sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A Visão Espírita da Morte

Para entender a atitude dos espíritas diante da perda de entes queridos, é preciso entender a visão espírita da morte. O que é a morte para o espírita?
Em primeiro lugar, a destruição do corpo físico, que é um fenômeno comum a todos os seres biológicos. Segundo, a morte é um instante em meio a um caminho infinito. E em terceiro lugar, a morte é uma transição e não um ponto final.
Há que se considerar também que o espírito está permanentemente em processo de crescimento e renovação e a morte é a forma de forçar esta renovação, mudando am-bientes e projetos de vida.
Esta visão um tanto pragmática e aparentemente fria da morte não exclui a existência de sentimentos e emoções, porque tanto quanto sentimos mais ou menos fortemente a separação geográfica entre duas pessoas e ansiamos por reencontrarmos aqueles que estão longe, assim também ansiamos por ter novamente conosco os que se foram.
Mesmo na vida física há separações que são traumáticas, longas e, às vezes, definitivas. Na morte, então, a saudade e a vontade de ter outra vez aquele que se foi é perfeitamente natural e compreensível, mas a certeza da retomada do afeto e de projetos comuns no futuro é profundamente consoladora e faz com que a esperança possa ser tranqüila e confiante.

Por que é tão doloroso ainda para nós o fenômeno da morte física, com a separação dos entes que amamos?
Mauro Operti – Exatamente porque os amamos, queremos tê-los continuamente junto a nós. Isto não precisa de explicação, é natural. Vivemos em função dos outros. Tudo o que fazemos na vida tem como referência o outro. Se o outro que amamos se vai, como não sentir?

É licito procurarmos o contato com entes que partiram, já que a morte não é o fim?
Mauro Operti – Perfeitamente, desde que a nossa atitude mental e as nossas emoções estejam equilibradas. Por outro lado, toda vez que tentamos o contato com o mundo espiritual, temos que ter certeza de que os meios dos quais dispomos (ambiente, médiuns etc.) sejam apropriados para a nossa intenção. De qualquer modo, temos que ser prudentes quando intentamos qualquer contato com o mundo espiritual. E mesmo que a nossa intenção seja boa ou a nossa saudade muito grande, as leis da comunicação mediúnica continuam em vigência. Mas, de qualquer maneira, se a misericórdia divina nos forneceu os meios de comunicação, é perfeitamente razoável buscarmos o contato com aqueles que nós amamos. Quem não anseia uma palavra de afeto de quem está longe? É profundamente consoladora esta certeza.

O que se pode dizer às pessoas que buscam o centro espírita com profundo desejo de receberem uma mensagem de um ente querido que já partiu?
Mauro Operti – Em primeiro lugar, estar avisado de que este contato nem sempre é possível. Às vezes, passam-se meses ou anos antes de conseguirmos uma palavra ou uma mensagem. Nem os médiuns, nem os espíritos estão obrigados a nos dar a resposta que queremos. Se a misericórdia divina permitir, nós a receberemos, como muitos que já receberam. As evidências para alguns de nós são numerosíssimas, como é o meu próprio caso. Eu não tenho como negar o fato da sobrevivência pelo muito que já vivenciei ou já presenciei.

Qual a garantia de estarmos nos comunicando com nossos verdadeiros entes?
Mauro Operti – As evidências para a comunicação entre mortos e vivos são de dois tipos: são subjetivas ou objetivas. As evidências objetivas são confirmações externas, através de fatos objetivos que deixam motivo para poucas dúvidas (ou nenhuma dúvida). É claro que, como acontece com a própria pesquisa científica, sempre se pode levantar hipóteses explicativas para os fenômenos. O que se faz é levar em conta a soma de evidências que levam, quase sem deixar dúvidas, a se aceitar que o fenômeno foi genuíno. Mesmo na pesquisa científica, isto também acontece. Na realidade, nada é definitivamente provado em ciência. Mas, para muitas coisas, o peso das evidências a favor de uma determinada explicação é tão grande que, do ponto de vista prático, é como se estivesse provado. É assim também com os fatos mediúnicos. Mas existem também as evidências subjetivas e essas são pessoais e intransferíveis. Eu não posso provar a uma outra pessoa que sonhei com um ente querido e que isto significa que eu realmente estive com ele, mas, interiormente, eu tenho certeza, pelo realismo das cenas vividas oniricamente e por detalhes que me trazem uma certeza interior que não pode ser transferida. E quando isto acontece, não me importa absolutamente o que o outro possa pensar da minha experiência.

As perdas vivenciadas por qualquer encarnado, quando acompanhados de sentimento de resignação e capacidade de perdão, podem se tornar um aprendizado, um treinamento que nos levaria a entender melhor a perda dos entes queridos?
Mauro Operti – Certamente, porque é o aprendizado da renúncia, a certeza de que não somos donos de nada, nem de ninguém. Que o que temos num certo momento nos pode ser tirado no outro e continuamos vivendo, continuamos lutando sempre com a visão do futuro.

O ente desencarnado assiste ao seu velório? Assim sendo, qual sua postura diante da demonstração de dor dos entes encarnados?
Mauro Operti – Nem sempre. Vai depender do próprio espírito e da assistência por parte dos seus amigos espirituais. Às vezes, ele não tem condições emocionais e está tão desarvorado que deve ser afastado do local. Outras vezes o seu estado de perturbação é tal que ele não tem consciência do que está se passando. Mas, muitas vezes, isso é possível.

A vontade de ver o ente que se foi, a saudade, não atrai o espírito do parente querido desencarnado? Isto pode levar a uma obsessão?
Mauro Operti – Depende do estado mental e emocional que acompanha esta vontade. Também depende das condições do espírito desencarnado, mas não há perigo em pensarmos com saudade nos nossos afetos desencarnados. Isto é uma expressão do carinho e da afeição que une dois seres. Como proibir? Seria, no meu modo de ver, uma falha das Leis Divinas não deixar que nos lembremos com carinho daqueles que um dia se foram.

Como proceder para saber se os entes queridos estão bem?
Mauro Operti – Rezar, pedir a Deus que lhe permita sentir o carinho daquele de quem você gosta. Com o tempo e a prática aprendemos a nos dirigir mentalmente àqueles de quem gostamos e as evidências subjetivas que colhemos desses contatos nos dão a certeza de que realmente estivemos com eles. Mas é preciso aprender a fazer as rogativas mentais com tranqüilidade, confiança e a certeza da assistência espiritual de nossos guias. Peçamos a Jesus acima de tudo e esperemos com serenidade.

Que mensagem você daria para as pessoas que perderam seus entes queridos e acreditam que nunca mais irão encontrá-los?
Mauro Operti – Para estas pessoas eu diria que Deus não cometeria esta maldade de separar definitivamente dois seres que se amam. A essência da vida é o outro. Por que Deus juntaria num breve tempo de uma existência duas criaturas que se sentem felizes de estar juntas e depois as separaria pela eternidade? A certeza da sobrevivência que a prática espírita garante às criaturas está acompanhada da certeza da reunião daqueles que se amam depois da perda do corpo físico. Esta é a maior consolação que poderíamos desejar, mas não é só uma consolação piedosa, é uma certeza proveniente da vivência que, aos poucos, vai nos tornando mais seguros e menos propensos às crises de ansiedade e aflição que são tão comuns às pessoas hoje em dia. Temos certeza e sabemos, não apenas acreditamos.

Entrevista publicada na edição 11 da Revista Cristã de Espiritismo.Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e a fonte.

A Visão Espírita da Morte

Para entender a atitude dos espíritas diante da perda de entes queridos, é preciso entender a visão espírita da morte. O que é a morte para o espírita?
Em primeiro lugar, a destruição do corpo físico, que é um fenômeno comum a todos os seres biológicos. Segundo, a morte é um instante em meio a um caminho infinito. E em terceiro lugar, a morte é uma transição e não um ponto final.
Há que se considerar também que o espírito está permanentemente em processo de crescimento e renovação e a morte é a forma de forçar esta renovação, mudando am-bientes e projetos de vida.
Esta visão um tanto pragmática e aparentemente fria da morte não exclui a existência de sentimentos e emoções, porque tanto quanto sentimos mais ou menos fortemente a separação geográfica entre duas pessoas e ansiamos por reencontrarmos aqueles que estão longe, assim também ansiamos por ter novamente conosco os que se foram.
Mesmo na vida física há separações que são traumáticas, longas e, às vezes, definitivas. Na morte, então, a saudade e a vontade de ter outra vez aquele que se foi é perfeitamente natural e compreensível, mas a certeza da retomada do afeto e de projetos comuns no futuro é profundamente consoladora e faz com que a esperança possa ser tranqüila e confiante.

Por que é tão doloroso ainda para nós o fenômeno da morte física, com a separação dos entes que amamos?
Mauro Operti – Exatamente porque os amamos, queremos tê-los continuamente junto a nós. Isto não precisa de explicação, é natural. Vivemos em função dos outros. Tudo o que fazemos na vida tem como referência o outro. Se o outro que amamos se vai, como não sentir?

É licito procurarmos o contato com entes que partiram, já que a morte não é o fim?
Mauro Operti – Perfeitamente, desde que a nossa atitude mental e as nossas emoções estejam equilibradas. Por outro lado, toda vez que tentamos o contato com o mundo espiritual, temos que ter certeza de que os meios dos quais dispomos (ambiente, médiuns etc.) sejam apropriados para a nossa intenção. De qualquer modo, temos que ser prudentes quando intentamos qualquer contato com o mundo espiritual. E mesmo que a nossa intenção seja boa ou a nossa saudade muito grande, as leis da comunicação mediúnica continuam em vigência. Mas, de qualquer maneira, se a misericórdia divina nos forneceu os meios de comunicação, é perfeitamente razoável buscarmos o contato com aqueles que nós amamos. Quem não anseia uma palavra de afeto de quem está longe? É profundamente consoladora esta certeza.

O que se pode dizer às pessoas que buscam o centro espírita com profundo desejo de receberem uma mensagem de um ente querido que já partiu?
Mauro Operti – Em primeiro lugar, estar avisado de que este contato nem sempre é possível. Às vezes, passam-se meses ou anos antes de conseguirmos uma palavra ou uma mensagem. Nem os médiuns, nem os espíritos estão obrigados a nos dar a resposta que queremos. Se a misericórdia divina permitir, nós a receberemos, como muitos que já receberam. As evidências para alguns de nós são numerosíssimas, como é o meu próprio caso. Eu não tenho como negar o fato da sobrevivência pelo muito que já vivenciei ou já presenciei.

