sexta-feira, 19 de março de 2010

Higienizemos a Casa Mental


Harmonia emocional e equilíbrio psíquico são estados d'alma que não devem ser descurados pelo homem (espírito reencarnado) transitando num mundo inferior, onde hábitos de higiene objetivando a saúde do corpo são realizados com o melhor dos esmeros, em obediência às conquistas éticas em volta do asseio.

Vejamos que, com facilidade e imediatismo, recorremos à farmacopéia quando as disposições físicas cambaleiam e as disfunções psíquicas entram na faixa dos distúrbios perturbadores, assim mostrando o nosso respeito e apreço pela indumentária carnal. Não adiemos, de igual modo, a terapia evangélica que sempre haverá de nos proporcionar a saúde espiritual.

Quando mais drástica é a saúde do corpo, a cirurgia é chamada à extirpação de órgãos enfermos e os transplantes deles acontecem favorecendo a continuidade da existência no plano da carne. Por que então recear amputar do organismo moral os tumores malignos da inveja, do egoísmo, da insensibilidade diante da dor alheia, da violência, da busca desenfreada dos gozos sensuais...? São viroses de alto risco que também precisam de medicação eficaz no seu combate, fixadas em nosso campo psíquico, contaminando todos os departamentos da alma, porque foram instaladas em vivências reencarnatórias do passado e prosseguem sendo alimentadas pela insensatez humana.

Jamais desprezaremos o uso de analgésicos e calmantes nas horas de aliviar as dores. Assim, também, não deixemos de usar a oração que adormece as paixões, acalma as intemperanças, alivia os tormentos, tonifica o ânimo, empurra para o alto a criatura adormecida pelas ambições terrenas perecíveis. Orar é medicar-se, minimizando angústias e reorganizando programas de trabalho no bem.

As academias de ginástica proliferam em todos os recantos das grandes e pequenas cidades, oferecendo aos praticantes de ginástica terapêutica a preservação das formas físicas e a longevidade orgânica, o que é mais do que válido e louvável. Entretanto, não nos recusemos ao exercício da caridade como ginástica terapêutica por demais eficaz à manutenção do nosso acervo espiritual, o qual é da nossa competência preservar na caminhada redentora em que estamos engajados.

Nossa instrumentalidade carnal tem direito, segundo a lei divina de Conservação, a todo recurso que a possa conservar à disposição do Espírito para que absorva as experiências que se fazem necessárias na vivência terrena com vistas à vida espiritual. Todavia, a alma, no casulo da carne, requer cuidados especiais que devem e precisam ser atendidos por nós sem postergação, sob pena de esmagarmos mais tarde os rigores da lei de causalidade, sempre pronta a cobrar pelos nossos desvios neste ou naquele campo de atividades.

Vejamos que os lares domésticos não prescindem de lixeiras, canos por onde escoam detritos, a fim de que a vida se torne agradável, boa de ser vivida. Mas, por que dispensar o uso de depósitos de lixo e esgotos de origem moral/espiritual para neles atirarmos os detritos morais que acalentamos em nossas casas mentais? Façamos isto para desfrutarmos de ambiências saudáveis, sem lixos miasmáticos mentais que não devem fazer parte de nosso cotidiano.

Conversas maledicentes, censuras despropositadas, discussões em torno de temas vulgares, pensamentos deprimentes fazem parte de um lixo não visto pelos olhos humanos, mas que são uma realidade de ordem moral, cuja limpeza nos propiciará a fruição do equilíbrio espiritual.

Reprochemos de nossos ouvidos assuntos perturbadores que causam inquietude, conversas deprimentes que desajustam, a descrição de cenas violentas que estimulam o desequilíbrio emocional. Evitamos, deste modo, os lixos morais que infestam e intoxicam a nossa mente, por se fixarem em região de difícil acesso: o inconsciente do homem. Toda essa sujeira moral fica instalada nos painéis mentais e costumam construir ideoplastias infelizes, condutoras que são à rebeldia, ao relaxamento dos laços afetivos, ao desmoronamento dos casamentos, aos conflitos entre pais e filhos...

A aparência das pessoas que carregam habitualmente esses miasmas são fascinantes, mas por momentos. Na realidade, a aparência vai revelando, com o tempo, sintomas profundamente infelicitadores em qualquer situação que atue a alma que a carrega.

Preservando o Espírito, manteremos o corpo sadio, passando ele a gozar a paz de que todos precisam.

