O que é o Culto do Evangelho no Lar? Culto no Lar é a reunião íntima e informal que todos nós devemos realizar em nossas casas com os nossos familiares em benefício da harmonização do lar
Como devemos realizá-lo?
Primeiro, escolhemos um dia da semana e hora certa para fazê-lo. Reunimos os nossos familiares. Lemos uma página de ambientação, (nós, particularmente, gostamos muito do livro “Jesus no Lar”). Em seguida, fazemos uma prece. Em seguida, lemos um trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.
Após a leitura, iniciamos uma conversa fraterna sobre as páginas lidas. E, depois, uma prece de encerramento. Podemos colocar, também, água a ser fluidificada, para depois bebermos.
Isso não é uma regra, porque ela pode ser adequada as necessidades de cada família. Por exemplo, quem tem crianças, para que elas possam, também, participar, é interessante fazermos leituras de textos adequados à faixa etária das crianças. Outros gostam de fazer leitura de O Livro dos Espíritos. Outros, das obras de André Luiz. Mas sempre se deve fazer a leitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo, porque a finalidade precípua é fazer o Culto do Evangelho no Lar.
Para que fazemos isso?
Todos nós sabemos que temos amigos espirituais e aqueles que não são muito amigos. E mesmo às vezes em nossas famílias, nem todos os espíritos, ali reunidos, são espíritos afins. Muitas das vezes, nos reunimos em família para aprendermos a amar e perdoar. E o Culto do Evangelho no Lar funciona como um elemento catalisador, harmonizador, evangelizador para todos os que ali estão.
Quais são os benefícios?
O entendimento, a aproximação, a pacificação e a harmonização.
O Culto do Evangelho no Lar tem as maiores variações possíveis. Ele não só serve para o nosso lar, como também serve como um foco de luz para a nossa vizinhança, e até mesmo para a nossa rua e a nossa localidade, onde moramos. Muitos poderão dizer: Mas, a única pessoa espírita em minha casa sou eu! Outros poderão dizer: Eu moro sozinho. Outros poderão dizer: Eu não tenho condição espirituais para dirigir um culto. E eu só posso dizer o seguinte: Sejam quais forem as dificuldades, tentem, comecem, façam.
Vou citar uma experiência de uma companheira, que é muito interessante e nos foi passado no atendimento fraterno: jovem, espírita, acostumada a fazer o Culto do Evangelho no Lar, casou-se com um rapaz que tinha o vício do alcoolismo e tentou implantar no seu novo lar, o culto. O seu esposo, embora pessoa boa, todas as vezes que se alcoolizava transformava-se em um homem extremamente violento. E a jovem procurava fazer o seu culto em dias que ela achava que ele não iria beber. Mas parecia que um “mosquitinho” cochichava no ouvido dele, e por mais que ela mudasse os dias de semana para a realização do seu culto, era justamente naquele dia que ele bebia. E chegava em casa no horário certo do culto. Fazia uma arruaça, rasgava o Evangelho, dizia que não queria aquelas práticas dentro de sua casa. E a jovem, por ser muito convicta da utilidade do Culto no Lar, teve uma feliz idéia: passou a fazer o seu culto dentro do box do banheiro, utilizando já o seu Evangelho todo desfolhado... Passaram-se anos. O nosso amigo ficou muito doente e, com a perseverança da nossa jovem, ele passou a sentar-se à mesa para fazer o culto junto com a sua família. Alguns anos depois, o seu esposo desencarna e numa comunicação que ele dá, agradece a Deus o bem que fez ao seu espírito aquelas reuniões de culto no lar que ele participou.
Por isso, meus queridos, não deixem de fazer o Culto do Evangelho no seu lar, ou, ao menos, o hábito da leitura do evangelho. Temos companheiros que, devido a dificuldade de horários da família, (trabalho, estudo etc), fazem uma leitura do Evangelho diariamente, na hora do café, ou do jantar ou do almoço. O importante é a presença da leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo em nossos lares.
Este Blog destina-se a pessoas interessadas no estudo e na prática da verdade do evangelho de Jesus, sem alienação e temor.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
sábado, 4 de dezembro de 2010
Inspiração, Intuição e Telepatia
Edvaldo Kulcheski
Como ocorrem estes fenômenos? Sua existência demonstra que a pessoa é médium?
No momento em que exerce sua faculdade, o médium pode permanecer no estado normal ou ficar num estado mais ou menos acentuado de crise (transe mediúnico).
Conforme o tipo de faculdade que possui, permanece com as percepções normais ou seu estado de percepção pode se tornar muito mais sensível. Quando no estado normal, é inspirativo ou intuitivo. Quando no estado de crise adquire a forma de sonambulismo ou de êxtase.
Na inspiração e na intuição recebem o pensamento do espírito e posteriormente, com seu modo característico, transmitem a mensagem.
O sonambulismo natural é o estado de independência do espírito em que as suas faculdades adquirem maior amplitude. A alma tem percepções que no estado normal se acham embotadas.
