domingo, 13 de junho de 2010

Flores são melhores que Pedras



Após reunião, em respeitável instituição religiosa, alguns colaboradores desfilavam “adjetivos” sobre a pessoa de um dos dirigentes da entidade.
Inflexível – diziam alguns.
Prepotente, mesquinho e maldoso – acrescentavam outros.
No meio daquele arsenal de impropérios, surge uma voz pacificadora para serenar os ânimos exaltados:
- Meus amigos, nosso irmão passa por problemas, dificuldades inúmeras assolam sua alma, melhor que o acusarmos, é elevarmos nosso pensamento em oração e pedirmos por esse amigo.
Despertos pela elucidação do colega, envergonhados pela atitude depreciativa de momentos antes, todos olharam-se e colocaram-se em sentida prece.
Uma palavra prudente e amorosa têm o poder de apaziguar iniciativas destrutivas.
A critica ferina, é antes de mais nada improdutiva, não resolve os problemas, e cria uma atmosfera de antipatia que tende a maximizar animosidades e desentendimentos.
Ao invés de recriminar, apóie.
Ao invés de apedrejar com acusações, que machucam, ofereça a perfumada flor da compreensão.
Quando perceber que for cair na tentação da maledicência, espere mais um pouco e busque apoio em um livro com páginas edificantes.
Quando estiver em grupo e perceber que o rumo da conversa versara sobre a vida alheia, seja antes de mais nada a palavra que refresca, ressalte os pontos positivos daquela pessoa, e coloque um ponto final no assunto.
O mundo precisa de trabalho, amor, fraternidade, cooperação e não de intrigas, inveja, acusações...
Para quê amargar a existência com comentários maldosos sobre a vida alheia?
Para quê utilizar a fofoca para insuflar magoa no coração das pessoas?
No jardim da vida é melhor ofertarmos flores de bondade do que pedras de maldade!

Artigo gentilmente cedido por Wellington Balbo
Baurú - SP

Injusta Acusação



Receita apresentada contraria crítica

Uma crítica infundada, dirigida a Santo Agostinho, foi publicada em 1o de setembro de 1868, na Bélgica, pela Vedette de Limbourg, jornal de Tongres, e com o título Cretinismo. Allan Kardec publicou trechos parciais em sua Revista Espírita*, edição de dezembro de 1866, que igualmente transcrevemos parcialmente da edição referida. Assim se refere o trecho específico:

“Segundo Santo Agostinho, o mundo visível é governado por criaturas invisíveis, por puros Espíritos, e mesmo há anjos que presidem a cada coisa visível, a todas as espécies de criaturas que estão no mundo, quer sejam animadas, quer inanimadas. (...) Pode julgar-se por esta prova do gênero de leitura que faz a juventude educada nos conventos. É possível conceber – deixem passar a expressão – qualquer coisa de mais profundamente estúpido? (...) Em seu livro, que não convém menos aos eclesiásticos do que aos leigos, o autor desdobra uma força de razão e de estilo que aclara e submete o espírito; de sua pena flui uma unção que penetra e ganha o coração. É a obra de um homem profundamente versado na espiritualidade. Nós dizemos: é a obra de um homem tornado louco pelo ascetismo, muito mais a lamentar que a censurar. (...)”

Após a transcrição do trecho acusador, Kardec acrescenta dois curtos parágrafos, dos quais destacamos: “(...) Agostinho é universalmente considerado como um dos gênios, uma das glórias da humanidade, e eis que com uma penada um escritor obscuro, um desses jovens que se julgam a luz do mundo, atira lama sobre esse renome secular, pronuncia contra, na sua alta razão, a acusação de cretinismo e isto porque ele acreditava em criaturas invisíveis. A conta disto, quantos cretinos não há entre os mais estimados literatos contemporâneos! (...) Eis a escola que aspira a regenerar a sociedade pelo materialismo. Assim pretende ela que a humanidade volte à demência. (...)”

Pois é pensando exatamente na regeneração da humanidade, na melhora moral dos habitantes do planeta que o genial Agostinho, o mesmo acusado de cretinismo, respondendo à indagação de Allan Kardec (na questão 919 de O Livro dos Espíritos**) sobre o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e resistir à atração do mal, definiu: Conhece-te a ti mesmo.

Kardec não se satisfez e voltou à questão, perguntando: Qual o meio de consegui-lo?