Sempre nos é facultado encontrar a saúde da mente que foi perdida, ao escorregarmos no lodo do erro, na fuga aos deveres, no desrespeito ao direito alheio...

Se porventura ainda não fomos contaminados, vamos nos poupar. De que maneira? Ouvindo JESUS, que identificou as fraquezas humanas e, preocupando-se com elas, receitou as súplicas contidas na oração dominical, dizendo ao Pai "que nos livre do mal", e que "não nos deixe cair em tentação".

Em tudo e por tudo é bem mais fácil usufruir de felicidade antes de sermos contagiados pelos vírus calamitosos de ordem mental, dessa forma evitando as ocorrências prejudiciais.


ADÉSIO ALVES MACHADO
Escritor, Orador e Radialista.

terça-feira, 16 de março de 2010

Creio em Ti


Creio em Ti ao ver
Que a chuva cai e faz
A flor nascer.
Creio em Ti pois sei
Que enquanto é noite aqui
É dia ali.
Creio em Ti porque
Me deste o riso e a dor
Me deste o amor do teu amor.
Creio em Ti... Creio em Ti...

Se a paz sobre nós
Seu véu descer
Eu creio em Ti.
Se a tempestade a terra abalar
Eu creio em Ti.
Cada vez que neste mundo eu escutar
Alguém cantar, alguém chorar
Direi então... Creio em Ti.

Ave Maria


Ave Maria! Senhora
Do amor que ampara e redime,
Ai do mundo se não fora
A vossa missão sublime!

Cheia de graça e bondade,
É por vós que conhecemos
A eterna revelação
Da vida em seus dons supremos.

O Senhor sempre é convosco,
Mensageira da ternura,
Providência dos que choram
Nas sombras da desventura.

Bendita sois vós, Rainha!
Estrela da Humanidade,
Rosa mística da fé,
Lírio puro da humildade!

Entre as mulheres sois vós
A Mãe das mães desvalidas,
Nossa porta de esperança,
E Anjo de nossas vidas!

Bendito o fruto imortal
Da vossa missão de luz,
Desde a paz da Manjedoura,
Às dores, além da Cruz.

Assim seja para sempre,
Oh! Divina Soberana,
Refúgio dos que padecem
Nas dores da luta humana.

Ave Maria! Senhora
Do amor que ampara e redime,
Ai do mundo se não fora,
A vossa missão sublime!

O Viajor e a Fé


- “Donde vens, viajor triste e cansado?”
- “Venho da terra estéril da ilusão.”
- “Que trazes?”
- “A miséria do pecado,

De alma ferida e morto o coração.
Ah! Quem me dera a benção da esperança,
Quem me dera o consolo à desventura! ”

Mas a fé generosa, humilde e mansa,
Deu-lhe o braço e falou-lhe com doçura:
- “Vem ao Mestre que ampara os pobrezinhos,

Que esclarece e conforta os sofredores!...
Pois com o mundo uma flor tem mil espinhos,
Mas com Jesus um espinho tem mil flores!”

terça-feira, 2 de março de 2010

Uma Linda História


Uma mulher saiu de sua casa e viu três homens com longas barbas brancas sentados em frente ao quintal dela. Ela não os reconheceu. Ela disse:

- Acho que não os conheço, mas devem estar com fome. Por favor entrem e comam algo.

- O homem da casa está ? Perguntaram.

- Não, ela disse, está fora.

- Então não podemos entrar. Eles responderam.

A noite quando o marido chegou, ela contou-lhe o que aconteceu.

- Vá diga que estou em casa e convide-os a entrar.

A mulher saiu e convidou-os a entrar.

- Não podemos entrar juntos. Responderam.

- Por que isto ? Ela quis saber. Um dos velhos explicou-lhe :

- Seu nome é Fartura. Ele disse apontando um dos seus amigos e mostrando o outro, falou:

- Ele é o Sucesso e eu sou o Amor. E completou :

- Agora vá e discuta com o seu marido qual de nós você quer em sua casa.

A mulher entrou e falou ao marido o que foi dito. Ele ficou arrebatado e disse :

- Que bom ! Ele disse :

- Neste caso. vamos convidar Fartura. Deixe-o vir e encher nossa casa de fartura.

A esposa discordou :

- Meu querido, por que não convidamos o Sucesso ?

A cunhada deles ouvia do outro canto da casa. Ela apresentou sua sugestão:

- Não seria melhor convidar o Amor ? Nossa casa então estará cheia de amor.

