segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Canção do Perdão

Escuta, meu irmão esta mensagem
que o mestre envia com amor!
É luz iluminando tua romagem
pelos caminhos da dor.

Perdoa
a quem te ofende e calunia
esquece todo o mal
e encontrarás alegria...

Perdoa sem impor humilhação
é ter Jesus no coração!
Perdoa com sinceridade
e encontrarás felicidade.

Transforma o ódio em amor,
o espinho em perfumada flor...
Segue na vida sempre amando
e ao inimigo perdoando.

Hinário do Grupo Espírita João Cabete

O Viajor e a Fé

- “Donde vens, viajor triste e cansado?”
- “Venho da terra estéril da ilusão.”
- “Que trazes?”
- “A miséria do pecado,

De alma ferida e morto o coração.
Ah! Quem me dera a benção da esperança,
Quem me dera o consolo à desventura! ”

Mas a fé generosa, humilde e mansa,
Deu-lhe o braço e falou-lhe com doçura:
- “Vem ao Mestre que ampara os pobrezinhos,

Que esclarece e conforta os sofredores!...
Pois com o mundo uma flor tem mil espinhos,
Mas com Jesus um espinho tem mil flores!”

Chico Xavier - Carmem Cenyra

Não Te Intimides

Se à tua frente a vida coloca quadros dantescos, não vires as costas apavorado nem fujas. Encara-os de frente e corajosamente e verás que cada linha desses quadros traz uma mensagem que te servirá de guia na estrada, se o souberes decifrar.

Nada na vida tem o propósito de intimidar. Tudo que surge é para ser encarado e analisado. Nada te deve escandalizar, nem te parecer ridículo. Tudo que surge é sério, mesmo o que apresente aspecto cômico ou grotesco. Se souberes descobrir no desencontro das linhas confusas os pontos em que elas se ligam; se acompanhares os pontos chaves, descobrirás o desenho certo que te parece sem sentido e a nada conduzir.

Todas as situações merecem nossa atenção e interesse; tudo encerra lições proveitosas na sabedoria do destino.

Só às crianças oferecemos livros de leitura fácil, ilustrados com figuras facilmente reconhecíveis e agradáveis com desenhos que lhes esclareçam o sentido. Ao adulto oferecemos algo mais substancial para que sua mente analise e compreenda a natureza dos conceitos enunciados. A interpretação varia de acordo com o grau de evolução de cada um.

Não desistas nunca de perseguir teu ideal e não te intimides ante supostos fracassos, pois estes encerram a chave oculta do conhecimento que reclamam tua atenção.

Atravessa teus momentos difíceis com o desejo de prosseguir resoluto, cultivando a silenciosa coragem ante as experiências amargas. Assim conhecerás o triunfo.

Não te intimides, amigo, ante o que quer que seja que a vida coloque à tua frente. Prossegue e muitos aprenderão sobre tuas pegadas. Farás luz nas sombras daqueles que desistem ao primeiro embate.
Não te intimides nunca, haja o que houver. Cenyra Pinto

Examinemos a Nós Mesmos

- Qual é o meio prático e mais eficaz para se melhorar nesta vida, e resistir aos arrastamentos do mal?

- Um sábio da antiguidade vos disse: Conhece-te a ti mesmo.

(Questão no 919 de “O Livro dos Espíritos”)




O dever do espírita-cristão é tornar-se progressivamente melhor.

Útil, assim, verificar de quando em quando, com rigoroso exame pessoal, a nossa verdadeira situação íntima.

Espírita que não progride durante três anos sucessivos permanece estacionário.

Testa a paciência própria: - Estás mais calmo, afável e compreensivo?

Inquire as tuas relações na experiência doméstica: - Conquistaste mais alto clima de paz dentro de casa?

Investiga as atividades que te competem no templo doutrinário: - Colaboras com mais euforia na seara do Senhor?

Observa-te nas manifestações perante os amigos: - Trazes o Evangelho mais vivo nas atitudes?

Reflete em tua capacidade de sacrifício: - Notas em ti mesmo mais ampla disposição de servir voluntariamente?

Pesquisa o próprio desapego: - Andas um pouco mais livre do anseio de influência e de posses terrestres?

Usas mais intensamente os pronomes “nós”, “nosso”, e “nossa” e menos os determinativos “eu”, “meu” e “minha”?

Teus instantes de tristeza ou de cólera surda, às vezes tão conhecidos somente por ti, estão presentemente mais raros?

Diminuíram-te os pequenos remorsos ocultos no recesso da alma?

Dissipaste antigos desafetos e aversões?

Superaste os lapsos crônicos de desatenção e negligência?

Estudas mais profundamente a Doutrina que professas?

Entendes melhor a função da dor?

Ainda cultivas alguma discreta desavença?

Auxilias aos necessitados com mais abnegação?

Tens orado realmente?

Teus ideais evoluíram?

Tua fé raciocinada consolidou-se com mais segurança?

Tens o verbo mais indulgente, os braços mais ativos e as mãos mais abençoadoras?

Evangelho é alegria no coração: - Estás, de fato, mais alegre e feliz intimamente, nestes três últimos anos?

Tudo caminha! Tudo evolui! Confiramos o nosso rendimento individual com o Cristo!

Sopesa a existência hoje, espontaneamente, em regime de paz, para que te não vejas na obrigação de sopesá-la amanhã sob o impacto da dor.

Não te iludas! Um dia que se foi é mais uma cota de responsabilidade, mais um passo rumo à Vida Espiritual, mais uma oportunidade valorizada ou perdida.

Interroga a consciência quanto à utilidade que vens dando ao tempo, à saúde e aos ensejos de fazer o bem que desfrutas na vida diária.

Faze isso agora, enquanto te vales do corpo humano, com a possibilidade de reconsiderar diretrizes e desfazer enganos facilmente, pois, quando passares para o lado de cá, muita vez, já será mais difícil...

Waldo Vieira - André Luís

Estrada Da Vida

A questão da pluralidade das existências há muito tempo preocupa os filósofos, e mais de um viu, na anterioridade da alma, a única solução possível dos problemas mais importantes da psicologia; sem esse princípio, encontram-se parados a cada passo e acolhidos num impasse de onde não puderam sair senão com a ajuda da pluralidade das existências.

A maior objeção que se possa fazer a essa teoria é a ausência da lembrança das existências anteriores. Com efeito, uma sucessão de existências inconscientes umas das outras; deixar um corpo para retomar logo um outro sem a memória do passado, equivaleria ao nada, porque isso seria o nada do pensamento; isso seria tantos pontos de partida novos, sem ligação com os precedentes; isso seria uma ruptura incessante de todas as afeições que fazem o encanto da vida presente e a esperança mais doce e mais consoladora do futuro; isso seria, enfim, a negação de toda responsabilidade moral. Semelhante doutrina seria tão inadmissível e tão incompatível com a justiça de Deus, quanto aquela de uma só existência com a perspectiva de uma eternidade absoluta de penas para faltas temporárias. Compreende-se, pois, que aqueles que formam semelhante idéia da reencarnação a repilam, mas não é assim que o Espiritismo no-la apresenta.

A existência espiritual da alma, nos diz ele, é sua existência normal, com lembrança retrospectiva indefinida; as existências corpóreas não são senão intervalos, curtas estações na existência espiritual, e a soma de todas essas estações não é senão uma parte mínima da existência normal, absolutamente como se, numa viagem de vários anos, se parasse de tempos em tempos durante algumas horas. Se, durante as existências corpóreas, parece nela haver solução de continuidade pela ausência da lembrança, a ligação se estabelece durante a vida espiritual, que não tem interrupção; a solução de continuidade não existe, em realidade, senão para a vida corpórea exterior e de relação; e aqui a ausência da lembrança prova a sabedoria da Providência que não quis que o homem fosse muito desviado da vida real, onde tem deveres a cumprir; mas, no estado de repouso do corpo, no sono, a alma retoma em parte o seu vôo, e aí se restabelece a cadeia interrompida somente durante a vigília.

A isso se pode ainda fazer uma objeção e perguntar que proveito se pode tirar de suas existências anteriores para a sua melhoria, se não se lembra das faltas que se cometeu. O Espiritismo responde primeiro que a lembrança de existências infelizes, juntando-se às misérias da vida presente, tornaria esta ainda mais penosa,; é, pois, um acréscimo de sofrimentos que Deus quis nos poupar; sem isso, freqüentemente, quanto não seria nossa humilhação pensando no que fomos! Quanto ao nosso adiantamento, essa lembrança é inútil. Durante cada existência, damos alguns passos adiante; adquirimos algumas qualidades e nos despojamos de algumas imperfeições; cada uma delas é, assim, um novo ponto de partida, em que somos o que nos houvermos feitos, em que nos tomamos por aquilo que somos, sem ter que nos inquietarmos com aquilo que fomos. Se, numa existência anterior, fomos antropófagos, o que isso nos faz se não o somos mais? Se tivemos um defeito qualquer do qual não resta mais os traços, é uma conta liquidada, com a qual não temos nada a nos preocupar. Suponhamos, ao contrário, uma falta da qual não se corrigiu senão a metade, o saldo se reencontrará na vida seguinte e é em corrigi-lo que é preciso se fixar. Tomemos um exemplo: um homem foi assassino e ladrão; disso foi punido, seja na vida corpórea, seja na vida espiritual; arrepende-se e se corrige da primeira tendência, mas não da segunda; na existência seguinte, ele não será senão ladrão; talvez grande ladrão, mas não mais assassino; ainda um passo adiante e ele não será senão pequeno ladrão; um pouco mais tarde, não roubará mais, mas poderá ter a veleidade de roubar, que sua consciência neutralizará; depois um último esforço, e, todo traço da doença moral tendo desaparecido, será um modelo de probidade. Que lhe faz então o que foi? A lembrança de ter morrido no patíbulo não seria uma tortura, uma humilhação perpétua? Aplicai este raciocínio a todos os vícios, a todas as manias, e podereis ver como a alma se melhora passando e repassando pela estamenha da encarnação. Deus não é mais justo por ter tornado o homem árbitro de sua própria sorte pelos esforços que pode fazer para se melhorar, do que ter feito a sua alma nascer ao mesmo tempo que seu corpo, e de condená-la a tormentos perpétuos por erros passageiros, sem dar-lhe os meios de se purificar de suas imperfeições? Pela pluralidade das existências, seu futuro está em suas mãos; se leva muito tempo para se melhorar, disso sofre as conseqüências; é a suprema justiça; mas a esperança jamais lhe é obstruída.

A comparação seguinte pode ajudar a fazer compreender as peripécias da vida da alma.

Suponhamos uma longa estrada, sobre o percurso da qual se encontram, de distância em distância, mas em intervalos desiguais, florestas que é preciso atravessar; à entrada de cada floresta, a estrada larga e bela é interrompida e não retoma senão na saída. Um viajante segue essa estrada e entra na primeira floresta; mas lá, não mais vereda batida; um dédalo inextricável no meio do qual se perde; a claridade do Sol desapareceu sob o espesso maciço das árvores; ele erra sem saber para onde vai; enfim, depois de fadigas extraordinárias chega aos confins da floresta, mas abatido de fadiga, rasgado pelos espinhos, machucado pelos calhaus. Lá, reencontra a estrada e a luz, e prossegue seu caminho, procurando se curar de suas feridas.

Mais longe, encontra uma segunda floresta, onde o esperam as mesmas dificuldades; mas já tem um pouco de experiência e dela sai menos contundido. Numa, encontra um lenhador que lhe indica a direção que deve seguir e impede-o de se perder. A cada nova travessia a sua habilidade aumenta, se bem que os obstáculos são mais e mais facilmente superados; seguro de reencontrar a bela estrada na saída, essa confiança o sustenta; depois sabe se orientar para encontrá-la mais facilmente. A estrada termina no cume de uma montanha muita alta, de onde avista todo o percurso desde o ponto de partida; vê também as diferentes florestas que atravessou e se lembra das vicissitudes que experimentou, mas essa lembrança nada tem de penosa, porque alcançou o objetivo; é como o velho soldado que, na calma do lar doméstico, se lembra das batalhas às quais assistiu. Essas florestas disseminadas sobre a estrada são para ele como pontos negros sobre uma condecoração branca; ele diz a si mesmo: “Quando estava nessas florestas, nas primeiras sobretudo, como me pareciam longas para atravessar! Parecia-me que não chegaria mais ao fim; tudo me parecia gigantesco e intransponível ao meu redor. E quando penso que, sem esse bravo lenhador que me recolocou no bom caminho, talvez estaria ali ainda! Agora que considero essas mesmas florestas, do ponto de vista onde estou, como me parecem pequenas! Parece-me que, com um passo, teria podido transpô-las; bem mais, a minha vista as penetra e nelas distingo os menores detalhes; vejo até as faltas que cometi.”

