sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Como me Contentarei


"Não digo isso por causa da necessidade: pois eu da minha parte tenho aprendido a contentar-me com as circunstâncias em que me acho" - (Filipenses, 4:11)

- Como me contentarei com as circusntâncias em que me acho se elas são, unicamente de dificuldades inúmeras, trabalhos incessantes e ansiedade contínua pelo que julgo belo e bom?

. Se o cenário da vida em que foste colocado, presentemente, não te oferece clima para a alegria sã e verdadeira, procura ao menos revestir-te na capa da conformação e descobriras um pouco de Paz.

. Se a experiência em que estás sendo agora provado, não te enquadra nos padrões que o teu espírito classifica como ideais, procura adquirir um pouco mais de conhecimentos edificantes e descobrira encantos desconhecidos no hoje que vives.

. Se o teu coração bate ansiosamente, pelo que não podes ter, não podes possuir ou não podes sentir, educa-o nas lições do trabalho pelo bem e para o bem e verás todo o esplendor, toda a paz, toda a alegria que o Senhor nos oferece em cada vida, em cada lugar e em todas as circunstâncias, por piores que elas se afigurem perante nossa ignorância humana.

, Cativo que seja no cárcere da enfermidade física, conforma-te valorosamente e alça vôo com as asas do espírito pelos reinos da cultura, da arte, das vibrações mentais de amor e carinho, porque, talves, a saúde perfeita que hoje deploras não possuir, tenha sido o talento de utilizaste, outrora, no mal e no crime.

. Pobre que sejas de bens materiais, contenta-te com o tesouro de nova oportunidade de vida, qualquer que ela seja e enriquece-te de experiências no trabalho árduo, na dificuldade, na singeleza de viver, para fortaleceres teu espírito nas lições básicas do bem a fim de que o ouro e a prata que vieres a ter nas mãos, um dia não sejam empregados no mal.

. Faminto que sejas de afetos e carinhos de espíritos ligados ao teu, contenta-te com a posição de alma solitária em meio da multidão, transformando teus anseios em flores de trabalho e amor em benefício de todos porque, talves, hoje, a posição de soberania num lar fizesse renascer em teu espírito frágil, as ervas daninhas do ciúme e do egoismo, capazes de envenar tantas vidas.

. Contenta-te, aproveitando todos os recursos que o caminho te oferece e estarás plantando as sementes de júbilo e alegria que florescerão na Eternidade.

(No Roteiro do Evangelho - Vera Lucio/Ottília)

Ajuda Fraterna


Ajude com a sua oração a todos os irmãos:

. que jamis encontram tempo ou recursos para serem úteis a alguém;

. que se declaram afrontados pela ingratidão, em toda parte;

. que trajam os olhos de luto para enxergarem o mal, em todas as situações;

. que contemplam mil castelos nas nuvens, mas que não acendem nem uma vela no chão;

. que somente cooperam na torre de marfim do personalismo, sem lhe descerem os degraus para colaborar com os outros;

. que se acreditam emissários especiais e credores dos benefícios de exceção;

. que devoram precioso tempo dps ouvintes, falando exclusivamente de si;

. que desistem de continuar aprendendo na luta humana;

. que exibem o realejo da desculpa para todas as faltas;

. que sustentam a vocação de orquídias no salão do mundo;

. que se julgam centros compulsórios das atenções gerais;

. que fazem o culto sistemático à enfermidade e ao obstáculo. São doentes graves que necessitam do amparo silencioso.

(extraido do livro Agenda Cristã - Chico Xavier/Andre Luiz)

sábado, 23 de janeiro de 2010

Espiritismo - O Consolador Prometido Por Jesus


O Espiritismo é reconhecido pelos seus adeptos, como sendo “O Consolador que Jesus prometera enviar aos homens”.

Baseando-se no que o Mestre disse, segundo consta no Evangelho de João, no capítulo 14, nos versículos de 15 a 17 e 26, podemos ver o seguinte texto:

“Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”.

O Espiritismo como se sabe, é uma doutrina filosófica, cujos fundamentos estão centrados em fatos concretos e leis naturais ainda desconhecidas, ressaltando disso o seu aspecto científico.

No entanto, essa doutrina, modificando profundamente o pensamento do homem sobre a sua natureza, abrange todas as questões sociais, e conseqüentemente as questões religiosas.

Emanuel, o sábio mentor de Chico Xavier, em seu esclarecedor livro “O Consolador”, nos relata que o Espiritismo possui um tríplice aspecto de ser ao mesmo tempo, Ciência, Filosofia e Religião.

Vejamos este trecho:

Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado desse modo, como um triângulo de forças espirituais.

A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao céu”.¹

Equivocar-nos-íamos enormemente, se pensássemos que a tarefa do Mestre estivesse limitada àqueles períodos da Palestina.

Ele está atento todo o tempo, em relação aos destinos humanos, e sabe que não seria fácil para os homens o caminho da evolução espiritual, por isso prometera que enviaria mais tarde um Consolador, como vimos anteriormente, no Evangelho de João, para relembrar o que Ele dissera e nos ensinar todas as coisas que não poderiam ser entendidas naquela época. Em outras palavras: Futuramente, ele daria ao homem, um Consolador que prometera outrora, o qual se tornaria, a terceira revelação, que, a nosso ver, não é outra coisa senão a Doutrina codificada por Kardec.

Este não poderia apresentar-se como um ser encarnado, pois o corpo de carne é perecível.

Vemos na Doutrina Espírita, o Consolador prometido, pois ele cumpre aquilo que O Mestre Nazareno prometera. Ou seja: o conhecimento que faz que o homem saiba de onde vem, para onde vai e porque está neste planeta; faz com que a dureza das provações se torne menos difícil, pois acende em cada um a luz da esperança; além de despertar em cada um o sentimento de religiosidade natural que abre mão de dogmas, templos e hierarquias sacerdotais, fazendo com que o mesmo, dê mais importância às obras, do que à fé.

Uma das principais características do Espiritismo, é que ele nos aproxima do Supremo Arquiteto do Universo, assim como daquele que é o seu maior mensageiro aqui na Terra; Jesus, O Cristo.

Seguindo estes raciocínios, perguntaremos a todos:

Porque Deus, que é Onipotente, Onisciente e Onipresente, Soberanamente Justo e Bom, enviaria a este planeta um homem apenas, para esclarecer mais de 6 bilhões de seres humanos, quando pode fazê-lo através de “diversos enviados de sua parte”, para confundir os orgulhosos e lembrar de maneira mais precisa que somos todos Espíritos em trânsito para a evolução?

A Doutrina Espírita, cumpre a promessa de Jesus, ensinando aos homens a observância das leis morais, e fazendo-os compreender o que o Cristo havia dito por parábolas.

O Mestre Nazareno disse-nos no Evangelho do apóstolo Mateus:

“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. (Mt 11,15).

O Espiritismo vem-nos abrir os olhos e ouvidos, porque fala-nos tudo clara e logicamente.

Levanta-nos o véu que há sobre certos mistérios.

Consola a todos aqueles que sofrem, dando-lhes uma causa justa em relação aquilo que estão passando no momento.

Se Jesus não falou tudo que teria para dizer, é que acreditava dever deixar certas verdades na sombra até que os homens estivessem prontos para compreendê-las.

Isto fica-nos claro, na seguinte passagem bíblica, a qual se encontra logo a seguir, e que está no Evangelho de João:

“Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora”. (Jo 16,12).

Para nós, esta é uma prova incontestável da necessidade de aguardar-se a evolução da humanidade, a fim de que esta pudesse suportar certos conteúdos que não poderiam ser compreendidos na época do Cristo.

Segundo ele mesmo declarou, seus ensinamentos estavam incompletos; e mais ainda, anunciava a vinda daquele que os deveria completar, dizendo-nos também as seguintes palavras no Evangelho de Marcos:

"Passará o Céu e a Terra, mas as minhas palavras não passarão”. (Mc 13,31).

Alguns pensam que é uma pretensão dos que professam o Espiritismo, conferir ao mesmo o título de “Consolador.”

No entanto, este nos fornece todas as respostas que falam aos nossos corações, consolando-nos e preenchendo as lacunas deixadas pela cultura humana.

A conclusão que chegamos, é que: se o Espiritismo cumpre tudo aquilo que Jesus prometeu-nos, e se além disso, a Doutrina Espírita dizendo-nos de onde viemos, para onde vamos e o que estamos fazendo na Terra, ensinando-nos ainda, como devemos viver neste planeta, não pode ser pretensão nossa dizer que a religião codificada por Allan Kardec é realmente “o consolador prometido pelo Cristo”.

Mas se alguém considerar que seja mesmo uma afirmação pretensiosa, então teremos que também, considerar como pretensão o fato de Jesus ter dito que ele é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14:6).

Somente através de uma reforma íntima persistente, sendo esta consecutivamente ampla e constante, é que nós alcançaremos bem-aventuranças maiores tanto na Terra, quanto no Céu.

Bem, como nos disse um Espírito israelita, em Mulhouse, no ano de 1861.

“Moisés abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá”.²

Palestra realizada em 23/01/2010 no GEENOL(Grupo de Estudos Espíritas Nosso Lar)
Tema da palestra: Resiliência no Espiritismo

Noite Abençoada com a presença dos irmãos frequentadores da casa (GEENOL) e os diregentes que sempre tornam este momento em prazer e alegria que fortalecem nossa fé.
Que Deus abençoe o Geenol hoje e sempre!para que continuem na realização desses maravilhosos estudos.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Antes de Desanimar


Antes de você desanimar porque fracassou em alguma coisa, pense que somente alcança o sucesso quem insiste, apesar de tudo.

Fred Astaire, o famoso ator que encantou as telas do cinema dançando, ao fazer seu primeiro teste para o cinema, recebeu as informações de que não sabia atuar.

Era careca, dizia o relatório, e ainda dançava um pouco.

O professor de Enrico Caruso dizia que ele não tinha voz e não era capaz de cantar. Acreditando nisso, os pais de Enrico queriam que ele fosse engenheiro. Ele não desistiu e se tornou famoso cantor de ópera, admirado até os dias atuais.