E Santo Agostinho, em resposta de duas páginas, dá a receita. Elaborando pequena síntese da longa e bem ponderada resposta, podemos – para efeito didático de estudo – apresentá-la como autêntico roteiro para uso diário. Após sugerir avaliação diária, interrogando a própria consciência – como ele igualmente fazia quando na vida física –, como caminho do autoconhecimento, a resposta pode ser resumida em cinco itens para auto-avaliação, ainda que em outras palavras:

a) Interrogarmo-nos sobre o que temos feito;

b) Com que objetivo fizemos ou agimos dessa ou daquela forma;

c) Se fizemos algo que censuraríamos se praticado por outra pessoa;

d) Se algo fizemos que não ousaríamos confessar;

e) Se ocorresse a desencarnação, teríamos temor do olhar de alguém?

E finalmente, entre outras importantes considerações, recomenda que examinemos se agimos contra Deus, contra nosso próximo e contra nós mesmos. E conclui o raciocínio que as respostas obtidas nos darão o descanso para a consciência ou a indicação de um mal que precisa ser curado.

A resposta de Agostinho é de meridiana beleza e contém um argumento irrecusável para nossas ações cotidianas: “(...) Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na podereis ter por legítima quando fordes o seu autor (...)”

Pois são estas notáveis anotações, dirigidas com o objetivo de nos auxiliar a própria transformação moral, que trará a felicidade e o equilíbrio à humanidade, que estão assinadas por Santo Agostinho, aquele que tão levianamente foi acusado de cretinismo.

O fato, por si só, já nos permite grave reflexão pessoal nos relacionamentos que todos mantemos uns com os outros.

sábado, 12 de junho de 2010

A Tarefa De Cada Um


Antonio Leite

Editor GEAE

Há um momento em nossas vidas em que todos nós nos rendemos ao inevitável apelo para o autoconhecimento. Enquanto isto não acontece, passamos pela vida como que anestesiados e insensíveis à realidade de nós mesmos, agindo e reagindo ao sabor dos ditames impostos pela sociedade em que vivemos.

A partir do ponto em que nos rendemos ao clamor íntimo do auto descobrimento, iniciamos uma verdadeira cruzada na tentativa de obter respostas às questões relacionadas com o velho dilema do "Conhece-te a ti mesmo". Começamos então a questionar a nossa própria realidade existencial, a origem da vida, a razão de estarmos aqui nesta existência, o porquê das experiências ou relacionamentos a que somos expostos, e até alvoramo-nos no direito de questionar o acerto da decisão Daquele que nos criou e nos colocou nessas circunstâncias.

No extraordinário livro Memórias do Padre Germano encontramos um ilustrativo exemplo desse dilema que ainda é uma característica da avassaladora maioria dos espíritos encarnados no planeta terra, haja visto o baixo nível evolutivo dos seus habitantes. Através da maravilhosa obra de Amalia Domingo Soler, o padre Germano nos relata o dilema que viveu em uma das suas encarnações aqui em nosso orbe, na qual experimentou, como membro da igreja de Roma, a permanente e asfixiante sensação de viver se sentindo com um peixe fora d’água, especialmente ao desempenhar a espinhosa função eclesiástica de confessor. Em momento de inquietação angustiante, ele assim se manifesta:

"Amado Deus, por que tive eu que nascer nas fileiras desta ordem religiosa?Por que Você me obrigou a ser guia dessas pobres ovelhas, meus paroquianos, se eu não posso tão pouco guiar a mim mesmo? Senhor, deve haver outras moradas no espaço, porque aqui neste planeta uma alma capaz de pensar fica asfixiada ao presenciar tanta miséria e hipocrisia. Eu desejo seguir o caminho certo, mas ao longo da jornada eu vejo tantas armadilhas!"

O exemplo é mesmo bem ilustrativo, mas cabe ressaltar que ao folhearmos as páginas deste excepcional livrinho, temos a convicção de que o padre Germano era um espírito em estágio evolutivo bem acima da maioria de todos nós e que cumpriu a sua missão naquela existência de forma exemplar, podendo mesmo servir de guia e modelo para todos nós que aspiramos passar pelos embates da vida e cumprirmos com a nossas tarefas onde quer que a vida nos coloque.

A Doutrina dos Espíritos veio para nos dar as respostas àquelas questões existencias e acima de tudo para nos mostrar com uma clareza insofismável, as razões e os porquês de estarmos aqui e expostos às experiências e aos relacionamentos que temos vivenciado nesta encarnação. É bem verdade que ela só nos dá as respostas de que necessitamos para cumprirmos com a nossa tarefa de espíritos encarnados e galgar alguns degraus a mais na nossa escala evolutiva rumo a felicidade. Mas o que é mais importante e digno da atenção de todos nós que aspiramos sincera e honestamente por um mundo de Paz e Harmonia, enfim, um mundo regenerado, é que além das respostas que obtemos através da mensagem dos espíritos, existe nesta mesma mensagem um apelo claro ao nosso senso de responsabilidade perante a Lei de Causa e Efeito. A esta sim, teremos que nos curvar, pois somente o respeito e a adesão incondicional às suas diretrizes propiciarão o advento de um mundo de Paz e Harmonia para todos nós.