- Atentamos pelo conselho da nossa cunhada - disse o marido para a esposa - Vá lá fora e chame o amor para ser nosso convidado.

A mulher saiu e perguntou aos três homens :


- Qual de vocês é o amor ? Por favor entre e seja nosso convidado.

O amor levantou-se e seguiu em direção à casa. Os outros dois levantaram-se e seguiram-no. Surpresa a senhora perguntou-lhes:

- Apenas convidei o Amor, por que vocês entraram ?

Os velhos homens responderam juntos :

- Se você convidasse o Fartura ou o Sucesso, os outros dois esperariam aqui fora, mas se você convidar o Amor, onde ele for iremos com ele. Onde há amor, há também fartura e sucesso !!!

O Esclarecimento Ainda Chegou a Tempo


Na sessão pública de 14 de agosto de 1983, do Centro Espírita “Amor ao Próximo”, já iniciávamos diálogo doutrinário, quando a médium Vera Cândida Tavares, secretária do Centro, nos entregou uma mensagem psicografada que acabava de receber. Um Espírito nos solicitava que falasse sobre o suicídio, pois as nossas palavras teriam “endereço certo”, visto como ali se encontrava alguém que projetava desertar da vida.

Ressaltamos a inutilidade do gesto: matar-se e continuar vivo! Explicamos que o trânsfuga, no Mundo Espiritual, revive a agonia da morte, tendo diante de si permanentemente a cena e as dores do suicídio até que se esgote o tempo predeterminado que lhe restaria de permanência na carne. Outras vezes, fica ligado ao corpo sepultado, lúcido, sentindo as emanações horrendas da sua própria decomposição cadavérica e percebendo os ratos e vermes se banquetearem com suas vísceras! Quer fugir e não consegue se mover! Quer gritar e não pode! E o martírio ainda é mais cruel, porque traz a sensação de que aquele sofrimento não terminará nunca!

No dia seguinte, a professora Maria das Graças Pinho, diretora e instrutora do “Amor ao Próximo”, receber um telefonema. Era uma senhora confessando que, na véspera estivera em nosso Centro, como despedida, pois pretendia suicidar-se no outro dia. Face à nossa explanação, arrependera-se. Agora, lhe solicitava urgentemente, ajuda para superar seus angustiantes problemas.

Aos que pensam ser o suicídio uma saída para as suas vicissitudes, advertimos mais uma vez: Não há morte! Viveremos para sempre! Destrói-se o corpo físico, mas não se destrói o Espírito! Todo delito clama por resgate! Toda a lágrima redime e lava!

O Grito


- Uma boa palavra auxilia sempre. Às vezes, supomo-nos sozinhos e proferimos inconveniências. Desajudamos quando podíamos ajudar. É preciso aproveitar oportunidades. Falar é um dom de Deus. Se abrimos a boca para dizer algo, saibamos dizer o melhor.

A pequena assembléia ouvia atenta a palavra de Sálus, o instrutor espiritual que falava pelo médium.

- Não adianta repetir frases inúteis. E é sempre falta grave conferir saliência ao mal. Comentemos o bem. Destaquemos o bem.

Dentre todos os presentes, Belmiro Arruda escutava em silêncio.

Decorridos alguns dias, Arruda, nas funções de pedreiro-chefe, orientava o término da construção de grande recinto. O enorme salão parecia completo. Tudo pronto. Acabamento esmerado. Pintura primorosa.

- Experimentemos a acústica - disse o engenheiro superior.

E virando-se para Belmiro:

- Grite algo.

Arruda, recordando a lição, bradou:

- Confia em Jesus!... Confia em Jesus!...

O som estava admiravelmente distribuído.

Os operários continuavam na sua faina, quando triste homem penetra o recinto. Cabeleira revolta. Semblante transtornado.

- Quem mandou confiar em Jesus? - perguntou.

Alguém aponta Belmiro, para quem ele se dirige, abrindo os braços.

- Obrigado, amigo! - exclamou.

E mostrando um revolver:

- Ia encostar o cano ao ouvido, entretanto, escutei seu apelo e sustei o tiro... Queria morrer no terreno baldio da construção, mas sua voz acordou-me... Estou desempregado, há muito tempo, e sou pai de oito filhos... Jesus, sim! Confiarei em Jesus!...

Arruda abraçou-o, de olhos úmidos. O caso foi conduzido ao conhecimento do diretor do serviço. E o diretor, visivelmente emocionado, estendeu a mão ao desconhecido e falou:

- Venha amanhã. Pode vir trabalhar amanhã.