individual de cada ser humano. Devemos aprender a perdoar, a diminuir nosso preconceito e amar ao próximo. E o modelo para isso acha-se na Questão nº 625 de "O Livro dos Espíritos": - Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? E a resposta é: JESUS! Basta que sigamos suas lições e seus exemplos.

Como, de acordo com a ONU – Organização das Nações Unidas -, atualmente, o mundo tem aproximadamente sete bilhões de habitantes, distribuídos por mais de 200 países, e verificando-se, pelas estatísticas, que somente cerca de um terço (1/3) dessa população - mais ou menos 2,5 bilhões - são cristãos, estando os verdadeiros espíritas entre estes, de logo se vê que 2/3 dos povos da Terra não conhecem o cristianismo, mas todos – cristãos ou não - somos amparados pelos Espíritos do bem que, pela graça de Deus, estão em qualquer parte do Universo!

Por isso, como espíritas cristãos, seguidores e divulgadores da fé raciocinada, não estaríamos incorrendo em erro, ao afirmarmos ou aceitarmos, sem reflexão, "o terceiro milênio" (calendário da Era Cristã) como ponto para a regeneração do mundo, quando sabemos que a Terra tem bilhões de anos e que mais de 2/3 dos habitantes do nosso Planeta sequer conhecem os ensinamentos do Cristo, mas que, mesmo assim, há povos não-cristãos evoluindo e evoluídos, pois os Espíritos Mentores se acham em todos os cantos do mundo?

Jesus nos recomendou: orar e vigiar. Nossos alicerces são as lições do Cristo. Deus é a causa primária de todas as coisas. Razão, perplexidade, leveza e sabedoria devem ser dosadas pelo equilíbrio.Tenhamos cuidado com o que lemos e raciocinemos sobre o que ouvimos. Espiritualmente, somos seres eternos, independentemente de nossas concepções doutrinárias ou religiosas. Muita paz.

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Ciência, Filosofia e Religião

Fala-se muito em espíritos, espiritismo, vida após a morte, mas quase nada se sabe a seu respeito. Os adversários do Espiritismo desconhecem tudo a respeito e fazem tremenda confusão.Os próprios espíritas, por sua vez, na sua esmagadora maioria estão na mesma situação. Pois os dois lados partem do preconceito e agem por precipitação.

Quer dizer formularam uma idéia pessoal da doutrina, um esterereótipo mental a que se apegaram.

Mas fica a pergunta quantos sabem que o Espiritismo foi pesquisado por um verdadeiro batalhão de cientistas. Foram Físicos, Químicos, Psicólogos e estão a dispor de qualquer um que queira analisar suas descobertas, pois hoje com o acesso a WWW você digita lá no.

GOOGLE por exemplo; Oliver lodge, Alfred R. Wallace, Myers,Willian Crookes este ultimo em entrevista publicada no The International Psychic Gazette de 1917

Disse "É uma verdade indubitável que uma conexão foi estabelecida entre este mundo e o outro Isto depois deste físico e químico inglês ser desafiado a comprovar que Katie King um espírito de mulher que se materializava, não era uma farsante foram três anos. De 1870 a 1874, o. Físico pacientemente observa, controla, mede, pesa, repete 14 fenômenos, desde movimentos, ruídos, luzes e a materialização de uma mulher que ele tira mais de 50 fotos.

Quer dizer fez tudo que se faz contigo ou comigo só que era um espírito tudo registrado e passado pelo crivo de outras centenas de cientistas contrários a tudo que foi descoberto.

Nenhuma outra doutrina, no mundo, passou incólume por tantas investigações promovidas por grandes cientistas que a contestavam.

Dai parte a Ciência Espírita que é o fundamento da Doutrina, sobre ela se ergue a Filosofia Espírita, e desta resulta naturalmente a Religião Espírita.

O Espiritismo é, a síntese essencial dos conhecimentos humanos aplicado à investigação da verdade. É o pensamento debruçado sobre si mesmo para reajustar-se à realidade.

É a resposta racional e lógica para a pergunta: 'De onde venho?'"Porque estou aqui?", Para onde vou?.

Mas não é e nem pretende ser uma religião social, pelo que não disputa um lugar entre as igrejas e as seitas, mas pretende arrancar o homem da animalidade e levá-lo à moralidade.

Sua finalidade não é combater, contrariar, negar ou destruir as religiões, mas auxilia-las. Sem com isso endossar os apegos aos formalismos religiosos, ou sua aderência às circunstâncias. Pois diante das leis evolutivas que impulsionam o homem para além das suas convenções circunstanciais isto só enfraquece e diminui as religiões.

É um curioso espetáculo na arena intelectual, e religioso em que vemos o homem lutando, por orgulho, para sustentar que não é mais do que pó e cinza.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Amar, o Maior Desafio da Vida

Zenaide Ramos da Silva

Sendo o Amor o mais nobre sentimento de que é capaz um ser humano, evidentemente não consiste em mera simpatia romântica, e muito menos em atração sexual; consiste em algo muito mais profundo, consiste na afirmativa do Cristo:- Mestre qual é o maior mandamento da lei?- "Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito; é o maior e o primeiro mandamento. E eis o segundo, que é semelhante àquele: Amareis vossa próximo como a vós mesmos. ( S. Mateus, cap. 22, v, 34 a 40).

Se compreendêssemos a grandiosidade dessa máxima ensinada por Jesus, certamente a humanidade já não se lamentaria de tanta dor e sofrimento, já não se lamentaria tanto das vicissitudes da vida, por que a vida deslizaria tranqüila como as águas límpidas de um rio calmo; não haveria tantas mágoas e nem tantas lágrimas. A dor de cada um, o rio de lágrimas que corre na fronte dos mais desalentados, com certeza, são vestígios de desamor a si e ao próximo.

Amar ao próximo como a si mesmo, é a receita prescrita pelo divino Mestre, capaz de desarmar corações enfurecidos, capaz de transformar pensamentos desprovidos desse sentimento que se pode afirmar ser a maior carência do ser humano que o impossibilita de experimentar e aprender a amar; amar para ser feliz, amar para fazer o outro também feliz. Leo Buscaglia, autor de um livro que fala sobre a maior experiência da vida, que é o

AMOR, escreveu:-" Ninguém pode dar aquilo que não possui; para dar amor, precisamos ter amor. Ninguém pode ensinar aquilo que não sabe, para ensinar o amor, precisamos compreendê-lo. Ninguém pode conhecer aquilo que não estuda; para estudar o amor, precisamos viver no amor. Ninguém pode admitir aquilo a que não se entrega; para se entregar ao amor, precisamos estarmos vulneráveis a ele."

Estarmos vulneráveis ao amor, é vivermos de tal forma que as nossas atitudes e exemplos possam servirem de ponte recíproca para tantos quantos por ela trafeguem, ou seja, para consolidação na praticidade da regra de ouro, que é fazer ao outro somente o que gostaríamos que fosse feito a nós. Cumprida esta assertiva, ninguém jamais se queixaria de ninguém, porque sendo o aprendizado do amor, o maior desafio na vida do homem, e este tivesse de perecer por não absolvê-lo, a humanidade certamente inteira, pereceria, por falta de amor.

Mas, tendo sido a criatura humana, criada para ser feliz, e a felicidade consistindo na vivência e prática do amor, estamos todos fadados a conhecer, experimentar, praticar e viver a maior experiência e desafio da vida, que é o AMOR.

Ninguém, tão bem expressou o sentimento de amor do que Paulo de Tarso, o apóstolo dos gentios, em sua primeira Epístola aos Corintios, no cap.13, em bela forma poética.

Ainda que eu falasse línguas, a de todos os homens e a dos anjos, e não tivesse amor, seria como um sino ruidoso ou um címbalo estridente.

E ainda que eu tivesse o dom de todas as profecias e o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, e ainda que eu tivesse toda a fé ao ponto de transportar montanhas, se eu não tivesse amor, eu nada seria.

E ainda que eu distribuísse toda a minha fortuna para alimentar os pobres, e que eu entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me adiantaria, por que o amor não é vaidoso, é benigno..., não é leviano e não se ensoberbece.

O Maior Exemplo: Jesus

Rodinei Carlos Moura

Na formação do nosso planeta, nos dizem os espíritos, ele já era perfeito e ali estava, orientando os espíritos abnegados na construção de nosso planeta.

E mais à frente, quando ainda andávamos capengas, com toda sua infância e doçura, ele ali estava, nos orientando em nossa infância, como um pai orienta um filho.

Mais tarde, já conscientes de nós mesmos, agimos como escorpiões, picando sua mão, escolhendo pela prática do errado. Maltratando nossos irmãos, agindo como selvagens.