O estado de êxtase é um sonambulismo mais apurado. A alma do estático ainda é mais independente.
Nos estados de sonambulismo e de êxtase, a própria alma do médium pode comunicar-se, constituindo isto o fenômeno chamado animismo.
Na inspiração, a intervenção espiritual é bem menos perceptível, mais discreta; é um modo de o homem receber ajuda aparente do plano superior. São apenas idéias ou sugestões mentais desprovidas de sentimentos.·
A intuição é semelhante a inspiração, porém, a intervenção espiritual é bem mais acentuada; o espírito comunicante transmite suas idéias ou sugestões mentais carregadas de sentimentos ao encarnado que, entendendo-as, interpreta-as e as enuncia com suas próprias palavras.
Tanto na inspiração como na intuição o que ocorre é a transmissão do pensamento, portanto, se efetuam o processo de comunicação telepática.
·
Telepatia e mediunidade
Na telepatia processada exclusivamente entre os encarnados, uma vontade ativa transmite os seus pensamentos e outra vontade deliberadamente passiva recebe os pensamentos emitidos, o que constitui num processo de transmissão mental diretamente de encarnado para encarnado. Mas no caso da inspiração e da intuição telepática, além de o médium deixar-se “inspirar” por outro espírito desencarnado, ele também assenhoreia-se dos seus problemas venturosos ou aflitivos, assim como, às vezes, recepciona mensagem espiritual educativa que ultrapassa o seu entendimento ou concepção comum que tem a vida.
Na telepatia entre encarnados, um cérebro ativo envia ondas concêntricas que são captadas por outro cérebro receptor passivo, por que ambos sintonizam-se na mesma faixa vibratória de transmissão mental.
Na inspiração e, principalmente, na intuição, efetua-se o “ajuste perispiritual” entre o perispírito do médium e o desencarnado, em que o primeiro recebe diretamente a mensagem que deve transferir para o mundo material.
No caso de pura telepatia entre encarnados, o fenômeno é subordinado exclusivamente aos acontecimentos do mundo físico, enquanto que, no intercâmbio telepático inspirativo e intuitivo com os espíritos desencarnados, os médiuns captam notícias inéditas do Além, fazem previsões acertadas e muitas vezes expõem assuntos que, além de transcender aos seus próprios conhecimentos, ainda ultrapassam a concepção habitual dos frequentadores das sessões espíritas.
Na inspiração, o médium não se afasta do corpo, precisa apenas sintonizar-se mentalmente com o espírito para receber telepaticamente a influência e transmití-la, sem se afastar do corpo. É totalmente consciente, ocorrendo a assimilação de correntes mentais que o espírito envia ao encarnado, ou seja, são apenas idéias ou sugestões mentais desprovidas de sentimentos.
É simplesmente uma influência telepática com plena consciência do médium, nada provando a origem mediúnica, mas reconhece-se que é uma influência estranha quando o assunto tratado está fora das cogitações do médium ou mesmo contrária a seus pontos de vista.
Na intuição o médium também não se afasta do corpo, mas tem de sintonizar-se mentalmente a harmonizar-se vibratoriamente com o espírito para receber telepaticamente a influência estranha e posteriormente transmití-la.
Duas pessoas sintonizadas mentalmente estarão, evidentemente, com as mentes perfeitamente entrosadas e havendo entre elas harmonia vibratória, se estabelecerá entre elas uma ponte magnética vinculando-as, imantando-as profundamente.
Os pensamentos e as sensações diferentes que o médium sente, deve-se ao jato de força mental e força vibratória que o espírito lança sobre o sistema nervoso do encarnado, ou seja, as idéias ou sujestões mentais vem carregadas de sentimentos, sensações etc.
O médium recebe as idéias, interpreta-as e dá-lhes forma com suas próprias palavras.
Não raro o comunicante imprime maior vigor à ação telepática pondo a mão no cérebro material, caracterizando aí a chamada mediunidade intuitiva.
As incorporações caracterizam-se pelo fato de o espírito do médium afastar-se do corpo (ao qual fica unido por um cordão fluídico) e entrar num estado de sonolência ou transe.
·
Livro Nos domínios da mediunidade
A seguir, alguns trechos do livro de André Luiz, psicografado por Chico Xavier.·
“Os veículos físicos aparecem quais se fossem correntes eletromagnéticas em elevada tensão.
O sistema nervoso, os núcleos glandulares e os plexos emitem luminescência particular. E justapondo-se ao cérebro, a mente surge como esfera de luz característica, oferecendo em cada companheiro determinado potencial de radiação.
·
Corpo físico – manifestação transitória da alma
Em qualquer estudo mediúnico, não podemos esquecer que a individualidade espiritual, na carne, mora na cidadela atômica do corpo, formado por recursos tomados de empréstimo ao ambiente do mundo. Sangue, encéfalo, nervos, ossos, pele e músculos representam materiais que se aglutinam entre si para a manifestação transitória da alma, na Terra, constituindo-lhe vestimenta temporária, segundo as condições em que a mente se acha.·
Amortecimento vibratório do instrutor espiritual
O instrutor espiritual pousou a destra na fonte do médium que comandava a assembléia, tornando-se mais humanizado, obscuro (com menos luz). Graduou o pensamento e a expressão, de acordo com a capacidade do médium e do ambiente que o cerca, ajustando-se-lhes às possibilidades.