Assim, que tenhamos ouvidos para ouvir e olhos para enxergar e adotemos em nossas vidas a máxima insculpida na Doutrina dos Espíritos que nos diz: "Fora da caridade não há salvação".

Antes Que Venha O Arrastão


Mateus, 13:47-50

Richard Simonetti


Ao tempo de Jesus era usado no Mar da Galiléia o arrastão, uma forma de pescaria.

Os pescadores preparavam redes quadradas, bem grandes, que permaneciam numa posição vertical dentro d’água, mediante a utilização de pesos e flutuadores. Eram levadas pelos barcos e deixadas em determinada localização. A partir dali eram puxadas para a praia, por cordas, colhendo todos os tipos de peixes, suficientemente grandes para ficarem presos em suas malhas.

Havia proibições de consumo, pela lei judaica, como está na orientação mosaica, em Levítico (11:12):

Tudo o que não tem barbatanas nem escamas, nas águas, será para vós abominável.

Juntamente com os peixes não comestíveis e de mau sabor, eram jogados de volta ao oceano ou iam para o lixo.


***

Jesus usa a imagem do arrastão para transmitir um de seus ensinamentos sobre o Reino dos Céus.

… é semelhante a uma rede lançada ao mar, que apanha toda espécie de peixes.

Quando está cheia, os pescadores a retiram e, sentados na praia, escolhem os bons para os cestos, e o que não presta deitam fora.

Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes.

No aspecto individual o Reino é uma condição íntima. Instala-se num momento de iluminação em que nos integramos plenamente na Vida, cidadãos do Universo.

No aspecto coletivo exprime-se numa sociedade formada por Espíritos iluminados.

Com o crescimento espiritual da Humanidade amplia-se o contingente dos que realizaram o Reino em seus corações.

Hoje, uma minoria.

Amanhã – dentro de decênios, séculos ou milênios, depende de nós –, a maioria.

Acontecerá, então, o arrastão.

Colhidos pelas malhas da Justiça, aqueles que não se enquadrarem na nova ordem serão jogados na fornalha ardente…

Naturalmente, trata-se de um simbolismo, uma imagem forte, que a teologia medieval levou ao pé da letra, concebendo a idéia do inferno de fogo, onde as almas comprometidas queimam sem se consumir, em perenes sofrimentos.

O Espiritismo oferece idéia diferente.

Não estarão irremissivelmente condenados.

Serão simplesmente degredados em planetas inferiores, onde enfrentarão dificuldades e dissabores sob orientação da mestra Dor, lá bem mais severa.

Isso, somado às saudades da Terra e dos afeiçoados que aqui ficarão, quebrará a rebeldia, favorecendo sua renovação.

Redimidos, ainda que isso exija o concurso dos milênios, retornarão ao nosso Mundo, porquanto compõem a grande família humana, sob os cuidados de Jesus.


***

Segundo Emmanuel, no livro A Caminho da Luz, há dez mil anos havia no sistema de Capela, estrela da constelação de Cocheiro, um planeta habilitado à promoção.

Deixaria de ser um mundo de expiação e provas, como é a Terra, cujos habitantes são orientados pelo egoísmo, e passaria a mundo de regeneração, com uma população disposta a assumir a cidadania do Reino de Deus.

Ocorre que uma parcela da população não estava sintonizada com os novos rumos. Então, houve o arrastão, envolvendo milhões de recalcitrantes. A direção espiritual do planeta os transferiu para um mundo em evolução primária.

Você pode imaginar qual foi, amigo leitor?

Se pensou na Terra, acertou.

Os capelinos encarnaram no seio das raças humanas, promovendo desde logo grandes transformações, já que mentalmente eram muito mais evoluídos, embora moralmente em estágio semelhante aos terrestres.

Os antropólogos espantam-se com a civilização neolítica. Em algumas centenas de anos grandes conquistas foram obtidas – a domesticação dos animais, a descoberta da agricultura, a formação da escrita, a utilização de metais, a vida urbana…

O Homem, que estava praticamente na idade da pedra, repentinamente viu-se em meio a significativas conquistas.

Foram iniciativas dos capelinos, que deram origem às grandes civilizações, como a egípcia, a chinesa, a hindu e a indo-européia.

Detalhe importante. Não estão bem definidos para os antropólogos os fatores que determinaram sua extinção.

À luz do Espiritismo, é simples explicar.

À medida que os degredados, renovados e redimidos, retornaram ao planeta de origem, as civilizações que edificaram entraram em decadência.

