domingo, 27 de junho de 2010

Criado Por Deus Para Vencer ! ! !


GOTAS DE PAZ
Sei que Deus não me criou para que me sentisse derrotada
pelos problemas que a vida me apresenta.
Deus não me criou para o desânimo que insistente bate à porta de meu coração,
sempre que alguma coisa não dá certo.
Ele não quer ver esta ruga que aparece em meu rosto,
refletido no espelho, sinal de toda a preocupação que ocupa minha mente.
Ele sabe que se hoje as coisas não me parecem bem,
amanhã, à luz de um novo dia, elas me parecerão menos graves,
do que o impacto que me causaram.
Ele sabe, que não obstante, à pequenez de minha fé,
sinto que posso contar com a Sua proteção.
Sabe que tenho a certeza absoluta de que não colocará em meus ombros
peso maior do que eu possa suportar.
Sabe que entendo que essas experiências desagradáveis
pelas quais passo em minha vida,
servirão apenas para evoluir e fortalecer meu espírito
e enriquecer meus conhecimentos.
E é por tudo isso, que não devo esmorecer,
não devo dar ao meu inimigo, seja ele quem for,
físico, moral ou espiritual, o gosto da vitória sobre mim.
Deus me criou para ser amado, principalmente por mim mesmo!!!
Deus me criou para vencer!!! Sempre!!!

Tu e Tua Casa



Emmanuel

"E eles disseram: Crê no Senhor Jesus-Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa." - (ATOS, 16:31.)

Geralmente, encontramos discípulos novos do Evangelho que se sentem profundamente isolados no centro doméstico, no capítulo da crença religiosa.
Afirmam-se absolutamente sós, sob o ponto de vista da fé. E alguns, despercebidos de exame sério, tocam a salientar o endurecimento ou a indiferença dos corações que os cercam. Esse reporta-se à zombaria de que é vítima, aquele outro acusa familiares ausentes.
Tal incompreensão, todavia, demonstra que os princípios evangélicos lhes enfeitam a zona intelectual, sem lhes penetrarem o âmago do coração.
Por que salientar os defeitos alheios, olvidando, por nossa vez, o bom trabalho de retificação que nos cabe, no plano da bondade oculta?

O conselho apostólico é profundamente expressivo...

No lar onde exista uma só pessoa que creia sinceramente em Jesus e se lhe adapte aos ensinamentos redentores, pavimentando o caminho pelos padrões do Mestre, aí permanecerá a suprema claridade para a elevação.
Não importa que os progenitores sejam descrentes, que os irmãos se demorem endurecidos, nem interessam a ironia, a discussão áspera ou a observação ingrata.
O cristão, onde estiver, encontra-se no domicílio de suas convicções regenerativas, para servir a Jesus, aperfeiçoando iluminando a si mesmo.

Basta uma estaca para sustentar muitos ramos. Uma pedra angular equilibra um edifício inteiro.

Não te esqueças, pois, de que se verdadeiramente aceitas o Cristo e a Ele te afeiçoas, serás conduzido para Deus, tu e tua casa.

(Do livro “Vinha de Luz”, Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Chico Xavier - "Sofrê"


O calendário marcava o mês de março de 1933.

Chico achava-se hospedado na casa do senhor José Álvaro Santos, morador em Lagoa Santa, cidade de Minas Gerais.

O senhor José trouxera Chico consigo, de Pedro Leopoldo, para ajudá-lo a encontrar trabalho em Belo Horizonte, capital mineira.

Mas as dificuldades eram inúmeras. Chico precisava retornar a Pedro Leopoldo e o senhor José, seu amigo e benfeitor, precisava ir ao Rio de Janeiro, cumprir encontro familiar. Chico, muito agradecido ao senhor José, partiu para a cidade de Vespasiano e de lá retornaria a Pedro Leopoldo.

Voltava preocupado porque não conseguira o emprego tão desejado. Enquanto ele aguardava o trem da Central do Brasil, já em Vespasiano, foi procurado por duas pessoas, que já o conheciam.