O benfeitor espiritual tornou-se mais pesado porque amorteceu o elevado tom vibratório em que se respira habitualmente, descendo à posição do médium, tanto quanto lhe é possível, para benefício do trabalho que se inicia.
Os espíritos cujas vibrações se processam aceleradamente, devido à sua evolução, graduam o pensamento e densificam o perispírito quando desejam transmitir as comunicações, inspirar dirigentes mediúnicos ou expositores.·
Para reduzir seu padrão vibratório, os espírito superiores impregnam-se de matéria sutil colhida no próprio ambiente; para elevar o tom vibratório do médium, eles encontrarão na concentração ou transe daquele, os meios de ativar-lhes as vibrações.·
·
O mentor espiritual age no cérebro do médium·
A cabeça venerável do instrutor espiritual passou a emitir raios fulgurantes, ao mesmo tempo que o cérebro do médium, sob os dedos do benfeitor, se sublimava de luminosidade intensa, embora diversa.
O mentor desencarnado levantou a voz comovente, suplicando a Bênção Divina.
O médium transmitiu igualmente em alta voz, imprimindo diminutas variações.
Fios de luz brilhante ligavam os componentes da mesa, dando-lhes a perceber que a prece os reunia mais fortemente entre si.”
·
Mecanismo da ação espiritual sobre o médium
Terminada a oração, acerquei-me do médium. Desejava investigar mais a fundo as suas impressões físicas e observei-lhe, então, todo o busto, inclusive os braços e mãos, sob vigorosa onda de força, arrepiar-lhe a pele, num fenômeno de doce excitação, como que “agradável calafrio”. Essa onda de força descansava sobre o plexo solar, onde se transformava em luminoso estímulo, que se estendia pelos nervos até o cérebro, do qual se derramava pela boca, em formas de palavras.
O jato de forças mentais do instrutor espiritual atuou sobre a organização psíquica do médium, apoiando-se no plexo solar, elevou-se ao sistema neuro-cerebrino.
Como energia elétrica da usina emissora que, atingindo a lâmpada, se espalha no filamento incandescente, produzindo o fenômeno da luz.
·
Fenômeno de assimilação mental
Vimos aqui o fenômeno da perfeita assimilação de correntes mentais que preside habitualmente a quase todos os fatos mediúnicos.
Essas impressões apóiam-se nos centros dos corpos espiritual, que funcionam à maneira de condensadores, atingem, de imediato, os cabos do sistema nervoso, a desempenharem o papel de preciosas bobinas de indução, acumulando-se aí num átimo e reconstituindo-se, automaticamente, no cérebro.
Semelhante a milagroso teclado de eletroimãs, ligados uns aos outros e em cujos fulcros dinâmicos se processam as ações e as reações mentais, que determinam vibrações criativas, através do pensamento ou da palavra, considerando-se o encéfalo como poderosa estação emissora e receptora e a boca por valioso auto-falante.
Tais estímulos se apressam ainda o mecanismo das mãos e dos pés ou pelas impressões dos sentidos e dos condutores, transformadores e analistas, sob o comando direto da mente.
A mediunidade é um dom inerente a todos os seres, (cada um a manifestando em determinado grau), como a faculdade de respirar, e cada criatura assimila as forças superiores ou inferiores com as quais sintoniza. Por isso mesmo, o Divino Mestre recomendou-nos oração e vigilância para não cairmos nas sugestões do mal, porque a tentação é o fio de forças vivas a irradiar-se de nós, captando os elementos que lhe são semelhantes e tecendo, assim ao redor de nossa alma, espessa rede de impulsos, por vezes irresistíveis.
Sintonia vibratória
Sintonia significa, em definição mais ampla, entendimento, harmonia compreensão, ressonância ou equivalência. Sintonia é, portanto, um fenômeno de harmonia psíquica, funcionando, naturalmente à base de vibrações. Duas pessoas sintonizadas estarão, evidentemente, com as mentes perfeitamentes entrosadas, havendo entre elas, uma ponte magnética a vinculá-las, imantando-as profundamente. Estarão respirando na mesma faixa, intimamente associadas”.
Como ocorrem estes fenômenos? Sua existência demonstra que a pessoa é médium?
No momento em que exerce sua faculdade, o médium pode permanecer no estado normal ou ficar num estado mais ou menos acentuado de crise (transe mediúnico).
Conforme o tipo de faculdade que possui, permanece com as percepções normais ou seu estado de percepção pode se tornar muito mais sensível. Quando no estado normal, é inspirativo ou intuitivo. Quando no estado de crise adquire a forma de sonambulismo ou de êxtase.