Então, um velho diz: - Meu filho, eis-te no fim da viagem, mas um repouso indefinido te causaria logo um tédio mortal, e ficarias a lamentar as vicissitudes que experimentaste e que deram atividade aos teus membros e ao teu Espírito. Vês daqui um grande número de viajores sobre a estrada que percorreste, e que, como tu, correm risco de se perder no caminho; tens a experiência, não temes mais nada; vai ao seu encontro e, pelos teus conselhos, trata de guiá-los, a fim de que cheguem mais cedo.

-Vou com alegria, redargue nosso homem; mas, ajuntou, por que não há uma estrada direta do ponto de partida até aqui? Isso pouparia, aos viajantes, passar por essas abomináveis florestas.

-Meu filho, replica o velho, olha bem nelas e verás que muitos evitam um certo número delas; são aqueles que, tendo adquirido mais cedo a experiência necessária, sabem tomar um caminho mais direto e mais curto para chegar; mas essa experiência é o fruto do trabalho que as primeiras travessias necessitaram, de tal sorte que não chegam aqui senão em razão de seu mérito. Que saberias, tu mesmo, se por ali não tivesses passado? A atividade que deveste desdobrar, os recursos de imaginação que te foram necessários para te traçar um caminho, aumentaram os teus conhecimentos e desenvolveram a tua inteligência; sem isso, serias novato como em tua partida. E depois, procurando tirar-te dos embaraços, tu mesmo contribuíste para a melhoria das florestas que atravessaste; o que fizeste é pouca coisa, imperceptível; mas pensa nos milhares de viajores que o fazem também, e que, trabalhando todos para eles, trabalham, sem disso desconfiarem, para o bem comum. Não é justo que recebam o salário de seu trabalho pelo repouso do qual gozam aqui? Que direito teriam a este repouso se nada tivessem feito?

- Meu pai, diz o viajor, numa dessas florestas, encontrei um homem que me disse: “Sobre a borda há um imenso abismo que é preciso transpor de um salto; mas, sobre mil, apenas um consegue; todos os outros lhe caem no fundo, numa fornalha ardente e estão perdidos sem retorno. Esse abismo eu nunca vi.”

- Meu filho, é que não existe, de outro modo isso seria uma armadilha abominável estendida a todos os viajores que viessem em minha casa. Eu bem sei que lhes é preciso superar as dificuldades, mas sei também que, cedo ou tarde, as superarão; se tivesse criado impossibilidades para um único, sabendo que deveria sucumbir, teria sido cruel, e com mais forte razão se o fizera para o grande número. Esse abismo é uma alegoria da qual vais ver a explicação. Olha sobre a estrada, nos intervalos das florestas; entre os viajantes, vês os que caminham lentamente, com um ar feliz, vês esses amigos que se perderam de vista nos labirintos da floresta, como estão felizes em se reencontrarem na saída; mas, ao lado deles, há outros que se arrastam penosamente; são estropiados e imploram a piedade dos que passam, porque sofrem cruelmente das feridas que, por sua falta, fizeram a si mesmos através das sarças; mas disso se curarão, e isso será, para eles, uma lição da qual aproveitarão na nova floresta que terão que atravessar, e de onde sairão menos machucados. O abismo é a figura dos males que sofrem, e dizendo que sobre mil só um o transpõe, esse homem teve razão, porque o número dos impudentes é muito grande; mas errou dizendo que, uma vez caído dentro, dele não se sai mais; há sempre uma saída para chegar a mim. Vai, meu filho, vai mostrar essa saída àqueles que estão no fundo do abismo; vai sustentar os feridos da estrada e mostrar o caminho àqueles que atravessam as florestas.

A estrada é a figura da vida espiritual da alma, sobre o percurso da qual se é mais ou menos feliz; as florestas são as existências corpóreas, onde se trabalha para o seu adiantamento, ao mesmo tempo que para a obra geral; o viajor que chega ao objetivo e que retorna para ajudar aqueles que estão atrasados, é a dos anjos guardiões, missionários de Deus, que encontram a sua felicidade em seu objetivo, mas também na atividade que desdobram para fazerem o bem e obedecerem ao supremo Senhor.

Allan Kardec

Perigo a Vista

MENSAGENS



Pensar que já fizemos muito ou pelo menos o necessário.
Julgar-nos superiores ou inferiores a quem quer que seja.
Lembrar situações e circunstâncias em que falimos.
Recordar o mal que alguém nos fez ou nos quis fazer.
Mentalizar maus juízos que os outros possam fazer a nosso respeito.
Admitir que temos defeitos e viciações incorrigíveis.
Imaginar a existência de perseguidores espirituais a nos assediar implacavelmente, cuja indesejável companhia não podemos evitar.
Acreditar que progredimos em proporções tais, que já podemos afrouxar um pouco em nossos esforços de realizações construtivas.
Fixar passagens e cenas em que companheiros nossos tropeçaram e caíram.
Supor que somos por demais decaídos ou degenerados, para tentar a nossa recuperação e nela insistirmos.
Ajuizar que há fatores e forças imponderáveis que conspiram nas sombras contra a nossa felicidade, trabalhando sempre pela frustração dos nossos sonhos e aspirações, sem que tenhamos meios e modos de fugir-lhes à ação perniciosa.
Achar que a nossa condição humana, longe de nos propiciar a ascensão, favorece-nos a queda.
Crer que devemos proceder bem, mas que nem sempre podemos fazê-lo.

Tal como no campo atmosférico, antes de desabar um temporal, há sinais que o prenunciam, possibilitando-nos providências e resguardo, também nos domínios da alma há claros indícios de perigosas situações, de que nos é dado acautelar, buscando em nosso santuário interior, recursos de preservação que nos facultam superar a crise em esboço, sempre de tremendas conseqüências em nossa existência, se não conjurada a tempo.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Culpa e Reencarnação

Espíritos culpados!

Somos quase todos.

Julgávamos que o poder transitório, entre os homens, nos fosse conferido como sendo privilégio a imaginário merecimento e usamo-lo por espada destruidora, aniquilando a alegria dos semelhantes...

Contudo, renascemos nos últimos degraus da subalternidade, aprendendo quanto dói o cativeiro da humilhação.

Acreditávamos que a moeda farta nos situasse a cavaleiro dos desmandos de consciência...

Entretanto, voltamos à arena terrestre, em doloroso pauperismo, experimentando a miséria que infligimos aos outros.

Admitíamos que as vítimas de nossos erros deliberados se distanciassem, para sempre, de nós, depois da morte.

Mas tornamos a encontra-las no lar, usando nomes familiares, no seio da parentela, onde nos cobram, às vezes com juros de mora, as dívidas de outro tempo, em suor do rosto, no sacrifício constante, ou em sangue do coração, na forma de lágrimas.

Supúnhamos que os abusos do sexo nos constituíssem a razão de viver e corrompemos o coração das almas sensíveis e nobres com as quais nos harmonizávamos, vampirizando-lhes a existência...

No entanto, regressamos ao mundo em corpos dilacerados ou deprimidos, exibindo as estranhas enfermidades ou as gravosas obsessões que criamos para nós mesmos, a estampar na apresentação pessoal a soma deplorável de nossos desequilíbrios.

Espíritos culpados!

Somos quase todos.

A Perfeita Justiça, porém, nunca se expressa, sem a Perfeita Misericórdia e abre-nos a todos, sem exceção, o serviço do bem, que podemos abraçar na altura e na quantidade que desejarmos, por recurso infalível de resgate e reajuste, burilamento e ascensão.

Atendamos às boas obras quanto nos seja possível.

Cada migalha de bem que faças é luz contigo, clareando os que amas.
E assim é porque, de conformidade com as Leis Divinas, o aperfeiçoamento do mundo depende do mundo, mas o aperfeiçoamento em nós mesmos depende de nós.

Chico Xavier - Espírito Emmanuel

Caridade

Filhos, em verdade, outra virtude não existe mais bela.

Todos os dons da vida, emoldurando-a, empalidecem como os lumes terrenos quando o sol aparece vitorioso.

Desde a antiguidade, a ciência e a filosofia erigem à própria exaltação gloriosos monumentos que se transformam em cinza, a fim de que elas mesmas se renovem.

Em todos os tempos, a autoridade e o poder fazem guerra que esbarram no sepulcro, entre sombra e lamentação.

Só a Caridade, filha do Amor Celeste, é invariável.

Com ela, desceu Nosso Senhor Jesus Cristo à treva humana e, abraçando os fracos e enfermos, os vencidos e desprezados, levantou os alicerces do Reino de Deus que as Forças do Bem na Terra ainda estão construindo.

Vinde, pois, à Seara do Evangelho, trazendo no coração a piedade fraternal que tudo compreende e tudo perdoa!...

Acendamos a flama da caridade quando orarmos!

Em nossas casas de socorro espiritual, achamo-nos cercados por todos os tipos de sofrimento, enquanto nos devotamos à prece...que decorrem de tristes almas desencarnadas a carregarem consigo as escuras raízes de ilusão e delinqüência, com que se prendem à retaguarda...

São as filas atormentadas daqueles que traficaram com o altar, que venderam a consciência nos tribunais da justiça, que mercadejaram com os títulos respeitáveis, que menosprezaram a benção do lar, que tripudiaram sobre o amor puro, que fizeram do corpo físico uma porta à viciação, que se renderam às sugestões das trevas alimentando-se de vingança, que fizeram da violência cartilha habitual de conduta, que acreditaram na força sobre o direito, que se desmandaram no crime, que sepultaram a mente em pântanos de usura e que se abandonaram, inermes, à ociosidade, à perturbação, à perversidade e à morte moral...

Para todos esses corações encarcerados na sombra expiatória, é indispensável saibamos trazer, em nome do Cristo, a chama do sacrossanto amor que ilumina e salva, esclarece e aprimora...

Inegavelmente, enquanto na carne, não conseguis analisar a extensão das consciências em desequilíbrio que se nos abeiram das preces, como sedentos em torno à fonte...

Viveis, provisoriamente, a condição do manancial incapaz de saber quão longo é o caminho da própria corrente na regeneração do deserto.

Cabe-nos, assim, o mais amplo esforço para que a caridade persista em nossos pensamentos, palavras e ações, porquanto é imprescindível avivá-la também quando agimos.

No círculo doméstico e na vida pública, tanto quanto em todos os domínios de vossa atuação nas lides terrestres, sois igualmente defrontados pelos companheiros em desajuste que, como nos acontece a todos, anseiam por reerguimento e restauração.

Guardemos caridade para com todos aqueles que nos rodeiam...Para com os felizes que não sabem medir a própria ventura e para com os infortunados que não podem ainda compreender o valor da provação que os vergasta, para com jovens e velhos, crianças e doentes, amigos e adversários!...

Cultivemo-la em toda parte...Caridade que saiba renunciar a favor de outrem, que se cale ajudando em silêncio, e que se humilhe, sobretudo, a fim de que o desespero não domine os corações que pretendemos amar...

Todos na Terra suspiram pelo melhor.

A mulher que vedes, excessivamente adornada, muita vez traz o coração chagado de angústia.

O homem que surge, assinalado pela riqueza terrestre, quase sempre é portador de um vulcão no crânio entontecido.

A juventude espera orientação, a velhice pede amparo.

Onde estiverdes, não condeneis!

O lodo da miséria nasce no charco da ignorância em cujos laços viscosos a leviandade ainda se enleia.