Porém, em toda sua doçura e bondade, mais uma vez, ele nos estendeu sua mão, aquela mesma que nós picamos, e com ajuda dos espíritos superiores, reduziu sua luz, tomou uma veste carnal e veio até nós, trazer sua sabedoria, um manual do bem viver, nosso sublime legado.

E mais uma vez picamos sua mão, desrespeitando seus ensinamentos, nos aproveitando de nossos irmãos mais simples, usando suas palavras de acordo com nossa conveniência, criando seitas, matando em seu nome.

Quantas vezes, em nossa arrogância suprema, nos intitulamos os donos da verdade, ferindo convicções alheias, impondo nossa maneira de ser e quando uma pequena ofensa nos foi feita, blasfemamos, xingamos a tudo e a todos e às vezes nem foi verdadeiramente uma ofensa, mas só uma verdade que feriu nosso orgulho. Então dizemos com veemência: jamais perdoarei.

Mas devemos lembrar que mesmo depois de Judas ter traído, depois de nós escolhermos Barrabás, depois de Pilatos ter lavado as mãos, e mesmo depois de lhe terem colocado uma coroa de espinhos, de ter que carregar uma cruz pesada e de ser chicoteado no meio da multidão, de ser crucificado nu, mesmo depois de tanta humilhação, de tanta ingratidão, suas últimas palavras foram um pedido a Deus: Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem.

O Homem e o Lar

Cristina Maria da Silveira

Colossenses 3-19 “Maridos, amem suas mulheres, não sejam grosseiros com elas”.

Colossenses 3-21 “Pais, não irritem seus filhos, para que eles não fiquem desanimados” I Pedro 3-7 “ Do mesmo modo, vocês maridos, sejam compreensivos na vida conjugal, mostrando consideração para com as esposas....”

A posição do homem no lar, como líder deve sempre estar acompanhada da responsabilidade de cuidar do bem estar dos membros da família. A liderança não significa ser rude, duro ou áspero.

O homem deve procurar sempre providenciar para o lar o necessário. Deve ter um ofício que lhe garanta isso. Não deve fugir a essa responsabilidade, esperando que “outros” cuidem dele e de sua família. Porém, nesta época em que vivemos, muitas vezes o homem não consegue trabalho fora de casa, nessas situações ele não deve se envergonhar em ajudar nas tarefas domésticas. Muitos homens desempregados, além de não ajudar atrapalham, se tornando um estorvo no lar, ficam agressivos e procuram fuga nos vícios.

O homem deve respeitar sua companheira, se a ela tem que trabalhar fora, muitas vezes não sobra muito tempo para o companheiro, ele deve compreender e tentar fazer do tempo livre juntos um momento agradável; se ela pode ficar em casa, cuidando da casa e dos filhos, suas tarefas devem ser reconhecidas e valorizadas por ele. Ela deve ser amada e respeitada, ele deve provir o seu bem estar, sua segurança e a sua evolução.

Infelizmente , alguns homens se aproveitam do posição de líder humilhar a mulher. Ao invés de cuidarem da mulher tornam-se tiranos delas. Acham que a mulher tem obrigação de servi-los, afinal é ele que paga as despesas. Acham que a mulher não deve se cuidar nem se informar . Acham normal que descarregar o stress do trabalho em casa. Acham até que podem espancar suas mulheres.

Esse tirano, consegue deixar a mulher sem profissão, mal cuidadas e emocionalmente abalada. Essas atitudes muitas vezes levam a mulher a procurar trabalho alternativo, fora de casa, afastando-a do lar, para conseguir sua independência. Muitas vezes esse é o motivo da separação.

Em relação ao filhos, o pai amoroso e ciente das suas responsabilidades deve evitar:

  • Chegar estressado do trabalho e descarregar nos filhos.
  • Dar mais atenção ao noticiário ou ao futebol que aos filhos.
  • Depois do trabalho, preferir um encontro social a uma atividade com os filhos.
  • Não mostrar interesse pelas doenças, preocupações e atividades dos filhos.
  • Usar de força física para 'educar' os filhos.

O pai amoroso deve ser um exemplo de para os seu filhos homens e um porto seguro para as filhas mulheres.

Não podemos nos esquecer que o exemplo do pai influencia em:

  • hábitos pessoais de higiene no lar e em público
  • modos de conduta no lar e na sociedade
  • atitudes sobre as leis da sociedade
  • responsabilidade no emprego
  • preferências de alimentação
  • opiniões políticas
  • opiniões religiosas
  • conceitos de vestimenta
  • uso de palavras e expressões
  • modos de conversar
  • cuidado dos enfermos, deficientes e pobres
  • o trato de mulheres
  • boas maneiras morais: honestidade, justiça e fidelidade à sua palavra
  • uso do dinheiro, firmeza e liderança
  • padrões de pensamento e raciocínio
  • auto-estima
  • seriedade dada aos estudos
  • profissão

O homem que está ciente da sua função e responsabilidade, deve dar mais importância a família do que a posição social ou profissão. Ele deve evitar se ausentar desnecessariamente do lar. O homem deve aprender a reservar parte do seu tempo para o convívio familiar, assim ele poderá provir, orientar, acompanhar, educar e amar.

A Visão Espírita do Mal

Para a doutrina dos espíritos o mal é criação do próprio homem e não tem existência senão temporária, transitória, pois no arranjo maior da Vida não tem sentido a permanência do mal. O mal, desta forma, faz parte do aprendizado, porém na condição de resíduo; por isso, ele deve ser descartado em algum momento.

Conforme Kardec aponta em Obras Póstumas “Deus não criou o mal; foi o homem que o produziu pelo abuso que fez dos dons de Deus, em virtude de seu livre arbítrio.” Este pequeno trecho compõe um dos mais belos ensaios que Kardec deixaria, não intencionalmente, para publicação posterior. Trata-se de O egoísmo e o orgulho: suas causas, seus efeitos e os meios de destruí-los.

O mestre lionês, ao desenvolver o tema, parte do pressuposto de que o instinto de conservação, natural e necessário para a sobrevivência do homem está na origem do egoísmo e do orgulho. Este e outros instintos têm a sua razão de ser. No entanto, o homem abusa destes instintos, por conta do apego às sensações que as impressões da matéria lhes causam.

Vive então, (e aqui começa nossa análise), a sua longa epopéia rumo à maturidade, devendo liberar-se de tudo que signifique retenção a esta fase infantil, de imaturidade, de apego ao ego, em que tudo deve girar ao nosso redor.

Na mensagem “A lei de amor”, de Lázaro, presente em O Evangelho Segundo o Espiritismo, o autor afirma que

Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor...

Os instintos, as sensações e os sentimentos estarão presentes na existência humana em determinadas combinações, durante todo o processo evolutivo, com a preponderância de alguns sobre os outros.

Na fase inicial de sua jornada – na condição de simples e ignorante – é possível que o instinto lhe seja o melhor guia; à medida que desenvolve as potências da alma – a inteligência, a vontade – ele tende a apegar-se às sensações, pois não desenvolveu ainda, na mesma proporção os sentimentos, que permanecem como presença latente e promessa futura; como a inteligência desenvolve-se mais rapidamente, na ausência de sentimentos como a fé, a esperança, a caridade, o homem tende a prender-se à sensações materiais; por fim, aliando a inteligência (instruído) e as experiências de vida (depurado), o sentimentos começam a ocupar maiores espaços de manifestações anímicas no homem.

Podemos, assim, afirmar que os instintos e as sensações ainda convivem conosco hoje, pois como espíritos encarnados, imersos em um corpo físico, estamos sujeitos às leis e às atrações da matéria, porém os sentimentos tendem a dominar-nos a alma, aliado à inteligência, que já temos desenvolvido sob as suas diversas modalidades.

Retomando o ensaio de Kardec, este vai insistir no debate em torno do egoísmo e do orgulho, situando-os como causa de todos os males.

Um outro conceito precisamos analisar, porém, neste momento, antes de prosseguirmos e aprofundarmos esta questão. Trata-se do conceito de paixão.

O conceito de paixão

A definição de paixão encontrada nos dicionários pode nos ajudar a compreender, antecipadamente, o que desejam expressar os espíritos e Kardec quando se utilizam deste termo. Segundo o Aurélio paixão é um: “Sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se à lucidez e à razão; Amor ardente; Inclinação afetiva e sensual intensa; Entusiasmo muito vivo por alguma coisa; Atividade, hábito ou vício dominador”.