Um deles, sabedor da vinda de Chico para candidatar-se ao emprego em Belo Horizonte, após cumprimentá-lo alegremente, disse-lhe que o emprego já o esperava na capital mineira. Continuava dizendo que os recursos que Chico teria seriam excelentes e toda sua família seria também beneficiada.

Chico mostrou-se radiante e lembrou-se de quanto seu pai ficaria feliz por ter aumento no orçamento doméstico.

Mas, o portador da boa notícia, ao ver Chico disposto a ir imediatamente para Belo Horizonte e assumir o emprego, comunicou-lhe que havia condições para que a proposta fosse aceita Chico, olhando calmamente para o interlocutor, indagou:

-Qual seria a condição? E a resposta causou grande tristeza para o médium:

-Chico, dizia a pessoa, para você aceitar o emprego, que já é seu, você terá de renunciar ao Espiritismo e dizer a todos que o livro Parnaso de Além-Túmulo, é de sua autoria e não dos Espíritos.

Chico, de imediato, negou-se a essa proposta e explicou como o livro fora escrito pelos Espíritos, tomando suas mãos, da qual ele não participara com nenhum pensamento.

O livro jamais for a escrito por ele e sim pelos poetas que nele deixaram seus pensamentos. Ele, Chico, nunca seria capaz de escrever nem uma simples trova. Diante disso, o amigo lhe perguntou:

-Chico, você conhece um pássaro chamado "sofrê"?

-Não, respondeu-lhe. E, logo em seguida, o outro responde:

-O"sofrê" é um pássaro que imita os outros pássaros. Assim é com você. Sua vocação é como a desse pássaro. Você tenta imitar os poetas. Não acredito em Espíritos, Chico. Isso não existe. Os poemas são seus e não como você julga serem psicografados.

E rindo, como que zombando por ver Chico continuar afirmando que eram dos Espíritos os poemas, os "amigos" se afastaram, dizendo-lhe que, então, voltasse a Pedro Leopoldo.

Chico, muito triste, ouviu Emmanuel dizer-lhe:

- Volte, Chico, para Pedro Leopoldo e continuemos no trabalho do Senhor. Você não é um "sofrê", mas precisa sofrer para aprender.

Érica.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O Amparo Espiritual



O dia amanhecera de sol quente. Lucas revirou na cama, acordando com o chamado de sua mãe:

- Filho querido, acorde! A mamãe e o papai precisam ir trabalhar. Venha tomar logo o seu café da manhã!

Lucas espreguiça que espreguiça, levantou e correu até a cozinha para comer a humilde refeição que a mãe preparara: um pão com manteiga, já um pouco endurecido, e um pequeno copo de café.

Como de costume, seus pais saíram para trabalhar no canavial e ele ficara em casa para cuidar do irmãozinho mais novo, que ainda não sabia andar. Lucas queria muito estudar, mas a escola era longe demais e seus pais não tinham como levá-lo.

Além de tudo, ele precisava cuidar do irmão. Muito esforçado, aprendia a ler com os jornais velhos que o pai trazia para casa, pois sabia o valor do conhecimento.

Depois de alimentar o irmão com mingau de fubá, percebera que o tempo estava se fechando: o céu estava escurecendo e certamente iria cair uma tromba d'água. Lucas teve apenas tempo de fechar as janelas e logo a chuva torrencial começou a cair.

A chuva era intensa, os relâmpagos iluminavam o céu e os trovões assustavam o irmãozinho, que chorava no colo de Lucas, com medo.

Da janela da casa, Lucas via que o riacho que passava em frente à casa estava enchendo rapidamente. As águas do rio já arrastavam troncos de árvores e muito entulho.

- Uma enchente! ..resmungou o garoto, já com algum medo.

Os dois irmãos subiram na pequenina e frágil mesa da cozinha, enquanto a água ia entrando com violência dentro do casebre.