Nós, porém, que já conhecemos a lição do Senhor, aquinhoados que fomos por sua benção, podemos abreviar o caminho para a grande libertação, desde que a caridade brilhe conosco, dissipando a sombra e lenindo o sofrimento.

É assim que vos concitamos à mais intensa procura do Cristo para que o Cristo esteja em nós, de vez que somente no Espírito Divino de Jesus é que conseguiremos vencer a dominação das trevas, estendendo no mundo o império silencioso da caridade, por vitoriosa luz do Céu.

Chico Xavier - Espírito José Silvério

A Piscina e a Cruz

Um de meus amigos ia toda quinta-feira a noite a uma piscina coberta. Ele sempre via ali um homem que lhe chamava a atenção: ele tinha o costume de correr até a água e molhar só o dedão do pé. Depois subia no trampolim mais alto e com um esplêndido salto mergulhava na água. Era um excelente nadador. Não era de estranhar, pois, que meu amigo ficasse intrigado com esse costume de molhar o dedão antes de saltar na água.

Um dia tomou coragem e perguntou-lhe a razão daquele hábito. O homem sorriu e respondeu: - "Sim, eu tenho um motivo para fazer isso. Há alguns anos, eu era professor de natação de um grupo de homens. Meu trabalho era ensina-los a nadar e a saltar de trampolim. Certa noite não conseguia dormir e fui à piscina para nadar um pouco; sendo o professor de natação, eu tinha uma chave para entrar no clube.

Não acendi a luz porque conhecia bem o lugar. A luz da lua brilhava através do teto de vidro. Quando estava sobre o trampolim, vi minha sombra na parede em frente. Com os braços abertos, minha silhueta formava uma magnífica cruz. Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando aquela imagem.".

O professor de natação continuou: "Nesse momento, pensei na cruz de Jesus Cristo e em seu significado. Eu não era um cristão, mas quando criança aprendi um cântico cujas palavras me vieram a mente e me fizeram recordar que Jesus tinha morrido para nos salvar por meio de seu precioso sangue.

São sei quanto tempo fiquei parado sobre o trampolim com os braços estendidos e nem compreendo por que não pulei na água. Finalmente voltei, desci do trampolim e fui até a escada para mergulhar na água. Desci a escada e meus pés tocaram o piso duro e liso ... Na noite anterior haviam esvaziado a piscina e eu não tinha percebido!

Tremi todo e senti um calafrio na espinha. Se eu tivesse saltado, seria meu último salto. Naquela noite, a imagem da cruz na parede salvou a minha vida.

Fiquei tão agradecido a Deus - que por me amar permitiu que eu continuasse vivo que me ajoelhei na beira da piscina. Tomei consciência de que não somente a minha vida física, mas minha alma também precisava ser salva. Para que isso acontecesse, foi necessária outra cruz, aquela na qual Jesus morreu para nos salvar. Ele me salvou quando confessei os meus pecados e me entreguei a Ele.

Naquela noite fui salvo duas vezes, física e espiritualmente. Agora tenho um corpo sadio, porém o mais importante é que sou eternamente salvo. Talvez agora você compreenda porque eu molho o dedão antes de saltar na água".

A Salvação Inesperada

Num país europeu, certa tarde, muito chuvosa, um maquinista, cheio de fé em Deus, começando a acionar a locomotiva com o trem repleto de passageiros para longa viagem, fixou o céu escuro e repetiu, com sentimento a oração dominical.

O comboio percorreu léguas e léguas, dentro das trevas densas, quando, alta noite, ele viu, a luz do farol aceso, alguns sinais que lhe pareceram feitos pela sombra de dois braços angustiados a lhe pedirem socorro.

Emocionado, fez o trem parar, de repente, e, seguido de muitos viajantes, correu pelos trilhos de ferro, procurando verificar se estavam
ameaçados de algum perigo.

Depois de alguns passos, foram surpreendidos por gigantesca inundação que, invadindo a terra com violência, destruíra a ponte que o comboio deveria atravessar.

O trem fora salvo, milagrosamente.

Tomados de infinita alegria, o maquinista e os viajores procuraram a pessoa que lhes fornecera o aviso salvador, mas ninguém aparecia. Intrigados, continuaram na busca, quando encontraram no chão um grande morcego agonizante. O enorme voador batera as asas, á frente do farol, em forma de dois braços agitados, e caíra sob as engrenagens. O maquinista retirou-o com cuidado e carinho, mostrou-o aos passageiros assombrados e contou como orara, ardentemente, invocando a proteção de Deus, antes de partir. E, ali mesmo, ajoelhou-se, ante o morcego que acabava antes de morrer, exclamando em alta voz:

Pai Nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome, venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como no Céu: o pão nosso de cada dia dá-nos hoje, perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos os nossos devedores, não nos deixes cair em tentação e livra-nos do mal, porque teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Assim seja.

Quando acabou de orar, grande quietude reinava na paisagem.Todos os passageiros, crentes e descrentes, estavam ajoelhados, repetindo a prece com amoroso respeito. Alguns choravam de emoção e reconhecimento, agradecendo ao Pai Celestial, que lhes salvara a vida, por intermédio de um animal que infunde tanto pavor às criaturas humanas. E até a chuva parara de cair, como se o céu silencioso estivesse igualmente acompanhado acompanhando a sublime oração.

Parábola da Rosa

Um certo homem plantou uma rosa e passou e regá-la constantemente e antes que ela desabrochasse, ele a examinou.

Ele viu o botão que em breve desabrocharia, mas notou espinhos sobre o talo e pensou: "Como pode uma bela flor vir de uma planta rodeada de espinhos tão afiados?" Entristecido por esse pensamento, ele se recusou a regar a rosa e, antes que estivesse pronta para desabrochar, ela morreu.

É assim com muitas pessoas. Dentro de cada alma há uma rosa: as qualidades dadas por Deus e plantadas em nós crescendo em meio aos espinhos de nossas faltas.

Muitos de nós olhamos para nós mesmos e vemos apenas os espinhos, os defeitos. Nos desesperamos, achando que nada de bom pode vir de nós, e, conseqüentemente, isso morre. Nós nunca percebemos nosso potencial.

Algumas pessoas não vêem a rosa dentro delas mesmas; Alguém mais deve
mostrá-la a elas. Um dos maiores dons que uma pessoa pode possuir ou compartilhar é ser capaz de passar pelos espinhos e encontrar a rosa dentro de outras pessoas.

Esta é a característica do amor, olhar uma pessoa e conhecer suas verdadeiras faltas. Aceitar aquela pessoa em sua vida, enquanto reconhece a beleza em sua alma e ajudá-la a perceber que ela pode superar suas aparentes imperfeições.

Se nós mostramos a essas pessoas a rosa, elas superarão seus espinhos. Só assim elas poderão desabrochar muitas e muitas vezes.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Paciência

O caminhoneiro solitário seguia, com fome, à margem do rio.

Nervoso e impaciente, ia censurando a tudo e a todos, por achar-se em penúria.

Caminhava devagar, quando viu algo na estrada chamando-lhe a atenção.

Uma cédula!

Abaixou-se e colheu o achado.

Uma nota de cem cruzados, enrolada e manchada.

Contudo, para surpresa sua, era somente a metade da cédula, que apesar de nova, fora inexplicavelmente cortada. Ainda mais irritado, amarfanhou o papel valioso e atirou-o à correnteza do rio, blasfemando.

Deu mais alguns passos à frente, seguindo pela mesma estrada, quando surpreendeu outro fragmento de papel no solo.

Inclinou-se de novo e apanhou-o.

Era a outra metade da cédula que, enervado e contrafeito, havia projetado nas águas.

O vento separara as duas partes; ele, porém, não tivera a paciência de esperar alguns segundos, apenas.

Há sempre socorro às nossas necessidades.

No entanto, até para receber o auxílio da Divina Bondade ninguém prescinde de calma e da paciência.

A Multa Maior

O recinto do Tribunal estava lotado, não tanto pela importância dos crimes que seriam julgados, mas pela presença do prefeito de Nova York, La Guardia, que costumava, nessas ocasiões, sentenciar casos policiais simples, com decisões que ficavam famosas pelo seu conteúdo de sabedoria e originalidade.

Um dos acusados fora pilhado em flagrante, roubando pão em movimentada padaria. O homem inspirava compaixão: muito magro, barba por fazer, roupas em desalinho - era a própria imagem da miséria!...

La Guardia submeteu-o, solene, ao interrogatório, consultou as testemunhas e, após rápida apreciação, considerou-o culpado, aplicando-lhe a multa de cinqüenta dólares. A alternativa seria a prisão...

Em seguida, dirigindo-se à pequena multidão que acompanhava, atenta o julgamento, disse, peremptório:

- Quanto aos presentes, estão todos condenados a pagar meio dólar cada um, importância que servirá para liquidar o débito do réu, restituindo-lhe a liberdade.

E ante a estupefação geral, acentuou:

- Estão multados por viverem numa cidade onde um homem é obrigado a roubar pão para matar a fome!...

***

Todos nós, habitantes de qualquer cidade do Mundo, estamos sujeitos a uma multa muito mais severa, a uma sanção muito mais grave - a frustração dos anseios de Felicidade, os desajustes intermináveis, as crises de angústia - por vivermos num planeta onde as palavras fraternidade, bondade, solidariedade, são enunciadas como virtudes raras, quando são apenas elementares deveres, indispensáveis à preservação do equilíbrio em qualquer comunidade.

Dizem os Espíritos Superiores que a Felicidade do Céu é socorrer a infelicidade da Terra. Diríamos que somente na medida em que estivermos dispostos a socorrer a infelicidade da Terra é que estaremos a caminho da Felicidade do Céu.

Não há alternativa. Podemos nos isolar da multidão aflita e sofredora, mas jamais estaremos bem, porquanto a infelicidade é o clima crônico dos que se fecham em si mesmos.

Mãos servindo são antenas que estendemos para a sintonia com as fontes da Vida e a captação das Bênçãos de Deus!

O Encontro Divino

Quando o cavaleiro D. Arsonval, valoroso senhor em França, se ausentou do medievo domicílio, pela primeira vez, de armadura fulgindo ao Sol, dirigia-se à Itália para solver urgente questão política.

Eminente cristão, trazia consigo um propósito central – servir ao Senhor, fielmente, para encontrá-lo.

Não longe de suas portas, viu surgir, de inesperado, ulceroso mendigo a estender-lhe as mãos descarnadas e súplices.

Quem seria semelhante infeliz a vaguear sem rumo?

Preocupava-o serviço importante, em demasia, e, sem se dignar fixá-lo, atirou-lhe a bolsa farta.

O nobre cavaleiro tornou ao lar e, mais tarde, menos afortunado nos negócios, deixou, de novo, a casa.

Demandava a Espanha, em missão de prelados amigos, aos quais se devotara.

No mesmo lugar, postava-se o infortunado pedinte, com os braços em rogativa.

O fidalgo, intrigado, revolveu grande saco de viagem e dele retirou pequeno brilhante, arremessando-o ao triste caminheiro que parecia devorá-lo com o olhar.

Não se passou muito tempo e o castelão, menos feliz no círculo das finanças, necessitou viajar para a Inglaterra, onde pretendia solucionar vários problemas, alusivos à organização doméstica.

No mesmo trato de solo, é surpreendido pelo amargurado leproso, cuja velha petição se ergue no ar.

O cavaleiro arranca do chapéu estimada jóia de subido valor e projeta-a sobre o conhecido romeiro, orgulhosamente.

Decorridos alguns meses, o patrão feudal se movimenta na direção de porto distante, em busca de precioso empréstimo, destinado à própria economia, ameaçada de colapso fatal, e, no mesmo sítio, com rigorosa precisão, é interpelado pelo mendigo, cujas mãos, em chaga aberta, se voltam ansiosas para ele.

D. Arsonval, extremamente dedicado à caridade, não hesita. Despe fino manto e entrega-o, de longe, receando-lhe o contacto.

Depois de um ano, premido por questões de imediato interesse, vai a Paris invocar o socorro de autoridades e, sem qualquer alteração, é defrontado pelo mesmo lázaro, de feição dolorida, que lhe repete a antiga súplica.