Winston Churchill foi reprovado na sexta série. Somente se tornou Primeiro Ministro da Inglaterra depois dos 60 anos. Sua vida foi cheia de derrotas e fracassos. Mas ele nunca desistiu.

Chegou a dizer um dia: Eu deixaria a política para sempre, se não fosse a possibilidade de um dia vir a ser Primeiro-Ministro. Conseguiu.

E talvez poucos saibam: ele foi prêmio Nobel de literatura em 1953, por suas memórias da Segunda Guerra Mundial.

Walt Disney foi despedido pelo editor de um jornal por falta de idéias. Você pode imaginar tal coisa?

Antes de construir a Disneylândia, foi à falência diversas vezes. Nunca desanimou.

Richard Bach teve recusada a sua história de dez mil palavras por 18 editoras. Era a história de uma gaivota que planava.Uma gaivota chamada Fernão Capelo Gaivota.

Porque ele não desistiu, em 1970 a MacMillan publicou a história e em 5 anos vendeu mais de 7 milhões de exemplares, só nos Estados Unidos.

Rodin era considerado por seu pai como um idiota. Seu tio dizia que ele era um caso perdido. Por três vezes ele foi reprovado na admissão à escola de artes.
Descrito como o pior aluno da escola, Rodin não desistiu e deu ao mundo maravilhas da escultura como O pensador, O beijo e Filho pródigo.

Chegou a ficar afastado do mundo das artes por dez anos, quando teve uma de suas obras recusada para exposição.Contudo, em 1900, em Paris, foi lhe destinado um pavilhão inteiro para a mostra de 168 trabalhos seus.

Ao morrer, o hotel em Paris, onde viveu seus últimos nove anos de vida, se transformou em Museu Rodin, tendo ele legado suas obras ao Estado.

Assim acontece com todos os que perseguem os seus sonhos, não se permitindo desanimar por fracassos, derrotas ou julgamentos precipitados.

Portanto, se você está a ponto de desanimar, pare um pouco e pense. Logo haverá de descobrir que ainda há muitas tentativas a serem feitas.

Há muita gente a ser procurada, muitos dias a serem vividos e muitas conquistas a alcançar.

Não há limites para quem acredita que pode atingir os seus objetivos, que pode concretizar os seus projetos.

Charles Darwin, conta sua biografia, era considerado por todos seus mestres e por seu próprio pai, um garoto comum e intelectualmente bem abaixo do padrão médio.

Por que não se permitiu desanimar, se transformou no pai da Teoria da Evolução.

Pense nisso e tente outra vez. E outra mais.

Não se deixe abater por críticas, por experiências mal sucedidas. Vá em frente. Tente de novo e verá que os seus esforços alcançarão êxito.

Ajuda-te, Que o Céu Te Ajudará


Narra-se que um sábio caminhava com os discípulos por uma estrada tortuosa, quando encontraram um homem piedoso que, ajoelhado, rogava a Deus que o auxiliasse a tirar seu carro do atoleiro.

Todos olharam o devoto, sensibilizaram-se e prosseguiram.

Alguns quilômetros à frente, havia um outro homem que tinha, igualmente, o carro atolado num lodaçal. Esse, porém, esbravejava reclamando, mas tentava com todo empenho liberar o veículo.

Comovido, o sábio propôs aos discípulos ajudá-lo.

Reuniram todas as forças e conseguiram retirar o transporte do atoleiro. Após os agradecimentos, o viajante se foi feliz.

Os aprendizes surpresos, indagaram ao mestre: Senhor, o primeiro homem orava, era piedoso e não o ajudamos. Este, que era rebelde e até praguejava, recebeu nosso apoio. Por quê?

Sem perturbar-se, o nobre professor respondeu: Aquele que orava, aguardava que Deus viesse fazer a tarefa que a ele competia. O outro, embora desesperado por ignorância, empenhava-se, merecendo auxílio.

* * *

Muitos de nós costumamos agir como o primeiro viajante. Diante das dificuldades, que nos parecem insolúveis, acomodamo-nos, esperando que Deus faça a parte que nos cabe para a solução do problema.

Nós podemos e devemos empregar esforços para melhorar a situação em que nos encontramos.

Há pessoas que desejam ver os obstáculos retirados do caminho por mãos invisíveis, esquecidas de que esses obstáculos, em sua maioria, foram ali colocados por nós mesmos, cabendo-nos agora, a responsabilidade de retirá-los.

Alguns se deixam cair no amolentamento, alegando que a situação está difícil e que não adianta lutar.

Outros não dispõem de perseverança, abandonando a luta após ligeiros esforços.

Com propriedade afirma a sabedoria popular que pedra que rola não cria limo, sugerindo alteração de rota, movimento, dinamismo, realização.

Não basta pedir ajuda a Deus, é preciso buscar, conforme o ensino de Jesus: Buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á.

Devemos, portanto, fazer a nossa parte que Deus nos ajudará no que não estiver ao nosso alcance resolver.

* * *

Seria ideal que, sem reclamar e pensando corretamente, fizéssemos esforços para retirar do atoleiro o carro da nossa existência, a fim de seguirmos adiante felizes, com coragem e disposição. Confiantes de que Deus sustentará as nossas forças para que possamos triunfar.

Pensemos nisso!

Acreditar e Agir


Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era seu destino.

Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.

O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho.

O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras.

Num dos remos estava entalhada a palavra acreditar e no outro, agir.

Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos.

O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito acreditar, e remou com toda força.

O barco, então, começou a dar voltas, sem sair do lugar em que estava.

Em seguida, pegou o remo em que estava escrito agir e remou com todo vigor.

Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.

Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.

Então, o barqueiro disse ao viajante:

Este barco pode ser chamado de autoconfiança. E a margem é a meta que desejamos atingir.

Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos, ao mesmo tempo, e com a mesma intensidade: agir e acreditar.

Não basta apenas acreditar, senão o barco ficará rodando em círculos. É preciso também agir, para movimentá-lo na direção que nos levará a alcançar a nossa meta.

Agir e acreditar. Impulsionar os remos com força e com vontade, superando as ondas e os vendavais e não esquecer que, por vezes, é preciso remar contra a maré.

* * *

Gandhi tinha uma meta: libertar seu povo do jugo inglês. Tinha também uma estratégia: a não-violência.

Sua autoconfiança foi tanta que atingiu a sua meta sem derramamento de sangue. Ele não só acreditou que era possível, mas também agiu com segurança.

Madre Teresa também tinha uma meta: socorrer os pobres abandonados de Calcutá. Acreditou e agiu, superando a meta inicial, socorrendo pobres do mundo inteiro.

Albert Schweitzer traçou sua meta e chegou lá. Deixou o conforto da cidade grande e se embrenhou na selva da África francesa para atender aos nativos, no mais completo anonimato.

Como estes, teríamos outros tantos exemplos de homens e mulheres que não só acreditaram, mas que tornaram realidade seus planos de felicidade e redenção particular.

* * *

E você? Está remando com firmeza para atingir a meta a que se propôs?

Se o barco da sua autoconfiança está parado no meio do caminho ou andando em círculos, é hora de tomar uma decisão e impulsioná-lo com força e com vontade.

Lembre que só você poderá acioná-lo utilizando-se dos dois remos: agir e acreditar.

* * *

Caso você ainda não tenha uma meta traçada ou deseje refazer a sua, considere alguns pontos:

verifique se os caminhos que irá percorrer não estarão invadindo a propriedade de terceiros;

se as águas que deseja navegar estão protegidas dos calhaus da inveja, do orgulho, do ódio;

e, antes de movimentar o barco, verifique se os remos não estão corroídos pelo ácido do egoísmo.

Depois de tomar todas estas precauções, siga em frente e boa viagem.

Aborrecimentos



Nada mais comum nas atividades terrenas do que o hábito enraizado das querelas, dos desentendimentos, das chateações.

Nada mais corriqueiro entre os indivíduos humanos.

Como um campo de meninos, em que cada gesto, cada nota, cada menção se torna um bom motivo para contendas e mal-entendidos, também na sociedade dos adultos o mesmo fenômeno ocorre.

Mais do que compreensível é que você, semelhante a um menino de "pavio curto", libere adrenalina nos episódios cotidianos que desafiem a sua estabilidade emocional.

Compreensível que se agite, que se irrite, que alteie a voz, que afivele ao rosto expressões feias de diversos e matizes.

Em virtude do nível do seu mundo íntimo, tudo isso é possível de acontecer.

Contudo, você não veio à terra para fixar deficiências, mas para tratá-las, cultivando a saúde.

Você não se acha no mundo para submeter-se aos impulsos irracionais, mas para fazê-los amadurecer para os campos da razão lúcida.

Você não nasceu para se deixar levar pelo destempero, pela irritação que desarticula o equilíbrio, mas tem o dever de educar-se, porque tem na pauta da sua vida o compromisso de cooperar com Deus, à medida que cresça, que amadureça, que se enobreça.

Desse modo, os seus aborrecimentos diários, embora sejam admissíveis em almas infantis e destemperadas, já começam a provocar ruídos infelizes, desconcertantes e indesejáveis nas almas que se encontram no mundo para dar conta de compromissos abençoados com Jesus Cristo e com Seus prepostos.

Assim, observe-se mais; conheça-se no aprendizado do bem, um pouco mais. Esforce-se mais por melhorar-se.

Resista um pouco mais aos impulsos da fera que ainda ronda as suas experiências íntimas.

Aproxime-se um pouco mais dos Benfeitores Espirituais que o amparam.

Perante as perturbações alheias, aprenda a analisar e não repetir.

Diante da rebeldia de alguém, analise e retire a lição para que não faça o mesmo.

Notando a explosão violenta de alguém, reflita nas conseqüências danosas, a fim de não fazer o mesmo.

Cada esforço que você fizer por melhorar-se, por educar-se, será secundado pela ajuda de luminosos Imortais que estão, em todo tempo, investindo no seu progresso, para que, pouco a pouco, mas sempre, você se cresça e se ilumine, fazendo-se vitorioso cooperador com Deus, tendo-se superado a si mesmo, transformando suas noites morais em radiosas manhãs de perene formosura.

***

Quando você for visitado por uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponha-se a ela.