Qual a garantia de estarmos nos comunicando com nossos verdadeiros entes?
Mauro Operti – As evidências para a comunicação entre mortos e vivos são de dois tipos: são subjetivas ou objetivas. As evidências objetivas são confirmações externas, através de fatos objetivos que deixam motivo para poucas dúvidas (ou nenhuma dúvida). É claro que, como acontece com a própria pesquisa científica, sempre se pode levantar hipóteses explicativas para os fenômenos. O que se faz é levar em conta a soma de evidências que levam, quase sem deixar dúvidas, a se aceitar que o fenômeno foi genuíno. Mesmo na pesquisa científica, isto também acontece. Na realidade, nada é definitivamente provado em ciência. Mas, para muitas coisas, o peso das evidências a favor de uma determinada explicação é tão grande que, do ponto de vista prático, é como se estivesse provado. É assim também com os fatos mediúnicos. Mas existem também as evidências subjetivas e essas são pessoais e intransferíveis. Eu não posso provar a uma outra pessoa que sonhei com um ente querido e que isto significa que eu realmente estive com ele, mas, interiormente, eu tenho certeza, pelo realismo das cenas vividas oniricamente e por detalhes que me trazem uma certeza interior que não pode ser transferida. E quando isto acontece, não me importa absolutamente o que o outro possa pensar da minha experiência.

As perdas vivenciadas por qualquer encarnado, quando acompanhados de sentimento de resignação e capacidade de perdão, podem se tornar um aprendizado, um treinamento que nos levaria a entender melhor a perda dos entes queridos?
Mauro Operti – Certamente, porque é o aprendizado da renúncia, a certeza de que não somos donos de nada, nem de ninguém. Que o que temos num certo momento nos pode ser tirado no outro e continuamos vivendo, continuamos lutando sempre com a visão do futuro.

O ente desencarnado assiste ao seu velório? Assim sendo, qual sua postura diante da demonstração de dor dos entes encarnados?
Mauro Operti – Nem sempre. Vai depender do próprio espírito e da assistência por parte dos seus amigos espirituais. Às vezes, ele não tem condições emocionais e está tão desarvorado que deve ser afastado do local. Outras vezes o seu estado de perturbação é tal que ele não tem consciência do que está se passando. Mas, muitas vezes, isso é possível.

A vontade de ver o ente que se foi, a saudade, não atrai o espírito do parente querido desencarnado? Isto pode levar a uma obsessão?
Mauro Operti – Depende do estado mental e emocional que acompanha esta vontade. Também depende das condições do espírito desencarnado, mas não há perigo em pensarmos com saudade nos nossos afetos desencarnados. Isto é uma expressão do carinho e da afeição que une dois seres. Como proibir? Seria, no meu modo de ver, uma falha das Leis Divinas não deixar que nos lembremos com carinho daqueles que um dia se foram.

Como proceder para saber se os entes queridos estão bem?
Mauro Operti – Rezar, pedir a Deus que lhe permita sentir o carinho daquele de quem você gosta. Com o tempo e a prática aprendemos a nos dirigir mentalmente àqueles de quem gostamos e as evidências subjetivas que colhemos desses contatos nos dão a certeza de que realmente estivemos com eles. Mas é preciso aprender a fazer as rogativas mentais com tranqüilidade, confiança e a certeza da assistência espiritual de nossos guias. Peçamos a Jesus acima de tudo e esperemos com serenidade.

Que mensagem você daria para as pessoas que perderam seus entes queridos e acreditam que nunca mais irão encontrá-los?
Mauro Operti – Para estas pessoas eu diria que Deus não cometeria esta maldade de separar definitivamente dois seres que se amam. A essência da vida é o outro. Por que Deus juntaria num breve tempo de uma existência duas criaturas que se sentem felizes de estar juntas e depois as separaria pela eternidade? A certeza da sobrevivência que a prática espírita garante às criaturas está acompanhada da certeza da reunião daqueles que se amam depois da perda do corpo físico. Esta é a maior consolação que poderíamos desejar, mas não é só uma consolação piedosa, é uma certeza proveniente da vivência que, aos poucos, vai nos tornando mais seguros e menos propensos às crises de ansiedade e aflição que são tão comuns às pessoas hoje em dia. Temos certeza e sabemos, não apenas acreditamos.

Entrevista publicada na edição 11 da Revista Cristã de Espiritismo.Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e a fonte.

A Visão Espírita da Morte

Para entender a atitude dos espíritas diante da perda de entes queridos, é preciso entender a visão espírita da morte. O que é a morte para o espírita?
Em primeiro lugar, a destruição do corpo físico, que é um fenômeno comum a todos os seres biológicos. Segundo, a morte é um instante em meio a um caminho infinito. E em terceiro lugar, a morte é uma transição e não um ponto final.
Há que se considerar também que o espírito está permanentemente em processo de crescimento e renovação e a morte é a forma de forçar esta renovação, mudando am-bientes e projetos de vida.
Esta visão um tanto pragmática e aparentemente fria da morte não exclui a existência de sentimentos e emoções, porque tanto quanto sentimos mais ou menos fortemente a separação geográfica entre duas pessoas e ansiamos por reencontrarmos aqueles que estão longe, assim também ansiamos por ter novamente conosco os que se foram.
Mesmo na vida física há separações que são traumáticas, longas e, às vezes, definitivas. Na morte, então, a saudade e a vontade de ter outra vez aquele que se foi é perfeitamente natural e compreensível, mas a certeza da retomada do afeto e de projetos comuns no futuro é profundamente consoladora e faz com que a esperança possa ser tranqüila e confiante.

Por que é tão doloroso ainda para nós o fenômeno da morte física, com a separação dos entes que amamos?
Mauro Operti – Exatamente porque os amamos, queremos tê-los continuamente junto a nós. Isto não precisa de explicação, é natural. Vivemos em função dos outros. Tudo o que fazemos na vida tem como referência o outro. Se o outro que amamos se vai, como não sentir?

É licito procurarmos o contato com entes que partiram, já que a morte não é o fim?
Mauro Operti – Perfeitamente, desde que a nossa atitude mental e as nossas emoções estejam equilibradas. Por outro lado, toda vez que tentamos o contato com o mundo espiritual, temos que ter certeza de que os meios dos quais dispomos (ambiente, médiuns etc.) sejam apropriados para a nossa intenção. De qualquer modo, temos que ser prudentes quando intentamos qualquer contato com o mundo espiritual. E mesmo que a nossa intenção seja boa ou a nossa saudade muito grande, as leis da comunicação mediúnica continuam em vigência. Mas, de qualquer maneira, se a misericórdia divina nos forneceu os meios de comunicação, é perfeitamente razoável buscarmos o contato com aqueles que nós amamos. Quem não anseia uma palavra de afeto de quem está longe? É profundamente consoladora esta certeza.

O que se pode dizer às pessoas que buscam o centro espírita com profundo desejo de receberem uma mensagem de um ente querido que já partiu?
Mauro Operti – Em primeiro lugar, estar avisado de que este contato nem sempre é possível. Às vezes, passam-se meses ou anos antes de conseguirmos uma palavra ou uma mensagem. Nem os médiuns, nem os espíritos estão obrigados a nos dar a resposta que queremos. Se a misericórdia divina permitir, nós a receberemos, como muitos que já receberam. As evidências para alguns de nós são numerosíssimas, como é o meu próprio caso. Eu não tenho como negar o fato da sobrevivência pelo muito que já vivenciei ou já presenciei.

Qual a garantia de estarmos nos comunicando com nossos verdadeiros entes?
Mauro Operti – As evidências para a comunicação entre mortos e vivos são de dois tipos: são subjetivas ou objetivas. As evidências objetivas são confirmações externas, através de fatos objetivos que deixam motivo para poucas dúvidas (ou nenhuma dúvida). É claro que, como acontece com a própria pesquisa científica, sempre se pode levantar hipóteses explicativas para os fenômenos. O que se faz é levar em conta a soma de evidências que levam, quase sem deixar dúvidas, a se aceitar que o fenômeno foi genuíno. Mesmo na pesquisa científica, isto também acontece. Na realidade, nada é definitivamente provado em ciência. Mas, para muitas coisas, o peso das evidências a favor de uma determinada explicação é tão grande que, do ponto de vista prático, é como se estivesse provado. É assim também com os fatos mediúnicos. Mas existem também as evidências subjetivas e essas são pessoais e intransferíveis. Eu não posso provar a uma outra pessoa que sonhei com um ente querido e que isto significa que eu realmente estive com ele, mas, interiormente, eu tenho certeza, pelo realismo das cenas vividas oniricamente e por detalhes que me trazem uma certeza interior que não pode ser transferida. E quando isto acontece, não me importa absolutamente o que o outro possa pensar da minha experiência.

As perdas vivenciadas por qualquer encarnado, quando acompanhados de sentimento de resignação e capacidade de perdão, podem se tornar um aprendizado, um treinamento que nos levaria a entender melhor a perda dos entes queridos?
Mauro Operti – Certamente, porque é o aprendizado da renúncia, a certeza de que não somos donos de nada, nem de ninguém. Que o que temos num certo momento nos pode ser tirado no outro e continuamos vivendo, continuamos lutando sempre com a visão do futuro.

O ente desencarnado assiste ao seu velório? Assim sendo, qual sua postura diante da demonstração de dor dos entes encarnados?
Mauro Operti – Nem sempre. Vai depender do próprio espírito e da assistência por parte dos seus amigos espirituais. Às vezes, ele não tem condições emocionais e está tão desarvorado que deve ser afastado do local. Outras vezes o seu estado de perturbação é tal que ele não tem consciência do que está se passando. Mas, muitas vezes, isso é possível.

A vontade de ver o ente que se foi, a saudade, não atrai o espírito do parente querido desencarnado? Isto pode levar a uma obsessão?
Mauro Operti – Depende do estado mental e emocional que acompanha esta vontade. Também depende das condições do espírito desencarnado, mas não há perigo em pensarmos com saudade nos nossos afetos desencarnados. Isto é uma expressão do carinho e da afeição que une dois seres. Como proibir? Seria, no meu modo de ver, uma falha das Leis Divinas não deixar que nos lembremos com carinho daqueles que um dia se foram.