O Castelão atira-lhe um gorro de alto preço, sem qualquer pausa no galope, em que seguia, presto.

Sucedem-se os dias e o nobre senhor, num ato de fé, abandona a respeitada residência, com séqüito festivo.

Representará os seus, junto à expedição de Godofredo de Bouillon, na cruzada com que se pretende libertar os Lugares Santos.

No mesmo ângulo da estrada, era aguardado pelo mendigo, que lhe reitera a solicitação em voz mais triste.

O ilustre viajor dá-lhe, então, rico farnel, sem oferecer-lhe a mínima atenção.

E, na Palestina, D. Arsonval combateu valorosamente, caindo ferido, em poder dos adversários.

Torturado, combalido e separado de seus compatriotas, por anos a fio, padeceu miséria e vexame, ataques e humilhações, até que, um dia, homem convertido em fantasma, torna ao lar que não o reconhece.

Propalada a falsa notícia de sua morte, a esposa deu-se pressa em substituí-lo, à frente da casa, e seus filhos, revoltados, soltaram cães agressivos que o dilaceraram, cruelmente, sem comiseração para com o pranto que lhe escorria dos olhos semimortos.

Procurando velhas afeições, sofreu repugnância e sarcasmo.

Interpretado, agora, à conta de louco, o ex-fidalgo, em sombrio crepúsculo, ausentou-se, em definitivo, a passos vacilantes...

Seguir para onde? O mundo era pequeno demais para conter-lhe a dor.

Avançava, penosamente, quando encontrou o mendigo.

Relembrou a passada grandeza e atentou para si mesmo, qual se buscasse alguma coisa para dar.

Contemplou o infeliz pela primeira vez e, cruzando com ele o olhar angustiado, sentiu que aquele homem, chagado e sozinho, devia ser seu irmão. Abriu os braços e caminhou para ele, tocado de simpatia, como se quisesse dar-lhe o calor do próprio sangue. Foi, então, que, recolhido no regaço do companheiro que considerava leproso, dele ouviu as sublimes palavras:

- D. Arsonval, vem a mim! Eu sou Jesus, teu amigo. Quem me procura no serviço ao próximo, mais cedo me encontra... Enquanto me buscavas à distância, eu te aguardava, aqui tão perto! Agradeço o ouro, as jóias, o manto, o agasalho e o pão que me deste, mas há muitos anos te estendia os meus braços, esperando o teu próprio coração!...

O antigo cavaleiro nada mais viu senão vasta senda de luz, entre a Terra e o Céu...

Mas, no outro dia, quando os semeadores regressavam às lides do campo, sob a claridade da aurora, tropeçaram no orvalhado caminho com um cadáver.

D. Arsonval estava morto.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Uma Lição

Havia em um Centro Espírita um dirigente,que todos os dias estava lá a fazer palestras..

Pessoa culta, inteligente, era admirado por todos pelas suas palavras e pelo entendimento da doutrina.

O interessante é que quando ele fazia suas palestras, ele notava um velhinho lá no fundo, nas ultimas cadeiras.

O velhinho estava sempre lá, todas as vezes que ele fazia sua palestra estava ele lá, olhos miúdos, atento a tudo.

Pois bem, esse velhinho veio a desencarnar e por coincidência ou não o dirigente também.

Qual a surpresa, é que o dirigente do centro ao chegar do outro lado, se viu em um ambiente nebuloso, sombrio e nefasto..

Ficou por ali algum tempo, a orar e pedir a Deus que o ajudasse.. estava aflito, desorientado, não entendia porque aquilo estava acontecendo.

Quando que para seu espanto, ele percebe uma luz, uma luz forte se aproximar dele.. tão forte que lhe ofuscava as vistas.

Ele ao perceber a aproximação daquela luz, ficou radiante, alegre, feliz pois sabia que suas preces foram ouvidas.

Mais espantado ainda ficou ao perceber que aquela luz era irradiada por aquele velhinho que ele via sempre nas suas palestras.

Intrigado com aquilo, ele exclamou:

- É você?

- Você não era aquele velhinho que ficava lá no fundo do centro quieto, não falava nada, só escutava eu falar..

- Como pode?

- Você esta aí com toda essa exuberância divina, e eu nesse estado. Por que?

O velhinho olhou para ele, e com um sorriso que irradiava benções, falou:

- Eu apenas fiz o que você dizia nas suas palestras, apenas fiz.

- E você fazia o que dizia?

Seara de Ódio

- Não! Não te quero em meus braços! - dizia a jovem mãe, a quem a Lei do Senhor conferira a doce missão da maternidade, para o filho que lhe desabrochava do seio - não me furtarás a beleza! Significas trabalho, renúncia, sofrimento...

- Mãe, deixa-me viver!... Suplicava-lhe a criancinha no santuário da consciência - estamos juntos! Dá-me a bênção do corpo! Devo lutar e regenerar-me. Sorverei contigo a taça de suor e lágrimas, procurando redimir-me... Completar-nos-emos. Dá-me arrimo, dar-te-ei alegria. Serei o rebento de teu amor, tanto quanto serás para mim a árvore de luz, em cujos ramos tecerei o meu ninho de paz e de esperança...

- Não, não...

- Não me abandones!

- Expulsar-te-ei.

- Piedade mãe! Não vês que procedemos de longe, alma com alma, coração a coração?

- Que importa o passado? Vejo em ti tão-somente o intruso, cuja presença não pedi.

- Esqueces-te, mãe, de que Deus nos reúne? Não me cerres a porta!...

- Sou mulher e sou livre. Sufocar-te-ei antes do berço...

- Compadece-te de mim!...

- Não posso. Sou mocidade e prazer, és perturbação e obstáculo.

- Ajuda-me!

- Auxiliar-te seria cortar em minha própria carne. Disputo a minha felicidade e a minha leveza feminil...

- Mãe, ampara-me! Procuro o serviço de minha restauração...

Dia a dia, renovava-se o diálogo sem palavras, até que, quando a criança tentava vir à luz, disse-lhe a mãezinha cega e infortunada, constrangendo-a a beber o fel da frustração:

- Torna à sombra de onde vens! Morre! Morre!

- Mãe, mãe! Não me mates! Protege-me! Deixa-me viver...

- Nunca!

- Socorre-me!

- Não posso.

Duramente repelido, caiu o pobre filho nas trevas da revolta e, no anseio desesperado de preservar o corpo tenro, agarrou-se ao coração dela, que destrambelhou, à maneira de um relógio desconsertado...

Ambos, então, ao invés de continuarem na graça da vida, precipitaram-se no despenhadeiro da morte.

Desprovidos do invólucro carnal, projetaram-se no Espaço, gritando acusações recíprocas.

Achavam-se, porém, ligados um ao outro, pelas cadeias magnéticas de pesados compromissos, arrastando-se por muito tempo, detestando-se e recriminando-se mutuamente...

A sementeira de crueldade atraía a seara de ódio. E a seara de ódio lhes impunha nefasto desequilíbrio.

Anos e anos desdobraram-se, sombrios e inquietantes, para os dois, até que, um dia, caridoso Espírito de mulher recordou-se deles em preces de carinho e piedade, como a ofertar-lhes o próprio seio. Ambos responderam, famintos de consolo e renovação, aceitando o generoso abrigo...

Envolvidos pela caricia maternal, repousaram enfim.

Brando sono pacificou-lhes a mente dolorida.

Todavia, quando despertaram de novo na Terra, traziam o estigma do clamoroso débito em que se haviam reunido, reaparecendo, entre os homens, como duas almas apaixonadas pela carne, disputando o mesmo vaso físico, no triste fenômeno de um corpo único, sustentando duas cabeças.

A Bomba d 'Água

MENSAGENS



Contam que um certo homem estava perdido no deserto, prestes a morrer
de sede.

Foi quando ele chegou a uma casinha velha, uma cabana desmoronando - sem janelas, sem teto, batida pelo tempo. O homem perambulou por ali e encontrou uma pequena sombra onde se acomodou, fugindo do calor do sol desértico.

Olhando ao redor, viu uma bomba a alguns metros de distância, bem velha e enferrujada. Ele se arrastou até ali, agarrou a manivela, e começou a bombear sem parar. Nada aconteceu. Desapontado, caiu prostrado para trás e notou que ao lado da bomba havia uma garrafa. Olhou-a, limpou-a, removendo a sujeira e o pó, e leu o seguinte recado:
"Você precisa primeiro preparar a bomba com toda a água desta garrafa, meu amigo.
PS.: Faça o favor de encher a garrafa outra vez antes de partir."

O homem arrancou a rolha da garrafa e, de fato, lá estava a água. A garrafa estava quase cheia de água! De repente, ele se viu em um dilema:
Se bebesse aquela água poderia sobreviver, mas se despejasse toda a água na velha bomba enferrujada, talvez obtivesse água fresca, bem fria, lá no fundo do poço, toda a água que quisesse e poderia deixar a garrafa cheia pra próxima pessoa... mas talvez isso não desse certo.

Que deveria fazer? Despejar a água na velha bomba e esperar a água fresca e fria ou beber a água velha e salvar sua vida? Deveria perder toda a água que tinha na esperança daquelas instruções pouco confiáveis,escritas não se sabia quando?

Com relutância, o homem despejou toda a água na bomba. Em seguida, agarrou a manivela e começou a bombear... e a bomba começou a chiar. E nada aconteceu!

E a bomba foi rangendo e chiando. Então surgiu um fiozinho de água; depois um pequeno fluxo, e finalmente a água jorrou com abundância! A bomba velha e enferrujada fez jorrar muita, mas muita água fresca e cristalina.

Ele encheu a garrafa e bebeu dela até se fartar. Encheu-a outra vez para o próximo que por ali poderia passar, arrolhou-a e acrescentou uma pequena nota ao bilhete preso nela:
"Creia-me, funciona! Você precisa dar toda a água antes de poder obtê-la
de volta!"

Podemos aprender coisas importantes a partir dessa breve história:
1. Nenhum esforço que você faça será válido, se ele for feito da forma errada. Você pode passar sua vida toda tentando bombear algo quando alguém já tem reservado a solução para você. Preste atenção a sua volta! Deus esta sempre pronto a suprir sua necessidade!

2. Ouça atentamente o que Deus tem a te dizer, através de alguém, de um livro, de uma mensagem de rádio ou TV, de um jornal ou revista, através da INTERNET ou de um e-mail, etc. e confie. Como esse homem, nós temos as instruções por escrito à nossa disposição. Basta usar.

3. Saiba olhar adiante e compartilhar! Aquele homem poderia ter se fartado e ter se esquecido de que outras pessoas que precisassem da água pudessem passar por ali. Ele não se esqueceu de encher a garrafa e ainda por cima soube dar uma palavra de incentivo. Se preocupe com quem está próximo de você, lembre-se: você só poderá obter água se a der antes.
Cultive seus relacionamentos, dê o melhor de si!

O que é o amor

Em uma sala de aula, haviam várias crianças; quando uma delas perguntou a professora:

- Professora, o que é o AMOR?

A professora sentiu que a criança merecia uma resposta a altura da pergunta inteligente que fizera.

Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.

As crianças saíram apressadas e, ao voltarem, a professora disse:

- Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.

A primeira criança disse:

- Eu trouxe esta FLOR, não é linda?

A segunda criança falou:

- Eu trouxe esta BORBOLETA - veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção.

A terceira criança completou:

- Eu trouxe este FILHOTE DE PASSARINHO - ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha?

E assim as crianças foram se colocando.

Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo.

Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido.

A professora se dirigiu a ela e perguntou:

- Meu bem, por que você nada trouxe?

E a criança timidamente respondeu:

- Desculpe, professora. Vi a FLOR, e senti o seu perfume, pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu PERFUME exalasse por mais tempo.Vi também a BORBOLETA, leve, colorida... Ela parecia tão feliz, que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o PASSARINHO, caído entre as folhas, mas, ao subir na árvore, notei o olhar triste de sua mãe, e preferi devolvê-lo ao ninho.

Portanto, professora, trago comigo: o perfume da flor; a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe?

A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera, que só podemos trazer o AMOR NO CORAÇÃO.