E, quando houver conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, diga, de si para consigo, cheio de justa satisfação: "fui o mais forte."

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Você está buscando aliviar seus sofrimentos?



Prezados(as)Irmãos(ãs)em Cristo!
O Espiritismo tem que ser bem compreendido pelas pessoas, Ele é uma Doutrina que busca a nossa felicidade, ao contrário de pessoas que pensam que é Doutrina de sofrimento.
Ouço muitas vezes indivíduos dizerem: estou sofrendo, porque é o meu carma e tenho que aguentar. O que é isso? Certas pessoas tem carma, mas o que estão fazendo para amenizar este? Ficar sofrendo sem fazer nada é não evoluir e sim estagnar feito a água em estado de inércia que apodrece. O trabalho na reforma íntima(O passado de erros é responsável pelo carma) no intuito de estabelecer um equilibrio entre os exemplos de Jesus Cristo e torna-los práticos.
A prática do bem ameniza o carma,nos eleva a esferas de alegria, sabendo que estamos progredindo,pois a evolução é inexorável e a mudança dos nossos hábitos nos fará ver a vida sob outro prisma.
Há sofrimentos terríveis de irmãos desencarnados, arrependidos de terem jogado fora a oportunidade que foi dada pelo criador, quando na sua passagem na terra.
Vamos trabalhar nos exemplos do Senhor Jesus, que tão bem foi explicado pelo Codificador da Doutrina Espírita Allan Kardec.
Não adianta ler o evangelho e decorar, adianta sim exemplificar procurar meios pelos quais sua vida vai ter uma reviravolta através do seus próprios esforços.
Eu te digo em verdade, o caminho para a felicidade, está na prática do evangelho de Jesus, Pratique, não seja imediatista e aos poucos voce se supreenderá com as mudanças da lei do amor.
Muita paz em Cristo

Antonio Carlos Laranjeira Miranda em 15.01.2009

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Pessimismo - Atitude Destruidora


O planeta, por suas características de atraso ético/moral/espiritual, carrega habitantes intoxicados, podemos dizer que quase a maioria, por um estado mental pessimista. Tal pessimismo origina-se no hábito lastimável da lamentação, do acúmulo de mágoas e de queixas. O somatório leva à vivências e convivências conturbadas.

É, como se pode aquilatar, um comportamento enfermiço, arrastando milhões de pessoas ao desestímulo, insuflando temperamentos voltados à violência e seus sequazes. No fundo, tais criaturas, mesmo que agindo inconscientemente, desejam desviar o curso da vida terrena em seu derredor, insatisfeitas que se acham, com ela, pelo não atendimento aos seus caprichos.

A pessoa que contumazmente reclama, queixa-se, vive insatisfeita, tem uma visão distorcida da realidade existencial, desconhecendo, como não poderia deixar de ser, o papel desempenhado pela vida espiritual em nossas reencarnações que são intercaladas pelas necessárias vidas na matéria.

Em geral, o tipo de pessoa aqui analisada apresenta-se como vítima inocente de tudo quanto lhe acontece, porque não cogita, nem de leve, sobre reencarnação, lei de causa e efeito, evolução espiritual, influência dos espíritos, bons e menos bons, em nossas vidas e outras questões doutrinárias do Espiritismo. Ignora as fases positivas e as concessões que lhes são ofertadas pela Vida, adotando uma forma de ingratidão que sempre acarreta conseqüências infelizes.

Os ideais de enobrecimento humano são torpedeados pelas pessoas alimentadas mentalmente de pessimismo, o qual se deriva da autocomiseração. Atormentam-se os pessimistas e passam também a atormentar as criaturas desprevenidas, assim aumentando o número de deprimidos que recorrem às clínicas psiquiatras em busca de solução para o que elas mesmas criaram, invigilantemente.

Tudo deve convergir em favor da retificação dos erros nas suas mais variadas formas de manifestação. Com a adoção deste procedimento saneador, costuma a pessoa, interessada pela sua reforma interior, a ter que enfrentar obstáculos revestidos aparentemente de intransponibilidade. É justamente aí que a atuação pessimista se mostra mais numerosa e ativa. Os fracassos se agravam, o desânimo impera e a crítica destrutiva transparece preponderantemente.

Com o pessimismo e o hábito da crítica destrutiva, não há o favorecimento de estímulos à saúde, ao bem-estar psico-físico, mas sim do incentivo à valorização das doenças.

A recuperação das patologias diminuem por haver ignorância quanto à ação benfazeja da mente saudável sobre os implementos celulares, estes que são os delicados mecanismos dos nervos, os quais agem nos sutis equipamentos cerebrais onde operam os neurônios. Estes sofrem, desta maneira as descargas vibratórias desequilibradas, e verdadeiros curtos circuitos são estabelecidos.

Diz o Espírito Joanna de Ângelis que "A conduta pessimista constitui vício grave do Espírito comprometido com a própria consciência". Torna-se necessária, como se percebe, uma mudança radical no estilo de comportamento mental. Um salto de um extremo a outro, do pessimismo para o otimismo.

A saúde física e mental se constitui num estado natural da vida, o que parece o contrário no nosso mundo, quando as enfermidades se alastram de forma impressionante e vão se mostrando como resultados de distúrbios morais que a alma invigilante e ignorante costuma insculpir nas delicadas organizações celulares, exigindo imediata reparação para que a doença não chegue a um estado irreversível.

Sem a higienização, a assepsia da mente, esta distonia que ocorre propicia a instalação das doenças de etiologias as mais variadas. Somente através da harmonização geral do seu campo energético o ser humano desfrutará saudavelmente da vida. Sem isto, a flora e a fauna microbiana se instalam e proliferam por encontrarem campo propício, ideal para suas operações destruidoras, as quais levam à produção das degenerações celulares.

O ser humano caminha, vai em frente, mesmo sem ter uma noção mais exata do fenômeno que o leva ao crescimento intelecto-moral, à plenitude, à sublimação.

Os degraus evolutivos são granjeados pelo esforço despendido na ação do Bem, o que faz com que o ser reconheça o seu auto-valor, que atinja outros patamares evolutivos e alcance, por fim, as cumeadas da evolução.

A vida, na sua essencialidade, é alicerçada em desafios permanentes, habituamo-nos a conceituar, sendo que nossos limites e dificuldades, que vão surgindo pelo caminho para serem vencidos, estão em nosso mundo íntimo, nos atavismos e reminiscências menos felizes, e não no mundo exterior. Transformam-se, assim, em excelentes aguilhões que nos projetam longe, fazendo com que descortinemos uma outra visão da existência na carne e fora dela, tudo isso graças às admiráveis dádivas recebidas de Deus para o nosso tentame finalista da Vida - a perfeição.

Se queremos complicar ainda mais o quadro de realizações enobrecedoras, comecemos por nos queixar e reclamar de tudo e de todos, e o pessimismo, tóxico letal de nossas nobres realizações, assumirá o papel de carrasco de nossos anelos superiores, vitimando-nos sem piedade.

As etapas da evolução são vencidas, pouco a pouco, ora trabalhando-se a nossa condição intelecto-moral, outras vezes vivenciando as experiências mais doridas, estas que mais nos fixam às preciosas lições da vida, de forma indelével, desta forma nos capacitando pata tentames mais auspiciosos e elevados.

Valiosos são os recursos em disponibilidade para o triunfo: otimismo, alegria de viver, bom humor, simpatia e confiança em Deus, em Sua providência e também na Espiritualidade Superior. Com estes trunfos morando em nosso mundo interior, haveremos de nos libertar dos atávicos pensamentos pessimistas, os quais precisam, devem ser abandonados em favor da auto-realização, da auto-plenificação..


ADÉSIO ALVES MACHADO

Higienizemos A Casa Mental


Harmonia emocional e equilíbrio psíquico são estados d'alma que não devem ser descurados pelo homem (espírito reencarnado) transitando num mundo inferior, onde hábitos de higiene objetivando a saúde do corpo são realizados com o melhor dos esmeros, em obediência às conquistas éticas em volta do asseio.

Vejamos que, com facilidade e imediatismo, recorremos à farmacopéia quando as disposições físicas cambaleiam e as disfunções psíquicas entram na faixa dos distúrbios perturbadores, assim mostrando o nosso respeito e apreço pela indumentária carnal. Não adiemos, de igual modo, a terapia evangélica que sempre haverá de nos proporcionar a saúde espiritual.

Quando mais drástica é a saúde do corpo, a cirurgia é chamada à extirpação de órgãos enfermos e os transplantes deles acontecem favorecendo a continuidade da existência no plano da carne. Por que então recear amputar do organismo moral os tumores malignos da inveja, do egoísmo, da insensibilidade diante da dor alheia, da violência, da busca desenfreada dos gozos sensuais...? São viroses de alto risco que também precisam de medicação eficaz no seu combate, fixadas em nosso campo psíquico, contaminando todos os departamentos da alma, porque foram instaladas em vivências reencarnatórias do passado e prosseguem sendo alimentadas pela insensatez humana.

Jamais desprezaremos o uso de analgésicos e calmantes nas horas de aliviar as dores. Assim, também, não deixemos de usar a oração que adormece as paixões, acalma as intemperanças, alivia os tormentos, tonifica o ânimo, empurra para o alto a criatura adormecida pelas ambições terrenas perecíveis. Orar é medicar-se, minimizando angústias e reorganizando programas de trabalho no bem.

As academias de ginástica proliferam em todos os recantos das grandes e pequenas cidades, oferecendo aos praticantes de ginástica terapêutica a preservação das formas físicas e a longevidade orgânica, o que é mais do que válido e louvável. Entretanto, não nos recusemos ao exercício da caridade como ginástica terapêutica por demais eficaz à manutenção do nosso acervo espiritual, o qual é da nossa competência preservar na caminhada redentora em que estamos engajados.

Nossa instrumentalidade carnal tem direito, segundo a lei divina de Conservação, a todo recurso que a possa conservar à disposição do Espírito para que absorva as experiências que se fazem necessárias na vivência terrena com vistas à vida espiritual. Todavia, a alma, no casulo da carne, requer cuidados especiais que devem e precisam ser atendidos por nós sem postergação, sob pena de esmagarmos mais tarde os rigores da lei de causalidade, sempre pronta a cobrar pelos nossos desvios neste ou naquele campo de atividades.