Na inspiração e na intuição recebem o pensamento do espírito e posteriormente, com seu modo característico, transmitem a mensagem.
O sonambulismo natural é o estado de independência do espírito em que as suas faculdades adquirem maior amplitude. A alma tem percepções que no estado normal se acham embotadas.
O estado de êxtase é um sonambulismo mais apurado. A alma do estático ainda é mais independente.
Nos estados de sonambulismo e de êxtase, a própria alma do médium pode comunicar-se, constituindo isto o fenômeno chamado animismo.
Na inspiração, a intervenção espiritual é bem menos perceptível, mais discreta; é um modo de o homem receber ajuda aparente do plano superior. São apenas idéias ou sugestões mentais desprovidas de sentimentos.·
A intuição é semelhante a inspiração, porém, a intervenção espiritual é bem mais acentuada; o espírito comunicante transmite suas idéias ou sugestões mentais carregadas de sentimentos ao encarnado que, entendendo-as, interpreta-as e as enuncia com suas próprias palavras.
Tanto na inspiração como na intuição o que ocorre é a transmissão do pensamento, portanto, se efetuam o processo de comunicação telepática.
·
Telepatia e mediunidade
Na telepatia processada exclusivamente entre os encarnados, uma vontade ativa transmite os seus pensamentos e outra vontade deliberadamente passiva recebe os pensamentos emitidos, o que constitui num processo de transmissão mental diretamente de encarnado para encarnado. Mas no caso da inspiração e da intuição telepática, além de o médium deixar-se “inspirar” por outro espírito desencarnado, ele também assenhoreia-se dos seus problemas venturosos ou aflitivos, assim como, às vezes, recepciona mensagem espiritual educativa que ultrapassa o seu entendimento ou concepção comum que tem a vida.
Na telepatia entre encarnados, um cérebro ativo envia ondas concêntricas que são captadas por outro cérebro receptor passivo, por que ambos sintonizam-se na mesma faixa vibratória de transmissão mental.
Na inspiração e, principalmente, na intuição, efetua-se o “ajuste perispiritual” entre o perispírito do médium e o desencarnado, em que o primeiro recebe diretamente a mensagem que deve transferir para o mundo material.
No caso de pura telepatia entre encarnados, o fenômeno é subordinado exclusivamente aos acontecimentos do mundo físico, enquanto que, no intercâmbio telepático inspirativo e intuitivo com os espíritos desencarnados, os médiuns captam notícias inéditas do Além, fazem previsões acertadas e muitas vezes expõem assuntos que, além de transcender aos seus próprios conhecimentos, ainda ultrapassam a concepção habitual dos frequentadores das sessões espíritas.
Na inspiração, o médium não se afasta do corpo, precisa apenas sintonizar-se mentalmente com o espírito para receber telepaticamente a influência e transmití-la, sem se afastar do corpo. É totalmente consciente, ocorrendo a assimilação de correntes mentais que o espírito envia ao encarnado, ou seja, são apenas idéias ou sugestões mentais desprovidas de sentimentos.
É simplesmente uma influência telepática com plena consciência do médium, nada provando a origem mediúnica, mas reconhece-se que é uma influência estranha quando o assunto tratado está fora das cogitações do médium ou mesmo contrária a seus pontos de vista.
Na intuição o médium também não se afasta do corpo, mas tem de sintonizar-se mentalmente a harmonizar-se vibratoriamente com o espírito para receber telepaticamente a influência estranha e posteriormente transmití-la.
Duas pessoas sintonizadas mentalmente estarão, evidentemente, com as mentes perfeitamente entrosadas e havendo entre elas harmonia vibratória, se estabelecerá entre elas uma ponte magnética vinculando-as, imantando-as profundamente.
Os pensamentos e as sensações diferentes que o médium sente, deve-se ao jato de força mental e força vibratória que o espírito lança sobre o sistema nervoso do encarnado, ou seja, as idéias ou sujestões mentais vem carregadas de sentimentos, sensações etc.
O médium recebe as idéias, interpreta-as e dá-lhes forma com suas próprias palavras.
Não raro o comunicante imprime maior vigor à ação telepática pondo a mão no cérebro material, caracterizando aí a chamada mediunidade intuitiva.
As incorporações caracterizam-se pelo fato de o espírito do médium afastar-se do corpo (ao qual fica unido por um cordão fluídico) e entrar num estado de sonolência ou transe.
·
Livro Nos domínios da mediunidade
A seguir, alguns trechos do livro de André Luiz, psicografado por Chico Xavier.·
“Os veículos físicos aparecem quais se fossem correntes eletromagnéticas em elevada tensão.
O sistema nervoso, os núcleos glandulares e os plexos emitem luminescência particular. E justapondo-se ao cérebro, a mente surge como esfera de luz característica, oferecendo em cada companheiro determinado potencial de radiação.