História de um grande amor

Era uma vez uma ilha onde moravam os seguintes pensamentos:

A alegria, a tristeza, a vaidade, a sabedoria, o amor e outros.

Um dia, avisaram para os moradores desta ilha que ela seria inundada.

Apavorado, o Amor cuidou para que todos os sentimentos se salvassem;

Ele então falou: Fujam todos, a ilha vai ser inundada !

Todos correram e pegaram seus barquinhos para irem a um morro bem alto.

Só o Amor não se apressou, pois queria ficar um pouco mais com sua ilha.

Quando já estava se afogando, correu para pedir ajuda.

Estava a Riqueza e ele disse: Riqueza, leve-me com você.

Ela respondeu: Não posso, meu barco está cheio de ouro e prata e você não vai caber.

Passou então a Vaidade e lhe pediu: Oh ! Vaidade, leve-me com você...

Não posso, você vai sujar meu barco.

Logo atrás vinha a Tristeza.

Tristeza, posso ir com você ?

Ah! Amor, estou tão triste que prefiro ficar sozinha.

Passou então a Alegria, mas estava tão alegre que nem ouviu o Amor chamar por ela.

Já desesperado, achando que ia ficar só, o Amor começou a chorar.

Então passou um barquinho,

Onde estava um velhinho e ele falou: Sobe Amor, que eu te levo.

O Amor ficou radiante de felicidade que até esqueceu de perguntar o nome do velhinho.

Chegando ao morro alto onde estavam os sentimentos, ele perguntou a Sabedoria:

Sabedoria, quem era o velhinho que me trouxe aqui ?

Ela respondeu: O Tempo.

O Tempo? Mas porque só Tempo me trouxe aqui?
Porque só o Tempo é capaz de ajudar a entender um Grande Amor !!!

Lição nas Trevas

No vale das trevas, delirava a legião de Espíritos infelizes.

Rixas, obscenidades, doestos, baldões.

Planejavam-se assaltos, maquinavam-se crimes.

O Espírito Benfeitor penetrou a caverna, apaziguando e abençoando ...

Aqui abraçava um desventurado, apartando-o da malta, de modo a entrega-lo, mais tarde, a equipes socorristas; mais adiante, aliviava com suave magnetismo a cabeça atormentada de entidades em desvario...

O serviço assistencial seguia difícil, quando enfurecido mandante da crueldade, ao descobri-lo, se aquietou em súbita acalmia e, impondo respeitosa serenidade à chusma de loucos, declinou-lhe a nobre intenção. Que os companheiros rebelados se acomodassem, deixando livre passagem àquele que reconhecia por missionário do bem.

- Conheces-me? – interrogou o recém-chegado, entre espantado e agradecido.

- Sim – disse o rude empreiteiro da sombra -, eu era um doente na Terra e curaste meu corpo que a moléstia desfigurava. Lembro-me perfeitamente de teu cuidado ao lavar-me as feridas...

Os circunstantes entraram na conversação de improviso e um deles, de dura carranca, apontou o visitador e clamou para o amigo:

- Que mais te fez este homem no mundo para que sejamos forçados à deferência?

- Deu-me teto e agasalho.

Outro inquiriu:

- Que mais?

- Supriu minha casa de pão e roupa, libertando-nos, a mim e a família da nudez e da fome ...

Outro ainda perguntou com ironia:

- Mais nada?

- Muitas vezes, dividia comigo o que trazia na bolsa, entregando-me abençoado dinheiro para que a penúria não me arrasasse ...

Estabelecido o silêncio, o Espírito Benfeitor, encorajado pelo que ouvia, indagou com humildade:

- Meu irmão, nada fiz senão cumprir o dever que a fraternidade me impunha; entretanto, se te mostras tão generoso para comigo, em tuas manifestações de reconhecimento e de amor que reconheço não merecer, porque te entregas, assim, à obsessão e à delinqüência?! ...

O interpelado pareceu sensibilizar-se, meneou tristemente a cabeça e explicou:

- Em verdade, és bom e amparaste a minha vida, mas não me ensinaste a viver!...

--- xxx ---

Espíritas, irmãos! Cultivemos a divulgação da Doutrina Renovadora que nos esclarece e reúne! Com o pão do corpo, estendamos a luz da alma que nos habilite a aprender e compreender, raciocinar e servir.

Um Encontro Maravilhoso

Um dia, levantei-me de manhã cedo para assistir o nascer do sol.
A beleza da criação divina estava além de qualquer descrição.
Enquanto eu assistia, louvei a Deus pelo Seu belo trabalho.
Sentado lá, senti a presença de Deus comigo.

Ele me perguntou:
"Você me ama?"

Eu respondi:
"É claro, Deus! Você é meu Senhor e Salvador!"

Então Ele perguntou:
"Se você tivesse alguma dificuldade física, ainda assim Me amaria?"

Eu fiquei perplexo.
Olhei para meus braços, pernas e para o resto do meu corpo e me perguntei: quantas coisas eu não seria capaz de fazer, as coisas que eu dava por certas.

E eu respondi:
"Seria difícil Senhor, mas eu ainda Te amaria."

Então o Senhor disse:
"Se você fosse cego , ainda amaria minha criação?"

Como eu poderia amar algo sem a possibilidade de vê-lo?
Então eu pensei em todas as pessoas cegas no mundo e quantos deles ainda amaram Deus e Sua criação.

Então respondi:
"É difícil pensar nisto, mas eu ainda Te amaria."

O Senhor então perguntou-me:
"Se você fosse surdo, ainda ouviria minha palavra?"

Como poderia ouvir algo sendo surdo?
Então eu entendi.
Ouvir a palavra de Deus não é simplesmente usando os ouvidos, mas nossos corações.

Eu respondi:
"Seria difícil, mas eu ainda ouviria a Tua palavra."

O Senhor então perguntou:
"Se você fosse mudo, ainda louvaria Meu nome?"

Como poderia louvar sem uma voz?
Então me ocorreu: Deus quer que cantemos de toda nossa alma e todo nosso coração.

Não importa como possa parecer.
E louvar a Deus não é sempre com uma canção, mas quando somos oprimidos, nós louvamos a Deus com nossas palavras de gratidão.

Então eu respondi:
"Embora eu não pudesse fisicamente cantar, eu ainda louvaria teu nome."

E O Senhor perguntou:
"Você realmente Me ama?"

Com coragem e forte convicção, eu respondi seguramente:
"Sim, Senhor! Eu te amo.
Tu És o Único e Verdadeiro Deus!"

Eu pensei ter respondido bem, mas então Deus perguntou:

"ENTÃO POR QUE PECAS?"

Eu respondi:
"Porque sou apenas um humano.
Não sou perfeito."

"ENTÃO PORQUE EM TEMPOS DE PAZ VOCÊ VAGUEIA AO LONGE?
PORQUE SOMENTE EM TEMPOS DE PROBLEMAS VOCÊ ORA COM FERVOR?"

Sem respostas...
Somente lágrimas...

O Senhor continuou:

"Por que cantas somente nas confraternizações e nos retiros?
Por que Me buscas somente nas horas de adoração?
Por que Me perguntas coisas tão egoístas?
Por que me fazes perguntas tão sem fé?"

As lágrimas continuavam a rolar em minha face....

"Por que você está com vergonha de mim?
Por que você não está espalhando as boas novas?
Por que em tempos de opressão, você chora a outros quando eu ofereço Meu ombro pra você chorar nele?
Por que cria desculpas quando lhe dou oportunidades de servir em Meu nome?"

Eu tentei responder...
mas não havia resposta a ser dada.

"Você é abençoado com vida.
Eu não lhe fiz para que jogasse este presente fora.
Eu lhe abençoei com talentos pra Me servir, mas você continua a se virar...
Eu revelei Minha palavra a você, mas você não progride em conhecimento.
Eu falei com você, mas seus ouvidos estavam fechados.
Eu mostrei minhas bênçãos, mas seus olhos se voltavam pra outra direção.
Eu lhe mandei servos, mas você se sentou ociosamente enquanto eles eram afastados.
Eu ouvi suas orações e respondi a todas elas."

"VOCÊ VERDADEIRAMENTE ME AMA?"

Eu não pude responder...
Como eu poderia?
Eu estava, inacreditavelmente, constrangido.
Eu não tinha desculpa.
O que eu poderia dizer?
Quando meu coração chorou e as lágrimas brotaram, eu disse:
"Por favor, perdoe-me Senhor.
Eu não sou digno de ser seu filho"

O senhor respondeu:
"Esta é Minha Graça, minha criança"

Eu perguntei:
"Então por que continuas a me perdoar?
Por que me amas tanto?"

O Senhor respondeu:
"Porque você é Minha criação.
Você é Minha criança.
Eu nunca te abandonarei.
Quando você chorar, Eu terei compaixão e chorarei com você.
Quando você estiver alegre, Eu vou rir com você.
Quando você estiver desanimado, Eu te encorajarei.
Quando você cair, Eu vou te levantar.
Quando você estiver cansado, Eu te carregarei.
Eu estarei com você até o final dos tempos, e te amarei pra sempre."

Eu jamais chorara daquela maneira antes.
Como pude ter sido tão frio?
Como pude ter magoado Deus como fiz?

Eu perguntei a Deus:
"Quanto me amas?"

Então, O Senhor esticou Seu braço e eu vi suas mãos com enormes buracos sangrentos.
Logo, curvei-me aos pés de Jesus Cristo, meu Salvador, e , pela primeira vez, eu orei, verdadeiramente...

domingo, 15 de novembro de 2009

Uma Nova Chance

Havia um homem muito rico, possuía bens, uma grande fazenda, muito gado e vários empregados à seu serviço. Tinha ele um único filho, um único herdeiro que, ao contrário do pai, não gostava de trabalho, nem de compromissos.
O que ele mais gostava era de fazer festas e estar com seus amigos e de
ser por eles bajulado.
Seu pai sempre o advertia que seus amigos só estavam ao seu lado enquanto ele tivesse o que lhes oferecer, depois, o abandonariam. Aos insistentes conselhos do pai ele não dava a mínima atenção.
Um dia o pai já avançado na idade, disse aos seus empregados para construírem um pequeno celeiro e, dentro dele, ele mesmo fez uma forca e, junto a ela, uma placa com os dizeres:
"PARA VOCÊ NUNCA MAIS DESPREZAR AS PALAVRAS DE SEU PAI."
Mais tarde, chamou o filho e o levou até o celeiro e lhe disse:
Meu filho, eu já estou velho e, quando eu partir, você tomará conta de tudo o que é meu e eu sei qual será o seu futuro. Você vai deixar a fazenda nas mãos dos empregados e irá gastar todo o dinheiro, seus amigos vão se afastar de você e, quando você então não tiver mais nada, vai se arrepender amargamente de não ter me dado ouvido. Foi por isto que eu construí esta forca. Ela é para você e quero que você me prometa que se acontecer o que eu disse, você se enforcará nela.
O jovem riu, achou um absurdo mas, para não contrariar o pai prometeu e pensou que jamais isso pudesse ocorrer. O tempo passou, o pai morreu, o filho tomou conta de tudo. Assim como seu pai havia previsto, o jovem gastou tudo, perdeu os bens, perdeu os amigos e a própria dignidade.
Desesperado e aflito, começou a refletir sobre sua vida e viu que havia sido um tolo. Lembrou-se das palavras de seu pai, começou a chorar e dizer:
-Ah, meu pai..... Se eu tivesse ouvido os seus conselhos... mas agora ? tarde demais.
Pesaroso, o jovem levantou os olhos e, longe, avistou o pequeno e velho celeiro. Era a única coisa que lhe restava. A passos lentos, se dirigiu até lá e, entrando, viu a forca e a placa empoeirada e pensou:
- Eu nunca segui as palavras do meu pai. Vou cumprir a minha promessa. Não me resta mais nada... Então, ele subiu nos degraus e colocou a corda no pescoço e pensou:
- Ah, se eu tivesse uma nova chance.
Então se jogou do alto dos degraus e, por um instante, sentiu a corda apertar a sua garganta. Era o fim...Mas o braço da forca era oco e quebrou-se facilmente. O rapaz caiu e, sobre ele caíram jóias, ouro, prata, esmeraldas, pérolas, rubis, safiras e brilhantes - a forca estava cheia de pedras preciosas - e caiu também um bilhete:
- "Esta é sua nova chance. Eu te amo. Com amor. Seu velho e já saudoso pai."
"DEUS É ASSIM CONOSCO. ELE SEMPRE NOS DÁ UMA NOVA CHANCE."

sábado, 7 de novembro de 2009

A Ciência Na Trilha da Quintessência

O Espiritismo sempre foi claro ao atribuir ao Universo, a onipresença de uma energia primordial, da qual se origina toda a matéria ordinária que conhecemos, dando forma às galáxias, aos mundos, aos corpos orgânicos e inorgânicos. Agora, a ciência humana baseada em cálculos matemáticos e físicos, experimentações e na mais alta exigência na investigação de fenômenos, se depara com novas descobertas.