Vejamos que os lares domésticos não prescindem de lixeiras, canos por onde escoam detritos, a fim de que a vida se torne agradável, boa de ser vivida. Mas, por que dispensar o uso de depósitos de lixo e esgotos de origem moral/espiritual para neles atirarmos os detritos morais que acalentamos em nossas casas mentais? Façamos isto para desfrutarmos de ambiências saudáveis, sem lixos miasmáticos mentais que não devem fazer parte de nosso cotidiano.

Conversas maledicentes, censuras despropositadas, discussões em torno de temas vulgares, pensamentos deprimentes fazem parte de um lixo não visto pelos olhos humanos, mas que são uma realidade de ordem moral, cuja limpeza nos propiciará a fruição do equilíbrio espiritual.

Reprochemos de nossos ouvidos assuntos perturbadores que causam inquietude, conversas deprimentes que desajustam, a descrição de cenas violentas que estimulam o desequilíbrio emocional. Evitamos, deste modo, os lixos morais que infestam e intoxicam a nossa mente, por se fixarem em região de difícil acesso: o inconsciente do homem. Toda essa sujeira moral fica instalada nos painéis mentais e costumam construir ideoplastias infelizes, condutoras que são à rebeldia, ao relaxamento dos laços afetivos, ao desmoronamento dos casamentos, aos conflitos entre pais e filhos...

A aparência das pessoas que carregam habitualmente esses miasmas são fascinantes, mas por momentos. Na realidade, a aparência vai revelando, com o tempo, sintomas profundamente infelicitadores em qualquer situação que atue a alma que a carrega.

Preservando o Espírito, manteremos o corpo sadio, passando ele a gozar a paz de que todos precisam.

Sempre nos é facultado encontrar a saúde da mente que foi perdida, ao escorregarmos no lodo do erro, na fuga aos deveres, no desrespeito ao direito alheio...

Se porventura ainda não fomos contaminados, vamos nos poupar. De que maneira? Ouvindo JESUS, que identificou as fraquezas humanas e, preocupando-se com elas, receitou as súplicas contidas na oração dominical, dizendo ao Pai "que nos livre do mal", e que "não nos deixe cair em tentação".

Em tudo e por tudo é bem mais fácil usufruir de felicidade antes de sermos contagiados pelos vírus calamitosos de ordem mental, dessa forma evitando as ocorrências prejudiciais.


ADÉSIO ALVES MACHADO

Fatal Encontro Com a Luz


FATAL ENCONTRO COM A LUZ

A maioria da humanidade terrena jaz distraída, jornadeando pelos labirintos sombrios da vida material. Vive, em realidade, postergando o encontro fatal com uma fé religiosa racional, lúcida, convincente. Enquanto isso, vai preferindo as ilusões factíveis que são do agrado momentâneo somente do mundo físico e dos que a ele se mantêm enjaulados.

Acordar espiritualmente, para essa maioria dos humanos, é caminhar sobre calhaus onde espinhos lhes espetam a consciência, mesmo assim sem lograr que seus olhos vejam o que se faz necessário e urgente, pejados que estão pelo bafio das ilusões transitórias que satisfazem por momentos.

Não querem esses religiosos tristes e pessimistas, que apenas vivem com a sua própria dor e a dos seus seguidores, empregar esforços no sentido de se apropriarem, através de uma visão atualizada, de princípios religiosos racionais embasados que se acham em estudos metódicos e persistentes, os quais abrangem tudo quanto lhes falta em matéria de solidificação e de maturidade do real senso religioso. Tomada tal iniciativa, melhor poderão, iluminando-se a si mesmos, esclarecer os seus seguidores.

Esse religiosos "acomodados acomodadores" na visão de Joanna de Ângelis, costumam mostrar-se diante dos que lhes seguem os passos com promessas falaciosas onde sobressai o simplismo na "crença em Jesus" para que o ser humano possa "salvar-se", pois que Ele carrega todas as faltas e problemas dos que nEle acreditam e O aceitam. É a propagação da lei do menor esforço. "Se Jesus pode assumir os meus problemas, por que iria eu carregá-los?" - deve ser o pensamento inicial dos baldos da verdadeira fé, aquela que é estruturada na razão. Desta forma, os "religiosos" pouco ou quase nada vão exigindo dos seus seguidores em matéria de transformação dos princípios educativos norteadores, não incentivam o amor pelo próximo, o prazer que é trabalhar no e pelo Bem dos demais irmãos em humanidade, indiscriminadamente.

Convivem assim com a punição do céu para os "pecadores" e a "morte" imposta por um impiedoso Deus, Aquele da época de Abraão e de Moisés. Estivessem em suas épocas, até que se poderia dar-lhes uma certa razão, mas estamos no 3º milênio, em pleno século XXI, quando estão sendo atingidos os corações e as mentes pelas ternas e sublimes palavras de Jesus, sempre nos convidando à vivência do amor recíproco, entre todos.

Mostrou Jesus um Pai, não algo ou alguém que, para ser amado, tivesse, antes de ser temido pela Sua capacidade de punir severamente aquele que não Lhe fizesse a vontade.

Não obstante tantas informações enganosas distribuídas às pessoas naquela época recuada, havia o conforto da difusão da imortalidade da alma, pregava-se através da "ressurreição", desfraldando assim a bandeira da esperança aos que ainda se encontravam nos alicerces dos ventres generosos do amor. Hoje, no entanto, abomina-se a idéia da reencarnação e, com isso, as mentes se desarvoram em busca de soluções cabíveis para os seus problemas, suas lutas, suas dores físicas e/ou morais.

Uma verdade precisa ser repetida: ninguém ficará totalmente e para sempre divorciado da estrutura da vida do espírito porque temos um compromisso com a Consciência Espiritual, e e Ela somente chegaremos através do conhecimento encontrado na literatura religiosa espírita.

Fatos inevitáveis estão ocorrendo na vida da criatura, cuja finalidade é despertar-lhe a realidade espiritual, por mais ela teime em se mostrar distraída. Ela é forçada à necessidade da fé religiosa como suporte de segurança, sem a qual as suas aflições se tornam acerbas e insuportáveis. É a dor que passa a fazer o que o amor não conseguiu.

Algumas pessoas, nesses instantes, ainda buscam uma saída para não encontrar a Luz. costumando fugir pelos mecanismos depressivos ou alucinantes das drogas, simplesmente por teimosia. É, em verdade, uma relutância que leva o ser a se submeter aos impositivos transformadores de conduta e modo de viver, que uma nova vida solicita.

Toda alegria derivada dos sentidos se mostra breve, enquanto as que são decorrentes dos hábitos saudáveis e das ações enobrecidas têm sabor de perenidade. Estas, destaquemos, só podem ser detonadas pela pessoa caso ela baseie seus pensamentos e idéias no Evangelho de Jesus e Sua vivência.

Ignoram os indivíduos adormecidos que as mais doridas aflições derivam do arrependimento quanto ao tempo perdido na malversação das horas, nos abusos vividos de forma desregrada e nos compromissos não cumpridos.

Possuidores que são do conhecimento, os Nobres Espíritos, mostraram, ao trazerem à Terra a Luz Imarcescível do Espiritismo, que Ela haveria de nos iluminar, não abruptamente, porque encegueceria ou fanatizaria, mas sim de forma gradual, tocando-nos suavemente a fim de que nos adaptássemos ao seu fulgor.

Não seria pedagógico, como igualmente não o seria caso a Luz rasgasse as trevas íntimas do homem, fazendo-o sofrer em vez de torná-lo feliz, pois a quase totalidade vive atormentada pela consciência de culpa de seus erros transatos.

"O bem aturde o mal qual ocorre com a labareda que aquece e também queima", adverte Joanna de Ângelis, mostrando o estado espiritual infantil em que estagia a humanidade e os infantis religiosos.

Inevitável o enfrentamento dos frívolos e distraídos com a Luz, abrindo espaço para que se instale em seu interior a convicção da vida imortal e como a ela chegar pelos caminhos não mais da dor, mas do amor.


ADÉSIO ALVES MACHADO

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Obrigado Senhor meu Deus!


Agradeço ao meu Pai de Amor, por ter me concedido uma família maravilhosa e por esses(as)amigos que se tornaram tão especiais no meu cotidiano.

Carma e Lei de Ação e Reação


Carma é uma palavra sânscrita que significa "fazer", "ser", "agir". Pode-se dizer que é o somatório dos méritos e dos deméritos de cada indivíduo. Ao lado do carma individual, fala-se, também, do carma coletivo, ou seja, há uma espécie de compensação, tanto individual como coletiva, de todos os seres da humanidade.

A Lei do carma é muito mais uma lei de reação do que de ação. Vivemos envoltos com o que fomos no passado. Daquilo que fizemos, segue o que recolheremos.

A Lei de ação e reação, esboçada com o auxílio da Doutrina Espírita, é bem diferente da Lei do Carma: faz-nos refletir sobre o tempo.

Observe uma ação má realizada há 100 anos. Na época atual, ela terá outro peso e outra medida. Nesse sentido, tanto mudam o Espírito obsessor quanto nós mesmos. De modo que raciocinar em termos de lei de talião - olho por olho, dente por dente - não é recomendável. O melhor é pensar que cada boa ação no presente está modificando para melhor a má ação do passado.

Em outros termos, estamos modificando a causa.

Um exemplo clássico no meio espírita é a história retratada pelo Espírito Hilário Silva, no capítulo 20 do livro A Vida Escreve, psicografada por F. C. Xavier e Waldo Vieira, no qual descreve o fato de Saturnino Pereira que, ao perder o dedo junto à máquina de que era condutor, se fizera centro das atenções: como Saturnino, sendo espírita e benévolo para com todas as pessoas, pode perder o dedo? Parecia um fato que ia de encontro com a justiça divina. Contudo, à noite, em reunião íntima no Centro Espírita que freqüentava, o orientador espiritual revelou-lhe que numa encarnação passada havia triturado o braço do seu escravo num engenho rústico. O orientador espiritual assim lhe falou: "Por muito tempo, no Plano Espiritual, você andou perturbado, contemplando mentalmente o caldo de cana enrubescido pelo sangue da vítima, cujos gritos lhe ecoavam no coração. Por muito tempo, por muito tempo... E você implorou existência humilde em que viesse a perder no trabalho o braço mais útil. Mas, você, Saturnino, desde a primeira mocidade, ao conhecer a Doutrina Espírita, tem os pés no caminho do bem aos outros. Você tem trabalhado, esmerando-se no dever... Regozije-se, meu amigo! Você está pagando, em amor, seu empenho à justiça..."