Como proceder para saber se os entes queridos estão bem?
Mauro Operti – Rezar, pedir a Deus que lhe permita sentir o carinho daquele de quem você gosta. Com o tempo e a prática aprendemos a nos dirigir mentalmente àqueles de quem gostamos e as evidências subjetivas que colhemos desses contatos nos dão a certeza de que realmente estivemos com eles. Mas é preciso aprender a fazer as rogativas mentais com tranqüilidade, confiança e a certeza da assistência espiritual de nossos guias. Peçamos a Jesus acima de tudo e esperemos com serenidade.

Que mensagem você daria para as pessoas que perderam seus entes queridos e acreditam que nunca mais irão encontrá-los?
Mauro Operti – Para estas pessoas eu diria que Deus não cometeria esta maldade de separar definitivamente dois seres que se amam. A essência da vida é o outro. Por que Deus juntaria num breve tempo de uma existência duas criaturas que se sentem felizes de estar juntas e depois as separaria pela eternidade? A certeza da sobrevivência que a prática espírita garante às criaturas está acompanhada da certeza da reunião daqueles que se amam depois da perda do corpo físico. Esta é a maior consolação que poderíamos desejar, mas não é só uma consolação piedosa, é uma certeza proveniente da vivência que, aos poucos, vai nos tornando mais seguros e menos propensos às crises de ansiedade e aflição que são tão comuns às pessoas hoje em dia. Temos certeza e sabemos, não apenas acreditamos.

Entrevista publicada na edição 11 da Revista Cristã de Espiritismo.Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e a fonte.

A Visão Espírita da Morte

Para entender a atitude dos espíritas diante da perda de entes queridos, é preciso entender a visão espírita da morte. O que é a morte para o espírita?
Em primeiro lugar, a destruição do corpo físico, que é um fenômeno comum a todos os seres biológicos. Segundo, a morte é um instante em meio a um caminho infinito. E em terceiro lugar, a morte é uma transição e não um ponto final.
Há que se considerar também que o espírito está permanentemente em processo de crescimento e renovação e a morte é a forma de forçar esta renovação, mudando am-bientes e projetos de vida.
Esta visão um tanto pragmática e aparentemente fria da morte não exclui a existência de sentimentos e emoções, porque tanto quanto sentimos mais ou menos fortemente a separação geográfica entre duas pessoas e ansiamos por reencontrarmos aqueles que estão longe, assim também ansiamos por ter novamente conosco os que se foram.
Mesmo na vida física há separações que são traumáticas, longas e, às vezes, definitivas. Na morte, então, a saudade e a vontade de ter outra vez aquele que se foi é perfeitamente natural e compreensível, mas a certeza da retomada do afeto e de projetos comuns no futuro é profundamente consoladora e faz com que a esperança possa ser tranqüila e confiante.

Por que é tão doloroso ainda para nós o fenômeno da morte física, com a separação dos entes que amamos?
Mauro Operti – Exatamente porque os amamos, queremos tê-los continuamente junto a nós. Isto não precisa de explicação, é natural. Vivemos em função dos outros. Tudo o que fazemos na vida tem como referência o outro. Se o outro que amamos se vai, como não sentir?

É licito procurarmos o contato com entes que partiram, já que a morte não é o fim?
Mauro Operti – Perfeitamente, desde que a nossa atitude mental e as nossas emoções estejam equilibradas. Por outro lado, toda vez que tentamos o contato com o mundo espiritual, temos que ter certeza de que os meios dos quais dispomos (ambiente, médiuns etc.) sejam apropriados para a nossa intenção. De qualquer modo, temos que ser prudentes quando intentamos qualquer contato com o mundo espiritual. E mesmo que a nossa intenção seja boa ou a nossa saudade muito grande, as leis da comunicação mediúnica continuam em vigência. Mas, de qualquer maneira, se a misericórdia divina nos forneceu os meios de comunicação, é perfeitamente razoável buscarmos o contato com aqueles que nós amamos. Quem não anseia uma palavra de afeto de quem está longe? É profundamente consoladora esta certeza.

O que se pode dizer às pessoas que buscam o centro espírita com profundo desejo de receberem uma mensagem de um ente querido que já partiu?
Mauro Operti – Em primeiro lugar, estar avisado de que este contato nem sempre é possível. Às vezes, passam-se meses ou anos antes de conseguirmos uma palavra ou uma mensagem. Nem os médiuns, nem os espíritos estão obrigados a nos dar a resposta que queremos. Se a misericórdia divina permitir, nós a receberemos, como muitos que já receberam. As evidências para alguns de nós são numerosíssimas, como é o meu próprio caso. Eu não tenho como negar o fato da sobrevivência pelo muito que já vivenciei ou já presenciei.

Qual a garantia de estarmos nos comunicando com nossos verdadeiros entes?
Mauro Operti – As evidências para a comunicação entre mortos e vivos são de dois tipos: são subjetivas ou objetivas. As evidências objetivas são confirmações externas, através de fatos objetivos que deixam motivo para poucas dúvidas (ou nenhuma dúvida). É claro que, como acontece com a própria pesquisa científica, sempre se pode levantar hipóteses explicativas para os fenômenos. O que se faz é levar em conta a soma de evidências que levam, quase sem deixar dúvidas, a se aceitar que o fenômeno foi genuíno. Mesmo na pesquisa científica, isto também acontece. Na realidade, nada é definitivamente provado em ciência. Mas, para muitas coisas, o peso das evidências a favor de uma determinada explicação é tão grande que, do ponto de vista prático, é como se estivesse provado. É assim também com os fatos mediúnicos. Mas existem também as evidências subjetivas e essas são pessoais e intransferíveis. Eu não posso provar a uma outra pessoa que sonhei com um ente querido e que isto significa que eu realmente estive com ele, mas, interiormente, eu tenho certeza, pelo realismo das cenas vividas oniricamente e por detalhes que me trazem uma certeza interior que não pode ser transferida. E quando isto acontece, não me importa absolutamente o que o outro possa pensar da minha experiência.

As perdas vivenciadas por qualquer encarnado, quando acompanhados de sentimento de resignação e capacidade de perdão, podem se tornar um aprendizado, um treinamento que nos levaria a entender melhor a perda dos entes queridos?
Mauro Operti – Certamente, porque é o aprendizado da renúncia, a certeza de que não somos donos de nada, nem de ninguém. Que o que temos num certo momento nos pode ser tirado no outro e continuamos vivendo, continuamos lutando sempre com a visão do futuro.

O ente desencarnado assiste ao seu velório? Assim sendo, qual sua postura diante da demonstração de dor dos entes encarnados?
Mauro Operti – Nem sempre. Vai depender do próprio espírito e da assistência por parte dos seus amigos espirituais. Às vezes, ele não tem condições emocionais e está tão desarvorado que deve ser afastado do local. Outras vezes o seu estado de perturbação é tal que ele não tem consciência do que está se passando. Mas, muitas vezes, isso é possível.

A vontade de ver o ente que se foi, a saudade, não atrai o espírito do parente querido desencarnado? Isto pode levar a uma obsessão?
Mauro Operti – Depende do estado mental e emocional que acompanha esta vontade. Também depende das condições do espírito desencarnado, mas não há perigo em pensarmos com saudade nos nossos afetos desencarnados. Isto é uma expressão do carinho e da afeição que une dois seres. Como proibir? Seria, no meu modo de ver, uma falha das Leis Divinas não deixar que nos lembremos com carinho daqueles que um dia se foram.

Como proceder para saber se os entes queridos estão bem?
Mauro Operti – Rezar, pedir a Deus que lhe permita sentir o carinho daquele de quem você gosta. Com o tempo e a prática aprendemos a nos dirigir mentalmente àqueles de quem gostamos e as evidências subjetivas que colhemos desses contatos nos dão a certeza de que realmente estivemos com eles. Mas é preciso aprender a fazer as rogativas mentais com tranqüilidade, confiança e a certeza da assistência espiritual de nossos guias. Peçamos a Jesus acima de tudo e esperemos com serenidade.

Que mensagem você daria para as pessoas que perderam seus entes queridos e acreditam que nunca mais irão encontrá-los?
Mauro Operti – Para estas pessoas eu diria que Deus não cometeria esta maldade de separar definitivamente dois seres que se amam. A essência da vida é o outro. Por que Deus juntaria num breve tempo de uma existência duas criaturas que se sentem felizes de estar juntas e depois as separaria pela eternidade? A certeza da sobrevivência que a prática espírita garante às criaturas está acompanhada da certeza da reunião daqueles que se amam depois da perda do corpo físico. Esta é a maior consolação que poderíamos desejar, mas não é só uma consolação piedosa, é uma certeza proveniente da vivência que, aos poucos, vai nos tornando mais seguros e menos propensos às crises de ansiedade e aflição que são tão comuns às pessoas hoje em dia. Temos certeza e sabemos, não apenas acreditamos.

Entrevista publicada na edição 11 da Revista Cristã de Espiritismo.Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e a fonte.

A Visão Espírita da Morte

Para entender a atitude dos espíritas diante da perda de entes queridos, é preciso entender a visão espírita da morte. O que é a morte para o espírita?
Em primeiro lugar, a destruição do corpo físico, que é um fenômeno comum a todos os seres biológicos. Segundo, a morte é um instante em meio a um caminho infinito. E em terceiro lugar, a morte é uma transição e não um ponto final.
Há que se considerar também que o espírito está permanentemente em processo de crescimento e renovação e a morte é a forma de forçar esta renovação, mudando am-bientes e projetos de vida.
Esta visão um tanto pragmática e aparentemente fria da morte não exclui a existência de sentimentos e emoções, porque tanto quanto sentimos mais ou menos fortemente a separação geográfica entre duas pessoas e ansiamos por reencontrarmos aqueles que estão longe, assim também ansiamos por ter novamente conosco os que se foram.
Mesmo na vida física há separações que são traumáticas, longas e, às vezes, definitivas. Na morte, então, a saudade e a vontade de ter outra vez aquele que se foi é perfeitamente natural e compreensível, mas a certeza da retomada do afeto e de projetos comuns no futuro é profundamente consoladora e faz com que a esperança possa ser tranqüila e confiante.

Por que é tão doloroso ainda para nós o fenômeno da morte física, com a separação dos entes que amamos?
Mauro Operti – Exatamente porque os amamos, queremos tê-los continuamente junto a nós. Isto não precisa de explicação, é natural. Vivemos em função dos outros. Tudo o que fazemos na vida tem como referência o outro. Se o outro que amamos se vai, como não sentir?