·
Corpo físico – manifestação transitória da alma
Em qualquer estudo mediúnico, não podemos esquecer que a individualidade espiritual, na carne, mora na cidadela atômica do corpo, formado por recursos tomados de empréstimo ao ambiente do mundo. Sangue, encéfalo, nervos, ossos, pele e músculos representam materiais que se aglutinam entre si para a manifestação transitória da alma, na Terra, constituindo-lhe vestimenta temporária, segundo as condições em que a mente se acha.·
Amortecimento vibratório do instrutor espiritual
O instrutor espiritual pousou a destra na fonte do médium que comandava a assembléia, tornando-se mais humanizado, obscuro (com menos luz). Graduou o pensamento e a expressão, de acordo com a capacidade do médium e do ambiente que o cerca, ajustando-se-lhes às possibilidades.
O benfeitor espiritual tornou-se mais pesado porque amorteceu o elevado tom vibratório em que se respira habitualmente, descendo à posição do médium, tanto quanto lhe é possível, para benefício do trabalho que se inicia.
Os espíritos cujas vibrações se processam aceleradamente, devido à sua evolução, graduam o pensamento e densificam o perispírito quando desejam transmitir as comunicações, inspirar dirigentes mediúnicos ou expositores.·
Para reduzir seu padrão vibratório, os espírito superiores impregnam-se de matéria sutil colhida no próprio ambiente; para elevar o tom vibratório do médium, eles encontrarão na concentração ou transe daquele, os meios de ativar-lhes as vibrações.·
·
O mentor espiritual age no cérebro do médium·
A cabeça venerável do instrutor espiritual passou a emitir raios fulgurantes, ao mesmo tempo que o cérebro do médium, sob os dedos do benfeitor, se sublimava de luminosidade intensa, embora diversa.
O mentor desencarnado levantou a voz comovente, suplicando a Bênção Divina.
O médium transmitiu igualmente em alta voz, imprimindo diminutas variações.
Fios de luz brilhante ligavam os componentes da mesa, dando-lhes a perceber que a prece os reunia mais fortemente entre si.”
·
Mecanismo da ação espiritual sobre o médium
Terminada a oração, acerquei-me do médium. Desejava investigar mais a fundo as suas impressões físicas e observei-lhe, então, todo o busto, inclusive os braços e mãos, sob vigorosa onda de força, arrepiar-lhe a pele, num fenômeno de doce excitação, como que “agradável calafrio”. Essa onda de força descansava sobre o plexo solar, onde se transformava em luminoso estímulo, que se estendia pelos nervos até o cérebro, do qual se derramava pela boca, em formas de palavras.
O jato de forças mentais do instrutor espiritual atuou sobre a organização psíquica do médium, apoiando-se no plexo solar, elevou-se ao sistema neuro-cerebrino.
Como energia elétrica da usina emissora que, atingindo a lâmpada, se espalha no filamento incandescente, produzindo o fenômeno da luz.
·
Fenômeno de assimilação mental
Vimos aqui o fenômeno da perfeita assimilação de correntes mentais que preside habitualmente a quase todos os fatos mediúnicos.
Essas impressões apóiam-se nos centros dos corpos espiritual, que funcionam à maneira de condensadores, atingem, de imediato, os cabos do sistema nervoso, a desempenharem o papel de preciosas bobinas de indução, acumulando-se aí num átimo e reconstituindo-se, automaticamente, no cérebro.
Semelhante a milagroso teclado de eletroimãs, ligados uns aos outros e em cujos fulcros dinâmicos se processam as ações e as reações mentais, que determinam vibrações criativas, através do pensamento ou da palavra, considerando-se o encéfalo como poderosa estação emissora e receptora e a boca por valioso auto-falante.
Tais estímulos se apressam ainda o mecanismo das mãos e dos pés ou pelas impressões dos sentidos e dos condutores, transformadores e analistas, sob o comando direto da mente.
A mediunidade é um dom inerente a todos os seres, (cada um a manifestando em determinado grau), como a faculdade de respirar, e cada criatura assimila as forças superiores ou inferiores com as quais sintoniza. Por isso mesmo, o Divino Mestre recomendou-nos oração e vigilância para não cairmos nas sugestões do mal, porque a tentação é o fio de forças vivas a irradiar-se de nós, captando os elementos que lhe são semelhantes e tecendo, assim ao redor de nossa alma, espessa rede de impulsos, por vezes irresistíveis.
Sintonia vibratória
Sintonia significa, em definição mais ampla, entendimento, harmonia compreensão, ressonância ou equivalência. Sintonia é, portanto, um fenômeno de harmonia psíquica, funcionando, naturalmente à base de vibrações. Duas pessoas sintonizadas estarão, evidentemente, com as mentes perfeitamentes entrosadas, havendo entre elas, uma ponte magnética a vinculá-las, imantando-as profundamente. Estarão respirando na mesma faixa, intimamente associadas”.