Ação e Reação


1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é mostrar que o acaso não existe e que um futuro promissor depende das boas ações praticadas no presente.

2. CONCEITO

Ação – ato o efeito de agir. Manifestação de uma força, de uma energia, de um agente.

Em termos espirituais, a ação inteligente do homem é um contrapeso que Deus dispôs para estabelecer o equilíbrio entre as forças da Natureza e é ainda isso o que o distingue dos animais, porque ele obra com conhecimento de causa. (Equipe da FEB, 1995)

Reação - Ato ou efeito de reagir. Resposta a uma ação qualquer. Comportamento de alguém em face de ameaça, agressão, provocação etc.

Em termos espirituais, a reação é a conseqüência que a ação humana acarreta ao ser defrontada com a Lei Natural.

3. ASPECTOS GERAIS

Deus, que é inteligência suprema e causa primária de todas as coisas, estabeleceu leis, chamadas de naturais ou divinas. Elas englobam todas as ações do homem: para consigo mesmo, para com o próximo e para com o meio ambiente.

Numa fase mais rudimentar, funciona o determinismo divino; com o desenvolvimento do ser, Deus faculta-lhe o livre-arbítrio, a fim de que sinta responsabilidade pelos atos praticados.

Assim, o homem tem uma lei, uma diretriz, um modelo colocado por Deus na sua consciência, no sentido de nortear-lhe os seus atos.

A reação nada mais é do que uma resposta da natureza às nossas ações. Reações estas baseadas na lei natural.

O raciocínio poderia ser expresso assim: há uma ação que provoca uma reação; a ação da reação provoca uma nova reação; a ação da reação da reação provoca outra ação. A isso poderíamos denominar de cadeias de ação e reação.

A filosofia hindu chama essa cadeia de Carma, ou seja, o somatório do mérito e do demérito de todas as ações praticadas pelo indivíduo.

A finalidade dessa cadeia de ação e reação é a perfeição do Espírito.

4. AÇÃO

4.1. PRINCÍPIO DA AÇÃO

Os movimentos que executamos em nosso dia-a-dia caracterizam as nossas ações. Fazer ou deixar de fazer, escrever ou não escrever, obedecer ou mandar são atitudes corriqueiras em nossa ocupação diária. Ocupar-se provém de um preocupar-se. À preocupação com uma ação futura, denominamos princípio da ação.

Um exemplo tornará claro esse pensamento. Barbear-se é uma ação que a maioria dos homens pratica. O barbear-se está ligado a um princípio que o indivíduo forjou para si, ou seja, ele tomou uma decisão de apresentar-se barbeado. Ele deseja estar barbeado e não barbudo, como também poderia escolher ficar com barba. Nesse caso, eliminaria a ação de barbear-se, mas deveria aparar as barbas uma vez por semana.

Assistir a ou proferir uma palestra é uma ação. O princípio subjacente a este encontro está calcado tanto na conduta do expositor quanto na do ouvinte. O primeiro tem o dever de preparar o assunto; o segundo, o preparo mental e espiritual para ouvir.

4.2. OS MEIOS E OS FINS DE UMA AÇÃO

Estamos sempre confundindo os meios com os fins. Poder-se-ia perguntar: qual o fim de uma palestra? Qual o fim de uma religião? Qual o fim de um sindicato? As respostas poderiam ser: o fim de uma palestra espírita é difundir a verdade; o fim da religião é salvar os seus adeptos; o fim de um sindicato é defender os interesses de seus associados. Pode-se, contudo, confundir os meios com os fins: o expositor pode querer fazer prosélitos à custa da verdade; o Pastor, o Padre ou o mesmo o Espírita embora clamem pela salvação do adepto, acabam proibindo a salvação do mesmo em outra Igreja que não seja a sua; O presidente do sindicato pode promover greves, não para defender os interesses dos seus associados, mas para a sua ascensão política.

4.3. AUTONOMIA DE UMA AÇÃO

Temos, por várias razões, dificuldade de agir livremente. 1) A ignorância. Como escolher quando não se conhece? 2) Desenvolvimento determinístico imposta pelo princípio de causalidade. 3) Escassez de recursos naturais. São os terremotos, tempestades, acidentes etc.

O que permanece livre dessas amarras constitui o livre-arbítrio.

Há uma lenda japonesa que retrata a autonomia da ação.

Kussunoki Massashige, famoso guerreiro do antigo Japão, celebérrimo pela sua inteligência e pelos seus lances geniais de estratégia, vivia desde sua infância no meio dos guerreiros.

Uma vez, no castelo de seu pai, observava os guerreiros que, reunidos ao redor de um enorme sino, apostavam quem deles conseguiria pô-lo em movimento. Contudo, nenhum deles, mesmo o mais hercúleo conseguiu mover milímetro do sino. O menino assistia a tudo isso com muito interesse. De repente, apresenta-se para mover o sino, desde que tomasse o tempo necessário para tal mister. Ele cola o seu corpo ao sino e começa a fazer esforço para balançar o sino. Depois de várias tentativas o sino começou a mover-se; primeiro lentamente; depois com mais força, formando uma simbiose entre o sino e o peso do garoto.

Qual a lição moral deste conto? É que devemos nos amoldar à situação e não o contrário. Observe a chegada de novos companheiros a um Centro Espírita: quantos, numa primeira reunião, não querem mudar tudo. Qual o resultado? Não conseguirão nada, porque não absorveram as atitudes e os comportamentos das pessoas envolvidas com a situação.

5. REAÇÃO

5.1. REAÇÃO NÃO É SÓ SOFRIMENTO

Geralmente, a palavra reação vem impregnada de dor e de sofrimento: é como o pecador ardendo no fogo do inferno. No meio espírita, toma-se como sinônimo de carma, que implica em sofrer e resgatar as dívidas do passado. A reação, por seu turno, nada mais é do que uma resposta – boa ou má –, em razão de nossas ações. A reação é simplesmente uma resposta, nada mais. Suponha que estejamos praticando boas ações. Por que aguardar o sofrimento? Não seria melhor confiar na Vontade de Deus, na execução de sua justiça, que nos quer trazer a felicidade?

5.2. LEI DE DEUS

Qual o móvel que determina uma reação? É a Lei de Deus. Se a prática de uma ação não for concernente com a Lei de Deus, ou seja, se ela não expressar o bem ao próximo, ela não foi praticada em função da vontade de Deus. Qual será a reação com relação à Lei? Dor e sofrimento.

Qual deve ser a nossa atitude para com a dor? Quem gosta de sofrer? Acontece que sem ela não conseguiremos nos amoldar eficazmente à Lei de Deus. Se, por outro lado, interpretássemos a dor e o sofrimento como um ganho, um aprendizado das coisas úteis da vida, quem sabe não viveríamos melhor.

5.3. A INEXORABILIDADE DA LEI

A Lei de Deus é justa e sábia. É por isso que dizemos que o acaso não existe. Isso quer dizer que tudo o que se nos acontece deveria nos acontecer. Nesse sentido, Deus não perdoa e nem premia. Faz, simplesmente, cumprir a sua Lei.

Como é que deveríamos agir com relação ao sofrimento? Verificar onde erramos. Caso tenhamos cometido algum crime, algum deslize, deveríamos nos arrepender. Basta apenas o arrependimento? Não. É preciso sofrer de forma educada. Ainda mais: temos que reparar o mal que fizemos. Deus se vale das pessoas, mas o nosso problema é com relação a radicalidade de sua Lei. E não adianta adiar porque, mais cedo ou mais tarde, a nossa consciência nos indicará o erro e teremos que refazer o mal praticado.

6. A PASSAGEM DO TEMPO ENTRE A AÇÃO E A REAÇÃO

6.1. ANTECEDENTES E CONSEQÜENTES

A causa passada gera uma dor no presente; a causa presente provoca um sofrimento futuro. Um fato social é um evento quantitativo: aconteceu em tal dia, em tal local e em tal hora. A passagem do tempo transforma o fato quantitativo em fato qualitativo. Como se explica? Observe a água: ela é formada da junção de 2 elementos de hidrogênio com 1 de oxigênio. A água, embora contenha dois elementos de hidrogênio e um de oxigênio, é qualitativamente diferente do hidrogênio e do oxigênio.

6.2. O TEMPO MODIFICA QUALITATIVAMENTE A CAUSA

Transportemos o exemplo da água para o campo moral. Suponha que há 300 anos houve um assassinato entre duas pessoas que se odiavam. Como conseqüência, criou-se um processo obsessivo entre os dois. O fato real e quantitativo: um assassinato, que produziu um agravo à Lei de Deus e que deverá ser reparado. Os 300 anos transcorridos modificaram tanto aquele que cometeu o crime quanto aquele que o sofreu. E se a vítima já perdoou o seu assassino? E se o assassino vem, ao longo desse tempo, praticando atos caridosos? Será justo aplicar a lei do olho por olho e dente por dente? Aquele que matou deverá ser assassinado? O que acontece? Embora o assassino tenha que reparar o seu erro, pois ninguém fica imune diante da lei, a pena pode ser abrandada, em virtude de seus atos benevolentes.