É licito procurarmos o contato com entes que partiram, já que a morte não é o fim?
Mauro Operti – Perfeitamente, desde que a nossa atitude mental e as nossas emoções estejam equilibradas. Por outro lado, toda vez que tentamos o contato com o mundo espiritual, temos que ter certeza de que os meios dos quais dispomos (ambiente, médiuns etc.) sejam apropriados para a nossa intenção. De qualquer modo, temos que ser prudentes quando intentamos qualquer contato com o mundo espiritual. E mesmo que a nossa intenção seja boa ou a nossa saudade muito grande, as leis da comunicação mediúnica continuam em vigência. Mas, de qualquer maneira, se a misericórdia divina nos forneceu os meios de comunicação, é perfeitamente razoável buscarmos o contato com aqueles que nós amamos. Quem não anseia uma palavra de afeto de quem está longe? É profundamente consoladora esta certeza.

O que se pode dizer às pessoas que buscam o centro espírita com profundo desejo de receberem uma mensagem de um ente querido que já partiu?
Mauro Operti – Em primeiro lugar, estar avisado de que este contato nem sempre é possível. Às vezes, passam-se meses ou anos antes de conseguirmos uma palavra ou uma mensagem. Nem os médiuns, nem os espíritos estão obrigados a nos dar a resposta que queremos. Se a misericórdia divina permitir, nós a receberemos, como muitos que já receberam. As evidências para alguns de nós são numerosíssimas, como é o meu próprio caso. Eu não tenho como negar o fato da sobrevivência pelo muito que já vivenciei ou já presenciei.

Qual a garantia de estarmos nos comunicando com nossos verdadeiros entes?
Mauro Operti – As evidências para a comunicação entre mortos e vivos são de dois tipos: são subjetivas ou objetivas. As evidências objetivas são confirmações externas, através de fatos objetivos que deixam motivo para poucas dúvidas (ou nenhuma dúvida). É claro que, como acontece com a própria pesquisa científica, sempre se pode levantar hipóteses explicativas para os fenômenos. O que se faz é levar em conta a soma de evidências que levam, quase sem deixar dúvidas, a se aceitar que o fenômeno foi genuíno. Mesmo na pesquisa científica, isto também acontece. Na realidade, nada é definitivamente provado em ciência. Mas, para muitas coisas, o peso das evidências a favor de uma determinada explicação é tão grande que, do ponto de vista prático, é como se estivesse provado. É assim também com os fatos mediúnicos. Mas existem também as evidências subjetivas e essas são pessoais e intransferíveis. Eu não posso provar a uma outra pessoa que sonhei com um ente querido e que isto significa que eu realmente estive com ele, mas, interiormente, eu tenho certeza, pelo realismo das cenas vividas oniricamente e por detalhes que me trazem uma certeza interior que não pode ser transferida. E quando isto acontece, não me importa absolutamente o que o outro possa pensar da minha experiência.

As perdas vivenciadas por qualquer encarnado, quando acompanhados de sentimento de resignação e capacidade de perdão, podem se tornar um aprendizado, um treinamento que nos levaria a entender melhor a perda dos entes queridos?
Mauro Operti – Certamente, porque é o aprendizado da renúncia, a certeza de que não somos donos de nada, nem de ninguém. Que o que temos num certo momento nos pode ser tirado no outro e continuamos vivendo, continuamos lutando sempre com a visão do futuro.

O ente desencarnado assiste ao seu velório? Assim sendo, qual sua postura diante da demonstração de dor dos entes encarnados?
Mauro Operti – Nem sempre. Vai depender do próprio espírito e da assistência por parte dos seus amigos espirituais. Às vezes, ele não tem condições emocionais e está tão desarvorado que deve ser afastado do local. Outras vezes o seu estado de perturbação é tal que ele não tem consciência do que está se passando. Mas, muitas vezes, isso é possível.

A vontade de ver o ente que se foi, a saudade, não atrai o espírito do parente querido desencarnado? Isto pode levar a uma obsessão?
Mauro Operti – Depende do estado mental e emocional que acompanha esta vontade. Também depende das condições do espírito desencarnado, mas não há perigo em pensarmos com saudade nos nossos afetos desencarnados. Isto é uma expressão do carinho e da afeição que une dois seres. Como proibir? Seria, no meu modo de ver, uma falha das Leis Divinas não deixar que nos lembremos com carinho daqueles que um dia se foram.

Como proceder para saber se os entes queridos estão bem?
Mauro Operti – Rezar, pedir a Deus que lhe permita sentir o carinho daquele de quem você gosta. Com o tempo e a prática aprendemos a nos dirigir mentalmente àqueles de quem gostamos e as evidências subjetivas que colhemos desses contatos nos dão a certeza de que realmente estivemos com eles. Mas é preciso aprender a fazer as rogativas mentais com tranqüilidade, confiança e a certeza da assistência espiritual de nossos guias. Peçamos a Jesus acima de tudo e esperemos com serenidade.

Que mensagem você daria para as pessoas que perderam seus entes queridos e acreditam que nunca mais irão encontrá-los?
Mauro Operti – Para estas pessoas eu diria que Deus não cometeria esta maldade de separar definitivamente dois seres que se amam. A essência da vida é o outro. Por que Deus juntaria num breve tempo de uma existência duas criaturas que se sentem felizes de estar juntas e depois as separaria pela eternidade? A certeza da sobrevivência que a prática espírita garante às criaturas está acompanhada da certeza da reunião daqueles que se amam depois da perda do corpo físico. Esta é a maior consolação que poderíamos desejar, mas não é só uma consolação piedosa, é uma certeza proveniente da vivência que, aos poucos, vai nos tornando mais seguros e menos propensos às crises de ansiedade e aflição que são tão comuns às pessoas hoje em dia. Temos certeza e sabemos, não apenas acreditamos.

Entrevista publicada na edição 11 da Revista Cristã de Espiritismo.Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e a fonte.