Físicos e cosmologistas afirmam, através de complicadas equações, que o que vemos é apenas uma amostra do Cosmo, cerca de 5% de sua massa. Isto está em linha com o que os Espíritos nos ensinam referente a nossa limitada visão do Cosmo e provavelmente esta porcentagem é ainda menor. Eles também já se deram conta de que a vastidão dos céus está preenchida fundamentalmente pela chamada matéria escura, espécie de fluído invisível que se esparrama pelo espaço e que leva esse nome porque não interage com a luz; e pela energia escura, que por enquanto só encontra sua maior confirmação através de cálculos matemáticos junto à observação de certos fenômenos no espaço intergaláctico.

Mesmo se um volume de espaço fosse literalmente vazio, sem nada de matéria ou radiação, ele ainda conteria essa energia, o que dá sustentação à resposta dada a Kardec na pergunta 36 de "O Livro dos Espíritos" em que se afirma "...nada é vazio; o que te parece vazio está ocupado por uma matéria que escapa aos teus sentidos e instrumentos."

Muitos cosmologistas estão lidando agora com essa nova idéia e curiosamente a batizaram de Quintessência, que significa "quinto elemento", uma alusão à filosofia da Grécia antiga, que sugeria que o Universo é composto de terra, ar, fogo, água e mais uma substância efêmera que evitaria que a lua e os planetas caíssem para o centro da esfera celeste. Esse nome seria uma espécie de codinome para a energia escura.A quintessência interage com a matéria e evolui de tal forma que se ajusta perfeitamente ao estado atual do universo, o que daria ensejo a várias explicações sobre o passado, o presente e o futuro do universo que buscamos compreender hoje.

Ela ainda apresenta uma característica muito interessante: por ser repulsiva continuaria a crescer sem limites e sem fim, produzindo mais matéria infinitamente e fazendo com que o Universo permaneça em constante expansão, o que também encontra afirmação positiva na doutrina espírita quando diz que a Criação nunca cessou e de que a evolução é uma Lei Universal.

Baseados nesses pontos, logo vemos a semelhança de tais afirmações em relação às explicações dadas à Kardec a cerca da constituição do Universo e as noções de Fluído Cósmico ou Hausto Divino, segundo André Luis em seu livro "Evolução em dois mundos". Até hoje o carro-chefe da ciência para negar a presença de um mundo espiritual, se baseava na afirmativa de não ser possível verificar até então qualquer manifestação através de instrumentos de análise ou observação conhecidos pelo homem. Já que a energia escura ou quintessência não interage com a luz e nem é detectável por nenhum aparelhamento humano, mas ainda assim interage com a matéria, pode-se traçar um paralelo provável com o mundo espiritual.

No capítulo XIV de "A Gênese", no item 7, é dito que o perispírito é formado pela condensação do Fluído Cósmico mas que diferente da matéria comum, conserva sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas; daí o fato de não ser possível perceber-se Espíritos pelos olhos humanos, mas sendo perfeitamente plausível a interação deles com a matéria através de recursos ainda incompreensíveis para nós. Há ainda uma teoria chamada Teoria M (de matriz) que sustenta a possibilidade de dimensões extras, com base nas diferentes condensações dessa quintessência e que encontra semelhança com o mundo espiritual. Provavelmente quando a ciência puder observar a quintessência através de equipamentos, talvez se depare com a presença desses nossos irmãos desenfaixados do corpo carnal, como aconteceu com o Descobridor do Raio-X ao controlar a luz em determinada freqüência e ver que era possível observar ossos que estavam sob a pele. Mas sobretudo, será porquê já teremos alcançado suficiente maturidade espiritual para recebê-los com mais respeito e amor em nossos braços por todo o globo!

Essas são observações ainda acanhadas e um tanto prematuras acerca desse maravilhoso Princípio criado por Deus, já que muito ainda nos falta para compreender a sua totalidade; mas já merecem nossa atenção e satisfação em poder aceitar através da fé e do estudo da doutrina de Jesus, o que os homens ainda terão que trilhar pelos escaninhos da ciência. Felizmente alguns irmãos nossos, empregados temporariamente nos laboratórios para esta respeitosa tarefa, já consideram que uma Teoria de Tudo jamais será estabelecida sem levar em conta uma Consciência como fator de construção do Universo.

Medicina Espiritual

O passe já é utilizado por vários médicos como apoio no tratamento de várias enfermidades.

Está cada dia menor a distância entre medicina e espiritualidade. Médicos de todo o Brasil estão realizando debates para discutir a proposta de inclusão da disciplina "Medicina e Espiritualidade" no currículo universitário. Isso significa uma revisão da literatura médica. É a ciência abrindo-se para verificar e confirmar o poder da fé e da oração no processo de cura.

A idéia não é levar as sessões espíritas para os hospitais ou consultórios médicos, mas valorizar a relação médico e paciente, utilizando os preceitos básicos trabalhados e divulgados pelo Espiritismo. Entre eles, a doação de fluídos durante o passe, que promove um equilíbrio físico e espiritual; além do trabalho voltado ao paciente para que mantenha pensamentos positivos como forma de evitar perturbações emocionais que possam acarretar doenças.

Essa movimentação dentro da classe médica do Brasil não se trata de uma ação revolucionária. Vários países, entre eles, os Estados Unidos, já dispõem de cursos médicos baseados em conceitos espirituais.

Está ocorrendo um crescimento da medicina espírita em todo o mundo. No Brasil, é evidente ao observar o número de associações médico-espíritas. Em 1995 eram nove. Hoje já são 30. São entidades que reúnem médicos que não abandonaram a medicina convencional, mas utilizam a crença para ajudar pacientes que querem conhecer esse tipo de tratamento complementar.

A tática dos médicos-espíritas é adotar medidas preconizadas pelo Espiritismo para reverter quadros de enfermidades.

Uma delas é fazer a aplicação do passe. Outra prática adotada por alguns são as reuniões de desobsessão.

As cirurgias espirituais em centros espíritas estão fazendo parte das pesquisas médicas, embora essa prática não tenha um consenso nem entre os próprios espíritas por favorecer a prática do charlatanismo.

Porém, diante do crescente número de pessoas que relatam ter conseguido a cura através dessas cirurgias, os médicos estão avaliando cientificamente o que ocorre nestes processos. A idéia é estudar não apenas os efeitos das práticas espíritas, mas o poder da oração e da fé no processo de cura.

A curiosidade sobre os fenômenos das experiências chamadas de quase morte, a comunicação com desencarnados, os fluídos e a força religiosa na recuperação de um doente, foram o elo de atração dos médicos. Ainda que pela curiosidade, a solidez dos fatos espirituais convencerão até os mais céticos tudo a seu tempo - e a humanidade será ainda melhor amparada, física e espiritualmente.

A Glândula Pineal, O Orgão da Vida Mental I

Ao longo da historia, o homem, indagador, sempre procurou desvendar os mistérios que o cerca. Sempre buscando resposta, facilitou a vida de muitos que pisaram onde ele, questionador, chegou primeiro, sentindo primeiro o sabor da resposta, enquanto a grande maioria caminharia sentindo o sabor de sua descoberta, que facilitaria a vida de todos. Do caminhar sobre os próprios pés ás primeiras descobertas com adestramento de animais, aumentando a força de sobrevivência do homem e um domínio maior sobre o meio ambiente, até a conquista macrocósmica e o infinitamente pequeno, o átomo, sempre houve dependência de alguém empreendedor, questionador, não aceitando o que estava aparentemente respondido.

O exposto acima refere-se a algo que ainda vai gerar muitas controvérsias, respostas e mais perguntas, até que cheguemos à descoberta final, a resposta definitiva, o que em partes já esta respondida necessitando-se apenas, talvez, que equipamentos mais sensíveis possam atestar sua verdadeira importância. Falamos da glândula das glândulas, também conhecida como EPÍFISE, que René Descartes definia como a sede da alma Racional, que Levdig, expressou-se de forma semelhante ao dizer que a glândula Pineal seria o órgão responsável pelo sexto sentido.

Os estudos efetuados em embriões de lacertídeos (lagartos), descobriram um órgão que foi considerado como olho pineal ou terceiro olho tido por muitos cientistas com o existente em animais fosseis. Segundo o Dr. Jorge A. dos Santos na obra “Palingênese, a Grande Lei”, poderíamos pensar que o olho pineal ao invés de um elemento regressivo ou olho vestigial, com tendência ao desaparecimento, fosse, ao contrário, um órgão em desenvolvimento. O chamado terceiro olho, por mutação e transformações evolutivas, passou gradativamente dar origem à glândula pineal.

Epífise em sua etimologia, significa “acima”(Epi), de forma superior, de ordem superior. é um prefixo de língua grega. “Fise” origina-se da palavra grega “Phisis”, denotando natureza. Portanto “epi + fise” é uma glândula que está em termos de qualidade natural em grau superior, acima da natureza material da terra e do pensamento humano.

Está situado no mesencéfalo, e é um corpúsculo em formato de cone, de cerca de 1 cm de comprimento e que no adulto chega a pesar de 100 a 180 mg. A sua secreção tem certa relação com o aparelho genital masculino (Foa) e dos caracteres sexuais secundários e do crescimento. O tumor (pinealoma) ou ausência da glândula (déficit de função incretora ou nervosa reguladora) produz puberdade precoce, com o desenvolvimento rápido do organismo e adiposidade e prematuro dos genitais e caracteres sexuais secundários, da inteligência e da vida afetiva. Normalmente, há involução desta glândula antes da época da puberdade, com o máximo de desenvolvimento aos 7 anos. É comum estar calcinada (sombra densa, arredondada no centro do crânio).

Esta visão cientifica levou Freud a interpretar o desvio, na influenciação da “libido”, no estudo da indisciplina congênita da humanidade. Segundo os conhecimentos que nos chegam através dos espíritos, temos uma ampliação generalizada das funções deste órgão, que são corroborados pelas próprias descobertas cientificas, embora acanhadas. Onde a ciência para o Espiritismo prossegue abrindo frentes, onde, como dissemos, o homem deve chegar.

André Luiz , utilizando-se da psicografia de Chico Xavier, no livro os Missionários da Luz, tem um capitulo inteiro dedicado a esta glândula. Vemos um médico totalmente surpreso ao verificar como esta glândula, considerada morta no corpo físico, toma proporções vitais nos contatos entre encarnados e desencarnados, chegando a nos mostrar, tratar-se do órgão da vida mental. Nos conta André, que nos círculos terrestres considerava-a como uma controladora da vida sexual no período infantil. Não, passando de um velador dos instintos na fase infantil até que a experiência sexual pudesse deslizar com regularidade, pelos caminhos da vida.

Na próxima edição do Peixinho vermelho continuaremos com o assunto, pois, ainda temos que abordar as questões de influência da glândula na vivência de nossas experiências pretéritas, e sua importância nas comunicações entre os mundos físico e espiritual.

A Glândula Pineal, O Orgão da Vida Mental II

A Glândula Pineal, o órgão da vida mental (parte II)

Continuando o assunto a respeito da glândula pineal, lembramos o livro Missionários da Luz em que, segundo o instrutor Alexandre, ela acorda no organismo do homem, na puberdade, as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre. O Dr. Ricardo di Bernardi, em seu livro "Gestação: Sublime Intercâmbio", esclarece que, em torno do quarto e quinto mês de vida intra-uterina, a glândula pineal já apresenta células e tecido de sustentação, alcançando 2mm de diâmetro. Neste período, o espirito reencarnante começa a perder a consciência, atingindo rapidamente a total inconsciência. É nela, que as expansões energéticas do perispirito (psicossoma) prende-se mais profundamente.