6.3. PERDA DO DEDO E NÃO DO BRAÇO

Esta história foi retratada pelo Espírito Hilário Silva, no capítulo 20 do livro A Vida Escreve, psicografada por F. C. Xavier e Waldo Vieira, no qual descreve o fato de Saturnino Pereira que, ao perder o dedo junto à máquina de que era condutor, se fizera centro das atenções: como Saturnino, sendo espírita e benévolo para com todas as pessoas, pode perder o dedo? Parecia um fato que ia de encontro com a justiça divina. Contudo, à noite, em reunião íntima no Centro Espírita que freqüentava, o orientador espiritual revelou-lhe que numa encarnação passada havia triturado o braço do seu escravo num engenho rústico. O orientador espiritual assim lhe falou: “Por muito tempo, no Plano Espiritual, você andou perturbado, contemplando mentalmente o caldo de cana enrubescido pelo sangue da vítima, cujos gritos lhe ecoavam no coração. Por muito tempo, por muito tempo... E você implorou existência humilde em que viesse a perder no trabalho o braço mais útil. Mas, você, Saturnino, desde a primeira mocidade, ao conhecer a Doutrina Espírita, tem os pés no caminho do bem aos outros. Você tem trabalhado, esmerando-se no dever... Regozije-se, meu amigo! Você está pagando, em amor, seu empenho à justiça...”

7. CONCLUSÃO

A prática da caridade tem valor científico, ou seja, ajuda-nos a reparar os danos que causamos à Lei Divina. Assim, se soubermos viver sóbrios e sem muitos agravos à Lei, certamente faremos uma passagem tranqüila ao outro plano de vida.

Educação e Espiritismo


O espiritismo, segundo Allan Kardec, pretende ser ao mesmo tempo uma ciência, que demonstra através do estudo empírico dos fenômenos mediúnicos a existência dos espíritos e sua atuação sobre o mundo; uma filosofia, que propõe uma cosmovisão evolucionista e reencarnacionista; e uma religião, sem dogmas, rituais e sacerdócio organizado, que faz uma releitura do cristianismo e prega uma prática religiosa centrada na moral e na ligação direta do homem com Deus.

Para além dessas três dimensões, porém, ou como resultante de todas elas, o espiritismo tem um caráter eminentemente pedagógico. [1] Não só porque seu fundador, Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), depois Allan Kardec, tenha sido um grande educador francês, seguidor da proposta de Pestalozzi, seu mestre. Mas porque o cerne da filosofia espírita é uma proposta de educação do espírito.

O espiritismo não entende o devir humano, como uma história de salvação, segundo o conceito do cristianismo tradicional, mas como uma história de evolução. O homem foi criado simples e ignorante e está destinado a conquistar a perfeição, através do aprendizado de múltiplas vidas sucessivas. Não houve uma tragédia inicial de queda e nem a necessidade de uma intervenção divina, para a redenção das criaturas. Tudo corre conforme previsto pelo Criador. A humanidade está em processo educativo, aprendendo, através da ação livre no mundo, a crescer espiritualmente, a fazer desabrochar as virtudes e a sabedoria que serão suas, quando atingir o alvo evolutivo a que Deus nos destinou. Todo mal e todo desvio de rota estão por nossa conta, mas são males e desvios passageiros, porque a imanência de Deus em nós garante mais dia, menos dia, a volta ao caminho da perfeição. Perde-se a tragicidade do drama do pecado, da queda; ganha-se em autonomia para o ser, pois que de nós depende quando e como vamos aderir a esse projeto de perfeição e felicidade, para o qual fomos criados.

Um dos pontos mais polêmicos em torno dessa cosmovisão é que ela se pretende cristã e ao mesmo tempo universal. Em que sentido uma coisa e outra? Cristã, porque as idéias de redenção universal (que ninguém estaria eternamente condenado ao mal, nem mesmo o demônio), de reencarnação, da possibilidade de aperfeiçoamento autônomo do indivíduo, estavam presentes nos primeiros três séculos de cristianismo. As duas primeiras foram aceitas por Orígenes, a última, por Pelágio. Ambos, depois condenados pela ortodoxia, tiveram suas interpretações do cristianismo banidas da Igreja Católica. [2]

Outro aspecto que inviabiliza, segundo católicos e protestantes, chamar-se o espiritismo de cristão é a negação da Trindade. Dogma essencial da ortodoxia, considera-se como indispensável para a identidade do cristianismo. Entretanto, também esse dogma, segundo a posição espírita, foi construído historicamente. Arius, o padre que defendia que Jesus não era Deus, mas um seu enviado, foi combatido por Atanásio e quando o Imperador Constantino tornou o cristianismo a religião oficial do Estado romano, a doutrina na Trindade foi assumida como a ortodoxia e a ariana, como herética. Comenta Kardec:

“Se o símbolo de Nicéia, que se tornou o fundamento da fé católica, fosse conforme o espírito do Cristo, para que o anátema final? Não é isto prova de que é obra da paixão dos homens? A que se deve a sua adoção? À pressão do Imperador Constantino, que fez dele uma questão mais política do que religiosa. Sem sua ordem não se teria realizado o Concílio e sem a sua intimidação é mais do que provável que o arianismo tivesse triunfado. Dependeu, pois, da autoridade soberana de um homem, que não pertencia à Igreja, que reconheceu mais tarde o erro que cometera e que procurou inutilmente voltar atrás conciliando os partidos, não sermos hoje arianos em vez de católicos, e não ser hoje o arianismo a ortodoxia e o catolicismo a heresia.”
(KARDEC, 1971:118)

Essa questão da divindade de Jesus está intimamente ligada às outras, levantadas por Pelágio e Orígenes: entendendo-se Cristo como um modelo de perfeição (e não como o próprio Deus), entendendo-se que podemos atingir esse modelo, segundo o nosso esforço pessoal, através de múltiplas vidas, tira-se a tragicidade da queda, do pecado, que corrompeu o homem, que precisa da graça e do sangue de Deus encarnado para reconciliar-se com a divindade. [3]

“Do ponto de vista dos arianos, era essencial que Jesus não fosse Deus, pois Deus, sendo perfeito por natureza, era inimitável. Em compensação, a virtude transcendente de Cristo, que era fruto de atos repetidos de sua vontade, era ao menos potencialmente acessível ao resto dos mortais.”(RUBENSTEIN, 2001:26)

Embora as correntes ortodoxas do cristianismo também acreditem na herança divina na criatura, como uma presença imanente, há, segundo elas, algo que turva o ser do homem e precisa de uma reparação. Ocorre que esta reparação, intermediada por Cristo, é intermediada pelas instituições que o representam (e essa idéia é mais forte no catolicismo), tornando o homem de dependente de uma graça, que é de alguma forma materializada por mãos humanas.

O espiritismo entende que toda essa doutrina foi instrumentalizada para a dominação das consciências e por isso vê em Jesus um modelo de perfeição moral, que qualquer ser humano é convidado a seguir, porque o nosso destino de espíritos, criados por Deus, é o da perfeição. Ao mesmo tempo, o mal perde seu caráter trágico, para tornar-se, apesar de todas as barbáries humanas, uma espécie de aprendizado da liberdade. Deus nos deixa inclusive experimentar os caminhos mais escabrosos, para aprendermos o valor do bem. (Assemelha-se essa idéia ao construtivismo na pedagogia: a criança erra para aprender ou o erro é uma experimentação necessária).

Dizia acima também que o espiritismo se pretende universal, além de cristão, porque, embora reconheça em Cristo o Espírito mais puro que já veio à terra e se insira dentro da tradição judaico-cristã, Kardec dizia que a verdade da revelação divina está presente em todas as religiões. Em todas as épocas, em todas as culturas, entre todos os povos, houve enviados de Deus, para ensinar aos homens as leis da vida. (Além, é claro, dessas leis estarem impressas na própria consciência humana).
Uma proposta pedagógica espírita

Se lemos o espiritismo com olhos pedagógicos, como foi escrito por Kardec e teorizado e praticado por iniciadores da pedagogia espírita no Brasil (tais como Eurípedes Barnanulfo, Anália Franco, Herculano Pires, Ney Lobo e outros) veremos que se podem deduzir alguns princípios fundamentais, que aqui, didaticamente, resumo em três. Esses princípios podem ser extraídos da cosmovisão espírita, mas não por acaso, aparecem em três clássicos da Educação, de que Kardec foi herdeiro: Comenius, Rousseau e Pestalozzi.

Se o espiritismo entende o percurso da alma humana através do tempo, como um processo educativo, deflagrado por Deus, compreendido como Pai, então deve haver uma pedagogia divina. Esta pedagogia tem três parâmetros:

1) A liberdade: fomos lançados livres no universo, com o direito e o dever de construirmos a nós mesmos e cultivarmos as sementes de divindade que trazemos em nós;

2) A ação: somos livres, para agir no mundo e é através da ação, que promovemos o nosso aprendizado, experimentando situações e vivências, em diversas vidas, até adquirirmos sabedoria e virtude;

3) O amor: embora Deus tenha nos criado livres para agir, não nos deixou ao abandono, cerca-nos com seu amor incessante, enviando seus mensageiros, para ensinar ao homem a verdade e o bem, colocando ao nosso lado Espíritos que nos amam e orientam e intervindo junto a nós como Providência, que nos acompanha.

São esses três princípios, pois, que podemos erigir como fundadores de uma proposta pedagógica espírita: respeitar a liberdade e a individualidade da criança, que deve agir para aprender (e isso vai desde a aplicação prática de fórmulas matemáticas até o exercício das virtudes), mas essa ação livre deve ser acompanhada pelo amor dos educadores, empenhados em incentivar e cultivar o lado bom dos educandos, com atenção, diálogo, observação e autoridade moral.

Dentro dessa filosofia educacional, como se apresenta o ensino da religião?