Ectoplasma

Freddy Brandi

Ectoplasma Significa: - (do grego ektos – por fora e plasma – da forma modelar) O ectoplasma é substância amorfa, vaporosa, com tendência à solidificação e tomando forma por influência de um campo organizador específico a mente dos encarnados e desencarnados. Facilmente fotografado, de cor branca-acinzentada, vai desde a névoa transparente à forma tangível. O Ectoplasma está situado entre a matéria densa e a matéria perispíritica (duplo etéreo), pode ser comparado à genuína massa protoplasmática, sendo extremamente sensível, animado de princípios criativos, que funcionam como condutores de eletricidade e magnetismo, mas que se subordinam, invariavelmente, à vontade do médium, que os exterioriza ou dos Espíritos desencarnados ou não, que sintonizam com a mente mediúnica.O ectoplasma seria substância originária no protoplasma* das usinas celulares. O Ectoplasma doado pelo médium depois da moldagem pelo processo de condensação, voltará à sua fonte por mecanismo inverso.
Resumo: - Este pequeno ensaio sobre Ectoplasmia faz referências iniciais sobre o significado do título e os pesquisadores que contribuíram na elucidação do processo. Procura mostrar o que é ectoplasma e o resultado de algumas análises realizadas. Apresenta o conceito bioquímico que pode responder pelo processo, onde o ATP, elemento bastante difundido no metabolismo celular e resultante do ciclo de Krebs, seria uma das unidades chaves na formação da substância ectoplásmica.
Na moldagem de objetos ou seres humanos, com propósitos bem definidos, terá de existir o campo de energias responsável pela congregação e orientação das moléculas do ectoplasma, traduzido num verdadeiro campo-organizador, consciente e inteligente pelo que demonstra, representando o agente Psi-Theta (Espírito) ou campo espiritual.
O ectoplasma foi analisado por vários pesquisadores dos quais destacamos as seguintes conclusões:
Dr.V. Dombrowsky (Varsóvia) - "O ectoplasma está constituído de matéria albuminóide, acompanhado de gordura e de células tipicamente orgânicas. Não foram encontrados amiláceos e açúcares".
Dr. Francês ( Munich) - "Substância constituída de inúmeras células epiteliais, leucócitos e glóbulos de gordura".
Dr. Albert Scherenk-Notzing citado por Charles Richet - "O ectoplasma está constituído por restos de tecido epitelial e gorduras".
Dr. Hernani G. Andrade - "O ectoplasma é Substância formada com recursos da natureza originando-se dos tecidos vegetais (ectofiloplasma) e de origem animal (ectozooplasma) e de origem mineral (ectomineroplasma)".
Para atingir a materialização será necessário:
A – Forças superiores e sutis da nossa esfera.
B – Ectoplasma – extraído do médium – energia da natureza terrestre material para obter a tangibilidade real.
Fluidos: -A – Forças superiores e sutis da nossa esfera.
Fluidos: – B – Recursos do médium e dos que assistem = Ectoplasma.
Fluidos: - C - Energias da natureza terrestre.
Os fluidos “A” podem ser os mais puros e os fluidos “C” os mais dóceis, mas os fluidos “B” são capazes de estragar e impedir a materialização.
Protoplasma: é a substância que constitui a parte essencial da célula animal ou vegetal e que envolve o núcleo, matéria viva e ativa.
Entretanto, para os espíritos, o ectoplasma é geralmente conhecido como um plasma de origem psíquica, que se exala principalmente do médium de efeitos físicos e um pouco dos outros. Trata-se de uma substância delicadíssima que se situa entre o perispírito e o corpo físico e, embora seja algo disforme, é dotada de forte vitalidade, servindo de alavanca para interligar os planos físico e espiritual. Historicamente, o ectoplasma tem sido identificado como algo produzido pelo ser humano, que, em determinadas condições, pode liberá-lo, produzindo vários fenômenos. O ectoplasma é de difícil manipulação, pegajoso, não se moldando facilmente. Por isso, exige treinamentos e técnicas para que os espíritos possam se utilizar deste fluido. Não é o espírito que se materializa, mas é o ectoplasma que se adere à forma do perispírito dele. A substância sofre bastante a influência da luz do dia e da luz branca, o que causa interferências no fenômeno, tornando-se ideal a utilização de uma luz com tom avermelhado. A materialização pode acontecer sob o efeito da luz branca, mas é preciso haver muito ectoplasma. Também é difícil fazer fotos desse fenômeno com flash, uma vez que há interferência da luz nesse momento. Nas materializações, não é utilizado diretamente o ectoplasma puro exalado pelo médium. É necessário combiná-lo com outros fluidos (espirituais, físicos), ou seja, utilizar nas materializações o ectoplasma elaborado. A presença de apenas uma pessoa incrédula no ambiente dificulta ou até impede a aderência do ectoplasma no perispírito do espírito.Aqui relacionamos alguns tipos de ectoplasma.
Se o ectoplasma está relacionado com a matéria que constitui o corpo humano, ele deve existir também nos minerais, nas plantas e nos animais em geral. Em termos de complexidade, esse ectoplasma não deve ser igual ao existente nos seres humanos. Em princípio, o ectoplasma mineral é o mais simples. Nos vegetais, que se alimentam principalmente de materiais inorgânicos, ele se apresenta de modo relativamente mais complexo, em virtude de ter sido trabalhado por eles a partir do material inicial. Já nos animais, que se alimentam de produtos minerais, vegetais e mesmo outros animais, o ectoplasma deve adquirir uma maior complexidade.
Assim, em função da espécie de vegetal ou animal, certamente haverá qualidades diferentes de ectoplasma. Essa dedução é fácil de ser feita, pois, ao que se sabe, o ectoplasma não-humano não é suficiente ou adequado para a realização de fenômenos físicos e de materialização, já que, se fosse, eles ocorreriam livremente pela manifestação de espíritos desencarnados. Haveria interferência direta destes no mundo dos encarnados, criando grande confusão. No livro Espírito, Perispírito e Alma, Hernani Guimarães Andrade propõe a existência dos seguintes tipos de ectoplasma: ectomineroplasma, originário dos materiais minerais; ectofitoplasma, extraído dos vegetais; ectozooplasma, produzido pelos animais; ectohumanoplasma, gerado pelos humanos. Mas para efeito de simplificação de terminologia, no sentido de tornar o significado mais acessível às pessoas, podemos dizer apenas ectoplasma mineral, vegetal, animal e humano.
O ectoplasma é matéria?
Podemos definir matéria como tudo que é constituído pelos elementos químicos constantes da classificação periódica, além, é claro, dos próprios elementos e das partículas subatômicas. E também aquilo que possui massa e energia, estando sujeito à ação da gravidade, tem peso e ocupa um certo volume no espaço, além de interagir fisicamente com outras porções da matéria através das reações químicas. Já o ectoplasma está sujeito à ação da gravidade e interage fisicamente com a matéria do corpo humano. Nas fotografias, vemos ele sair da boca de um médium como se fosse um pano. O fato da substância cair na direção do solo e do espírito materializado a partir dela estar junto ao chão são evidências de que este fluido está sujeito à ação gravitacional. Alguns autores que já estudaram o ectoplasma em trabalhos de materialização e de efeitos físicos verificaram a ação da gravidade através de balanças. Portanto, podemos concluir que o ectoplasma é matéria. Podemos? Este raciocínio nos conduz a uma conclusão bastante interessante, ou seja, parece haver alguma coisa que se comporta como se fosse uma matéria paralela à que a química descreve. Em outras palavras, é como se houvesse um outro conjunto de elementos químicos coexistindo com aqueles previamente conhecidos ou previstos pela química, como se fosse possível estabelecer pelo menos uma outra classificação periódica.
Apresentação e produção.
O ectoplasma é um combinado de substâncias. Quando os espíritos desencarnados podem dispor dele em bastante quantidade, utilizam-no para a produção de fenômenos mediúnicos de efeitos físicos, combinando-o com outras substâncias extraídas do reservatório oculto da natureza. Para a visão dos desencarnados, o ectoplasma se apresenta como uma massa de gelatina pegajosa, semilíquida e branquíssima que é exalada por todos os poros do médium, mas em maior proporção pelas narinas, pela boca, pelos ouvidos, pelas pontas dos dedos e até pelo tórax.
À feição do magnetismo, ele é energia disseminada e presente em toda a natureza, a qual, pela lei evolutiva, é mais apurada no homem do que no mineral, no vegetal ou no animal. Deduzindo-se que os espíritos encarnados, em contato com a matéria durante a encarnação, produzem o ectoplasma, podemos chegar a algumas conclusões. Se admitimos a existência desta substância nos minerais, nas plantas ou nos animais, podemos entender que um dos ingredientes que forma o ectoplasma é originário dos alimentos, enquanto outro provém do oxigênio que respiramos. Ainda há um outro ingrediente, produzido no interior das células de nosso corpo físico. O que ocorre é uma transformação desses ectoplasmas primários em ectoplasma humano. Mas onde e quando ocorre o processo metabólico das reações químicas, físicas e biológicas entre os fluidos resultantes da alimentação, da respiração e da atividade celular que geram o ectoplasma? É difícil de se afirmar com certeza onde ele se forma no ser humano. A observação indica uma grande movimentação fluídica no abdome, na altura do umbigo, o que leva alguns pesquisadores a admitir que se forma ectoplasma no aparelho digestivo, através do metabolismo dos alimentos no corpo. Outro lugar em que é comum se perceber que existe uma grande quantidade dessa movimentação é no tórax, fazendo alguns estudiosos concluírem que a produção de ectoplasma ocorre através da respiração, pelo oxigênio.
Como a ciência acadêmica admite que esse fluido se forma no interior das células, muitos entendem que o ectoplasma se forma por todo o corpo no nível celular, embora em quantidades e qualidades diferentes. O sangue pode carregá-la até os pulmões, onde se libera para ser eliminado, da mesma forma que o carbono resultante do metabolismo. Entretanto, para os espíritos, o ectoplasma é uma substância delicada que se produz entre o perispírito e o corpo físico, interligando o plano físico com o espiritual. Isso nos permite deduzir que os fluidos resultantes da alimentação, da respiração e da atividade celular são captados por meio dos chacras gástrico e esplênico, transformando-se em ectoplasma no interior do duplo etérico. Poderíamos chamar isso de "metabolismo do ectoplasma". Mas é bom lembrar: nas materializações ou nos fenômenos de efeitos físicos, não se usa diretamente o ectoplasma humano que exala do médium. É preciso combiná-la com outros dois tipos de fluidos (espirituais e da natureza) para obtermos o ectoplasma elaborado.

Ectoplasma

Dr. Ricardo Di Bernardi

SUBSTÂNCIA ainda pouco conhecida,que flui para fora do corpo humano do médium ectoplasta (médium de efeitos físicos), através da sua manipulação , seja pelo inconsciente ou por inteligências externas encarnadas ou desencarnadas , ocorrem fenômenos de ordem superfísica, incluindo a materialização ou ectoplasmia que pode ser parcial ou completa.
Sinonimia: (fontes diversas) atmoplasma, éter vitalizado , hylê, ideoplasma, paquiplasma , primeira matéria, psicoplasma, teleplasma.
Etmologia : Grego : Ektós, por fora, plasma : molde ou substancia.
ligação do Ectoplasma projetado com o emissor:
o Ectoplasma expelido apresenta-se ligado ao médium emissor ou ao indivíduo projetado fora do corpo físico como um canal de alimentação. Há impulsos vitais bidirecionais, dando a aparência de um cordão umbilical.
Interação corpo físico / corpo astral
o Ectoplasma ao se evidenciar demonstra uma interação constante entre os dois corpos ou veículos da consciência, o corpo biológico mais denso e o corpo astral ou extrafisico menos denso
Forma
Ao exteriorizar-se por aplicação de passes magnéticos sobre o médium (Experiência de Raoul Montandan) tende a reproduzir a forma humana (antropomórfica) Vide "Formé materialise' do autor. Há a duplicação do rosto e das demais formas , seguindo a ação dos campos vitais das células do organismo humano ou modelo organizador biológico (perispírito=corpo astral)
Instabilidade
costuma ocorrer uma condição de equilíbrio instável da forma física humana com a forma humanóide (lembrando o gasparzinho ou fantasminha puff !!!)
Subordinação a Consciência
As manifestações do ectoplasma são condicionadas a fatores psicológicos derivados da vontade e da emotividade do comando inteligente direcionador do fenômeno.Inconsciente do médium , inteligência desencarnada ou encarnada)
Aspecto similar a cordão
É comum a forma de fios ou cordões.
Raio de ação
ao contrario do corpo astral que se projeta a longas distancias o ectoplasma tem raio de ação mais ou menos definido , a partir e em torno do corpo humano do médium.
Reabsorção
De natureza muito sensível demonstra tendência automática (programação pelos computadores do corpo astral ?) de retornar e ser reabsorvido pelas estruturas donde emanou.
Impacto de retorno
Em condições adversas pode retornar abruptamente ou recolher-se repentinamente.
Fenômenos de efeitos físicos
O ectoplasma do médium está relacionado a mediunidade de efeitos físicos sendo manipulado pelos espíritos desencarnados
Pseudo-consciência efêmera e dupla
médiuns relatam sentirem uma espécie de consciência dupla de curta duração durante os fenômenos.
Projeção astral:
A exteriorização de ectoplasma pode ocorrer também quando o médium está em desprendimento embora tal fato não seja o mais freqüente
Vias de eliminação
A literatura tradicional considera os orifícios de saída do ectoplasma como os naturais do organismo. (boca, anus, nariz,genitais etc) no entanto é possível que o mesmo saia por todos os poros do corpo.
Coloração
Esbranquiçada variando de tons mais claros a escuros. Já foi descrita até a cor preta o que não se observa comumente.
Elasticidade
Relativa a algumas dezenas de metros
Reação Térmica
Abaixa a temperatura do ambiente humano de contato imediato.
Sensibilidade ao olhar
Descreve-se a influencia do olhar dos circunstantes sobre o ectoplasma (ação mental ?)
Subordinação aos corpos físico e etérico
Parece haver menor subordinação ao corpo astral (perispírito) do que ao corpo etérico (corpo vital) e corpo físico.
Docilidade
Ao contrario do cordão de prata que não atende sempre ao comando mental do espírito o ectoplasma apresenta-se extremamente domesticável
Adesão de partículas
O ectoplasma pode retornar ao emissor com partículas estranhas que aderem a sua estrutura, podendo causar reações no médium
Fotossensibilidade
O ectoplasma é sensível à luz branca comum podendo ser por ela modificado.
Densidade flutuante
Em função dos fenômenos decorrentes de sua exteriorização, (efeitos físicos) pode se apresentar de forma sólida, liquida ou gasosa
Aspecto à observação
Frio, Gelatinoso, grudento, úmido, untuosos e viscoso modificando-se para floculoso, difuso, leitoso, ,liquido, gasoso, plasmático e assemelhados.
Desagradável ao toque
Alguns pesquisadores referem certa repulsividade ao tocar o ectoplasma
Odor
Pode exalar odor lembrando o gás ozônio.
Composição Química
Controvertida conforme cada pesquisador. Já foram descritas, substancias albuminoides, glóbulos brancos sanguíneos, células epiteliais, muco, lipídios etc.
Combinações
O ectoplasma apresenta-se como um combinação de elementos do corpo etérico do médium (fluido vital) , elementos do corpo humano, elementos provindos de vegetais provavelmente direcionados por mentes extrafisicas, e até fragmentos moleculares de tecidos da roupa do medium
Seccionável
Podem ocorrer rompimentos do ectoplasma expelido para análise laboratorial.
Corporificação
Corporifica veículos ou aparências e desenvolve manifestações orientadas pelas mentes do emissor ou de outrem
Escala de materialidade
corpo biológico
ectoplasma
cordão de prata e corpo etérico
corpo astral
corpo mental
espírito (inconsciente)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Por que Sou espírita?