As modificações que ocorrem na glândula são observáveis até os dois anos de idade, daí até 6 ou 7 anos as transformações são muito lentas. É exatamente nesse período que a encarnação poderia ser considerada como definitiva, pois o organismo passa a ter fixação completa ao organismo biológico e principalmente a Pineal.

Aos quatorze anos, a glândula começa a funcionar no homem encarnado, apesar de apresentar uma posição estacionária e o que representava controle é fonte criadora e válvula de escapamento, como informa, ainda, Alexandre, o instrutor de André Luiz. A glândula Pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se a criatura à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões vividas noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos.

Aqui, faremos uma correção em relação à informação na edição passada, em que expusemos que a glândula pineal se calcificava, baseando-nos em pesquisa em livros editados há 40 anos, e informações de profissionais

que recebemos. Em conversa com o Dr. Sergio Felipe, da Pineal-mind da universidade de São Paulo, onde é professor, este conceito de calcificação é ultrapassado e novos estudos mostraram que ela continua ativa, ratificando

os conceitos espirituais de seu funcionamento, como expôs André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier.

Segundo o Dr. Sergio Felipe, a pineal vista no microscópio eletrônico, revela que, em seu interior, formam-se cristais de apatita (mineral sexagonal) reproduzindo uma estrutura muito semelhante ao nosso cérebro, com capacidade diamagnética (captação sensorial, ou interação com ondas eletromagnéticas). Em tese, segundo nos informa, a glândula seria responsável pelos processos telepáticos e mediúnicos.

Num estudo científico sobre mediunidade que está sendo feito na Associação Americana de Psiquiatria, e que chamam “mediunidade” de “estados de transe”, os cientistas afirmam que numa região do cérebro, ao redor da glândulal pineal, há uma área que é um substrato de inúmeros comportamentos chamados psicobiológicos, onde se encontram atividades como a fome, sexualidade, sono (onde transita o sistema reticular) e agressividade, que divide-se em heteroagressividade (irritabilidade) e a auto-agressividade (depressões, medos,etc.). A pineal captando as ondas eletromagnéticas, converte em estímulos neuro-quimicos que é entendido pelo nosso sistema neural, criando as sensações adequadas à informação recebida.

Isso ocorre a todo o instante, com todos nós. Recebemos vários estímulos e decodificamos estes estímulos, segundo a região na qual é mais desenvolvida, ou seja, falando em termos de evolução, para uma mesma informação temos vários tipos de assimilação e entendimento.

Distúrbios desses tipos de comportamento, segundo a hipótese do Dr. Sergio Felipe, estariam envolvidos por alguma influência mediúnica ou espiritual quando houver perda de controle desses comportamentos; flutuações desses comportamentos, ou seja autos e baixos sem que se entenda a causa aparente; não existir uma relação de ação e reação lógica que se possa explicar por qualquer outro fator, nós estaríamos, então, no campo da interferência espiritual ou mediúnica. É algo que vem de fora e se agrega ao comportamento do individuo. Era uma pequena mágoa e se transforma numa grande angústia, era uma pequena tristeza e se torna depressão, ou seja, perde-se o controle das emoções.

Dentro deste quadro, podemos considerar a mediunidade como um fenômeno biológico, ratificando portanto Kardec na codificação Todos nós temos no interior de nosso cérebro uma glândula, um pequeno chip de computador, que recebe constantemente ondas eletromagnéticas e as transforma em estímulos neuroquimicos, atuando no mundo segundo nossa capacidade de afetação, das zonas cerebrais mais imantadas

à informação que nos chega, enviadas por outras mentes encarnadas e desencarnadas.

Aí entendemos os fenômenos mediúnicos, os médiuns equilibrados e desequilibrados, a importância do desenvolvimento de nossa capacidade de perceber e entender nossas emoções. A importância dos estudos da doutrina espírita, de nosso mundo emocional e intelectivo em sintonia com o mundo espiritual e a capacidade de entender e dominar a dinâmica de nosso senso, percepção, fazem o equilíbrio do ser.

Força Magnética

“Entendendo-se que toda mente vibra na onda de estímulos e pensamentos em que se identifica, facilmente perceberemos que cada Espírito gera em si mesmo inimaginável potencial de forças eletro-magnéticas , exteriorizando nessa corrente psíquica os recursos e valores que acumula em si próprio.” André Luiz (Mecanismos da Mediunidade)

Vamos prestar atenção sobre este assunto tão difícil de conscientização. Será que não estamos dentro deste assunto?

Imaginemos alguém que com um perfume muito forte, permanece determinado tempo em um ambiente fechado. A fragrância do seu perfume irá se espalhar pelo ambiente, que ficará impregnado, durante algum tempo, com o odor característico. Da mesma forma, o resultado do que pensamos e sentimos, fica indelevelmente plasmado naqueles ambientes que mais costumamos freqüentar.

Por outro lado, se alguém com um perfume muito forte nos abraça, inevitavelmente herdamos o odor que dessa pessoa é emanado, seja ele prazeroso ou não. Da mesma forma que o perfume alheio invade nossa atmosfera pessoal, as vibrações espirituais de quem nos abraça também invadem nossa organização intima, nem que essa troca energética se processe e também se conclua em poucos segundos, tempo necessário para que a defesa energética da aura administre essa invasão.

Portanto, estamos sempre marcados com a "nossa fragrância espiritual", assim como as pessoas e os ambientes com os quais convivemos, e, ao mesmo tempo, recebendo as suas influências. Quando e se, as nossas defesas espirituais estiverem em boa forma, assimilaremos apenas o que nos for positivo, rechaçando o que não for. Esse processo é inconsciente, uma vez que, na necessidade, os anticorpos agem em nosso corpo. É tudo tão rápido que o cérebro físio-transitórío não se dá conta, apesar de ser ele que administra todo o processo, como também o faz, a nossa mente espiritual, quando o caso se relaciona com as vibrações de terceiros que invadem o Espírito..

É importante perceber que, uma simples troca de olhares, um aperto de mão, um abraço, uma relação sexual, por exemplo, são situações em que a troca energética acontece, independentemente de querermos ou não.

Quando a resultante de defesa vibratória é positiva, normalmente o é nas pessoas de bom ânimo, pois estas não se deixam entristecer pelos fatos. São disciplinadas no campo da oração e/ou meditação, pouco permitindo a invasão da energia alheia, se isto for servir de transtorno ao equilíbrio energético.

Ao contrário, se estiver em baixa condição de defesa energética, tal qual um prato de alimento estragado que inapelavelmente irá causar "estragos", no organismo, a energia deletéria alheia desarmonizará durante pouco ou muito tempo, conforme for a capacidade psíquica-espiritual em restabelecer o equilíbrio que caracteriza, seja ele de que nível for....

André Luiz, na obra acima citada, esclarecendo sobre a importância da reflexão, afirma que, "gerando força criativa incessante em nós, assimilamos, por impulso espontâneo, as correntes mentais que se harmonizem com o nosso tipo de onda, impondo às mentes simpáticas o fruto de nossas elucubrações e delas recolhendo o que lhes seja característico, em ação que independe da distância espacial, sempre que a simpatia esteja estabelecida e, com mais objetividade e eficiência, quando o serviço da troca mental se evidencie assegurado conscientemente.”

Assim, a nossa reflexão e compreensão da força magnética que temos e que existe, obrigatoriamente nos levará ao esforço de manter ondas equilibradas que, por si só, e quase automaticamente, associar-se-á a semelhantes ondas, proporcionando-nos o bem estar em qualquer lugar ou situação.

A Aura

A aura humana é um campo resultante de emanações eletromagnéticas, que envolve todo o ser humano, encarnado ou desencarnado. Reflete a condição evolutiva do espírito, seu padrão psíquico, sua situação emocional e o estado físico do momento, no caso de encarnados. André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier denomina de fotosfera psíquica ou psicosfera e Leon Denis a define como fotosfera humana.

A aura tem sido descrita como uma projeção ovóide circundando o corpo, apresentando inúmeros aspectos cromáticos, em constante e dinâmica variação. André Luiz nos informa: "Articulando, ao redor de si mesma, as radiações e sinergias funcionais das agregações celulares do campo físico ou psicossomático, a alma encarnada ou desencarnada está envolvida na própria aura ou túnica de forças eletromagnéticas, em cuja tessitura circulam as irradiações que lhe são peculiares". (Mecanismos da Mediunidade).

Esta denominação vem do latim e quer dizer brisa, sopro. É conhecida desde a antiguidade, passando a ser, graças ao próprio desenvolvimento cientifico, objeto de importantes estudos e pesquisas.

O método de constatação da aura mais famoso, foi desenvolvido por um casal russo, SEMYON DAVIDOVICH KIRLIAN e sua esposa VALENTINA KHISANFOVNA KIRLIAN em 1939, conhecido mais popularmente como fotos Kirlian. Carlos de Brito Imassahy no seu livro "QUEM PERGUNTA QUER SABER", assim descreve o processo e a máquina: -"É uma câmara fotográfica disposta de tal sorte que seu foco incida sobre uma placa de indução elétrica e sobre a qual coloca-se o dedo para a foto (ou outra parte do corpo adaptável à câmara). Esta placa está induzida por um campo elétrico de altíssima voltagem e baixíssima amperagem, motivo porque não dá a sensação de choque...

Quando colocamos o dedo sobre a placa induzida pelo sistema elétrico da aparelhagem, as energias que emanam dele vão modular o campo simples ali existente e é esta modulação que é fotografada.”

Aqui gostaríamos de chamar a atenção do leitor para um importante alerta que nos faz o professor Wilsom Picler, no Boletim que foi editado pela Associação Médico - Espirita de São Paulo, em 1993:

"O padrão kirliangráfico mais popular, apresenta predominância cromática rosa-avermelhada, com manchas azuis e esporadicamente, surgem regiões alaranjadas. Essas cores são artefatos que ocorrem devido à ionização de minúsculas bolsas de ar, que se formam entre o filme e a placa polarizadora, conforme ficou demonstrado em pesquisas realizadas.

As referidas bolsas de ar, são ionizadas com a aplicação de alta tensão, produzindo corona (efeito luminoso que surge no ar em torno de objetos energizados com alta tensão). O referido efeito possui uma predominância cromática Violeta-Azul, com grande porcentagem de radiação ultravioleta, que sensibiliza o filme, no caso das bolsas, pelo lado oposto. Sendo a última emulsão do filme justamente responsável pelo vermelho, no caso de ionização oposta, seria a primeira a ser atingida. Embora a referida emulsão seja responsável pelo vermelho, ela também é sensível ao ultravioleta e azul, ocorrendo o mesmo com a camada responsável pelo verde. Essa a razão de o filme possuir uma camada de filtro... Com a ocorrência de corona embaixo do filme, a camada de vermelho é atingida diretamente, dependendo das referidas bolsas atinge também a camada verde... Eis a razão para o surgimento das cores rosa, vermelho, laranja e amarelo no padrão mais popular no Brasil..... “

Curiosamente, os pesquisadores envolvidos com esse padrão, correlacionam essas cores a diversos estados psíquicos e patológicos, como sendo sensitivos de curas, equilíbrio de energia ynn-iang.

Pesquisas tenológicas no controle de variáveis interferentes em kirliangrafia indicam que essas cores são artefatos causados por deficiências técnicas nos equipamentos e não constituem, de forma alguma, indicadores de patologia ou estados psíquicos...Isso se agrava ainda mais, pois alguns profissionais da área psicológica e médica, menos avisados, oferecem seus trabalhos de auradiagnósticos com kirliangrafia à comunidade baseados em técnica totalmente falha, expondo seus pacientes a altos riscos e enganos em diagnósticos médicos.