O espiritismo reconhece que a dimensão espiritual do ser humano é essencial para o seu desenvolvimento integral. Ao mesmo tempo, Kardec não queria que a doutrina espírita tivesse um caráter proselitista (embora isso nem sempre seja seguido por seus adeptos), pois o respeito à liberdade de consciência é quesito absoluto da ética por ele proposta. Herculano Pires (que lutou na década de 60, pela escola laica, gratuita e obrigatória), diante da necessidade de se recuperar o aspecto espiritual na esducação, propõe que:

“…não podemos ter Educação sem Religião, o sonho da Educação Laica não passou de resposta aos grandes equívocos do passado (…). O laicismo foi apenas um elemento histórico, inegavelmente necessário, mas que agora tem de ser substituído por um novo elemento. E qual seria essa novidade? Não, certamente, o restabelecimento das formas arcaicas e anacrônicas do ensino religioso sectário nas escolas. Isso seria um retrocesso e portanto uma negação de todas as grandes conquistas (…). Reconhecendo que a Religião corresponde a uma exigência natural da condição humana e a uma exigência da consciência humana, e que pertence de maneira irrevogável ao campo do Conhecimento, devemos reconduzi-la à escola, mas desprovida da roupagem imprópria do sectarismo. Temos de introduzir nos currículos escolares, em todos os graus de ensino, a disciplina Religião ao lado da Ciência e da Filosofia. Sua necessidade é inegável, pois sem atender aos reclamos do transcendente no homem não atingiremos os objetivos da paidéia grega: a educação completa do ser para o desenvolvimento integral e harmonioso de todas as suas possibilidades.” (PIRES, 1985:40)

Dez Dicas para uma boa caminhada


Saiba quais são as 10 dicas essenciais para uma boa caminhada!
1. AVALIAÇÃO MÉDICA
Antes de iniciar a prática da caminhada é necessário fazer uma avaliação médica, incluindo a execução de exames como eletrocardiograma e hemograma. Atenção especial para diabéticos e hipertensos, que devem tomar uma série de cuidados antes de caminhar.
2. RESPIRAR CORRETAMENTE
- O ideal é inspirar pelo nariz, que tem mecanismos para filtrar o ar e permite uma ventilação mais eficiente e segura.
- Para expirar, o melhor é utilizar a boca, o que torna a troca de ar mais rápida, já que a boca é bem maior do que as duas narinas.
- Quando o esforço é grande, a tendência é inspirar também pela boca. Quando isso ocorre, o ideal é diminuir o ritmo e respirar profundamente, contando até cinco, para voltar a inspirar pelo nariz e expirar pela boca.
- Um dos pontos mais importantes é o equilíbrio entre a quantidade de oxigênio colocada na circulação sangüínea pela respiração e o gasto desse oxigênio. Uma dica é equilibrar pelo número de passadas: quatro para inspirar, outras quatro para expirar.

3. POSTURA
- A cabeça deve estar centrada nos ombros; o olhar focaliza o horizonte, em linha reta; o queixo e a cabeça acompanham o olhar (nem para cima, nem para baixo). Os ombros devem estar relaxados. Evite incliná-los para a frente ou para os lados. O tórax fica em posição normal, sem desvios para a frente ou para trás. Os braços devem estar para baixo, levemente dobrados. O balanço dos braços durante a caminhada deve ser natural e suave.
- Nas mãos, agir como se tivesse segurando uma borboleta. A idéia é não apertá-las, para não esmagar a borboleta, nem abri-las demais para não deixar a borboleta fugir. Para proteger a coluna, o abdome deve estar contraído, estável e ereto. Esse movimento permite também apontar o cóccix (ossinho no final da coluna) em direção ao chão, alinhando a coluna vertebral.
- Os quadris devem ser movidos de forma natural, acompanhando o movimento das pernas para a frente e para trás. Nunca movimente os quadris para os lados!!! Os ossos ilíacos devem apontar sempre para a frente, convergindo para o centro.
4. ALONGAMENTO
O alongamento é a palavra-chave para tornar a caminhada mais segura e eficiente, por reduzir o risco de lesões e cãibras. Para fazer o alongamento, inicie da seguinte forma:
- Apoiar as mãos na parede, flexione o joelho da perna direita à frente do corpo, enquanto a outra fica estendida para atrás. Troque a posição, utilizando a perna esquerda.
- Apoiar a ponta do pé direito na beirada da calçada e deixe que o calcanhar se abaixe. Repita o movimento com o pé esquerdo.
- Apoiar a perna direita na parede e direcione o tronco em sentido do pé, como ilustra a figura. Repita o alongamento com a perna esquerda.
- Sentar-se com os pés juntos (formato borboleta), deixando que os joelhos caiam para os lados. Mantenha o corpo ereto, alinhando a coluna.
- Separe as pernas e desça com as mãos em direção ao chão. Deixe seu corpo relaxar completamente. Não é necessário tocar o chão.
- Entrelace os dedos e eleve as palmas das mãos juntas para cima. Eleve os calcanhares durante o exercício.
5. PRATICAR COM REGULARIDADE
Os exercícios físicos devem ser realizados de forma regular três vezes por semana, com intervalo entre as sessões de 24 a 48 horas. É muito importante que esses exercícios sejam realizados com o paciente suportando o seu próprio peso, em função da força que os músculos exercem sobre os ossos da coluna e dos membros inferiores. A força muscular sobre os ossos constitui o estímulo fundamental para a manutenção e o aumento da massa óssea. O que quer dizer que os exercícios na água, como a hidroginástica e a natação, ou mesmo aqueles realizados em bicicleta, não trazem os benefícios observados com exercícios do tipo caminhar, correr, dançar, jogar tênis, peteca ou praticar algum esporte coletivo como o futebol, o basquete e o voleibol.

Considerando-se a condição de idoso, o exercício mais indicado para a prevenção da osteoporose é a caminhada, que deve ser realizada por aproximadamente 40 minutos, antecedidos por aquecimento e finalizados com um alongamento muscular. A intensidade do exercício deve ser de 60% a 90% da freqüência cardíaca máxima (própria para a idade), de preferência avaliada por meio de consulta médica, complementada pelo teste de esforço.
6. CUIDADO COM OS PÉS
- Quando comprar um calçado para caminhadas, prefira os tênis. Não deixe que os vendedores o convençam a comprar botas e sapatos com estilo rústico, alegando que são ideais para caminhar.
- As principais marcas de tênis oferecem diversos modelos com sistema de amortecimento, que atenuam o impacto do pé no solo. Escolha um para treinamento (com solado mais alto) e não para competição (mais baixo e leve).
- Levar em consideração o seu tipo de pisada. Existem opções de tênis para quem pisa para dentro (pés pronadores), para quem pisa para fora (supinadores) e para quem tem pisada normal. É fundamental que o calçado seja confortável mesmo quando os pés incharem, o que pode acontecer durante a caminhada. Por isso, deixe para comprar o calçado à noite ou depois de uma atividade física, quando os pés estão mais volumosos. Dias quentes também são mais indicados para a compra do que os frios.
- Quando comprar o calçado, use-o pelo menos duas semanas antes em pequenas caminhadas no bairro e dentro de casa. Isso irá amaciar o calçado e, também, indicar se algum lugar está “pegando mais”, pois este ponto com certeza irá prejudicar durante uma caminhada com maior duração.
- Evitar colocar algodão, pano ou jornal molhado dentro do calçado para alargar, isto só irá comprometer a vida útil do calçado.
- Optar por tênis leves, de solado flexível, salto baixo com sistema de amortecimento no calcanhar e amplo espaço para os dedos do pé.
- Dar preferência aos modelos de tênis que são reforçados nas laterais, pois evitam torsões caso você tropece. Quem pratica caminhada também deve considerar o terreno no qual se exercita. Existem amortecimentos diferenciados para esteira e para passeios ao ar livre.
7. ROUPAS ADEQUADAS
Roupas claras e leves são ideais para caminhar. Evite roupas apertadas que possam comprometer a respiração e os movimentos.
8. ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO
Para evitar queda de pressão, náuseas e fadiga, antes de caminhar faça uma refeição leve, à base de frutas e sucos. Mantenha a hidratação adequada antes, durante e após a atividade física. Beba água!!! Jamais substitua a água por refrigerantes.
Não espere sentir sede para beber água — quando a sede chega é porque a pessoa já está desidratada.
9. LOCAL APROPRIADO
É muito importante que a caminhada seja realizada em parques ou praças. O terreno plano é recomendado para evitar quedas. Locais poluídos não são recomendados.
10. BONS PENSAMENTOS
Quando sair para caminhar, deixe as preocupações de lado. Tente cultivar bons pensamentos e utilizar a caminhada para relaxar.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Saúde


Segundo a Organização Mundial de Saúde:
" Saúde é o mais completo estado de bem estar-físico, Mental e Social e não a simples ausência de doença.
Ter Saúde é viver num estado em que todas as funções orgânicas desempenham normalmente o papel para que foram criadas, dando ao indivíduo o máximo de vitalidade e disposição.
Conheça alguns hábitos de vida, necessários a sua saúde:

1-Beba água pura;
2-Procure lugares arejados;
3-Pratique exercícios físicos regularmente;
4-Tome banho diariamente, cuidando sempre da higiene pessoal;
5-Coma em horas certas, numa dieta equilibrada;
6-Trabalhe, mas procure repousar e praticar lazer sadios.

Obs: Lembre-se não esqueça de tomar em média 2 litros de água por dia ou você poderá sofrer de cálculo renal ou na certa ficará com uma aparência de maracujá de gaveta.

Antonio Carlos 10.01.2010

DESEJO A TODOS OS AMIGOS COLABORADORES DESTE BLOG UM FELIZ 2010,QUE JESUS OS ABENÇOE HOJE E SEMPRE!

sábado, 2 de janeiro de 2010

Mensagem de Bom Ânimo


simpatia e a amizade são duas flores enraizadas no jardim do tempo.

De longe chegamos para a subida ao monte da elevação.

Manifestemos a Jesus o nosso reconhecimento profundo pelo ensejo de serviço abençoado que nos confere.

Com as dificuldades de hoje, aprendemos a reajustar os recursos que ontem relegamos ao abandono.

Não há dor sem causa e nem lágrimas sem procedência justa.

Nossos obstáculos de agora foram tecidos por nós mesmos. Tenhamos, pois, a coragem de eliminá-los a golpes de esforço próprio, buscando na caridade a luz acesa para o nosso roteiro da ascensão.

Recordações aflitivas nos possuem a alma, diante do pretérito próximo. Sofrimentos incontáveis marcaram a nossa passagem sobre a Terra de séculos passados e hoje não nos cabe senão aceitar o resultante de nossos compromissos na Vida Espiritual.

Só a humildade é a energia suficientemente segura, para sustentar-nos o êxito no serviço abençoado e não devemos esmorecer na jornada que nos compele para diante...

Não nos falte a fé, sob a tempestade do mundo.

O temporal das incompreensões, invariavelmente, na Terra, surpreende os que procuram entender a vida como Jesus no-la reservou, repleta de santas obrigações da fraternidade, uns à frente dos outros.