Lendo um pequeno trecho das páginas iniciais de O Livro dos Espíritos (Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita), encontramos Kardec a expressar-se nestes termos (p. 25):

O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria; o homem que vence esta influência, pela elevação e depuração de sua alma, se aproxima dos bons Espíritos, em cuja companhia um dia estará. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, se aproxima dos Espíritos impuros, dando preponderância à sua natureza animal. (grifo nosso)

Na mesma Introdução, quando trata da escala, das classes em que podemos situar os espíritos em sua trajetória evolutiva, o codificador afirma (p. 24):

Os [espíritos] das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria eivados das nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc. Comprazem-se no mal. (grifo nosso)

Cabe-nos agora, destacar que o egoísmo e o orgulho compõem o que Kardec designa como sendo as paixões. O que podemos confirmar quando lemos mais adiante, ainda na Introdução (p. 27):

Ensinam-nos que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, já neste mundo, se desliga da matéria, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo, se avizinha da natureza espiritual. (grifo nosso)

No capítulo em que trata da escala espírita, Kardec ao situar os Espíritos imperfeitos na terceira ordem, traça como seus caracteres gerais (p. 89): “Predominância da matéria sobre o Espírito. Propensão para o mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as paixões que lhes são conseqüentes.” (grifo nosso)

Será necessário darmos agora um salto e nos localizarmos na parte terceira de O Livro dos Espíritos (Das Leis Morais), no capítulo XII, Da perfeição moral, no item denominado justamente Paixões. Abrangendo seis questões (907 a 912), Kardec faz um estudo breve, porém aprofundado deste tema, no diálogo que trava com os espíritos superiores que colaboram com a Codificação.

Em resumo eis o que apreendemos:

  • As paixões são constitutivas, fazendo parte do que podemos denominar de natureza humana. O seu princípio não é originariamente mau, pois “o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem”. São os acréscimos nossos, da vontade humana, os excessos, pois o “abuso que delas se faz é que causa o mal”. (questão 907)

Como já comentado por Kardec em linhas atrás, certas paixões “nos aproximam da natureza animal”; desligando-se, porém, o homem da matéria e suas atrações, por meio da ação de amor ao próximo, ele se aproxima “já neste mundo” de sua natureza espiritual. (grifo nosso)

Podemos inferir, pois, que as paixões, este “entusiasmo muito vivo por alguma coisa” ou este “sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade” na definição do Aurélio, transita na visão espírita da natureza animal à natureza espiritual. Do instinto de conservação que nos impele a buscar tudo para nós mesmos, no desejo de preservarmos nossa vida a qualquer custo, em detrimento da vida alheia (quando próximos da natureza animal, nos primórdios das experiências humanas) transitamos para um outro extremo, que é a abnegação, que também na definição do Aurélio significa “renunciar a; sacrificar-se, mortificar-se, em benefício de Deus, do próximo, de si mesmo”. Não à toa, o próprio sacrifício de Jesus, mormente na tradição católica (a morte na cruz) é denominado de Paixão (o próprio Aurélio indica o uso da maiúscula para assim o designar).

  • O governo da paixão é o que determina o limite em que se situa a fronteira entre o bem e o mal. A paixão se torna um perigo quando perdemos o domínio sobre ela e causamos males aos outros ou a nós mesmos. Como alavanca que pode decuplicar nossas forças, se mal acionada e direcionada pode voltar-se contra nós e nos esmagar. (questão 908)

Na resposta dos espíritos a Kardec é ainda dito que as paixões se assemelham a um corcel , um cavalo veloz, “que só tem utilidade quando governado e que se torna perigoso desde que passe a governar”. A própria sabedoria popular nos ensina que a vaidade, ou o egoísmo ou o orgulho não causam mal desde que em doses adequadas. Frases como “um pouco de vaidade faz bem à pessoa” e outras do gênero (quando ditas com sinceridade) correspondem exatamente ao que os espíritos em outras palavras referem-se ao domínio das paixões.

É dito também que as paixões, além de ampliar as forças humanas, “auxiliam na execução dos desígnios da Providência”.

A paixão, como define o Aurélio, é também um ”entusiasmo muito vivo” e o termo entusiasmo corresponde a “exaltação ou arrebatamento extraordinário daqueles que estavam sob inspiração divina”, também significando “dedicação ardente, ardor”. Logo, o homem quando se torna entusiasmado, no sentido mais elevado do termo, pode auxiliar nas tarefas que a Providência Divina lhe designa e de que o homem é instrumento.

  • O princípio das paixões tem por fundamento um “sentimento” ou uma “necessidade natural”; logo, as paixões não podem ser concebidas como um mal em si, pois elas são “uma das condições providenciais da nossa existência”; o excesso na utilização desta ferramenta é que causa o mal; as paixões que o aproximam da natureza animal o afastam da natureza espiritual; haverá, por outro lado, “predominância do espírito sobre a matéria” quando os homens utilizarem as paixões como instrumento a serviço dos bons sentimentos, o que os conduzirá mais rapidamente à perfeição que nos cabe atingir. (questão 908)
  • Os esforços, as tentativas para se atingir uma meta, podem conduzir o homem a “vencer as suas más inclinações”. Porém, o homem não costuma exercitar-se neste sentido, o que lhe exigiria, em verdade, “esforços muito insignificantes”. (questão 909)

Kardec e os espíritos relacionam nesta questão a má utilização das paixões e as más inclinações, tendências, tornando-as sinônimas. Os espíritos então nos afirmaria, de outra forma, que o governo, o domínio que pode se pode ter sobre as paixões não exige, comumente, grandes esforços, mas apenas dedicação, persistência.

  • O homem pode contar com os bons espíritos, cuja missão é auxiliá-los, caso deseje vencer suas más paixões ou inclinações. (questão 910)

Há uma inscrição no pórtico de Delfos, na Grécia, dizendo que “invocado ou não ele estará sempre presente”; a divindade ou Deus sempre está presente em nossas vidas, mesmo que não solicitemos... O mesmo ocorre com os bons espíritos, que nos assiste, nos auxiliando sempre. A despeito de nossa rebeldia e, às vezes, do nosso mergulho deliberado no mal, eles esperam pacientemente uma oportunidade para nos reerguer, colocando-nos em condições de retomar a caminhada no rumo do Bem. Se invocados (e invocar é solicitar ajuda ou intercessão de alguém) ou se evocados (evocar é chamar a si, reclamar a presença de alguém) os espíritos amigos haverão de nos auxiliar a vencer nossas más paixões ou más tendências, inclinações.

  • A vontade pode sempre triunfar sobre as más paixões, dominando-as. Os homens, no entanto, que se comprazem com o mal, que lhes proporciona prazer, pela afinidade com tudo o que se aproxima dessa sua transitória, mas obstinada natureza animal, são aqueles cuja “vontade só lhes está nos lábios”. Aqueles que compreendem “a sua natureza espiritual” lutam por reprimir as próprias más tendências. “Vencê-las é, para eles, uma vitória do Espírito sobre a matéria.” (questão 911)

É mais fácil, cômodo enganar-se, iludir-se do que se enfrentar nas lutas sem quartel que se tem que travar para a vitória sobre si mesmo, contra o mal existente dentro de nós mesmos. A alavanca férrea da vontade, que nos pode ajudar a remover todos os obstáculos do caminho, precisa ser forjada todos os dias, retemperada pela oração e pela vigilância.

É necessário, portanto, estarmos atentos e em comunhão com o Alto, para não nos amolentarmos, pois é comum nos deixarmos arrastar pelos cantos de sereia da preguiça, da acomodação e dos prazeres que a isto conduz ou implica.

  • Por fim, o antídoto recomendado pelos espíritos no combate que se deve travar para vencer-se o “predomínio da natureza corpórea” é a prática da abnegação. (questão 912)

A própria definição do que é abnegação indica o que nos cabe fazer: “renunciar a; sacrificar-se, mortificar-se, em benefício de Deus, do próximo, de si mesmo”. Os verbos de que o dicionarista se utiliza para definir abnegação nos sugere dois tipos de atitude: a ativa e a passiva. Renunciar a alguma coisa é, aparentemente, uma atitude passiva, de deixar-se, abandonar-se, apagar-se ou até de fugir de alguma situação. No entanto, ninguém pode renunciar às coisas do mundo em favor de algo ou alguém sem que mobilize as forças do pensamento e do coração, com “dedicação ardente, ardor” próprio de quem mobiliza o entusiasmo naquilo em que se empenha. A abnegação é, enfim, um sentimento de renúncia, de sacrifício, de anulação do ego para a vivência ativa do amor ao próximo.

Bem, depois de termos examinado as questões 907 a 912, sobre as paixões, cabe-nos indicar que as questões que se seguirão trata do egoísmo. Da questão 913 a 917 Kardec e os espíritos dialogam sobre esta “verdadeira chaga da sociedade”. Às más paixões ou más inclinações Kardec designará agora como vícios como se vê na questão 913: “Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical?”

A resposta é naturalmente o egoísmo, que está na raiz de todos os males (daí o adjetivo radical utilizado na pergunta). E continuam os espíritos “Por mais que lhes deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito...” (grifos nossos)

E ao final da resposta os espíritos são claros:

Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades.

A idéia de que o egoísmo e o orgulho possam ser situados como causa de todos os males humanos pode causar mal estar a muitos que se propõe a examinar estas questões. Os espíritos e Kardec, de modo simples e coerente, são muito felizes em situar no campo das causas últimas, o papel das paixões ou dos sentimentos do egoísmo, do orgulho e outros assemelhados. Tudo o mais estaria no campo dos efeitos. (que podem se tornar causa de outros efeitos). A miséria sócio-econômica, por exemplo, pode ter sua origem na extrema concentração de renda em determinado país ou região. Na visão espírita, sem desprezar as análises sociológicas, econômicas ou quaisquer outras, a causa deste fenômeno está no egoísmo e no orgulho dos homens, em última instância. A extrema concentração de renda, alegada como causa, na verdade seria um efeito da causa primordial que são as más paixões.

Sentir é causar

Pesquisando na Internet sobre este tema que estamos tratando, encontramos uma interessante dissertação de mestrado, na área da Psicologia Social, que em resumo trata da relação entre maturidade, estabilidade emocional e altruísmo. A autora deste trabalho investigou o perfil daqueles que adotam crianças, tendo comparado o grupo que adota crianças ainda bebês e aqueles que o fazem com crianças maiores. Ao final conclui-se que “os adotantes tardios realmente mostraram-se mais maduros, estáveis emocionalmente e mais altruístas do que os adotantes convencionais”.

Buscando a equivalência do conceito de abnegação e altruísmo, podemos inferir que aqueles que se devotam ao próximo, esquecidos de si mesmos, têm por resposta, em decorrência direta, uma maior maturidade e estabilidade emocional (enfim, os sentimentos de plenitude, de paz, tão almejados por todos). Abnegar-se, no caso específico das adoções tardias, isto é, de crianças maiores, com 2 ou mais anos, é romper com as convenções, assumir o sacrifício da adaptação, dar-se em maior cota de amor para integrar a criança à nova família.

Podemos parafrasear Martin Claret e afirmar que sentir é causar. Isto é, aqueles que experimentam, exercitam sentimentos elevados, aqueles voltados ao bem-estar do próximo, modificam suas próprias vidas. Causam transformações no campo de manifestações das emoções, adquirindo o que se denomina freqüentemente de equilíbrio ou centramento psicológico (fulano é uma pessoa centrada, equilibrada).

Por outro lado, sentimentos pouco elevados, carregados de apego ao ego, causam também, ou seja, promovem também modificações em nossas vidas – pessoais e coletivas. A discriminação étnica, racial que tem causado tantos problemas no mundo, é exemplo disto. Os resultados, no mais das vezes, são tragédias, quer pessoais, grupais ou coletivas (o extermínio dos judeus, já citado; a perseguição aos ciganos no leste europeu; as sutis discriminações aos negros brasileiros e outros lamentáveis exemplos).

O combate ao mal

Por não sabermos ainda produzir, em nossos pensamentos, atitudes e ações o bem em toda a plenitude, estamos às voltas com as sobras, com os resíduos das nossas paixões, de que devemos nos livrar, conforme propomos no início deste texto. Não é simples, porém, nos livrarmos do mal que produzimos. Mal que nasce em nós, nos impregna e temporariamente passa a fazer parte de nossa personalidade.

Para atingir tal intento é preciso vigiar, como sentinelas atentos, as fontes do próprio coração, de onde afinal provém todo o mal, como nos ensinou Jesus, quando lançou uma pergunta que continua atual: “...como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.” (Mateus 12:34)

Paulo de Tarso na sua carta aos romanos (7:19) tece comentários sobre as lutas que se deve travar para combater o mal em nós mesmos, em frase já célebre: “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço”.

Prosseguindo nesta linha de argumentação podemos levar a pensar que o mal de que estamos falando é algo medonho, terrível, execrável – e poderíamos citar aqui certas manifestações do mal que tenham realmente uma tal face. Alguém poderia dizer a si mesmo: “Bem, deste tipo de mal felizmente eu estou livre...”

Pois bem, o mal porém, de que estamos a tratar não se restringe às suas manifestações mais grotescas, trágicas. E por isso está tão presente em nós... O mal de que fala o Paulo em suas epístolas é o mal corriqueiro que vive em nós e é alimentado por nós mesmos. E que, em certa medida, nos proporciona prazer. Daí a nossa dificuldade de nos desembaraçarmos dele...

Retomando a questão do abuso dos instintos, temos um mal tão comum hoje, que a ninguém repugna em princípio: o comer em excesso. Nele está presente o instinto de conservação. A natureza estabeleceu para algumas das funções deste instinto a sensação de prazer, reconforto, saciedade, como forma de regulá-lo. E ao extrapolarmos os instintos, abusando deles, nos apegamos às sensações e nos viciamos literalmente no hábito de comer em demasia, não mais para nos alimentarmos, mas para extrairmos prazer – bruto ou sofisticado deste ato. É preciso ainda acrescentar que podemos nos dar aos excessos apoiados confortavelmente em mil dissimulações, disfarces, desculpas, prontamente aceitas pelos outros, condescendentes que somos com os desvios alheios, tanto quanto como os nossos...

Os maus hábitos de cada dia por vezes tendem a se perpetuar em nossas vidas por diversos motivos, entre outros, a própria aprovação social dos mesmos. Vivendo em uma sociedade ainda marcadamente materialista e hedonista, não é de surpreender que nos vejamos impelidos a aceitar como natural todas as atrações da matéria e todos os prazeres que isto proporciona.

A luta sem tréguas e sem quartel contra o mal que existe ainda em nós, exige não tão somente conhecimento, mas sobretudo um grande esforço de vontade deliberada e consciente, pois estagiamos ainda próximos das nossas experiências no reino da animalidade; daí nos sentirmos atraídos, arrastados por certas facetas das más paixões. Por isso, não raro, apesar de toda a consciência do bem e do mal, nossos atos de rebeldia ou de invigilância nos embaraça nas tramas de experiências totalmente dispensáveis que trazem por conseqüência direta ou indireta, dores e responsabilidades...

Muitos de nós sucumbimos a estas experiências dispensáveis por estarmos desatentos ao cumprimento dos deveres que nos cabe realizar, às vezes penosos. Para fugirmos à rotina, que nos constrange mas também nos livra de muitos problemas, nos lançamos em certas aventuras que nos causam problemas sem fim.

Outros, desejando testar inconseqüentemente suas próprias resistências, findam por abrir a caixa de Pandora (que segundo a mitologia grega continha todos os males), despertando sentimentos, sensações que deveriam permanecer soterrados, a espera de melhor oportunidade para serem trabalhados, lapidados. Portanto, não tenhamos nunca a mórbida curiosidade de conhecer em toda a extensão a "maldade humana" (a nossa própria e a alheia), cabendo-nos, antes, mantermo-nos em alerta, para evitar que o mal que brota de nós mesmos se alastre e por contágio encontre afinidade com o mal que nasce em outros corações...

Conhecer-se para transformar-se

Para todos que desejem sustentar-se na luta sem tréguas, encontramos em Santo Agostinho uma das estratégias mais eficazes de autotransformação (e por conseqüência de vitória sobre nós mesmos). Trata-se da meditação diária sobre os próprios atos, fundamental se desejamos combater o mal em nós mesmos sistematicamente. A lição agostiniana está inserida na última questão (919 e 919-a) da Parte Terceira Das leis morais, no capítulo XII, Da perfeição moral de O Livro dos Espíritos.

Na primeira parte da questão (919) Kardec indaga dos espíritos: “Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?” A resposta, muito direta e clara é também concisa: “Um sábio da antigüidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”

Muito arguto, Kardec desdobra a questão buscando solucionar a questão prática que envolve o tema: o como fazê-lo: ”Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?