Imaginemos uma família rica e abastada, que construa moderno palacete numa favela. Depois de alguns anos o proprietário muda-se e deixa o imóvel para os favelados. Estes, sem condições para cuidar adequadamente dele, deixam que se deteriore, até transformar-se em ruínas.

Foi o que aconteceu com aquelas civilizações.

Morreram porque o homem terrestre não tinha competência para preservá-las.

***

Algo semelhante ocorrerá conosco, no grande arrastão.

Seitas pentecostais o anunciam para breve, ainda neste século.

Proclamam seus arautos:

– Arrependam-se! Está chegando a hora!

O Espiritismo confirma que isso acontecerá, não como uma condenação eterna, mas como um degredo transitório para aqueles que não aderirem, de coração, ao Reino.

Parece-me, amigo leitor, que não acontecerá em tempo breve. Fácil entender a razão.

No Sermão da Montanha Jesus nos dá uma pista de quem ficará, ao proclamar:

Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a Terra.

Significa que ficarão aqueles que houverem conquistado a mansuetude. Se acontecesse agora, certamente, nosso planeta seria transformado num deserto, porquanto raras pessoas efetuaram essa conquista.

Estamos tão longe da mansidão, em face do caráter agressivo que caracteriza o homem, orientado pelo egoísmo, que o termo manso guarda uma conotação pejorativa.

Chamar alguém de manso é xingá-lo, equivalente a dizer que corre sangue de barata em suas veias.

No entanto, é apenas alguém que venceu a agressividade; que não reage ao mal com o mal; que guarda as raízes de sua estabilidade no próprio íntimo.

Se bem observarmos, verificaremos que muitos males que conturbam as relações humanas, em todos os níveis, inspiram-se na agressividade, sempre com o propósito de favorecer o interesse pessoal.

***

Podemos fazer um teste ligeiro, a verificar se estamos conquistando a mansidão, habilitando-nos ao Reino, ou se corremos perigo no arrastão.

• Submetidos a uma cirurgia, permanecemos acamados por alguns dias.

a) Cultivamos a oração e a serenidade, procurando não incomodar os familiares, nem aumentar sua preocupação.
b) Perturbamos a todos com gemidos e reclamações, como se estivéssemos em leito de faquir, colchão de pregos pontiagudos.

• Um conhecido passa por nós sem nos cumprimentar.

a) Consideramos que não nos viu ou estava distraído.
b) Ficamos possessos: – Pretensioso! Julga que tem um rei na barriga!

• O cônjuge está quieto, fechado, poucas palavras…

a) Imaginamos que esteja cansado, querendo um pouco de sossego.
b) Estressamos e logo clamamos que intenciona nos levar à loucura com seu mutismo.

• No trânsito, um motorista buzina atrás, assim que abre o sinal.

a) Admitimos que deve estar com pressa. Engatamos a primeira e seguimos em frente.
b) Castigamos o atrevido, demorando para avançar. Se torna a buzinar, fazemos um sinal malcriado, convidando-o a passar por cima.

• Cruzamos rua preferencial, inadvertidamente. Um motorista, cujo carro quase foi atingido, faz gesto pejorativo, sugerindo barbeiragem.

a) Admitimos que precisamos estar mais atentos.
b) Gritamos a plenos pulmões, recomendando-lhe que vá procurar aquela senhora de profissão nada recomendável, que o pôs no Mundo.

• O chefe nos adverte quanto a uma falha.

a) Desculpamo-nos, com a disposição de melhorar nosso desempenho.
b) Mal contemos o desejo de pular em seu pescoço, e, intimamente, formulamos ardentes votos de que ele vá para o diabo que o carregue.

• O subordinado comete uma falha.

a) Tratamos de orientá-lo para uma melhor condução do serviço.
b) Lembramos-lhe de que, se não der um jeito na sua atuação profissional, há dezenas de desempregados que podem ocupar seu lugar, fazendo o dobro do que faz, ganhando metade de seu salário.

• Os vizinhos envolvem-se numa discussão, pondo-se a gritar uns com os outros.

a) Consideramos que estão com algum problema e passamos a orar por eles.
b) Chamamos a polícia para dar um jeito naqueles malucos.

• O filho vai mal na escola.

a) Dispomo-nos a acompanhá-lo nas tarefas, ajudando-o.
b) Damos-lhe uma surra, prometendo fazer pior se voltar a ter notas baixas.

• Num grupo de trabalho, em atividade religiosa, não aceitam nossa sugestão.

a) Ficamos tranqüilos, considerando que muitas cabeças pensam melhor que uma só.
b) Reclamamos que é uma cambada de pretensiosos que não deixa espaço para ninguém, e nos afastamos.

Se nossas respostas envolvem em maioria a opção “a”, podemos ficar tranqüilos. Estamos bem em nosso aprendizado espiritual.

Se as respostas mais freqüentes envolvem a opção “b”, há deficiências comprometedoras.

É preciso cuidado, torcendo para que não venha o arrastão antes de vencermos os arrastamentos da agressividade.

A Diferença entre Crer e Ter Fé


Equipe Consciesp

“Se o espírito humano não está sintonizado com o espírito de Deus, ele não tem fé, embora talvez creia.
Esse homem pode, em teoria, aceitar que Deus existe e, apesar disso, não ter fé"


O notável professor, filósofo e humanista brasileiro, Huberto Rohden, em um de seus oportunos comentários inseridos no livro “A Mensagem Viva do Cristo”, obra que compreende a tradução feita por ele mesmo dos quatro evangelhos, diretamente do grego do primeiro século, convida-nos a refletir sobre a significativa distinção entre crer e ter fé. Para ele, a não compreensão dessa questão tem deturpado a teologia e trazido enorme prejuízo à mensagem do Cristo ao longo desses 2000 anos.

Escreve ele:

“Desde os primeiros séculos do Cristianismo, quando o texto grego do Evangelho foi traduzido para o latim, principiou a funesta identificação de crer com ter fé. A palavra grega para fé é pistis, cujo verbo é pisteuein. Infelizmente, o substantivo latino fides, o correspondente a pistis, não tem verbo e assim, os tradutores latinos se viram obrigados a recorrer a um verbo de outro radical para exprimir o grego pisteuein, ter fé. O verbo latino que substituiu o grego pisteuein é credere, que em português deu crer. Nenhuma das cinco línguas neo latinas — português, espanhol, italiano, francês, rumeno — possui verbo derivado do substantivo fides; fé; todas essas línguas são obrigadas a recorrer a um verbo derivado de credere. Ora, a palavra pistis ou fides significa originariamente harmonia, sintonia, consonância. Ter fé é estabelecer ou ter sintonia, harmonia entre o espírito humano e o espírito divino.”

Se o espírito humano não está sintonizado com o espírito de Deus, ele não tem fé, embora talvez creia

Para o ilustre filósofo, aí está um dos maiores problemas que em muito vem prejudicando a teologia e, para explicar a diferença de significado entre uma coisa e outra, estabelece ele o seguinte paralelo ilustrativo: “Um receptor de rádio só recebe a onde eletrônica emitida pela estação emissora, quando o receptor está sintonizado ou afinado perfeitamente com a freqüência da emissora. Se a emissora, por exemplo, emite uma onda de freqüência 100, o meu receptor só reage a essa onda e recebe-a quando está sintonizado com a freqüência 100. Só neste caso, o meu receptor tem fé, fidelidade, harmonia; fideliza com a emissora”.

Dentro desse contexto, “se o espírito humano não está sintonizado com o espírito de Deus, ele não tem fé, embora talvez creia. Esse homem pode, em teoria, aceitar que Deus existe e, apesar disso, não ter fé. Ter fé é estar em sintonia com Deus, tanto pela consciência como também pela vivência, ao passo que um homem sem sintonia com Deus pela consciência e pela vivência, pela mística e pela ética, pode crer vagamente em Deus. Crer é um ato de boa vontade; ter fé é uma atitude de consciência e de vivência”, argumenta o professor Rohden.

Salvação não é outra coisa senão a harmonia da consciência e da vivência com Deus

Para ele, a conhecida frase “quem crer será salvo, quem não crer será condenado”, é absurda e blasfema no sentido em que ela é geralmente usada pelos teólogos. No entanto, “se lhe dermos o sentido verdadeiro ‘quem tiver fé será salvo’ ela está certa, porque salvação não é outra coisa senão a harmonia da consciência e da vivência com Deus”.

Em sua opinião, de sincero buscador, erudito e filósofo espiritualista “a substituição de ter fé por crer há quase 2000 anos, está desgraçando a teologia, deturpando profundamente a mensagem do Cristo”.

A Casa Do Perdão


Fernando A. Moreira


"...mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai Celestial também não vos perdoará os pecados." (S. Mateus, cap. XVIII, vv. 15, 21 e 22.)

Inúmeras vezes, Jesus nas suas parábolas fez referência ao perdão, para que ficasse bem nítida a sua importância no nosso relacionamento com o nosso próximo e pudéssemos dimensionar a bondade, a misericórdia e a justiça divina, que irão balizar o caminho de nossa evolução.

"(...) – Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: ‘Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim ? Até sete vezes ?’ Respondeu-lhe Jesus: ‘Não vos digo que perdoareis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes." (S. Mateus, cap. XVIII, vv. 15, 21, 22.)

Jesus deixa bem claro que não há limite para o perdão, que não pode ser contado, porque sendo ele o esquecimento da ofensa, como é apagado, nada sobra para se contar. Perdoar até setenta vezes sete vezes eqüivale a dizer que temos que perdoar sempre, sendo o perdão, pois, incondicional; é o perdão do coração. Mas, às vezes concedemos somente o perdão dos lábios, o falso perdão:


"Eu o perdôo, mas não esquecerei jamais o que me fez."


Mais além afirmamos: "- Entrego à Deus e à sua justiça", quando na realidade, estamos desejando a sua condenação; não temos nenhuma procuração divina para assim nos referirmos, mesmo porque, desde que Deus nos criou, já a Ele estamos entregues.


Freqüentemente também dizemos ou ouvimos dizer:


"- Se ele vier se desculpar, eu o perdôo."


Esta é uma atitude orgulhosa, estática e condicional, se contrapondo aos ensinamentos de Jesus, que nos mostrou de quem deve ser a iniciativa e em que momento deve-se perdoar nestas três passagens evangélicas:


" Se contra vos pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos atender tereis ganho o vosso irmão." (Mateus; XVIII, 15)


"Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metido em prisão. – Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não tiveres pago o último ceitil." ( Mateus: V, 25 e 26)


"Se, portanto, quando depor vossa oferenda, vos lembrardes que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vos, deixai a vossa dádiva junto do altar e ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão; depois então voltai a oferecê-la." (Mateus, cap. V, vv. 23, 24)


Fica bastante evidente que a iniciativa da reconciliação deve ser nossa, quer sejamos os ofendidos ou os ofensores, isto é , sempre. Igualmente depreende-se que a atitude é extremamente dinâmica, urgente; temos que ir de encontro ao nosso irmão e isto, não deve ser deixado para amanhã, para a outra reencarnação; é para hoje, enquanto ele está no nosso caminho.


Quando nós não perdoamos, sintonizamos com o adversário. A ele, nos vinculamos agora pelo ressentimento, mágoa, raiva, ódio, despertando o desejo de vingança, para encontra-lo mais além como obsessor, podendo, às vezes, chegar até ao grau de subjugação ou possessão. Nos estabecemos no círculo do endividamento (FIG. 1-A), perante ao inimigo e a nós mesmos e, em última análise, perante à lei divina.


Círculo do Endividamento


No entanto, ao termos misericórdia e agirmos com amor, nós perdoamos e nos libertamos para a nosso progresso espiritual (FIG. 1-B), cumprimos a lei, estamos com ela, porque " (...) quem assim procede, põe de seu lado o bom direito e Deus não consente que, aquele que perdoou, sofra qualquer vingança." (1)

"Perdoar os inimigos é pedir perdão para si próprio; perdoar os amigos é dar uma prova de amizade.; perdoar as ofensas é mostrar-se melhor do que era.(...)" (1)


Jesus assim se pronunciou a respeito dos nossos desafetos:


"Amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos têm ódio e orai pelos que vos perseguem e caluniam, para serdes filhos do vosso Pai ". (Mateus, 5: 43-47)


Amar os inimigos é dar a outra face, isto é, ante à face do mal, mostrar a face do bem.


"Feliz, pois, daquele que pode todas as noites adormecer dizendo: Nada tenho contra o meu próximo." (1). Quem assim procede, pode orar, falar com Deus: "Perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos aos que nos hão ofendido." (Mateus,6:9-13)


Às vezes, o que nos leva a não administrarmos o perdão é o sentimento de que o outro é que está errado, porque os faróis dos outros automóveis sempre nos parecem mais ofuscantes do que os nossos; é o egoísmo e o orgulho que fazem o homem dissimular seus defeitos. Julgamos os outros com a nossa justiça falha e deformada, olvidando os ensinamentos evangélicos.


"Não julgueis para não seres julgados; - porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros; empregar-se-á convosco a mesma medida de que vos tenhais servido para com os outros." (Mateus, cap. VII, vv. 1,2.)


De igual teor é a "Parábola da mulher adúltera" ( João, cap. VIII, vv. 3 a 11)


"Aquele dentre vos que estiver sem pecado, atire a primeira pedra."


Noutra ocasião, na "Parábola do credor incompassivo", Jesus compara o Reino dos Céus a um rei, que resolveu ajustar contas com um servo que lhe devia dez mil talentos; como este, não lhe pudesse pagar, ordenou que fossem vendidos, ele, sua mulher, seus filhos e seus bens. Após dramáticos apelos, o rei compadeceu-se dele e perdoou suas dívidas. Ele, porém, ao libertar-se, encontrou-se com um companheiro que lhe devia cem denários, quantia infinitamente inferior. Como também, este não teria como lhe pagar, fez-lhe idênticos e dramáticos apelos mas ele, ao contrário, não o atendeu, deixando-o preso. Ao saber disso, o rei se indignou, entregando seu devedor aos verdugos até que ele lhe pagasse tudo o que devia, indagando: - Tu não devias ter tido compaixão do teu companheiro como eu tive de ti ?


Completa então, Jesus:


"Assim também meu Pai Celestial vos fará, se cada um de vos do íntimo do coração não perdoar a seu irmão." (Mateus, XVIII 21- 35)


Portanto, não perdoar as ofensas é uma das formas de ir contra a lei e assim fazer recair sobre si a justiça divina; é ingressar no terreno da ofensa à lei (FIG. 2) e "daí não sairá enquanto não tiver pago o último ceitil."


Casa do Perdão


Só será possível retirar-se deste terreno, fazendo esse ressarcimento entrando-se na CASA DO PERDÃO, e escolhendo-se entre duas opções; primeira, o caminho do arrependimento, que é o prelúdio, a ante-sala do perdão. É o primeiro passo, mas não o único, porque a "graça", com que acenam outras doutrinas em que basta arrepender-se para daí sair não faz parte da justiça divina que não anistia, mas anula, após a quitação da dívida. Essa anistia, essa "graça", "de graça", seria uma injustiça para o ofensor, uma desgraça, um perdão sem reforma, pois assim lhe roubaria a oportunidade de se educar e evoluir, e para o ofendido, que também não poderia se ressarcir das perdas sofridas. O segundo cômodo desta opção é a reforma íntima. "A persistência do indivíduo no descobrimento dos próprios defeitos ampliará consideravelmente o âmbito de possibilidade de êxito. Somente quem sabe os males que possui, pode cura-los."(2) A reforma íntima "deixa de ser algo constrangedor ou como exigência de conquista do dia para a noite, para ser entendida como algo que conquistaremos gradativamente, através do esforço pessoal que a Doutrina vai aos poucos interiorizando nos corações." (3)


Admitindo sua culpa e arrependendo-se, promovendo-se a conscientização do erro, a avaliação da dívida, impõe-se a passagem ao terceiro cômodo, a reparação, que é um ato de amor, uma doação nesta encarnação ou uma prova noutra existência.


"Quem perdoa ( de coração ), ama, e quem ama, não se endivida, não contrai débitos, prevenindo-se de períodos expiatórios (...). Harmoniza-se com as leis do Criador." (4)


"Quem não repara pelo amor", permanecendo na inércia e no endurecimento, recai na segunda opção da CASA DO PERDÃO (FIG 2,B), "resgata pela dor, e resgates são expiações." (4) Este cômodo é o mais sombrio e dorido da CASA DO PERDÃO, representando o caminho mais difícil para se deixa-la , mas por qualquer das duas opções alcançamos a saída da CASA DO PERDÃO, o perdão divino e a nossa evolução.


A CASA DO PERDÃO é a construção do nosso Pai Eterno, bálsamo da sua justiça e que infinitamente sábio, bom e misericordioso, não iria exigir de nós que perdoássemos sempre, se Ele também assim não procedesse.(5) Portanto, como nos ensina a Doutrina Espírita, calcada no Evangelho de Jesus, nós nunca seremos deserdados, porque o Criador, nosso Pai amoroso, não nos condena à penas eternas, nos perdoando sempre, mas, como bom educador, nos remete a um novo ensino, dando-nos uma nova oportunidade, um novo renascimento na carne, para que alcancemos fatalmente nossa meta, a perfeição.


Isto fica bem evidente na parábola do "Filho pródigo e do irmão egoísta".(6)


Um homem tinha dois filhos e o mais moço requisitou sua herança e atendido, partiu para um país longínquo, onde dissipou toda a fortuna, vivendo dissolutamente. Em conseqüência disso, tornou-se pobre, passando fome e vivendo entre os porcos.

Arrependido, resolve voltar a seu pai e lhe diz: - Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado seu filho.

O pai, no entretanto, teve compaixão dele e correndo o abraçou e o beijou. Mandou que seus servos o vestissem com a melhor roupa, lhe colocassem sandálias nos pés e anel no dedo e matassem um novilho, promovendo uma festa com música e dança.

O filho egoísta indignou-se com o tratamento dado a seu irmão, pela bondade e misericórdia do pai, mas este retrucou: - Filho, tu sempre estais comigo e tudo o que tenho é teu, entretanto cumpre regozijarmo-nos e alegrarmo-nos, porque este teu irmão, era morto e reviveu, estava perdido e se achou. (Lucas 15:11-32)



Vamos, enquanto nos encontramos a caminho, amar ao próximo como a nos mesmos, perdoando nossos inimigos, nos perdoando e promovendo a nossa reforma íntima, único roteiro para conquistarmos, ressarcidos nossos débitos, o perdão divino e alcançarmos a nossa evolução.


Para isso peçamos a inspiração do nosso Mestre amado, que na cruz, na intercorrência de seus algozes, pediu ao Pai:


"- Perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem."

O Que Aconteceu Com O Espírito de Adolf Hitler?


Tem um personagem que me intriga muito pela sua monstruosidade: Adolf Hitler. Gostaria de saber o que aconteceu com ele desde seu desencarne, como ele foi recebido no plano espiritual e como ele se encontra atualmente?

Diante das atrocidades terríveis do holocausto, é natural atribuir a Hitler toda culpa pelos fatos e esperar noticias de sofrimentos atrozes desse Espírito quando ele chegasse ao mundo espiritual. Mas esse pensamento exagerado esta influenciado pelo dogma do inferno e dos pecados. O Espiritismo propõe outro raciocínio.

O sofrimento de Hitler, como de todo espírito mau, está na cobrança de sua consciência e na visão de suas vítimas. Só há uma saída, o arrependimento. Não há sofrimento eterno, ele se mantém até quem o indivíduo se arrependa.

Mas ao invés de pensar o que aconteceu com Hitler depois de seu desencarne, vale a pena olhar sobre o que ele fez antes disso.

Um individuo, por mais perverso e inteligente, não teria poder suficiente para, sozinho, criar as atrocidades da 2a Guerra Mundial. Sua ascensão ao poder foi patrocinada pelo povo alemão, humilhado e com vontade de se vingar do mundo após a derrota na 1a Guerra Mundial. Os outros países europeus viram quando os alemães se armaram e invadiram os vizinhos deles sem protestar.

Do outro lado do Atlântico, os estaudinenses investiam recursos das empresas na pesquisa da eugenia, uma pseudociência que desejava aperfeiçoar a espécie humana, pelo cruzamento dos indivíduos mais aptos e a esterilização dos menos capazes, baseando-se na teoria da evolução das espécies. Magnatas investiam na criação de laboratórios e projetos, inclusive na Alemanha. Hitler apenas aperfeiçoou e levou aos extremos cruéis dessas ideias racistas.

Hitler não fez nada sozinho, a humanidade precisa ouvir sua consciência e rever o egoísmo e orgulho, impregnados nas estruturas sociais, para que nunca mais aconteçam tais sofrimentos. Muita gente divide essa culpa. O Espiritismo dá uma clara explicação para essa questão, conforme o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo:

“Os Espíritos maus pulam em torno da Terra, em virtude da inferioridade moral de seus habitantes”.

É, portanto, a condição evolutiva dos homens que oferecem campo de ação e oportunidades para os esses seres.

Uma vida é apenas um curto capítulo na trajetória do espírito. O tirano alemão não está envolvido com seus projetos de destruição apenas naquela vida. “É certo que Hitler foi médium dedicado e desassombrado de tremendos poderes das trevas. Esses irmãos desarvorados, que demoram por milênios sem conta em caliginosas regiões do mundo espiritual, por certo não desistiram da aspiração de conquistar o mundo e expulsar a luz para sempre, se possível”, escreveu o pesquisador Hermínio Miranda, em As Duas Faces da Vida. O comprometimento de Hitler com esse grupo espiritual se deu antes, durante e depois da vida.

Hitler um dia vai se arrepender do sofrimento que causou. Ninguém está condenado ao mal eterno, isso é impossível. Pelo esforço de seus habitantes, o bem vai predominar na Terra nas próximas gerações. Não haverá mais ambiente para as pretensões dos maus espíritos, e os que persistirem vão para mundos inferiores. A eles, como também a Hitler, devemos dirigir nossas preces dizendo: “Um simples esforço da tua vontade bastará para te tirar da má situação em que te encontras. Apressa-te, pois, visto que cada dia de demora é um dia perdido para a tua felicidade”, conforme aconselham os Espíritos em O Evangelho Segundo o Espiritismo.



Matéria publicada originalmente na revista Universo Espírita, umas das publicações espíritas mais profundas e esclarecedoras já surgidas no mercado editorial. A revista está paralisada momentanemente na busca de recursos para prosseguir na sua trajetória. O portal da Sociedade Espírita Nova Era trará, eventualmente, alguma matéria da publicação procurando manter viva esta iniciativa, tão importante para o espiritismo.