Façamos de cada dia um canteiro de trabalho em favor do nosso próximo, porque o serviço aos outros é sumo bem a nós mesmos.

Guardemos o coração na confiança sincera em nosso Pai Celestial.

Ninguém renasce na Terra para gozar ou para converter a carne em instrumento de reprovável prazer

A existência, entre as criaturas terrestres, é uma porta divina que se abre à nossa firme vontade de trabalhar e renascer para o Alto.

Aqueles que dormem ou que estacionam em posição imprópria, naturalmente perdem a mais valiosa estrada de acesso à Esfera Superior.

Por isso mesmo, prossigamos para a frente, sem desânimo e sem fadiga.

O desalento é dos invigilantes.

O cansaço é dos fracos.

Auxiliemo-nos, amparando os outros.

Ergamo-nos, levantando os que caíram.

Desçamos aos precipícios da sombra, para exercer a caridade com Jesus, a fim de subirmos, realmente com Ele, às regiões da Perfeita Alegria.

Abençoemos a luta para que a vitória nos abençoe.

Ensinemos, praticando os princípios que nos iluminam a palavra.

Avancemos para a frente, sustentando aqueles que ainda não aprenderam a ciência da marcha regular.

Doemos nossas possibilidades, em benefício de todos, para que a vida se compadeça de nós, socorrendo-nos sempre.

Escravizemo-nos ao dever com o Cristo, e o cativeiro divino no Evangelho nos restituirá a verdadeira liberdade.

No sacrifício de nós mesmos, a favor do bem, permanece a bendita sementeira do triunfo para a glória imortal.

Tudo na Terra passa ou se transforma.

Nosso espírito, porém, com toda a nossa bagagem de esperanças e sonhos, não sofre alterações que se refiram à decadência ou ao sofrimento.

A elevação é o nosso destino.

De almas unidas, pois, sob o manto da fraternidade em Jesus, Nosso Mestre e Senhor, que possamos cumprir todos os nossos deveres, seguindo em companhia dEle para o Monte da Redenção, na conquista de nossa felicidade para sempre.

A Resiliência na Visão Espírita


A Resiliência na Visão Espírita
A edição 1852 da Revista VEJA1 , de 5 de maio de 2004, na seção Páginas Amarelas, entrevista a professora Andréa Salgado que, no fim do ano passado, teve suas duas pernas decepadas com a colisão de uma lancha com o banana boat em que passeava em uma praia do litoral fluminense. O acidente por si só uma tragédia, agrava-se pela impunidade já que os responsáveis até hoje não respondem pelo crime de lesão corporal grave. Acrescente-se a tudo isso a transformação radical a que foi sujeita, aos 33 anos, casada e mãe de 2 filhos de 4 e 7 anos. Hoje está treinando para andar com as pernas artificiais. Conta ainda a reportagem que seis meses após o acidente, a professora mantém o otimismo. Perguntada sobre a origem desse ânimo ela confessa não saber que tinha essa força toda. Atribui a Deus e ao apoio da família e que no início foi ela quem deu força para o marido e os filhos. Decidira não viver lamentando o que perdera e sim o que ganhara, ou seja, a vida. Estar viva para ela foi uma vitória, ainda que sem as pernas.
Mas o que esse fato tem a ver com a resiliência do título? A imprensa leiga está timidamente abordando esse tema. Recentemente a revista Cláudia (abril 2004) fez uma boa matéria sobre o assunto e o encarte da Folha, Sinapse, de 27 de Abril de 2004, também fez algumas referências, ainda que pequenas. Tive meu contato com a resiliência ao estudar o estresse docente, para minha dissertação de mestrado, buscando entender por que alguns professores sabiam lidar com as adversidades da profissão enquanto outros sucumbiam diante das mesmas. Na tentativa de entender essa variação de comportamento, aprendi que existe um fator importante que faz a diferença. Atribuem os estudiosos à personalidade mais resistente ou não ao estresse. Os professores que não se deixavam abater apresentavam certas características que compunham a personalidade resiliente.
A resiliência é caracterizada por um conjunto de atitudes adotadas pelo ser humano para resistir aos embates da vida. O termo vem de uma propriedade da Física sobre a capacidade que os corpos têm de voltar à sua forma original, depois de submetidos a um esforço intenso. Fazer a simples transposição da Física para a Psicologia não é possível porque, aplicado aos seres humanos, o conceito se destaca exatamente pela capacidade do indivíduo dar a volta por cima das situações de risco e voltar TRANSFORMADO, crescendo com a experiência.
A análise dos comportamentos leva à idéia de que todo ser humano traz dentro de si essa capacidade inata. Alguns a estimulam por si mesmos sobrepujando guerras, maus tratos, conflitos diversos. Outros precisam de ajuda externa, seja de comunidades religiosas ou não, da família ou de terapeutas para ajudá-los a criar os fatores de proteção que suavizam os fatores de risco. Ou seja, são as forças internas e externas que contribuem para minorar esses fatores de risco. E a essa força chama-se resiliência. Assim diz-se que um indivíduo é resiliente quando consegue superar (e não necessariamente eliminar) as adversidades, encontrando forças para aprender com elas.
A forma como lidamos com os agentes estressores é que determinaria o grau de resiliência alcançado. O ser resiliente não foge das opressões e consegue neutralizar seus efeitos sem que necessariamente as mesmas sejam afastadas ou diminuídas. Como exemplo, citamos os sobreviventes dos campos de concentração que, apesar de todas as adversidades, ainda encontraram dentro de si mesmos força para resistir, sem que tenha havido redução da exposição ao risco.
Voltando ao comportamento da jovem e bonita professora percebemos sua atitude resiliente quando demonstra uma força, uma coragem que, como dissemos, existe latente no ser humano e que emerge diante das situações difíceis. Ora cria seus próprios fatores de proteção, ora utiliza os externos (Deus e a família). Destaque-se aqui o elo com a religião não para servir de fuga psicológica mas para ajudar no enfrentamento dos conflitos.
Na visão espírita, o conceito de resiliência se alarga porque ao depararmos com as diferenças de personalidade para justificar a maneira mais fácil ou difícil, de lidar com as adversidades, vamos ao encontro do conceito do espírito eterno, milenar, que atravessa as eras em aprendizado contínuo.
Conhecedores de que nosso planeta abriga seres em diversas escalas de evolução e que os mais adiantados servem-nos de exemplo para nosso próprio crescimento, fica mais fácil entender porque alguns são mais fortes e descobrem em si mesmos a força para lutar. Jesus já não dizia que só teríamos o fardo que agüentamos suportar? Por isso, a professora, apesar de toda luta, serve de exemplo para tantos outros:
“Muita gente me procura para dizer que recuperou a vontade de viver depois de conhecer minha história. Isso me deixa contente e me dá mais força ainda para prosseguir.”
Joanna de Ângelis, no profundo livro O Despertar do Espírito2 (p.173) nos esclarece que “essa força para o crescimento, haure-a ele (o espírito) na realidade de si mesmo, ínsita nos painéis profundos da sua essencialidade”.
Andréa Salgado, a professora, revela como encontra forças (p.13):
“Como não posso voltar atrás, tenho de dar a volta por cima. Quando vejo que estou ficando triste, digo a mim mesma: levanta essa cabeça!”
Esse comportamento exemplifica como o sofrimento pode ser modificado “mediante a coragem de os defrontar e trabalhá-los corajosamente com os instrumentos da realidade”. 3
A teoria da resiliência defende a capacidade individual do ser humano de aprender a trabalhar comportamentos que reduzam a ação dos agentes estressores, admitindo que a personalidade pode mudar sua maneira de ser, se a ela forem dadas as ferramentas adequadas para a construção do novo indivíduo.
Ao entender que o ser humano pode ser modificado para melhor, a teoria da resiliência se aproxima do conceito espírita de evolução espiritual.
Ser resiliente também implica em aceitar as coisas como são, se não puderem ser modificadas. A angústia leva algumas pessoas ao desespero enquanto outras procuram consolo e resposta para os acontecimentos.
Andréa, apesar de católica, depois do acidente encontrou muitas respostas no Espiritismo, tendo aprendido que nada acontece por acaso. Comenta também que tem lido muitos livros kardecistas, livros com mensagens de otimismo. Certamente esse contato com uma nova realidade é que tem suprido sua necessidade de conforto espiritual, fazendo nascer a vontade de lutar e a esperança por dias melhores, observado quando assim se expressa:
“Como é certo que não terei minhas pernas de volta, não adianta ficar na cama chorando. Tenho de ficar boa para cuidar da minha família. Tento usar minha energia para mudar o enredo dessa história.”
São comportamentos como o de Andréa que nos levam a analisar as diversas reações dos indivíduos. Ao se fazer um exame do sofrimento, observamos que, conforme esclarece o Espiritismo, cada um passa pelas experiências que necessita para evoluir. E que essas experiências podem vir carregadas de um sofrimento intenso. Já a forma de lidar com a dor vai variar de indivíduo para indivíduo. Joanna de Ângelis complementa dizendo que “a sensibilidade à dor depende do grau de evolução do ser, do seu nível de consciência”. Diz ainda, a nobre mentora que
“à medida que progride, que sai do mecanismo dos fenômenos e adquire responsabilidade como decorrência da conscientização da sua realidade, ele se torna mais perceptivo ao sofrimento, embora, simultaneamente, mais resistente.”4
É a lucidez da consciência que equipa o indivíduo na superação da amargura, do desespero, da infelicidade, esclarece Joanna. Segundo a sábia mensageira de Cristo, em virtude da compreensão que o ser demonstra em torno dos objetivos espirituais de sua existência, fica mais fácil entender e aceitar o sofrimento e a necessidade de ainda se encontrar nas faixas mais ásperas do mecanismo evolutivo.
Essa aceitação e superação dos desafios que a vida terrena nos oferece é que demonstram atitudes resilientes. Mais uma vez a Psicologia Espírita se aproxima da ciência, no caso, da Psicologia Social, quando mostra e explica as semelhanças e diferenças do comportamento dos espíritos encarnados aqui na Terra.

Referências Bibliográficas:
1 Revista VEJA – Páginas Amarelas - Entrevista Profª Andréa Salgado. Por Ariel Kostman