Pela lógica

Porque se creio em um Deus único, infinitamente bom e justo e não posso acreditar que Ele permitiria o sofrimento de inocentes e o privilégio de criminosos. Não posso crer em um Deus que permite a dor e a limitação de crianças mal formadas. Um Deus que permite a fome e a miséria vividas por pessoas simples e honestas. Um Deus que permite as diferenças de talentos e destinos. E que essa permissão seja devida, unicamente, aos seus caprichos e preferências.

Se, creio em um Deus perfeito, que não faz acepção de pessoas, então, tenho que entender as situações acima como justas e merecidas. E elas só seriam realmente parte da Justiça Divina se, explicadas por fatores por nós desconhecidos. O raciocínio lógico nos leva a buscar essas causas em um passado distante, em encanações anteriores.

A revelação, pelos espíritos que compõem a Legião de servidores do Cristo, sobre as leis da reencarnação e de causa e efeito foram o balsamo cicatrizante sobre a extensa ferida no cristianismo medieval, decorrente de sua institucionalização e politização.

Essas leis permitem nossa plena compreensão da infinita Justiça Divina e são divulgadas pela Doutrina Espírita para que o Evangelho do Cristo seja revivido conforme previsto por Jesus.

Nenhuma outra explicação para as dores dos homens e para suas desigualdades é tão eficiente e ampla e, ainda assim, compatível com o Deus justo e bom em que creio. Ao interpretarmos as dores da vida sob essa ótica, mesmo com as mais variadas e dolorosas circunstâncias vividas pelos seres humanos na Terra, em nenhum caso duvidaremos da Infinita Justiça Divina.

Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá;

porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós;

mas, quando eu for, vo-lo enviarei.

João, 16; 7.

Pela esperança

Por ser uma Doutrina que crê e divulga a certeza da vida após a morte, a certeza de que há algo mais a esperar do que meramente nossos corpos comidos pelos vermes. Por considerar a vida espiritual como a verdadeira vida e por ser essa uma vida de realizações e progresso e não de inatividade.

Por desfazer o mito do castigo eterno e mostrar-nos um Deus misericordioso que perdoa-nos quantas vezes precisarmos do seu perdão e nos oferece a possibilidade de evolução e comunhão com Ele, sempre. Por sabermos que, um dia, seremos perfeitos como foi o Cristo e então poderemos usufruir a paz plena que conquistarmos, pelo nosso esforço pessoal, sob a proteção e orientação Divina, durante o longo caminhar sobre as pegadas do Cristo.

Por termos a certeza de que todas as pessoas que amamos chegarão ao mesmo estágio evolutivo e que poderemos partilhar da glória de Deus em conjunto. Que nenhum filho de Deus se perderá, mas serão todos unidos na paz celestial no momento em que for apropriado, a cada um, conforme seu esforço e merecimento.

Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco;

também me convém agregar estas,

e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.

João, 10; 16.

Pelo exemplo

Por respeitar a opinião de inúmeros vultos da ciência mundial que se tornaram Espíritas. Por admirar o exemplo de vários abnegados servidores do Cristo. Por serem pessoas com reconhecida capacidade intelectual e que efetivamente contribuíram para o engrandecimento do conhecimento humano.

Eles conquistaram, com méritos próprios, esse grau de respeitabilidade, sendo, portanto, dignos de terem suas idéias e crenças analisadas de forma isenta e racional. Além disso, expuseram sua crença em um ambiente cultural adverso, o que reforça a profundidade de sua fé. Somente uma forte convicção, baseada em estudos profundos e análises racionais, pode levar figuras proeminentes a enfrentarem os preconceitos e exporem-se como defensores da nova revelação.

Entre esses exemplos podemos citar: Allan Kardec, Leon Denis, Gabriel Delanne, Camille Flammarion, Ernesto Bozzano, Bezerra de Menezes, Herculano Pires, Deolindo Amorim, Chico Xavier, Divaldo Franco, Anália Franco, Antonio Gonçalves da Silva Batuíra, Euripedes Barsanulfo, Auta de Souza, William Crookes, Adelaide Augusta Câmara,Ali Halfeld,Artur Lins de Vasconcelos Lopes, Auta de Souza, Amelie Gabrielle, Anália Emília Franco, Angel Aguarod, Antônio da Silva Neto, Antônio Luís Saião, Aristides de Souza Spínola, Arthur Lins de Vasconcelos Lopes, Augusto Elias da Silva, Augusto José da Silva, Augusto Militão Pacheco, Aurora A. de los S. de Silveira, Antônio Gonçaves da Silva Batuíra, Antônio Pinheiro Guedes, Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, Benedito Godoy Paiva, Caírbar de Souza Schutel, Camille Flammarion, Camilo Castelo Branco, Camilo Rodrigues Chaves, Carlos Gomes de Souza Shalders, Carlos Joaquim de Lima e Cirne, Cenyra de Oliveira Pinto, Cleo de Albuquerque Mello, Corina Novelino, Djalma Montenegro de Farias, Djalma Motta Argollo, Divaldo Pereira Franco, Domingos de Barros Lima Filgueiras, Emmanuel, Ernesto Bozano, Ernesto José dos Santos Silva, Eurípedes Barsanulfo, Francisco Candido Xavier, Francisco de Menezes Dias da Cruz, Francisco Leite de Bittencourt Sampaio, Francisco Raimundo Ewerton Quadros, Francisco Spinelli, Francisco Valdomiro Lorenz, Francisco Vieira Paim Pamplona, Frederico Fígner, Frederico Pereira da Silva Júnior, Frederico Menezes, Geminiano Brazil de Oliveira Góis, Heitor Pinto da Luz e Silva, Humberto de Campos, Inácio Bittencourt, Jacob de Mello, Jeronimo Candido Gomide, Joaquim Antônio de S. Thiago, Joaquim Carlos Travassos, Joana de Angelis, João Luís de Paiva Júnior, João Batista Maia de Lacerda, João Gonçalves do Nascimento, José Florentino de Sena Petitinga, José Plinio Monteiro, Jose Raul Teixeira, José Medrado, Júlio César Leal, Lázaro Luiz Zamenhof, Leon Denis, Leôncio Correia, Leopoldo Cirne, Leopoldo Machado Barbosa, Lírio da Silva Ferreira, Luís da Costa Porto Carreiro, Luís Joaquim de Oliveira, Luís Olímpio Guillon Ribeiro, Luís Olímpio Teles de Menezes, Luiz Sérgio de Carvalho, Manuel Viana de Carvalho, Meimei, Pedro de Vinícius Camargo, Ricardo di Bernardi, Reynaldo Leite, Romeu do Amaral Camargo, Scheilla, Ubaldo Ramalhete Maia, e muitos outros que não pudemos relacionar por falta de espaço ...

Se alguém me serve, siga-me,

e onde eu estiver, ali estará também o meu servo.

E, se alguém me servir, meu Pai o honrará.

João, 12; 26.

Pela solidariedade

Por ser uma Doutrina que defende e prega a solidariedade e o amor ao próximo como os maiores deveres do ser humano. Defende o aforismo de que fora da caridade não há salvação. Se a caridade é expressão e exercício de amor ao próximo, ela efetivamente nos faz ascender rumo à comunhão Divina.

Faz-nos saber, entretanto, que a caridade exercida com interesses secundários ou escusos não é a verdadeira caridade. Este ato é apenas um comércio de favores que, até pode beneficiar quem recebe, mas em nada enobrece o executor. Nem mesmo aquele que estende sua mão ao próximo com o único fim de obter progresso espiritual será atendido em seus anseios. O processo dever necessariamente iniciar-se pelo amor e este por sua vez desencadeia atos.

Sede, pois, misericordiosos,

como também vosso Pai é misericordioso.

Lucas, 6; 36.

Pela ciência

Por se tratar de uma Doutrina que respeita se apóia na ciência. Não nos impõe nenhuma Verdade que se coloque acima da ciência e estimula a utilização do raciocínio crítico. Por se tratar de uma Doutrina que estimula a fé raciocinada e considera esta como a única capaz de enfrentar a verdade face a face em todos os tempos. Por ater-se a evidências e lógica filosófica. Por alertar-nos da necessidade do estudo constante para não sermos tragados por ilusões e mistificações.

Ainda tenho muito que vos dizer,

mas vós não o podeis suportar agora.

João, 16; 12.

Pela dor

Por encontrar o consolo e a explicação para as dores da existência humana. Por sabermos que serão transitórias essas dores e gerarão o progresso necessário para a comunhão Divina. Por sabermos que a dor atual é conseqüência de nossos atos pretéritos e por nos fazer entender que nosso sofrimento é tão intenso quanto aquele que, por ventura, tenhamos causado ao próximo. Assim vivemos na prática o treinamento para a não repetição dos mesmos erros que nos conduziram á situação atual.

Pela dor intensa que eu vivi aos 14 anos, pela dor cruel que eu vivi aos 27, pela dor dramática que eu vivi aos 35 e por todas as outras dores menores que suportei com a ajuda Divina, dos bons espíritos e dos companheiros de jornada. Pelas inúmeras alegrias que me foram dadas, em acréscimo, como energias sobressalentes acumuladas para serem a reserva nos momentos difíceis, pela graça e misericórdia do Criador.

Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados,

porque muito amou;

mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama.

Lucas, 7; 47.

Pelo amor

Por sermos estimulados por ela a exercitar o amor ao próximo conforme ensinado pelo Cristo. Por termos a noção exata do amor pleno e libertador, aquele que não espera e não cobra. Por sermos premiados com esse amor por nossos familiares, filhos e pelo querido marido, companheiro de muitas caminhadas.

Mas ajuntai tesouros no céu,

onde nem a traça nem a ferrugem consomem,

e onde os ladrões não minam nem roubam.

Mateus, 6; 19.

Pela história

Por verificarmos que a História das religiões nos ensina que houve vários mártires da causa Cristã. E que conforme prometido pelo Cristo seríamos lembrados de seu evangelho pelo Consolador, que nos trouxe a Doutrina Espírita. Os mártires do cristianismo foram os inimigos da ignorância e do fanatismo, impedindo que novas guerras religiosas fossem levadas a termo quando do início dos fenômenos físicos que deram origem á terceira revelação.

Eles, os mártires, deram suas vidas pela liberdade de pensamento e permitiram a retomada dos princípios puros do cristianismo primitivo que foram deturpados pelos detentores do poder religioso. Assim, os conceitos e as revelações cristãs puderam ser resgatados, e novos conhecimentos têm sido adquiridos com o estudo profundo dessa complexa e triste História.

O céu e a terra passarão,

mas as minhas palavras não hão de passar.

Mateus, 24,35.

Pelo Cristo

Por encontrarmos toda a coerência e toda a bondade do Cristo, refletidas nos princípios Doutrinários Espíritas. A crença em Deus, na reencarnação, na lei de causas e efeitos, na pluralidade dos mundos habitados e na possibilidade de comunicação com o mundo espiritual. Todos esses princípios são claramente defendidos ou exemplificados pelo Cristo, o Mestre maior.

Muitas vezes Ele utilizou-se de símbolos e parábolas em função de nosso despreparo intelectual e moral para absorvermos ensinamentos tão complexos para aquela época de bárbaros.

Hoje, com as inúmeras conquistas em termos de liberdades individuais, essas realidades estão sendo pesquisadas e comprovadas por inúmeras evidências e não mais estão sendo omitidas em função da ditadura dogmática patrocinada pelo interesse financeiro das grandes estruturas religiosas.

E ele disse: A vós vos é dado conhecer os mistérios do reino de Deus,

mas aos outros por parábolas,

para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam.

Lucas, 8; 10.

Pela tolerância

Por se tratar de uma Doutrina que entende a salvação como um longo processo de evolução espiritual que leva a comunhão com Deus na proporção em que nos esforcemos para eliminarmos nossos vícios e fraquezas.

Sendo assim, a Doutrina não é o meio de salvação, este meio é o amor. Por isso entende que todas as religiões do bem são lícitas e levam a salvação. Não precisa ser proselitista e não permite o comércio dos bens espirituais que, só podem ser conquistados e não comprados.

Por me impor esse limite, já que em minha natureza ainda predominam o orgulho e a prepotência. Dentro de uma religião de eleitos, esses meus defeitos aflorariam com o adubo do fanatismo e mais erros eu cometeria.

Por sabermos e reconhecermos publicamente que não pertencemos a um rol de escolhidos. Somos tão ou mais falíveis do que os membros de qualquer outra comunidade religiosa. Por crermos que todos seremos salvos independentemente da igreja, seita ou religião que professemos. Se nos aperfeiçoarmos no caminho do amor ao próximo lá chegaremos com o apoio e a sustentação Divina, qualquer que seja o templo material que nosso corpo físico freqüente.

Aí de vós, doutores da lei, que tirastes a chave da ciência;

vós mesmos não entrastes, e impedistes os que entravam.

Lucas,11;52.

Pela humildade

Pelo estímulo que a Doutrina espírita exerce para a reforma íntima de seus adeptos visando a superação de defeitos tais como o orgulho, a vaidade, o egoísmo. Esse estímulo propõe a humildade não subserviente. A humildade autêntica, mas não inocente ou pueril.

Porém, muitos primeiros serão os derradeiros,

e muitos derradeiros serão os primeiros.

Mateus, 19,30.

Pela afinidade

Por ser necessária, para o exercício religioso, uma identificação com as necessidades íntimas de cada um. Aqueles que dependem do ritual, das imagens, dos amuletos, das vestes, não se sentiriam bem em um culto desprovido de qualquer manifestação do simbolismo material. O culto espírita é espiritual e deve refletir os verdadeiros sentimentos íntimos.

O luxo pode ser necessário a outros. Para o espírita um ambiente despojado permite o culto exclusivo das riquezas interiores. Esse culto se restringe ao louvor a Deus e Jesus Cristo. Não cultuamos livros, nem imagens, nem pessoas, mas reconhecemos os ensinamentos Cristãos como o meio mais eficaz de educação evangélica para a ascensão espiritual.

Reconhecemos ainda o exemplo dos vencedores no caminho do Cristo, como irmãos que souberam absorver os ensinamentos evangélicos e souberam divulga-los com propriedade e respeito.

Deus é espírito,

e importa que os que o adoram o adorem em espírito e verdade.

João,4;24.

Pelo encontro pessoal

Por sentir-me rendida pela verdade durante a leitura das explicações espíritas para as questões da existência, da dor e do destino. Nenhum outro sistema de explicações me satisfez plenamente. A força e a lógica dos argumentos vêm de encontro às minhas necessidades, um tanto racionais, em intenção, ainda que não em essência.

Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu,

e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu,

Mateus, 18; 18.

Pelos fenômenos

A realidade da comunicação com os espíritos e a explicação natural para o fato sem apelação para maravilhas. A confirmação nos evangelhos dessa possibilidade assim como em vários métodos acessíveis à ciência. A assistência recebida do plano espiritual em um trabalho contínuo de doação de amor e energias salutares.

O fato de uma só explicação ser suficiente para toda uma gama de fenômenos. Não sendo necessária a criação de exceções e adaptações. As regras da natureza são iguais para todos, os santos e os pecadores, Deus e Jesus, os profetas e os leigos. Não precisamos e nem vemos Deus derrogando suas leis a todo momento.

Podemos citar um conjunto de evidências que formam a prova dessa possibilidade: A obra de Chico Xavier, as comunicações de entes queridos, a TCI, as materializações, as mesas girantes, a brincadeira do copo, a escrita direta, dentre muitas outras.

E eis que lhes apareceram Moisés e Elias,

falando com ele.

Matheus, 17; 3.

Pelo consolo

Somente as pessoas que passaram pelo sofrimento intenso do medo, da perda, da dor física e moral, podem imaginar o benefício que a esperança e a explicação trazem para o sofredor. Além disso, a assistência caridosa, oferecida indiscriminadamente pelos trabalhadores espíritas, encarnados e desencarnados, aliviam grandemente a dor escruciante da culpa e da desesperança.

Não vos deixarei órfãos;

voltarei para vós.

João, 14; 18.

Pelos frutos

Por que uma árvore má não dá bons frutos. A Doutrina Espírita em seus 147 anos de existência tem colaborado para que o sofrimento humano na terra seja reduzido. Tanto pelo suprimento de necessidades materiais básicas aos miseráveis quanto de consolo aos desesperados. Ampliou o significado da palavra caridade que passou a ser moral, intelectual, filosófica e material.

Porque não há boa árvore que dê mau fruto,

nem má árvore que dê bom fruto.

Lucas, 6; 43.

Pela democracia

Por ser uma Doutrina baseada em princípios democráticos aonde a hierarquia é conquistada de forma intermitente. Por ser escolhido como dirigente espírita àquele que se mostrou mais preparado em determinado momento histórico. Além disso, hierarquia é simples e descentralizada e as decisões são tomadas de em assembléias representativas. Não existem grandes estruturas a serem mantidas e os recursos da comunidade institucionalizada são dirigidos para os necessitados independentemente da religião que professe.

Mas quem pratica a verdade vem para a luz,

a fim de que as suas obras sejam manifestas,

porque são feitas em Deus.

João, 3; 21.

Pelo desprendimento material.

Por haver uma proposta de desligamento material sem a maldição do dinheiro. Por estimular o uso parcimonioso do dinheiro em prol da família e da comunidade. Por reconhecer o mérito do trabalho dedicado e do direito à propriedade. Por propor que o recurso material sirva ao homem e a seu semelhante e não o contrário. Por abominar o uso de coação moral e religiosa na obtenção de recursos financeiros para a manutenção de qualquer estrutura que pretenda representar os fiéis de Deus.

Porque, que aproveita ao homem granjear o mundo todo,

perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?

Lucas, 9; 25.

Pela reforma íntima.

Por estimular a guerra íntima contra nossas más tendências e valorizar a auto-estima na proporção em que envolve o autoconhecimento. Por reconhecer essa como a verdadeira luta Cristã, que ao ser vencida repercute em toda a sociedade, já que ela se transforma conforme o ritmo de transformação de seus participes.

Eu não vim chamar os justos,

mas, sim, os pecadores, ao arrependimento.

Lucas, 5; 32.

Pelo autoconhecimento.

Por reconhecer a dificuldade de lutarmos contra um inimigo desconhecido. Devemos, portanto explorar nosso inconsciente e consciente para detectarmos nossas fraquezas e virtudes para exercermos uma pressão milimétricamente calculada sobre um e outro para que gerem o equilíbrio necessário para obtenção da perfeição esperada e prometida pelo Mestre Jesus.

Vê, pois,

que a luz que em ti há não sejam trevas.

Lucas, 11; 35.

Por não exigir santidade

Por estimular o esforço no caminho da perfeição, mas reconhecer que todos estamos longe disso. Por isso, aceitar-me como membro da comunidade, ainda que eu descumpra muitas das metas de um bom Cristão.

Por saber que os hospitais foram feitos para as doenças e as casas de oração para os pecadores. Sendo assim reconheço minha falhas e limitações e elas não me distanciam da casa de oração, pelo contrário, é por elas que devo estar sempre procurando forças para a luta desigual contra um ego prepotente e pervertido. Assim meu lugar estará sempre disponível entre os lutadores terrestres. E estarei colocando meu ego dominado atrás do meu eu espiritual e divino como nos ensinou Jesus.

Mas eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça;

e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.

Lucas, 22; 32.