Santo Agostinho, como resposta, tece muitas considerações, que resumiremos a seguir:

  • Devemos interrogar a própria consciência, passando em revista os atos cotidianos, para a identificação dos desvios do deveres que deveriam ter sido cumpridos e dos motivos alheios de queixa por conta dos nossos atos. Por este meio chegou ele, Santo Agostinho, a se conhecer “e a ver o que [nele] precisava de reforma”.
  • Quem se disponha a examinar os atos cotidianos para identificação do bem ou do mal que se possa ter feito “grande força adquiriria para se aperfeiçoar”. Acresce ele que se deve rogar a Deus e aos espíritos protetores esclarecimento, pois “Deus o assistiria” neste sentido.
  • Propõe para o exame dos atos cotidianos o dirigir a si mesmo perguntas, o interrogar-se sobre o que se faz e com que propósito para identificarmos se fizemos algo que censuraríamos se praticado por outra pessoa, e também se fizemos algo que não ousaríamos confessar.
  • Propõe ainda mais, fazendo-nos situar diante da vida na condição daquele que pode retornar ao mundo dos Espíritos a qualquer instante, onde deveremos fazer o balanço dos próprios atos praticados durante a experiência carnal: ao desembarcar no outro lado da vida onde nada pode ser ocultado teríamos “que temer o olhar de alguém”?
  • A prova de que podemos descansar a consciência está em examinar se nada fizemos contra a Divindade, ao próximo e a nós mesmos.
  • Porque seja difícil a auto-avaliação, o auto-julgamento por conta das ilusões do amor-próprio, é proposto como meio de verificação isento de ilusão perguntar a si mesmo como classificaríamos nossas próprias ações, se praticadas por outras pessoas. Se tivermos motivos para censurar tais ações, torna-se claro que não devemos agir do mesmo modo.
  • Na mesma linha de raciocínio, propõe ele que procuremos verificar o que pensam os outros sobre os nossos atos. E mais: a opinião dos inimigos, por não terem nenhum interesse em mascarar a verdade, não deve ser desprezada, pois eles são um bom meio de advertência, utilizando-se com mais freqüência da franqueza do que faria um amigo.
  • Aconselha ainda àqueles que se sintam possuído do desejo sério de melhorar-se a investigar minuciosamente a própria consciência a fim de extirpar de si os maus pendores. E tal como ele próprio o fazia, que busquemos dar um balanço diário de nossas ações morais, para avaliarmos perdas e lucros; os lucros serão maiores que as perdas se assim agirmos.
  • Em seguida Santo Agostinho afirma textualmente: “Se puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar na outra vida.” O seu dia, cremos nós, deve ser entendido com a culminância de uma sucessão de dias. De qualquer forma, indica-nos a necessidade de aproveitarmos bem todos os dias, dando atenção ao tempo que costuma fugir-nos das mãos, caso não o administremos bem.
  • Como meio de auto-exame da consciência, recomenda que formulemos “questões nítidas e precisas”, não temendo multiplicá-las, de modo a nos interrogarmos acerca de nossos próprios atos. Este diálogo íntimo, que não toma mais que alguns minutos e “alguns esforços”, é meio de conquista da “felicidade eterna”.
  • Posto que muitos têm o futuro como incerto, é que os espíritos vêm dissipar as nossas incertezas “por meio de fenômenos” capazes de nos ferir os sentidos e de “instruções” (que nos cabe, por nossa vez, também disseminar).

O comentário breve de Kardec a esta resposta é digno também de exame. E para tanto tomamos a liberdade de transcrevê-lo literalmente:

Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas. Se, efetivamente, seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogássemos mais amiúde a nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos. A forma interrogativa tem alguma coisa de mais preciso do que qualquer máxima, que muitas vezes deixamos de aplicar a nós mesmos. Aquela exige respostas categóricas, por um sim ou não, que não abrem lugar para qualquer alternativa e que são outros tantos argumentos pessoais. E, pela soma que derem as respostas, poderemos computar a soma de bem ou de mal que existe em nós.

A título de conclusão

Diante da banalização do mal que se espalha pelo mundo dos homens, resta-nos individual e coletivamente nos lançarmos ao bom combate, que é constante, exigindo-nos disciplina e perseverança. A guerra do bem contra o mal, tema de incontáveis livros e filmes, deve ser travada nos domínios dos nossos próprios corações, acima de tudo.

Lembrando-nos da alegoria dos ovos da serpente, devemos quebrá-los todos ainda no ninho, antes que libertemos o mal que ainda teima em fazer morada em nós. Se já desencadeamos o mal, somente nos resta sofrer-lhe as conseqüências, com serenidade e resistência.

Se nos embaraçamos nas tramas do mal, não basta arrependermo-nos de nossos atos e nos comprometermos à mudança por desencargo de consciência (ou por quaisquer formas de promessas); é necessário meditarmos profundamente no móvel de nossas ações; é preciso, enfim, mergulharmos a sonda da investigação em nosso espírito para o exame de nossos mais profundos sentimentos e pensamentos.

Se a nossa má ação decorreu, por exemplo, do exercício da violência, devemos buscar em nosso coração as raízes desta violência, esteja ela onde esteja; e somente há um meio de extirparmos definitivamente as raízes de todos os males: estarmos de permanente prontidão para domar, controlar-lhes as expressões... Aprende-se nas reuniões dos Anônimos (alcoólicos, em particular) que nossos vícios (as más paixões) não tem propriamente cura, mas tão somente controle. As lutas sem fim e sem quartel contra o mal exige-nos, desta forma, uma plena disponibilidade de vigilância e oração.

Caso nossa "meditação" acerca das raízes e frutos do mal seja superficial; caso não examinemos com rigor as causas de nossas ações, fatalmente incorreremos nos mesmos erros, quando as circunstâncias mudarem, quando forem outros os cenários. O motivo da reincidência está em que nós não exercitamos nosso "raciocínio moral", que também se desenvolve como o raciocínio lógico, matemático, etc.

Por outro lado, mesmo que não estejamos às voltas com as expressões mais visíveis do mal, como as paixões humanas tornaram-se mais “violentas e devastadoras, no homem que prossegue inquieto”, segundo Joanna de Ângelis, é possível que as conseqüências destas paixões nos atinjam, diretamente ou indiretamente. A tendência de nos refugiarmos no nosso mundo ainda preservado do contágio de tantos males pode nos tornar alheios a este mundo de provas e expiações. Mantermo-nos sensíveis à dor do próximo, por mais que isto nos possa incomodar ou constranger é atitude genuinamente cristã... Refugiar-se na indiferença, como fuga aos incômodos que as dores, as paixões e erros alheios nos causam, não é medida salutar.

Necessário se torna que aprendamos com nossas vivências práticas e com os exercícios do “raciocínio moral” e com um farto material de aprendizagem: os erros próprios e os alheios. O aprimoramento ético-moral exige, enfim, reflexão e mergulho em si mesmo. E se necessário for, que revisemos periodicamente nossas quedas e deslizes no campo moral, ativando a memória para nos lembrarmos dos tantos espinhos que já trazemos cravados na "carne do espírito", tal como ensina Paulo de Tarso. Estes espinhos nos lembrarão a nossa condição de enfermos em estágio de longa recuperação, necessitados de cautela...

E no mais, que acreditemos, como em Juízo Final, canção de Nelson Cavaquinho, que “do mal será queimada a semente / o amor será eterno novamente”, tendo a certeza de que todo o império do mal ruirá quando rompermos os elos que mantemos com as porções inferiores de nossa própria individualidade!

O Verdadeiro Espírita


Jamil Salomão

“O espírita é reconhecido pelo esforço que faz para sua transformação moral e para vencer suas tendências para o mal.” – Allan Kardec

O verdadeiro espírita é aquele que aceita os princípios básicos da Doutrina Espírita. Quando se pergunta ao praticante: Você é espírita? Comumente ele responde: “Estou tentando”. Na verdade, a resposta deveria ser sem hesitação: Sou espírita!!! Quanto ao fato de ser perfeito ou qualquer qualificação moral é outro assunto, que não exime o profitente de ser incisivo na sua resposta. Nesse ponto, o praticante não tem que hesitar na sua definição, porquanto Allan Kardec foi claro no seu esclarecimento ao afirmar que se reconhece o espírita pelo seu esforço, pela sua transformação, e não pelas suas virtudes ou pretensas qualidades, raras nos habitantes deste Planeta.

O que acontece com freqüência, seja iniciante ou mesmo com os mais antigos, é que, será mais cômodo não assumir uma postura mais responsável ou permanecer com um pé na canoa e outro na terra. Admite-se até, em determinadas ocasiões que se queira dar uma demonstração de modéstia, mas, que não se justifica sob o ponto de vista de definição pessoal.

A propósito, lembro-me de ter ouvido em uma emissora de rádio da Capital um pronunciamento de um padre católico, ao referir-se aos católicos, que freqüentam os Centros Espíritas para os habituais Passes e a “aguinha fluidificada” e passam a vida sem ter a mínima noção do que representa o Passe e a água. Para esses meio-cá-meio-lá, o mencionado reverendo denominou-se de “catóritas”. Engraçado, não!?

Como chamar os espíritas que se dedicam aos trabalhos nos Centros Espíritas, mas que continuam batizando os filhos, sob o pretexto de que quando maiores escolherão sua própria religião, casam os filhos na Igreja com as pompas e as cerimônias habituais, fazem a Primeira Comunhão com as tradições da Igreja Católica, etc?

Quando os Centros Espíritas se organizarem verdadeiramente, proporcionando aos seus freqüentadores, além do Passe e da Água Fluidificada, a orientação doutrinária, para maior compreensão dos princípios básicos que devem nortear o aprendiz e os trabalhadores na Seara Espírita, certamente, o verdadeiro espírita terá uma nova postura na sociedade, mais convincente, porque passará a distinguir o que é ser espírita, segundo a analogia explicitada por Allan Kardec nas obras básicas organizadas pelo codificador sob a orientação dos Benfeitores Espirituais.

“Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos.” – Bezerra de Menezes

A Importância do Sorriso na Casa Espírita

Joaquim Ladislau Pires Júnior

Outro dia um amigo me confidenciou que estava muito preocupado com a ausência de sorrisos e calor humano no interior das instituições espíritas. E que se nossa Doutrina é otimista, trazendo nova luz para a vida por que é que há tanta gente carrancuda dentro das instituições?

Não pude deixar de concordar com ele.

De fato, tenho percebido que muitas instituições, através de seus dirigentes e trabalhadores, à guisa de manter a seriedade doutrinária comprometem o seu bom humor, a simpatia, o calor humano, como se o mundo se resumisse às suas carrancas, ao sofrimento e ao pessimismo.

Não podemos esquecer que normalmente quem procura o centro espírita está com dificuldades, está desanimado, está sofrendo. Se mantemos uma postura sisuda, com humor fechado, e sem a luz de um sorriso, devemos saber que temos a chance de estarmos contribuindo para influenciar negativamente aqueles que nos procuram, piorando a sua situação.

Talvez por um atavismo judaico-cristão associado com a idéia equivocada de que o sofrimento é enobrecedor e é sinal de evolução (o que está errado, evidentemente) é que esses irmãos e irmãs que preferem a carranca ao sorriso estejam agindo assim.

Que jamais faltem sorrisos nos centros espíritas, pois nada mais animador do que ser recebido com um sorriso e com calor humano. Pois nós não somos máquinas. Somos seres humanos, seres espirituais, tendo o compromisso de transformar o mundo para melhor. Para que sombras em nosso rosto?

Não podemos esquecer que o abismo atrai o abismo e que sorrir sempre é a garantia de espalhar a paz e a alegria a contagiar aqueles que estão ao nosso redor, onde quer que seja.

E a casa espírita detém um papel de fundamental importância como irradiadora da luz, sendo nossa postura a lâmpada a propagar essa boa energia. Se fechamos o nosso rosto, estaremos impedindo o fluxo dessa luz. Pois “cara” fechada não é sinal de evolução.

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Criança

Levantará o homem o próprio ninho à plena altura, estagiando no tope dos gigantescos edifícios de cimento armado...

Escalará o fastigio da ciência, povoando o espaço de ondas múltiplas, incessantemente convertidas em mensagens de som e cor.

Voará em palácios aéreos, cruzando os céus com rapidez do raio...

Elevar-se-á sobre torres poderosas, estudando a natureza e movimento dos astros...

Erguer-se-á, vitorioso, ao cimo da cultura intelectual, especulando sobre a essência do Universo...

Entretanto, se não descer, repleto de amor, para auxiliar a criança, no chão do mundo, debalde esperará pela humanidade melhor.

Na infância, surge, renovado, o germe da perfeição, tanto quanto na alvorada recomeça o fulgor do dia.

Estende os braços generosos e ampara os pequeninos que te rodeiam.

Livra-os, hoje, da ignorância e da penúrio, da preguiça e da crueldade, para que, amanhã, saibam livrar-se do crime e do sofrimento.

Filha de tua carne ou rebento do lar alheio, cada criança é vida de tua vida.

Aprende a descer para ajudá-la, como Jesus desceu até nós para redimir-nos.

Sem a recuperação da infância para a glória do bem, todo o progresso humano continuará oscilando nos espinheiros da ilusão e do mal.

Não duvides que, ao pé de cada berço, Deus nos permite encontrar o próprio futuro. De nós depende fazê-lo trilho perigoso para a descida à sombra ou estrada sublime para ascensão à luz.

Emmanuel
Médium: Francisco Cândido Xavier

Mensagem Para a Criança Que Habita Nosso Íntimo

Quando pequenos papai lutava com alguma dificuldade para manter a família, pois éramos 5 filhos, todos pequenos.
Como estávamos sempre a desejar um carrinho, como os filhos dos vizinhos tinham, ele, economizando um pouco, comprou-nos um, esclarecendo que pertenceria a todos.
Ficamos muito contentes mas, em breve, estávamos brigando, cada qual julgando ter primazia para usar o brinquedo.
Não podendo adquirir um carrinho para cada filho, certo dia, depois de uma das nossas muitas discussões, ele chamou-nos para conversar.
- Vocês estão se desentendendo por causa do carrinho e isso não é bom. Mas há um meio de resolver o problema. Durante uma semana o carrinho vai pertencer apenas a um de vocês. Os demais se ocuparão dos trabalhos da casa, auxiliando sua mãe. Aquele que estiver com o carrinho poderá empregar o tempo do modo que quiser.
O plano não nos pareceu mau e, quando fizemos o sorteio para saber quem ficaria com o brinquedo em primeiro lugar, fui o contemplado. Fiquei muito satisfeito, mas nos dias que se seguiram percebi que brincar sem os companheiros era terrivelmente monótono. Trabalhando juntos, os meus irmãos pareciam mais contentes e felizes que eu.
Confessei-lhes o que estava sentindo e decidimos conversar outra vez com papai.
- E vocês, sentem-se satisfeitos trabalhando sem o Juca??
Meus irmãos responderam que não. Além do trabalho ter-se tornado mais árduo, eles sentiam falta da minha companhia.
- Então - disse meu pai depois de pensar um pouco - por que vocês não resolvem o caso da seguinte maneira: antes vocês não realizavam, juntos, as tarefas de casa. Com o tempo que restar, pois o trabalho ficará reduzido, poderão brincar à vontade com o carrinho. Que tal a idéia?
Achamos que a solução era ótima. Começamos a trabalhar juntos, auxiliando-nos uns aos outros e, depois de tudo terminado, corríamos para o carrinho, usando-o para brincadeiras em grupo. Acabaram-se as brigas e até hoje eu e meus irmãos mantemos vivo esse espírito de cooperação e camaradagem.

Dia da Criança

Feliz dia das crianças para todas as crianças do Universo!


Aqui no Brasil comemoramos o dia das crianças em 12 de outubro, mas todos os dias
são dias das crianças, ou seja o nosso dia também rsrs

"Grande Homem é aquele que não perdeu o Coração de Criança."
Registado
"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."

domingo, 11 de outubro de 2009

Eu sou JESUS





Quando nas horas de intimo desgosto,
o desalento lhe invadir a alma
e as lágrimas lhe aflorarem nos olhos,
Busca-me...

"Eu sou Aquele que sabe
sufocar-lhe o pranto e estancar-lhe as lágrimas!"

Quando se julgar incompreendido dos que lhe
circundam e vir que em torno há indiferença,
Acerque-se de Mim...

"Eu sou a Luz, sob cujos raios se aclamaram
a pureza de tuas intenções e a nobreza
dos seus sentimentos!"

Quando se extinguir o ânimo para arrastar as
vicissitudes da vida e se encontrar na
iminência de desfalecer,
Chama-me...

"Eu sou a força capaz de remover as
pedras do caminho e sobrepor-lhe às
adversidades do mundo!"

Quando inclementes lhe açoitarem os
vendavais da sorte e já não souber onde
reclinar a cabeça,
Corre para junto de Mim...

"Eu sou o Refúgio em cujo seio
encontrarás guarida para o seu corpo e
tranqüilidade para o seu espírito!"

Quando lhe faltar calma, nos momentos de
maior aflição e se considerar incapaz de
conservar a serenidade de espírito,
Invoca-me...

"Eu sou a Paciência que lhe faz vencer os
transes mais dolorosos e triunfar nas
situações mais difíceis!"

Quando estiver se debatendo nos paroxismos
da dor e tiver a alma ulcerada pelos abrolhos,
Grita por Mim...