Tratamento Espiritual - O Que é e Como Ministra-lo
A Doutrina Espírita tem um tríplice aspecto. É filosofia, pois nos leva a pensar nos porquês da vida e no destino do homem, cuja existência imortal de seu Espírito o faz modificar-se. É ciência, já que não aceita suposições que não estejam baseadas em fatos concretos e sensatos, desprezando a fé cega e valorizando o aprendizado e auto-análise constantes. E, por fim, é religião, levando-nos a crer verdadeiramente em Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Crença essa alicerçada nos dois primeiros aspectos citados.
Por tudo isso, as pessoas que buscam o amparo espiritual da Doutrina Espírita precisam compreender a abrangência de seu conteúdo. O centro espírita pode e deve fazer muito pelos necessitados de auxílio, principalmente aqueles que são vítimas da obsessão.
Muitos núcleos, ao invés de priorizarem o tratamento das enfermidades espirituais, dedicam-se quase que exclusivamente à ajuda material aos menos afortunados. Embora meritória, a caridade material deve ser o segundo braço de trabalho da casa espírita.
A miséria existente na sociedade condói o verdadeiro cristão, que precisa esforçar-se para aliviá-la ou mesmo extingui-la. Mas há órgãos governamentais, religiosos de todas as frentes e instituições filantrópicas que, juntamente com os espíritas, ocupam-se desse mister.
Mas, e da parte espiritual? Quantas religiões têm as ferramentas necessárias para libertar o ser de más influências espirituais? Há aquelas que conseguem afastar perturbações espirituais através da modificação moral do obsediado, sem a necessidade de um aprofundamento no caso. Porém, estes casos referem-se a simples perturbações, e não a obsessões.
Como Allan Kardec definiu, a obsessão é uma doença espiritual, sendo a "influência persistente de um mau Espírito sobre outro ser". Persistente, disse o codificador da Doutrina. E essa persistência só poderá ser quebrada através da modificação moral do obsediado, mas, paralelamente, haverá a necessidade de orientação e encaminhamento do obsessor.
É então que entra o principal papel do centro espírita, que tem como orientar o homem moralmente, ajudando-o a corrigir suas imperfeições, e afastar e esclarecer o Espírito influenciador, dando-lhe um novo caminho.
Nesse perfil encontra-se o Tratamento Espiritual, também chamado de Desobsessão. Nele, o centro espírita desenvolverá junto ao obsediado os métodos necessários à libertação da enfermidade espiritual, trazendo-lhe a paz de outrora.
Todo o tratamento é baseado nas orientações de Allan Kardec, contidas nas Obras Básicas da Codificação. Seus resultados puderam ser comprovados em 15 anos de experiência no desenvolvimento deste trabalho, tanto no Grupo Espírita Apóstolo Paulo, como também no Grupo Espírita Bezerra de Menezes.
No Grupo Apóstolo Paulo, temos conseguido cerca de 75% de solução nos casos de obsessão. Isso só pôde ser observado devido ao acompanhamento bimestral dos tratamentos em andamento. Destes 75% resolvidos, 80% aconteceram em 30 dias de tratamento, e 20% em 60 dias.
Nada de mais foi feito. Apenas foram seguidas as recomendações de Allan Kardec e da falange do Espírito de Verdade, quanto à forma de lidar-se com a obsessão.
Baseados nestes resultados, mostraremos os passos que devem ser tomados pelos responsáveis da casa na condução do tratamento, desde a recepção e encaminhamento do necessitado, sua entrevista inicial, as primeiras orientações e como lidar mediunicamente com o obsessor.
Cada casa espírita poderá adaptar as formas de atendimento de acordo com suas possibilidades físicas (estrutura do centro) e espirituais (capacitação dos atendentes e médiuns). Porém, deve manter vigilância para que não distorça as diretrizes básicas orientadas por Kardec e citadas no decorrer deste trabalho.
A informação
Como citamos anteriormente, muitos centros espíritas, por falta de conhecimento ou de prioridades, não têm desenvolvido um tratamento espiritual. Assim, não são todos os frequentadores (admiradores ou espíritas) que sabem desta possibilidade de auxílio. Acreditam que a única forma de amparo espiritual são os passes.
É importante que estejam escritos na fachada da casa, além do nome do centro e do horário das palestras públicas, a existência de um atendimento de orientação a pessoas com problemas espirituais, e o período em que ele ocorre.
Há vários nomes que pode se dar a este trabalho: entrevistas, consultas, atendimento espiritual. Aconselhamos a dar a denominação de "Entrevistas", pois o termo consulta pode ser entendido como orientação médica e atendimento espiritual pode confundir o Espiritismo com cultos afro-brasileiros, onde o médium fica "incorporado" no momento da conversa com o necessitado. E isso é inconcebível dentro de um centro espírita.
Seria interessante também divulgar o tratamento através de folhetos explicativos sobre a Doutrina Espírita. Nós, do GEAP, temos obtido ótimos resultados de público, interessados em conhecer o Espiritismo e suas práticas, ao distribuirmos uma propaganda deste tipo. Trata-se do "Entenda a Vida". É mais uma oportunidade do indivíduo problemático saber que há opções de auxílio para sua vida.