Como um bom médium deve aprimorar-se nos estudos e prática do fenômeno mediúnico, devemos também investir em bons aparelhos, sensíveis a ponto de captar com maior veracidade as nossas ações e reações, para que no futuro tenhamos maior facilidade de entender as forças que fogem ao controle do homem comum, tornando assim disponível a todos os benefícios abundantes ao nosso redor. Outro fator que devemos ter em mente é que, não podemos esconder de uma visão mais apurada, seja ela inteligente ou eletrônica (bem desenvolvida) o rastro que deixamos em nossa passagem.

Mentes Superdotadas

Na grande e próspera Siracusa, antiga cidade grega na Sicília, o sábio Arquimedes cria bases de uma incrível revolução científica. Desenvolve a matemática e descobre como utilizar as leis da física em benefício da cidadania. Suas invenções de guerra protegem seu povo contra invasões das tropas inimigas.

O francês Blaise Pascal, cientista, escritor e filósofo, surpreende os homens de seu tempo ao construir a primeira calculadora mecânica e ao enxergar, no distante futuro, a revolução dos computadores.

Albert Einstein, famoso físico e matemático alemão, criador da teoria da relatividade, revolucionou o conhecimento científico no início do século vinte e era portador de uma inteligência extraordinária. Seu cérebro, conservado, é até hoje estudado pelos maiores nomes na área neurológica de nosso tempo.

O grande Mozart, aos dois anos de idade tocou violino, aos quatro escreveu sua primeira sonata e aos sete sua primeira ópera.

Para não citar casos mais recentes, como o coreano Kim Ong Dyongh, que segundo, Paulo Daltro de Oliveira, autor do livro "A Luz Dissipa as Trevas", em 1962, aos dois meses de idade começou a falar, aos quatro meses andou, aos sete escrevia, aos nove publicou um livro de poemas, aos seis anos ingressou na Universidade de Seul e aos dez anos recebeu o título de doutor "Honoris causa" em química e hoje, é um notável matemático especializado em cálculo diferencial e espacial.

Qual a causa de mentes tão privilegiadas, em detrimento de bilhões de outras que ante estes cérebros parecem pertencer a um mundo primitivo? Diriam uns que seriam o número de neurônios, mas a ciência nos mostra que temos todos cerca de 100 bilhões deles, inclusive os superdotados. A diferença de uma pessoa comum e outra superdotada, estaria não no número de neurônios, mas na capacidade e na complexidade das conexões cerebrais, chamadas "sinapses".

Sabemos que uma pessoa estimulada no desenvolvimento de sua inteligência, desde a infância apresenta melhores condições de raciocínio. O Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), estima que 1% da população escolar (algo em torno de 380.000 crianças), seriam superdotadas.

Em geral, apresentam dons específicos para matemática, música ou idiomas estrangeiros. A criança aprende rápido a ler, chama a atenção pela capacidade de argumentação, pela memória excepcional, pela atenção e pela curiosidade incomuns e raciocínio ágil, que são características marcantes destas mentes.

Diríamos então que Deus em sua infinita justiça teria errado ao produzir estes seres tão capacitados, impedindo a maioria de seus filhos possuir mentes evoluídas levando-se em conta a condição humana. Somente o Espiritismo poderia lançar luzes sobre esta questão.

Kardec, no livro "A Gênese", nos diz o seguinte sobre os homens de gênio: “...Pertencem, realmente, à Humanidade, uma vez que nascem, vivem e morrem como nós. Onde, pois, haurem esses conhecimentos que não puderam adquirir em sua vida? Dir-se-á, como os materialistas, que o acaso lhes deu a matéria cerebral em maior quantidade, e de melhor quantidade?...A única solução racional desse problema está na preexistência da alma e na pluralidade das existências. O homem de gênio é um espírito que viveu por mais tempo; que por conseqüência, mais adquiriu e progrediu mais do que aqueles que estão menos avançados. Em se encarnando traz o que sabe, e, como sabe muito mais do que os outros sem ter necessidade de aprender, é o que se chama um homem de gênio. Mas o que sabe não deixa de ser fruto de um trabalho anterior, e não o resultado de um privilégio...”.

Muitos poderão, a esta altura, estar perguntando-se sobre aquelas inteligências que acabam levando destruição e sofrimento à humanidade,e que nós conhecemos ao longo de nossa história. Gostaríamos de esclarecer que, pelo que entendemos, Kardec chama de "homem de gênio", aquele que, quando encarnado, é provido de facilidades no raciocínio, ou seja, o organismo não oferece tanta resistência às aptidões anteriores e que se volta para a descoberta de algo que faça avançar a humanidade.

Enfim, pelo que podemos deduzir, se somente no Brasil existem tantos espíritos com características de um superdotado, talvez um investimento maciço em educação, por parte de toda sociedade constituída, proporcionaria, ainda nesta encarnação, divisarmos o limiar do mundo de regeneração tão comentado por nós espíritas. Permitindo que mentes com experiências, se manifeste em nosso meio, estaríamos no mínimo mostrando a nós mesmos que estamos começando a descer do pedestal que montamos ao longo de nossa caminhada evolutiva, baseados sobre a areia do tempo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Legítima Visão espírita de Jesus de Nazaré

Em meio à crescente proliferação de idéias exóticas no seio do nosso movimento, sobremodo nos preocupam aquelas cujo resultado é a deturpação da legítima visão espírita de Jesus de Nazaré

Existem alguns confrades inquietos e invigilantes que desejam proscrever Jesus do Espiritismo. São pessoas dotadas de maiúscula insensatez que regurgitam suas santas ignorâncias e as torturantes cantilenas de que Jesus não é o único modelo de amor absoluto (?). Alegam que seria injusto que 2/3 da população da Terra que “nunca” ouviram falar do Messias, ficassem “órfãos” de suas lições. Segundo a revista alemã Der Spiegel o panorama estatístico de religiosos atuais do Orbe é o seguinte: Cristãos não católicos (17,0%), Cristãos católicos (16,9%), Muçulmanos (23,1%), Hindus (13,0%), Budistas (6,1%), Judeus (0,2%) e Outros (23,7%). Observa-se que 1/3 da humanidade procura seguir os ensinamentos de Jesus, e para a crença dos outros 2/3 que não “conhecem” o Cristo, apesar do mundo globalizado atual, existiram e existem outros seres luminares, porém todos foram, são e serão discípulos de Jesus.


Em verdade Jesus, durante milênios, enviou seus emissários para instruir povos, raças e civilizações com conhecimentos e princípios da lei natural. Além disso, há dois mil anos, veio pessoalmente ratificar os conhecimentos já existentes, deixando a Boa Nova como patrimônio para toda Humanidade. Examinando o trajeto histórico das civilizações identificamos que em todos os tempos houve missionários, fundadores de Religião, filósofos, Espíritos Superiores que aqui encarnaram, trazendo novos conhecimentos sobre as Leis Divinas ou Naturais com a finalidade de fazer progredir os habitantes da Terra. Entretanto, por mais admiráveis que tenham sido suas missões, nenhum se iguala ao Adorável Nazareno. Até mesmo porque todos eles estiveram a serviço do Mestre Incomparável, o Guia e Governador Espiritual deste mundo de expiação e provas.


Kardec, na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo escolhe dentre as cinco partes o Ensino Moral, o único que não está afeito a controvérsias, podendo inclusive unir todas as crenças em torno da sua mensagem universalista. Na Terra, onde se multiplicam as conquistas da inteligência (algumas resvalam e se enterram nas valas profundas das retóricas vazias) e fazem-se mais complexos os quadros do sentimento amarfanhado no materialismo, saibamos que Ele “no campo da Humanidade [foi o único] orientador completo, irrepreensível e inquestionável, que renunciou à companhia dos anjos para viver e conviver com os homens”.


Nos tempos áureos do Evangelho o apóstolo Pedro, mediunizado, definiu a transcendência de Jesus, revelando que Ele era “o Cristo, o Filho de Deus vivo” . No século XIX o Espírito de Verdade atesta ser Ele “o Condutor e Modelo do Homem”. Para o célebre pedagogo e gênio de Lyon, o Cristo foi “Espírito superior da ordem mais elevada, Messias, Espírito Puro, Enviado de Deus e, finalmente, Médium de Deus.” Não há dúvidas que Jesus foi o Doutrinador Divino e por excelência o “Médico Divino”, segundo André Luiz. Por sua vez, Emmanuel o denomina de “Diretor angélico do orbe e Síntese do amor divino”.

Quando Allan Kardec questionou os Espíritos sobre quem teria sido o ser mais evoluído da Terra, recebeu uma resposta tão curta quanto profunda: “Jesus!”. Sua lição é não só a pedra angular do Consolador Prometido, da Doutrina dos Espíritos, mas a régua de medida, o referencial universal com que aferiremos o nosso proceder, o nosso avanço ou o nosso recuo no processo de espiritualização que nos propusermos: a visão real do que somos no íntimo de nossa consciência e quão perto ou distante estejamos do amado Mestre Jesus que nos exorta a amarmos uns aos outros como Ele nos amou.


Amado por uns, odiado por outros, indiferente para muitos, Jesus deixou ensinamentos muito singelos mas profundos, ele aplicou a filosofia que difundia, desconcertando os inimigos gratuitos, granjeando apoios no povo e confundindo os restantes. Aos Espíritas sinceros cumpre não perder de vista essa realidade de suma importância - a total vinculação do Espiritismo com os ensinos de Jesus, o Cristianismo primitivo, pela base moral comum a ambos, sem desvios impostos pelo interesse dos homens.


Ele vela pela nau terrestre e Se compadece de cada um de nós, facultando-nos recomeço e paz. Cada palavra que o Mestre plasmou na atmosfera terrena dirige-se a todos nós, ontem , hoje e sempre independente de onde possamos estar ou do que fazemos. O Meigo Galileu transcende as dimensões da análise convencional e do grau de desenvolvimento científico, moral ou espiritual do maior dos nossos intelectuais, porquanto Ele já era o construtor de todo o nosso Sistema Solar, quando sequer a vida neste planeta se apresentara.





*Artigo gentilmente cedido por Jorge Luiz Hessen ao Grupo Espírita Renascer

Aliança da Ciência com a Religião

A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana. Uma revela as leis do mundo material, e a outra as leis do mundo moral. Mas aquelas e estas leis, tendo o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se umas forem à negação das outras, umas estarão necessariamente erradas e as outras certas, porque Deus não pode querer destruir a sua própria obra. A incompatibilidade, que se acredita existir entre essas duas ordens de idéias, provém de uma falha de observação, e do excesso de exclusivismo de uma e de outra parte. Disso resulta um conflito, que originou a incredulidade e a intolerância.

São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber o seu complemento; em que o véu lançado intencionalmente sobre algumas partes dos ensinos deve ser levantado, em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve levar em conta o elemento espiritual; e em que a Religião, deixando de desconhecer as leis orgânicas e imutáveis, essas duas forças, apoiando-se mutuamente e marchando juntas, sirvam uma de apoio para a outra. Então a Religião, não mais desmentida pela Ciência, adquira uma potência indestrutível, porque estará de acordo com a razão e não se lhe poderá opor a lógica irresistível dos fatos.

A Ciência e a Religião não puderam entender-se até agora, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, repeliam-se mutuamente. Era necessária alguma coisa para preencher o espaço que as separava, um traço de união que as ligasse. Esse traço está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal, leis tão imutáveis como as que regulam o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez constatadas pela experiência essas relações, uma nova luz se fez: a fé se dirigiu à razão, esta nada encontrou de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido.

Mas nisto, como em tudo, há os que ficam retardados, até que sejam arrastados pelo movimento geral, que os esmagará, se quiserem resistir em vez de se entregarem. É toda uma revolução moral que se realiza neste momento, sob a ação dos Espíritos. Depois de elaborada durante mais de dezoito séculos, ela chega ao momento de eclosão, e marcará uma nova era da humanidade. São fáceis de prever as suas conseqüências: ela deve produzir inevitáveis modificações nas relações sociais, contra o que ninguém poderá opor-se, porque elas estão nos desígnios de Deus e são o resultado da lei do progresso, que é uma lei de Deus.

Fonte; Evangelho Segundo O Espiritismo (Capítulo 1 - NÃO VIM DESTRUIR A LEI)
Francisco Amado

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