"Eu sou o Bálsamo que cicatriza as
chagas e lhe minora os padecimentos!"

Quando o mundo lhe iludir com suas
promessas falazes e perceber que ninguém
pode inspirar-lhe confiança,
Vem a Mim...

"Eu sou a Sinceridade, que sabe
corresponder à franqueza das suas atitudes
e excelsitudes dos seus ideais!"

Quando a tristeza e a melancolia lhe
povoarem o coração e tudo lhe causar
aborrecimento,
Chama por Mim...

"Eu sou a Alegria que insufla um alento
novo e lhe faz conhecer os encantos de
seu mundo interior!"

Quando um a um lhe fenecerem os ideais
mais belos e sentir-se no auge do desespero,
Apela por Mim...

"Eu sou a Esperança que lhe robustece a
fé que lhe acalenta os sonhos!"

Quando a impiedade recuar-lhe as faltas
e estiver experimentando a dureza do coração humano,
Procura-Me...

"Eu sou o Perdão que lhe levanta o ânimo e
promove a reabilitação do seu espírito!"

Quando duvidar de tudo, até das suas próprias
convicções e o ceticismo lhe avassalar a alma,
Recorre a Mim...

"Eu sou a Crença que lhe inunda de luz o
entendimento e lhe habilita para a conquista
da felicidade!"

Quando já não estiver provando a sublimidade
de uma afeição terna e sincera e o sentimento
relativo aos seus semelhantes for só desilusão,
Aproxime-se de Mim...

"Eu sou a Renúncia, que lhe ensina a
olvidar a ingratidão dos homens e a
esquecer a incompreensão do mundo!"

E quando, enfim..., quiser saber quem sou Eu,
pergunta ao riacho que murmura, ao pássaro que canta,
à flor que desabrocha, à estrela que cintila,
ao moço que espera e ao velho que recorda...

"Chamo-me AMOR... o remédio para todos
os males que lhe atormentam o espírito!

"EU SOU JESUS!"

Valorização da Vida

A Vida é criação de Deus.Valorize-a! Você é um Espírito.
Possui um corpo físico, que lhe é um empréstimo da Divindade.
Possui, também, um corpo espiritual ou perispírito.
Preserve seus corpos, eduque o Espírito
que você é, desenvolva seus
potenciais!
Esta é a
base de
sua missão,
na Terra.
Saia daqui
em melhores
condições do que
aquelas com que chegou,
através da reencarnação .



Porque traz em Si mesmo a Chama do Espírito, quando você cochila,
dorme, ou entra num estado psíquico entre a vigília e o sono, desliga-se,
parcialmente, de seu corpo material, utilizando como veículo de
locomoção o perispírito ou corpo espiritual. Através dele você,
Espírito, poderá percorrer trechos da Dimensão Espiritual ou
ficar no território fluídico de seu quarto.
Quando volta dessas experiências, você se religa
ao corpo carnal, novamente, despertando
de imediato, ou mais tarde,
para continuar com
suas ocupações
e tarefas
terrenas,
diárias.





E porque traz também em Si a Chama da Imortalidade, com a
morte do corpo grosseiro você regressará à Pátria Espiritual
com seu perispírito, onde deverá ficar, de início,
por um período de readaptação natural. Reverá, aos
poucos, com a ajuda de Amigos Espirituais, seu
programa reeencarnatório e o que cumpriu
na jornada terrena. Cada encarnação é
prova da Misericórdia Divina.
Por tudo isso, cuide bem de seu corpo e de Si.
Não abuse das bênçãos e oportunidades
que a vida lhe apresenta.
Não destrua seu corpo. Não lesione seu
corpo espiritual.
Equilibre-se, espiritual e moralmente,
e ajude a equilibrar
a
Vida!

* Rosa Marina Giarola

sábado, 3 de outubro de 2009

Em Harmonia


Todos os dias, as notícias nos chegam estarrecedoras.

Manchetes falam de bombas e, em fotos dramáticas, nos dão a conhecer a dor, a morte e a destruição.

As imagens televisivas nos trazem ao conhecimento grande número de assaltos, de roubos e de furtos.

A violência chega ao lar pela boca dos próprios filhos que, ao se habituarem com a agressão de fora, aderem à onda e passam a agredir, igualmente, no verbo e no agir.

Andamos pelas ruas e o trânsito indisciplinado parece nos perseguir os passos.

A natureza se apresenta rebelada contra os maus tratos que o homem lhe vem impondo e estertora e grita, transformando­-se o vento em furacão, pequenos abalos em terremotos alarmantes, chuvas em enchentes que nada respeitam, nem mesmo a vida humana.

Concluímos que ninguém está seguro em lugar algum, desde que temos a nos espreitar pessoas em desequilíbrio, violentas ou indisciplinadas, a fúria dos ventos e das tempestades.

Aturdimo-nos e o cansaço nos domina, dizendo-nos da impossibilidade de lutar contra tantas coisas e de vencê­-las.

Contudo, basta que acionemos uma pequena alavanca e outro será o panorama com que nos defrontaremos.

A alavanca da fé.

Os dias que atravessamos são verdadeiramente graves, mas podem ser vencidos com paciência e persistência.

Não há nada que nos impeça de manter a tranqüilidade, banhando-nos na fé na Providência Divina.

Sustentados pela certeza do amor Dele que a tudo provê, não nos permitamos desesperar.

Afinal, a Terra já conheceu muitos outros períodos de loucura. Momentos em que Espíritos foram provados e venceram, dando testemunho da fé que lhes robustecia as fibras d'alma.

Recordamos de Joanna d'Arc enfrentando a fogueira do martírio, em harmonia, guardando energias para perdoar aos que lhe imolavam o corpo.

Também tranqüila permaneceu Joana de Cusa, mártir dos primeiros tempos do Cristianismo que, estribada na sua fé, suportou a fogueira com heroísmo.

A serenidade e a tranqüilidade foram sempre marcas registradas dos que afirmaram seguir Jesus.

Os cristãos primitivos compareciam à arena do Circo, portando um sorriso nos lábios que desabrochavam em cânticos de louvor.

Conduzamo-nos pois, com bom ânimo, alimentados pelo Evangelho de Jesus, que é luz para o Espírito imortal.

Conservemo-nos em harmonia, apesar do clima de insensatez que impera em muitas almas. Como cristãos, devemos demonstrar a nossa fortaleza, a fim de que nos transformemos em apoio para os que seguem atrás de nós, desesperançados e tristes.

* * *

Os metais, para serem modelados, necessitam experimentar a fornalha ardente.

Para revelar a beleza que se encontra em seu interior, o bloco de granito necessita receber os duros golpes do martelo e do cinzel.

Pois assim também o Espírito, para se apresentar em toda sua beleza, necessita ser lapidado, e sofrer o calor das dores e das provações, enquanto não impere em sua vida o amor a Deus, o amor ao próximo e o amor a si mesmo.

"Encostos"


Uma ouvinte escreveu para o nosso programa e nos pediu que falássemos sobre "encostos".

Antes de tudo, é bom esclarecer que o que vulgarmente se entende por "encosto" é a suposta presença de um espírito junto a um encarnado, ou seja, um morto que se liga a um vivo a fim de perturbá-lo.

Convém que tenhamos em mente, que o mundo espiritual não fica em região distante do mundo dos vivos mas ambos se interpenetram.

Assim, os espíritos nos percebem bem como alguns encarnados os percebem através da faculdade mediúnica.

A reger esses dois mundos, há a lei de afinidade ou de sintonia.

Dessa forma, é pelos pensamentos que atraímos os desencarnados e somos atraídos por eles.

Se for um familiar, um ente caro que está do lado de lá, e nós o chamamos constantemente pelo pensamento, ele sente as nossas vibrações. Se forem vibrações equilibradas de carinho, afeto, saudade, ele se sentirá bem.

Todavia, se nos lembramos dele com revolta, mágoa, nós é que nos constituiremos em "encosto", isto é, não lhe damos sossego no além túmulo.

Se, por outra, o chamamos para que nos auxilie e ele não se acha em condições para tanto, sentirá nosso assédio mental e sofrerá com isso.

Considerando-se, ainda, que raras são as pessoas que têm um retorno tranqüilo à vida espiritual, por faltar-lhes conhecimento e, sobretudo preparo, estas são como náufragos do além, que precisam de socorro.

Isso ocorre por terem se ligado tão intensamente aos interesses materiais, que ao desencarnar não apresentam a mínima condição para reconhecer onde estão e o que lhes compete fazer, como atordoado sobrevivente de um naufrágio em ilha desconhecida.