Giselle Fachetti Machado.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Cura Pela Fé

Cura pela Fé

Sérgio Biagi Gregório

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Palavras Iniciais. 4. Ação Magnética no Processo de Cura: 4.1. A Função do Fluido universal; 4.2. Níveis de Condensação do Fluido Universal; 4.3. A Ação dos Espíritos sobre a Matéria. 5. As Dimensões da Fé: 5.1. Como Sentimento Inato; 5.2. Fé Humana, Divina, Dogmática e Racional; 5.3. A Fé como Sentido da Vida. 6. Fé, Vontade, Espírito e Espiritismo: 6.1. Os Milagres derrogam as Leis Naturais? 6.2. Basta a Fé para Curar? 6.3. O Poder da Fé. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é mostrar que o magnetismo pessoal aliado a uma fé ardente e impulsionado pela vontade tem um poder ilimitado de cura.

2. CONCEITO

Cura – Ação ou efeito de curar. Tratamento, recuperação da saúde. Fig. Melhoria, regeneração, emenda; solução.

- do latim fides. O termo é empregado em muitas acepções que poderiam ser divididas em profanas e religiosas. No sentido profano, significa dar crédito na existência do fato, fazer bom juízo sobre alguém, expressar sinceridade no modo de agir etc. Quando o testemunho no qual se baseia a confiança absoluta é a revelação divina, fala-se de Fé no seu sentido religioso. A Fé, neste sentido, não é um ato irracional. Com efeito, o espírito humano só pode aderir incondicionalmente a um objeto quando possui a certeza de que é verdadeiro (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo).

"Ter é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade. Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer "eu creio", mas afirmar: "eu sei", com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento". (Xavier, 1977, pergunta 354)

3. PALAVRAS INICIAIS

Para avivar o nosso interesse sobre o assunto da cura pela fé, anotaremos algumas idéias:

1. As curas relatadas no Evangelho denotam os milagres realizados por Jesus. Dentre eles, lembramos a cura de uma mulher que sofria hemorragia durantes 12 anos, a do paralítico, a dos dez leprosos, a do que tinha uma das mãos secas, a da mulher curvada, a dos possessos etc.

2. Diante desses fatos, parece-nos que Jesus estava acima das Leis Naturais. Contudo, não é o caso. É que conhecedor do magnetismo e das suas manipulações podia operar curas, que aos olhos do vulgo pareciam milagres, ou seja, acontecimentos que derrogam as leis conhecidas da matéria.

3. Aspectos dogmáticos da fé: muitas seitas cristãs acham que se deve recorrer exclusivamente à prece para obter cura dos males físicos, sem utilizar médico ou remédio.

4. O poder da fé tem sido também estudado pelos cientistas. Recentemente, em programa de televisão, houve a comunicação de uma experiência feita num hospital. Os pacientes de uma determinada doença foram separados em dois grupos: o que recebeu prece e o que não a recebeu. O grupo que recebeu vibrações através da prece à distância teve uma melhora mais rápida do que o grupo que não recebeu.

4. AÇÃO MAGNÉTICA NO PROCESSO DE CURA

4.1. A FUNÇÃO DO FLUIDO UNIVERSAL

O fluido universal é a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza. Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o da imponderabilidade e o da ponderabilidade, que são os diversos níveis de condensação que a matéria pode assumir. Para uma compreensão mais clara, partamos da idéia de que Deus é a causa primária de todas as coisas. Dele vertem-se dois princípios: espiritual e material. O Espírito é individualização do princípio espiritual e o corpo físico a individualização do princípio material. O Espírito precisa do fluido universal para se comunicar com o corpo físico.

4.2. NÍVEIS DE CONDENSAÇÃO DO FLUIDO UNIVERSAL

1) Matéria. Solidificação do fluido universal.

2) Corpo Físico – células e órgãos – é o laço que prende o Espírito; é o instrumento de que este se serve para e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce a sua ação.

3) Fluido Vital é o elemento que dá vida à matéria orgânica. Pode ser denominado de magnetismo ou eletricidade.

4) Perispírito – invólucro semi-material do Espírito. Nos encarnados, serve de laço intermediário entre o Espírito e a matéria; nos Espíritos errantes, constitui o corpo fluídico do Espírito.

5) Ectoplasma – situado entre matéria densa e a matéria perispirítica – serve para a realização dos fenômenos de efeitos físicos, principalmente a materialização.

4.3. A AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA

O Espírito, embora seja alguma coisa, difere de tudo aquilo que conhecemos por matéria. Dada a sua natureza espiritual, necessita de um elemento semi-material para que possa agir sobre a matéria (corpo físico). Allan Kardec denominou este elemento de Perispírito. Conclui-se que o Espírito somente atua sobre a matéria se fizer uso do Perispírito. Observe que no próprio processo de reencarnação há uma ligação de átomo por átomo, célula por célula do princípio espiritual com o princípio vito-material do germe.

Assim sendo, é através do perispírito que os Espíritos auxiliam na cura de uma doença. Neste caso, o médium seria apenas um intermediário.Contudo, o médium pode usar o seu próprio magnetismo e transferir as suas energias balsamizantes para o outro ser mais debilitante. Por isso, na época de Kardec, falava-se muito em magnetizadores, sendo, inclusive, um dos motivos que levou Kardec a freqüentar as reuniões de mesas girantes.

5. AS DIMENSÕES DA FÉ

5.1. A FÉ COMO SENTIMENTO INATO

Tanto na teologia cristã quanto na Doutrina Espírita, partimos do princípio de que a fé é algo inato no ser humano. É como que uma luz lançada por Deus na mente e no coração de cada crente. O fato de tomar diferentes nuances, em cada uma das diversas crenças, revela a sabedoria divina de que a compreensão da natureza depende exclusivamente da capacidade evolutiva de cada um. Freqüentar o Espiritismo não nos torna mais sábio do que o católico, do que o protestante, do que o ateu etc.

5.2. FÉ HUMANA, DIVINA, DOGMÁTICA E RACIONAL

No âmbito da Doutrina Espírita, Allan Kardec ao discutir o problema da Fé, ensina-nos que ela pode ser dividida em fé humana e divina. A Fé humana pode ser expressa como a confiança do homem em suas forças, em sua natureza e em seus propósitos de vida. É a expectativa do pedreiro que, ao começar uma construção, tem certeza que irá terminá-la. É a confiança do médico que, ao iniciar uma cirurgia, acredita que irá finalizá-la e proporcionará um alívio à pessoa enferma. A Fé divina pressupõe a confiança num ser transcendental, que se alia à fé humana. Voltando ao exemplo do pedreiro e do médico: os dois conhecem as técnicas tanto para levantar paredes quanto para recortar o corpo humano, mas submetem-se aos imperativos de uma força maior, de uma força transcendental, que é Deus. Ainda: o sentimento inato pode ser expresso como dogmático – crer cegamente num artigo de fé – ou racional – tudo passando pelo crivo da razão. É por isso que Allan Kardec diz: “Não há inabalável senão aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade”.

5.3. A FÉ COMO SENTIDO DA VIDA

Movimentarmo-nos na vida revela uma faceta da fé. Nas ações mais ordinárias, nos atos de adoração a Deus, no cuidado com o meio ambiente estamos nos expressando como imagem e semelhança de Deus. E quanto mais aprendemos, mais vamos nos submetendo a voz de um Deus interior, que quer sempre o nosso bem. Com a captação desses conhecimentos, aprendemos que nem o nosso próprio corpo nos pertence, pois foi doado Deus para auxiliar a nossa evolução espiritual.

No que tange à manifestação da fé, o importante é respeitar cada qual em sua crença, pois embora ela tenha ligação com os aspectos históricos, culturais e ideológicos de um povo, no fundo, cada qual, só responderá por aquilo que tiver plantado dentro do seu próprio coração.

6. FÉ, VONTADE, ESPÍRITO E ESPIRITISMO

6.1. OS MILAGRES DERROGAM AS LEIS NATURAIS?

A vinda de Jesus, como vimos anteriormente, foi marcada pelos diversos milagres que realizava. Algumas vezes dizia: “tua fé te curou”. Ele curava, mas não eram todos os que podiam ser curados. Precisava de um elemento adicional, ou seja, a crença do enfermo, daquele que recebeu o fluido magnético.

No âmbito da Doutrina Espírita os fatos, considerados milagrosos, não derrogaram as leis da natureza. Foram apenas a manipulação correta do fluido universal. Assim, quando soubermos usar o nosso magnetismo e a nossa vontade conseguiremos os mesmos prodígios que conseguiram os apóstolos, depois da advertência de Jesus, a respeito da pouca fé dos mesmos. Ele disse: “Se tiverdes a fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a este monte para passar para o outro lado, e ele passará”.

6.2. BASTA A FÉ PARA CURAR?

Aqui, Allan Kardec, faz indiretamente um crítica às seitas cristãs, que apelam unicamente para a fé, não permitindo que seus adeptos vão à procura de orientação médica. O crente será curado? Basta orar para nos livramos de nossas provações? A prece auxilia, dá-nos mais força, mais energia, mas não nos livra das provas que devemos passar. Do mesmo modo é a fé. Ela auxilia-nos, mas antes de tudo, devemos ter em mente o merecimento. Será que estamos aptos para a saúde? O Espírito Irmão X, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, relata-nos nos capítulos 25 (Cura) e 26 (Doentes e Doenças), do livro Estante de Vida e capítulo 40 (Rogativa Reajustada), do livro Luz Acima, os inconvenientes de apressar a cura do ser humano. Para conviver com a saúde, temos de nos preparar para ela.

6.3. O PODER DA FÉ

"O poder da Fé recebe uma aplicação direta e especial na ação magnética; por ela o homem age sobre o fluido, agente universal, lhe modifica as qualidades e lhe dá uma impulsão, por assim dizer, irresistível. Por isso aquele que, a um grande poder fluídico normal junta uma Fé ardente pode, apenas pela vontade dirigida para o bem, operar esses fenômenos estranhos de cura e outros que, outrora, passariam por prodígios e que não são, todavia, senão as conseqüências de uma lei natural. Tal o motivo pelo qual Jesus disse aos apóstolos: se não haveis curado é que não tínheis fé" (Kardec, 1984, cap. XIX, item 5).

7. CONCLUSÃO

Tenhamos sempre em mente o nosso aprimoramento espiritual. É somente através das virtudes evangélicas que podemos nos curar e auxiliar a cura dos outros com êxito.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA