Warwick Mota
Sempre que se fala em reunião pública, pensamos logo em palestra, e por via de conseqüência imaginamos quem será o expositor e qual será o tema a ser apresentado no dia. É sempre motivo de expectativa, por parte do público assistente, o tema a ser abordado pelo palestrante.
A palestra espírita constitui-se nos dias atuais um dos grandes mecanismos de divulgação da Doutrina, principalmente para as pessoas que estão chegando pela primeira vez à Casa. A mensagem renovadora e esclarecedora que passa o expositor têm como objetivos principais, o despertar de consciências e a valorização de aspectos espirituais esquecidos que conduzem o homem a uma participação efetiva no processo evolutivo da humanidade.
Como sabemos, muitas pessoas buscam a Doutrina Espírita na certeza de que vão encontrar respostas concernentes para suas dúvidas e aflições, é aquela famosa frase, se não chegamos pelo amor, chegamos pela dor. Os conceitos impostos ao longo dos tempos pelas religiões ortodoxas trazem o questionamento pessoal de valores espirituais e levam pessoas a procurarem um argumento forte que satisfaça suas dúvidas.
Há um dito popular que diz que a primeira impressão é a que fica, e no caso o papel do expositor é de extrema importância para a transmissão de conceitos renovadores, a exposição balizada no evangelho de Jesus, nas obras básicas de Kardec, ou em obras de alto cunho doutrinário, como as de: Léon Dennis, Gabriel Delanne, André Luiz, Emmanuel, etc., realçam o caráter da pureza doutrinária, dirimindo dúvidas, e por extensão, trazendo esperança e conforto a corações aflitos.
Logicamente nós Espíritas sabemos que o papel das palestras não se resume simplesmente em esclarecer os encarnados, pois que há um envolvimento maior no contexto, e que essa dinâmica gira entre o plano físico e extrafísico; é aí que entram as nossas companhias espirituais. Cabe-se observar ainda, que quando nos acomodamos em um banco, de um salão de palestras, trazemos a nossa psicosfera pessoal alterada em função dos nossos problemas vividos ao longo do dia, e que as pessoas que nos cercam trazem problemas idênticos ou diferentes dos nossos, o que já envolve a psicosfera do ambiente.
Nós carregamos conosco nossas companhias espirituais, que nos acompanham ao Centro e se acomodam junto a nós, nos bancos do salão tendo participação efetiva na psicosfera do local. À medida em que o expositor desenvolve o assunto, acontece a mudança espiritual no ambiente, pois se modifica o teor das vibrações, através da uniformização dos pensamentos.
É justamente a figura do expositor que nos chama atenção. A falta de preparo e o pouco conhecimento da Doutrina podem trazer sérios problemas, a responsabilidade de quem assume a tribuna espírita é muito grande, pois os comprometimentos são muitos. A abordagem de forma pessoal, de assuntos que requerem conhecimento doutrinário, pode afastar para sempre aquele que chega pela primeira vez à Casa.
A ambição de alguns em subir a tribuna é no mínimo preocupante, pois o objetivo no caso não é levar o Espiritismo ao público, mas sim buscar o status de orador espírita. Para isso usam dos mais variados artifícios; esquecem que devem ter estilo próprio, e se preocupam em imitar grandes expositores, inclusive nos gestos, ou então, limitam-se em decorar longos trabalhos recheados de um vocabulário altamente prolixo, que logicamente vai prender o público mais no significado das palavras, do que na mensagem cristã.
A preparação do palestrante é de fundamental importância, a observação cuidadosa dos assuntos a serem abordados e o cuidado em citar Jesus e Kardec nas exposições, trazem com certeza a boa inspiração por parte da espiritualidade maior, e um melhor feedback com o público.
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