Quanto mais a água subia, mais a mesinha tremia pela correnteza que se formou.

A correnteza ficou cada vez mais forte e Lucas colocou o irmão num cesto e foi a conta para ambos serem arrastados pela correnteza que derrubou o casebre.

E lá se foram os dois, redemoinhando nas ondas fortes.

Lucas, em meio à correnteza, conseguiu agarrar-se com uma mão a um tronco de árvore que havia sido arrancado pela chuva e com a outra segurava o cesto, até que uma forte onda jogou os dois numa pequena ilha de lama, formada no meio da correnteza.

O nenê chorava muito, aterrorizado!

- Fique quieto! - ordenava Lucas.

Lá, os dois irmãos ficaram por muito tempo. Não sabendo, ao certo, como sair daquela ilha, Lucas choramingava sem saber o que fazer.

Em pensamento ele perguntou a sua mãe:

- O que faço, minha mãe?

E a mãe, naquela hora, parecia responder:

- Se você nada puder fazer, peça ajuda a Jesus. Lucas caiu de joelhos na lama e rogou o amparo de Jesus.

Ao abrir os olhos, começou a perceber que um Espírito aproximava-se dele.

- Acalme-se meu filho, não se preocupe, pois seus pais acharão vocês dois, logo que as águas abaixarem...

- Mas quem é a senhora? - perguntou Lucas.

- Sou Anália Franco, e vim em nome de Jesus, que ouviu suas preces e permitiu que eu me aproximasse e chegasse até aqui para acalmá-los. Confie em Jesus e não tenha medo. Seus pais irão chegar aqui para salvar vocês dois!

- Mas como eles saberão que estamos aqui?

- Outros espíritos irão transmitir inspiração a seus pais e eles irão descobrir essa ilha.

- Assim... sim! Estou com sono Dona Anália e muito cansado. Queria estar com minha mãe!

Anália sorriu e abençoou os dois garotos que, agora, dormiam mais tranquilos, sob a sua proteção.

***

No outro dia, o Sol voltara a iluminar. Lucas acordou com os raios de luz a lhe aquecerem a pele, salpicada de lama.

Após olhar o cesto rapidamente, procurou por Anália: - Onde está você, Anália?

De repente, ele ouve um chamado forte:

- Lucas, estamos indo...

Eram seus pais que, dentro de um barquinho, remavam para chegar até a pequena ilha de lama.

- Graças a Deus, vocês estão bem! - dizia a mãe de Lucas.

- E como vocês vieram até aqui? - perguntou o pai.

Lucas explicou que uma onda os jogou naquela ilha e que o espírito de Anália Franco os socorrera. A mãe, a essa altura, esclareceu:

- Anália Franco! Aquela bendita senhora espírita que amparava as crianças! Graças a Deus, os bons Espíritos olham por nós!

Anália Franco, da Espiritualidade, abençoava aquela pobre e sofrida família, envolvendo todos eles em luz.

Juca, de repente, sentiu de novo a mão amiga de Anália a acariciar-lhe os cabelos.

Voltavam todos para reconstruir a casinha arruinada pela enchente.

Iago.

Bibliografia: Adaptação do livro infantil "Amparo Espiritual "-" Roque Jacintho", Editora Luz no Lar, 3ª ed.,1996.

**Fonte:-Texto retirado da "REVISTA SEAREIRO". [OUTUBRO de 2009]

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Kardec e o Conselho de Erasto


Quando as informações de um determinado setor de uma empresa chegam às mãos do administrador, imperioso que estejam corretas, claras, objetivas, completas, para que a partir delas o administrador possa traçar diretrizes, estabelecendo um planejamento estratégico. Se as informações contiverem 90% de acertos e somente 10% de erros, estes 10%, embora sejam minoria esmagadora, poderão anular completamente os dados corretos, porque servirão também de parâmetro para a tomada de decisão, e decisões equivocadas fatalmente ocasionam prejuízos e não alcançam objetivos.