A recepção
A pessoa deverá encontrar na recepção da casa espírita todas as informações necessárias para saber do que se trata esta entrevista.
Há aqueles que acreditam que a entrevista nada mais é do que a conversa com o "guia" espiritual de um médium, que terá que pagar pela "consulta" e outras coisas do gênero.
Assim que for esclarecido, o indivíduo dará ao recepcionista – que deve ser um trabalhador com bom conhecimento espírita - algumas informações preliminares sobre sua vida. Estas anotações serão feitas em uma ficha, colocando-se de início: nome, idade, endereço, profissão, estado civil e número de filhos, quando os tiver. Depois, esta ficha será entregue aos entrevistadores, que anotarão as demais informações necessárias à compreensão do tipo de problema enfrentado pelo entrevistado.
A ficha
É importante que os entrevistadores tenham anotadas algumas características da personalidade do entrevistado, como também suas principais angústias, medos e consequências, frutos da influência a que está sendo submetido. Isso ajudará na formação do perfil da obsessão, facilitando o seu tratamento.
Estas informações básicas serão anotadas na ficha do tratamento, que teve seu preenchimento iniciado na recepção. Esta ficha será guardada em ambiente onde apenas os entrevistadores e o responsável pela recepção terão acesso, preservando a intimidade do assistido.
A influência espiritual pode ser atraída de diversas maneiras. Conhecendo o hábito religioso e social da pessoa, poderemos iniciar o diagnóstico do caso. O consumo excessivo de álcool ou fumo, o uso de drogas, a frequência em terreiros de Umbanda, Quimbanda ou Candomblé, o sono agitado, o uso de psicotrópicos e a existência de problemas cerebrais podem contribuir para a instalação da obsessão. E será importante observarmos estes fatos na ficha do entrevistado.
Além do que foi citado, os entrevistadores anotarão a evolução do tratamento no decorrer das semanas. Iremos ver mais adiante que caso haja a obsessão, iremos evocar o obsessor em nossas reuniões mediúnicas. Na ficha, colocaremos como está a doutrinação do ser espiritual e o estado psíquico do ser encarnado.
Não há como verificarmos o progresso do tratamento se não tivermos guardadas conosco as informações do início e do decorrer do trabalho. Confiarmos apenas em nossas lembranças pode significar fracasso na tentativa de elaborarmos uma orientação confiável ao necessitado, seja ele o obsediado ou o obsessor.
Abaixo, o modelo de ficha utilizado no Grupo Espírita Apóstolo Paulo.
Os atendentes e a entrevista
As pessoas responsáveis pela entrevista deverão ser trabalhadores preparados e com conhecimento acima da média sobre a Doutrina Espírita. Isso porque serão eles que terão a responsabilidade de orientar as pessoas quanto às atitudes que deverão tomar daquele momento em diante, visando afastar o problema espiritual.
Também diagnosticarão, através do bom senso e da mediunidade, quem está sofrendo uma obsessão ou não. Muitos problemas de personalidade ou mesmo enfermidades psíquicas podem ser confundidas com influências espirituais. Aí está mais um motivo para as anotações na ficha citada.
Além disso, há pessoas que procuram fazer uma entrevista no centro espírita, apenas para desabafarem ou terem uma orientação mais específica sobre um problema corriqueiro. Nestes casos, os entrevistadores precisarão estar atentos para perceberem que pode ser desnecessário qualquer tipo de tratamento espiritual, além da frequência à casa para acompanhar as palestras.
É importante que sejam duas as pessoas os atendentes. Se possível, uma de cada sexo. Isso facilitará o atendimento, pois psicologicamente há indivíduos que se sentem melhor contando suas angústias na presença de seres do mesmo sexo, ou o inverso.
A presença entre os atendentes de um médium com faculdade desenvolvida e confiável é de muita importância, pois ele poderá ajudar na percepção do caso ainda durante a entrevista (ver abaixo "O diagnóstico").
Ambos os entrevistadores deverão manter seriedade e discrição, deixando claro ao entrevistado que tudo o que ali for dito, ali será mantido. Por isso, o ambiente reservado é fundamental durante o atendimento.
Antes de iniciar o atendimento, os entrevistadores deverão fazer uma prece particular, rogando a Jesus e aos Bons Espíritos que os inspirem na melhor maneira de conduzir os trabalhos. A prece tornará o ambiente propício, envolvendo-o de fluidos salutares, e quando o entrevistado adentrar à sala, irá se sentir mais seguro para confiar seus tormentos e dúvidas a pessoas que até então não conhecia.
No início da conversa, pergunte ao entrevistado o que ele está precisando, qual o tipo de problema que o traz ali. Deixe-o relaxado. Não force sua abertura. Aos poucos, isso acontecerá.
Escute mais do que fale. Este não é o momento de moralizar ninguém. O necessitado está ali para desabafar. Mostre-se condoído com a narrativa e só a corte caso precise de alguma informação a mais, que ajudará na compreensão do caso.