Espíritos assim podem permanecer no próprio lar, ao lado dos familiares. Ignorando sua nova condição, solicitam ajuda e se desesperam ao sentir que não são atendidos.

Se na casa há alguém com razoável sensibilidade psíquica, passa a colher algo das angústias e inquietações do desencarnado e, não raro, sensações relacionadas com os sintomas da doença que motivou seu falecimento.

Nesse, como nos demais casos, cabe-nos o dever de ajudar. Seja fazendo uma prece, rogando a Jesus que encaminhe esse espírito, seja vibrando com carinho em seu favor, ou simplesmente endereçando-lhe um bom pensamento.

O importante é que tenhamos sempre em mente, que os ditos "encostos" nada mais são do que os homens e mulheres que viveram no corpo físico e que agora habitam o mundo dos espíritos.

Não há razão para temê-los, nem para expulsá-los com indiferença. São nossos irmãos, rogando auxílio e compreensão.

Você sabia?

Você sabia que muitos espíritos ficam presos no lar algemados pelas vibrações desajustadas de familiares que não aceitam a separação?

Evitando o desespero e a inconformação estaremos ajudando os seres que amamos, na viagem de retorno à pátria espiritual.

E você sabia que a literatura espírita é rica em informações sobre a vida no além túmulo?

Se você quer saber mais a respeito desse tema, procure os livros espíritas que tratam do assunto.

Em Que Deus Eu Creio

Quando se pergunta a uma pessoa se ela crê em Deus, a resposta, com raras exceções, é afirmativa. Sim, ela crê em Deus.

Estranhamente, embora o expressivo número de pessoas que dizem crer em Deus, é igualmente expressivo o número dos desencantados, depressivos, desesperados.

Como se pode explicar que crendo em Deus, Pai amoroso e bom, que tudo vê, tudo sabe, tudo faz, a pessoa possa cair no poço da desesperança?

Talvez a resposta esteja na forma como cremos em Deus, ou somos levados a crer.

Albert Einstein, certa vez, em Nova York, num diálogo com o Rabino Goldstein, foi indagado se acreditava em Deus. Ele respondeu:

Tenho a origem judaica arraigada em meu interior. Acredito no Deus de Spinoza, que revela a harmonia em tudo o que existe. Não acredito, porém, que Deus se preocupe pela sorte das ações cometidas pelos homens.

Por causa desta declaração muitas polêmicas foram geradas entre Albert, físicos e religiosos. Muitos se apegaram a sua declaração para desenvolver protestos sobre as suas teorias.

Religiosos se manifestaram, dizendo que a Teoria da Relatividade deveria ser revista. Diziam que por trás de toda a controvérsia daquele físico, estava o terrível fantasma do ateísmo.

Que ele disseminava dúvidas com relação à presença de Deus sobre a criação de todo o Universo e as criaturas.

A resposta do físico foi serena, embora para muitos tenha continuado incompreensível.

Ele dizia que sua religião consistia na admiração pela humildade dos Espíritos superiores, pois esses não se apegam a pequenos detalhes, ante os nossos Espíritos incertos.

Dizia: Por esse motivo racional, diante da superioridade desse Universo, é que localizo e faço a idéia de Deus. Não sou ateu.

Quem quer deduzir isso das minhas teorias científicas, não fez por entendê-las.

Creio pessoalmente em Deus e nunca em minha vida cedi à ideologia ateia. Não há oposição entre ciência e religião.

O que há são cientistas atrasados, com ideias que não evoluíram, com o passar do tempo.

Vejo na experiência cósmica uma religião nobre, uma fonte científica para profundas pesquisas.

Procuro entender cada estrela contida nesse imenso Universo, que não é material.

Quem assim não procede, sentindo essa estranha sensação de querer levitar no infinito, realmente não sabe viver, porque está morto, diante de tanta beleza divina.

Há muitas formas de o ser humano crer em Deus. Há, para muitos, o Deus jurídico, legislador, agente policial da moralidade, que, através do medo, estabelece essa distância da verdadeira crença.

Deus está em todas as minhas teorias e invenções. Ele está presente em tudo e creio que em todos, até nas formas mais primitivas.

Essa é a minha religião e o Deus em que creio.

* * *

Se assim dizia, assim viveu. Albert Einstein foi o exemplo do cristão autêntico, preocupando-se, de forma constante, com seu semelhante.

Ainda dois anos antes de sua desencarnação, foi comemorado seu aniversário numa grande festa pública.

Tudo o que lhe foi dado como presentes, Albert transformou em dinheiro e enviou para os fundos da Faculdade de Medicina Albert Einstein.

Enfrentando a Depressão

Considerada pelos especialistas como o Mal do século XXI, a depressão já atinge cerca de 15% da população mundial. A depressão é um estado d'alma que tem como causa diversos fatores. Mas o principal deles, e muitas vezes ignorado pelos especialistas, está radicado no cerne do Espírito imortal.

O Espírito eterno é herdeiro de si mesmo. Pela Lei de Causa e Efeito ele traz, ao nascer, as experiências acumuladas ao longo dos milênios.

O que geralmente ocorre é que o Espírito que se reconhece culpado cria, inconscientemente, um mecanismo de autopunição. Sabe que infringiu as Leis Divinas e por isso não se permite ser feliz.

Assim, nos porões da consciência, o que Freud chama ID, estão esses clichês mentais que muitas vezes são causadores de depressões graves.

Por essa razão, nem sempre é possível reverter esse mal sem uma ação profunda e efetiva, nas raízes do problema. O que acontece, muitas vezes, é que, sem se aperceberem da gravidade da enfermidade, muitos pais fortalecem as bases da depressão nos primeiros anos de existência dos filhos, adotando um comportamento inadequado.

Quando a educação se baseia principalmente em questões materiais, visando uma projeção social e a abastança financeira do ser, geralmente está se criando fortes bases para que a depressão possa se instalar.

Um exemplo simples está no fato de pais e educadores massificarem a ideia de que o sucesso é de quem consegue um lugar de destaque na sociedade.

E que vencer na vida significa ter um cargo importante e dinheiro sobrando.

Desde pequena a criança aprende a fazer cálculos, ouve falar em investimentos financeiros, juros, aprende a comparar seus brinquedos com os do amigo, o carro do pai com o carro do vizinho, etc.

É iniciada desde cedo num mundo de competições, de concorrências, de incentivo ao ter em detrimento do ser.

Por tudo isso, quando essa criança se torna adulta e mergulha numa profissão, não está preparada para lidar com as emoções e fraquezas que trouxe consigo de outras eras.

Saberá muito bem calcular o quanto seu colega ganha mais do que ele, mas não subtrair uma simples ofensa do companheiro de trabalho.

Saberá lutar pela primeira posição na empresa, mas não tolerar a mínima frustração de um afeto não correspondido.

Conseguirá traçar metas brilhantes para elevar os lucros da empresa, mas não vencer o abismo que o distancia dos entes queridos.

Criará estratégias eficientes para elevar-se na hierarquia, galgando postos de relevância, mas não compartilha a mínima tarefa em equipe.

Quando não consegue nenhuma dessas façanhas que julga importantes, frustra-se e acredita-se imprestável, impotente, inútil.

E, no final de tudo, aparece a depressão. Esse mal que tem origem nas raízes do ser imortal e que é causa de muitas desgraças nos dias atuais.

Outro ponto falho é deixar de passar às crianças a ideia de Deus como um Pai amoroso e justo, além de extremamente misericordioso.

Se ele cresce com a certeza da existência de Deus e do Seu amor, saberá confiar e alimentar a esperança de dias melhores, mesmo tendo que enfrentar algumas noites sem estrelas.

A criatura que crê em Deus jamais se desespera, mesmo sabendo-se devedora das leis que regem a vida, pois tem a certeza de que Deus não quer o castigo nem a morte daquele que dá um passo em falso.

Sabe que Deus deseja, tão somente, que acertemos o passo no compasso das Suas soberanas leis.

* * *

Se o seu coração lhe diz que você já tropeçou antes, e as feridas abertas em sua alma o impedem de ser feliz, é momento de parar um instante para refletir.

É o momento de abrir a alma ao Criador, reconhecendo os atos insanos e rogar o Seu perdão em forma de oportunidades para refazer o caminho.

Certamente ouvirá a resposta do Pai amoroso a lhe dizer com suavidade:

Filho, cada dia que amanhece é a renovação da Minha confiança na sua redenção, no seu aprendizado, no seu progresso, como filho da luz que é.

E enquanto houver dias amanhecendo, você saberá que o convite do Criador está se repetindo ao seu coração de filho bem-amado.