Há algumas décadas, em O Livro dos Médiuns, Cap. XX, “Da influência moral do médium”, item 230, o Espírito Erasto aconselhou: “Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea. Efetivamente, sobre essa teoria poderíeis edificar um sistema completo, que desmoronaria ao primeiro sopro da verdade, como um monumento edificado sobre areia movediça, ao passo que, se rejeitardes hoje algumas verdades, porque não vos são demonstradas clara e logicamente, mais tarde um fato brutal, ou uma demonstração irrefutável virá afirmar-vos a sua autenticidade”.

Erasto tem razão, e seu pensamento, embora muitos não saibam, foi trazido ao cotidiano das empresas. É melhor não ter informações do que tê-las imprecisamente, esses pequenos equívocos podem ocasionar grandes estragos, tanto nas empresas, quanto na vida.

Imaginemos se na codificação da Doutrina Espírita, Kardec tivesse aceitado sem o rigor científico e o bom senso que lhe era característico todas as informações provindas da espiritualidade? Certamente o espiritismo teria se perdido em um oceano de informações distorcidas, gerando dúvidas, desavenças e equívocos de interpretação por parte dos profitentes da doutrina que se iniciava. O alicerce necessitava ser construído sobre base sólida, sedimentada pela verdade, para não ruir diante das dificuldades naturais advindas do estágio evolutivo em que se encontrava a humanidade.

Por isso, trouxemos aqui algumas reflexões que julgamos importantes, para que a comunicação do espírita com o universo fora do centro espírita seja eficaz, ofertando uma informação com qualidade, a fim de que aqueles que não são espíritas possam compreender com exatidão os postulados de renovação interior que propõe a doutrina codificada por Kardec.

Por isso, importante:
Transmitir uma informação espírita com qualidade.
E informação espírita com qualidade tem dois vértices:
1º Solidez de conhecimentos doutrinários.
2º Simplicidade ao transmitir esses conhecimentos.

Abordaremos a seguir o primeiro vértice que é: Solidez de conhecimentos doutrinários.

Em geral, nós brasileiros somos pouco afeitos à leitura, ao estudo, à pesquisa, passamos muito tempo em frente à televisão e distante dos livros, e o espírita não foge à essa regra. (obviamente que há exceções).

Para o conhecimento espírita chegar com qualidade a nosso interlocutor, se faz mister que esteja fincado dentro das obras básicas que compõem a Doutrina Espírita, os cinco livros da codificação Kardequiana mais os volumes da Revista Espírita contém toda a estrutura doutrinária. As obras de André Luiz psicografadas por Chico Xavier também abrem-nos os horizontes em relação à vida espiritual. Existem muitos outros bons livros, todavia, relevante que o espírita se habitue a consultar as obras kardequianas para tirar dúvidas, estudar ou mesmo confirmar informações. Há que se atentar para o sábio conselho do Espírito de Verdade: “Espíritas amai-vos, espíritas instrui-vos”.

Contudo, não basta apenas ler, imperioso ir além, estudar, pesquisar, buscar incessantemente o conhecimento doutrinário através do intercâmbio com o movimento espírita tornarão o espírita apto a passar uma informação com qualidade a quem procura saber mais sobre a doutrina espírita; isso é muito importante para que as pessoas tenham uma idéia real do que é o espiritismo, sem confundir a doutrina codificada por Kardec com outras religiões ou filosofias de vida.

Muitas criaturas têm uma imagem distorcida do que é o espiritismo porque falta a informação espírita transmitida com qualidade. Muitos procuram o Centro Espírita ávidos por milagres, realizações, contato com o além, iludem-se quanto as reais finalidades do espiritismo... Se aquele que recepciona esse recém chegado as fileiras espíritas o fizer de forma distorcida, misturando conceitos, embaralhando teorias e transmitindo a mensagem espírita sem fidelidade, fatalmente a confusão de idéias estará armada, quem recebeu as informações irá assimilá-la de forma equivocada e quem sabe até transmiti-la de maneira errônea. Daí o conselho de Erasto para guardar prudência diante de teorias e supostas revelações.

Importante se conscientizar que:

A Doutrina Espírita oferece muito mais que isso, é ela sagrado roteiro de vida, proporciona consolo aos corações cansados pelos embates existenciais, disponibiliza caminhos para que possamos nos libertar de inúmeras amarras físicas e psíquicas, explica de onde viemos, o que fazemos aqui, para onde vamos. O espírita precisa se preparar, estudar as obras básicas, enfim, se espiritizar, para que transmita informações espíritas com qualidade.

O segundo vértice: Simplicidade ao transmitir esses conhecimentos.

A informação com qualidade pode ser transmitida de forma simples, cristalina, objetiva. De nada adianta utilizar termos técnicos que só espíritas calejados compreenderão para quem está chegando a doutrina neste momento. A abordagem referente a comunicação com o “além”, que motiva muita gente a procurar o espiritismo, deve ser feita com naturalidade e simplicidade, sem sensacionalismos que poderão iludir os recém chegados.

Mostrar que o Espiritismo veio para dialogar com o cotidiano, que suas lições são para aplicação constante deve ser um dos objetivos daqueles (as) que se propõem a divulgá-lo. Daí a necessidade da simplicidade e naturalidade ao se transmitir a mensagem espírita, ela deve ser de fácil compreensão, deve estar aberta tanto à inteligências mais robustas como as mais singelas. Nesse mister destacam-se vários autores da literatura espírita, como o bauruense Richard Simonetti, por exemplo, que traz em suas obras uma linguagem de fácil assimilação, Richard estende o tapete vermelho àqueles (as) que estão chegando ao espiritismo, trocando em miúdos as lições kardequianas e mais importante, atuando com extrema fidelidade doutrinária.

Se nós espíritas estabelecermos como meta transmitir uma informação espírita com qualidade, precavendo-se contra as distorções das idéias kardequianas, estudando, pesquisando, debatendo, certamente estaremos colaborando para que o espiritismo abra a consciência humana quanto aos imperativos da auto educação do homem, que é sem interrogações seu maior objetivo.

Condução dos Nossos Pensamentos


A Mente é um macaco louco pulando de galho em galho". O que equivale dizer que nossos pensamentos estão desordenados, muitas vezes em convulsão, quando conversamos fazemos "colcha de retalhos".

Você concordaria com a afirmação de que normalmente não conseguimos centrar a nossa conversação em um só assunto. Quero dizer interrompemos o nosso raciocínio e enveredamos por outro assunto ou suspendemos a nossa exposição para darmos atenção a algo que está fora do tema presente.

Quanta energia dissipada tentando se atentar para tudo e não atendendo a nada! Isto se deve a forma de conduzir nossos pensamentos. Nós não aprendemos a parar de pensar no sentido meditativo.

A massificação nos bombardeia com idéias e estímulos que dominam as nossas características competitivas e nós não queremos perder, pois que senão seremos ultrapassados e a "vida é curta" "é uma só", sob o ponto de vista materialista ou de algumas ideologias.

Diz-se em auto-reprogramação-humana (ARH), que esta é uma característica do pensamento-horizontal. O Pensamento-Horizontal desvia o nosso foco do que acontece em nós e no meio ambiente que nos rodeia, divide o tempo e também nos divide: ou/ora vivemos no passado; ou/ora no presente; ou/ora no futuro.

Viver no passado "no meu tempo" é uma característica da Mente-velha, retrograda, limitada, sem aspiração, fator de depressão. As pessoas idosas têm fortíssima tendência a viver no passado.

Os que pensam mais na atualidade, em geral os de meia idade e também boa parte dos jovens, impõem-se a impulsividade, pelo querer aproveitar tudo ao máximo da vida, o que os tornam intempestivos ou ansiosos e quando não conseguem caem no oposto, tédio (fossa) e passividade. Acontece um evento musical, um festival de cinema, e querem ver tudo ao mesmo tempo, faltam aulas e serviço ou deixam tudo pela metade e se não conseguem, sentem-se frustrados.

Já os que pensam mais no futuro em geral a juventude, ficam sujeitos a ansiedade e a fantasia. O medo do que vai ainda acontecer pode tornar-se mórbido e causar alienação. A competição pode gerar distúrbios emocionais que afetam sensivelmente a personalidade em formação, criando gerações neuróticas e paranóicas como já é o caso da juventude de alguns paises ditos de primeiro mundo. Hoje a depressão jovem já é fato.

Na linha do Pensamento-Vertical temos a atenção voltada ao máximo para a percepção da realidade interna e externa do que estamos vivenciando no momento. É o que Dr. Nilson Ruiz Sanches chama em seu livro ARH-Auto-Reprogramação Humana, de "presentificação" do pensamento, não quer dizer absolutamente fato momentoso e sim, agora, momento, da meditação. O Pensamento-Vertical, o Momento, o Agora, aciona o Pensamento Racional e o Pensamento Intuitivo e aditaria o Pensamento Inspirado.

O Pensamento-Vertical nos coloca da melhor maneira dentro do contexto. Desenvolve o "músculo da atenção" favorecendo a concentração e a percepção da realidade interna, do momento envolto, da família, do grupo social, do mundo.

Auto analisando-se e 'presentificando-se'; realizando visualizações e abrindo a mente para o mundo espiritual (novos paradigmas para muitos), o ser humano se coloca inteiramente dentro do contexto em nível de Consciência Superior, queremos dizer Racional e Intuitivo Superiores.

Temos uma forma racional de pensar em nível de consciência inferior, o estado de sono e o superior em que o ser, centrado em si, faz o "nível de consciência de si".

Consciência de si é aquele nível no qual o ser humano deixou de ser apenas máquina, pois que conseguiu o "total controle da máquina".

O Estado de Coma



A palavra "coma" advém do termo grego koma, que significa "estado de dormir", mas estar em coma não é o mesmo que estar dormindo. Alguns pacientes em estado comatoso podem sair do problema depois de algum tempo. Porém, há uma grande diferença entre estar em coma e estar em estado vegetativo. Este último é um tipo de coma em que o paciente, quando desperto ou quando dorme, não reage aos estímulos. Há vários conceitos e muitas incertezas sobre esses estados de inconsciência. Sabe-se, porém, que as taxas de sobrevivência ao coma são de, até, 50%, e pouco menos de 10% saem do coma e conseguem uma recuperação completa.

Os pesquisadores acreditam que a consciência depende da constante transmissão de sinais químicos do tronco cerebral e tálamo para o cérebro. Essas áreas estão conectadas por caminhos neurais chamados Substância Reticular Ativada. Qualquer interrupção nessas mensagens pode colocar a pessoa em um estado alterado de consciência.

Em dezembro de 1999, uma enfermeira estava arrumando os lençóis da cama quando a paciente White Bull, repentinamente, sentou-se e exclamou: "Não faça isso!", fato, esse, que foi uma grande surpresa para a família. Bull ficou em coma por 16 anos e os médicos haviam dito aos familiares que ela jamais voltaria ao estado de consciência. Outra ocorrência surpreendente aconteceu, há cinco anos, com o bombeiro Donald Herbert. Ele teve queimaduras graves, em 1995, quando o teto de um prédio em chamas desabou sobre seu corpo. Herbert ficou em coma por 10 anos e, quando os médicos lhe prescreveram drogas, normalmente usadas para tratar mal de Parkinson, depressão e problemas de déficit de atenção, Donald acordou e falou com sua família por 14 horas sem parar.

Em um noticiário recente, temos informação sobre o caso Rom Houben, que foi vítima de um acidente de carro, em 1983, aos 20 anos, e diagnosticado o estado vegetativo do paciente. Um especialista, porém, usando um tomógrafo, que não estava disponível nos anos 80, afirma ter descoberto que Rom sofria de um tipo de enclausuramento psíquico ou "síndrome de prisão", em que a pessoa não consegue falar ou se mover, todavia pode pensar. O médico, então, disponibilizou um equipamento e o paciente começou a se comunicar, ajudado por uma terapeuta. (1) Com o dedo esticado, Rom digita, com surpreendente rapidez, em um computador de tela sensível ao toque, relatando sobre como se sentia "sozinho, solitário e frustrado", nos 23 anos em que ficou preso a um corpo paralisado. Para os descrentes, as respostas de Houben parecem artificiais para alguém com danos tão profundos e que passou décadas sem se comunicar. Porém, a equipe médica, que cuida de Houben, atesta que realizou testes especiais para comprovar que a comunicação do paciente, de fato, está ocorrendo.

O corpo físico de uma pessoa em coma não é capaz de perceber os estímulos internos e externos e de reagir, fisicamente, a esses estímulos apreendidos. Mas, espiritualmente, o indivíduo é capaz de perceber o que acontece em seu redor. Em verdade, quando o corpo entra em um estado neurofisiológico alterado ("estados alterados de consciência"), como o sono físico, o sonambulismo, o êxtase, o coma, etc., o perispírito tem possibilidade de expandir-se, e o Espírito se liberta, parcialmente, do corpo em repouso, embora ainda ligado, a esse, por um "laço" fluídico, sem o qual desencarnaria.

A Doutrina Espírita explica que o homem é constituído de três partes: o corpo físico, que possui automatismos biológicos dirigidos pela mente; o Espírito, centro da inteligência, indestrutível, que sobrevive à morte do corpo, libertando-se e retornando à vida espiritual, para voltar à vida material em uma nova reencarnação; e, finalmente, o perispírito, laço de união entre o Espírito e a matéria, corpo fluídico semi-material (energético) que "reveste" o Espírito e permite a ligação, deste, com o corpo.

Na Codificação, não encontramos farta referência sobre o coma, propriamente dito. Contudo, podemos compreender o que se passa com o Espírito no estado comatoso, refletindo as lições dos Benfeitores Espirituais, consoante explica O Livro dos Espíritos sobre "estado de letargia e morte aparente." (2) Para Kardec, "a letargia e a catalepsia têm o mesmo princípio, que é a perda momentânea da sensibilidade e do movimento (...)". Portanto, se no sono e na letargia a alma não fica presa ao corpo, a fortiori não ficará presa no coma, até porque "(...) o Espírito jamais fica inativo" (3)

No entanto, há pacientes, em estado de coma, que muitas vezes ficam presentes no local onde seus corpos ficam paralisados, presenciando o que ocorre ao seu redor ou em qualquer lugar, à semelhança do que confirma o caso Rom Houben. Se familiares, amigos ou médicos conversarem com o paciente, podem ter a certeza de que ele terá condições de ouvir e ver, sem, contudo, ter a capacidade de dar a resposta "física". Pode, até, surgir, normalmente, em sonhos, pois quem está aprisionado na cama é o corpo e não o Espírito. Portanto, o Espírito não fica preso o tempo todo ao corpo doente, pois, neste, só funciona a vida vegetativa e, nesse estado, o corpo só precisa do Espírito para mantê-lo vivo; o Espírito, somente "preso ao corpo" ficaria inativo, sem condições instrumentais para evoluir. Por isso, sabemos que, no coma, o Espírito poderá estar em outras dimensões, sem estar adstrito ao corpo, em situação semelhante ao de uma pessoa dormindo.

A miopia médica, para as questões espirituais, tem atrasado os avanços necessários para o tratamento integral do ser humano. A causa para alguém passar muito tempo em estado de coma, embora com profunda consciência na intimidade do ser, e compreendendo a Lei Divina como perfeita, é certo que essa experiência deva servir de resgate de débitos morais contraídos em outras vidas, ante a justiça do princípio da reencarnação.

Jorge Hessen