Depois da conversa preliminar e tomadas as devidas anotações, pode-se analisar mediunicamente o caso, para que o entrevistado seja encaminhado para o tratamento espiritual adequado. É o momento do diagnóstico.
Obs: todo este processo deve durar entre cinco e dez minutos, ultrapassando este tempo apenas em situações de exceção, onde seja necessária uma conversa mais prolongada. O tempo determinado, que não deve ser dito para o entrevistado, é apenas uma forma de organizar o atendimento e dar condições de entrevistar o maior número possível de pessoas. Caso o centro não esteja com muitos a serem atendidos, este tempo pode e deve ser estendido.
O diagnóstico
No GEAP, qualificamos as obsessões em três tipos: cármica, moral e contaminações. Isso serve para facilitar o tipo de orientação que daremos, tanto para a entidade, quanto para o assistido.
A cármica, ou de vidas passadas, seriam as obsessões provenientes de más atitudes em outras encarnações. Essas situações geraram ódio ou mágoa em outro ser, que agora desencarnado, busca vingança.
Já a moral é ligada à conduta social do indivíduo. Seus vícios mais grosseiros, suas atitudes ligadas ao orgulho, avareza, sensualidade. Assim, pode haver a sintonia mental entre os seres, facilitando a obsessão.
Quanto às contaminações, elas estão diretamente ligadas à frequência do indivíduo em lugares, seitas ou templos assistidos por maus Espíritos. Estes ambientes são carregados de fluidos negativos, e a ida até lá pode fazer com que estas entidades liguem-se ao assistido, tentando-o a permanecer no local, para ficar sob seus domínios.
Com o diagnóstico do tipo de obsessão poderemos atuar diretamente na causa do problema.
Podemos identificar mediunicamente o caso atendido de três formas:
1. Médium vidente: um médium vidente poderá nos fornecer informações sobre o ambiente espiritual que cerca o entrevistado e anotará na ficha do mesmo o que foi observado. Tudo o que for verificado não será dito à pessoa. O entrevistador poderá dizer a natureza da observação, mas não os detalhes, para evitar intimidar mais ainda o enfermo. É importante que esta visão seja comparada com as informações que temos do caso e com a manifestação da entidade durante a reunião mediúnica posterior. Allan Kardec nos lembra, em "O Livro dos Médiuns", que a vidência é uma das faculdades mediúnicas com maior possibilidade de erro, devido a estes médiuns serem bastante impressionáveis. Por isso, se for possível, seria mais sensato manter o vidente em uma sala à parte, e encaminhar o entrevistado para lá após a entrevista. Assim, sem haver o conhecimento do caso por parte do vidente, sua mediunidade poderá nos dar informações mais confiáveis. Feitas as anotações, as mesmas serão novamente encaminhadas aos entrevistadores, que procederão com o entrevistado da maneira já citada.
2. Médium sensitivo: após a conversa na sala de entrevistas, um médium sensitivo (com capacidade de identificar a natureza de um Espírito, conforme diz Allan Kardec) ministra um passe no entrevistado. Durante o passe, percebe se há influência espiritual e o tipo da mesma. Sem a presença do atendido, informa aos entrevistadores (o médium pode ser um deles) o que sentiu. Novamente, o entrevistado só terá uma informação geral do que se passa, conforme já explicamos. Assim como na vidência, é importante que esta observação seja comparada na reunião mediúnica. De preferência, que a manifestação espiritual durante esta reunião aconteça em um médium que não conheça o caso. Tudo isso, para que a mistificação ou o engano tenham a menor possibilidade possível de ocorrer.
3. Evocação do Espírito: poderá haver a evocação do Espírito obsessor durante a reunião mediúnica nos casos em que o entrevistador quiser ter informações mais detalhadas sobre o tipo de influência espiritual ou mesmo em casos mais graves, onde a obsessão é patente. Há centros que não dispõem de videntes ou sensitivos desenvolvidos a tal ponto que consigam diagnosticar o problema sem que haja a manifestação espiritual na reunião mediúnica. Nestes casos, o entrevistador deverá proceder na entrevista com todos os passos citados, mas não terá como confirmar imediatamente o tipo de influência que está lidando. Então, encaminhará o caso à reunião mediúnica e após a comunicação do obsessor orientará com maior segurança o entrevistado. Isso poderá ocorrer em uma segunda entrevista, após a reunião ocorrida.
Obs: Em nenhum destes três casos, o médium deverá ficar incorporado na frente do atendido. Isso porque há pessoas sensíveis e impressionáveis demais, e a manifestação espiritual poderá ser mais prejudicial do que benéfica. Lembremos a orientação de Allan Kardec: o contato com o mundo espiritual só deve ser feito por pessoas que tenham estudo e prática nesta área.
O tratamento
Diagnosticada a influência, parte-se então para o tratamento propriamente dito. Ele será dividido em frentes de orientação e transmissão de fluidos:
1. Orientação do obsediado: as palestras públicas serão o principal meio de moralização do indivíduo. Moralizar não significa que a pessoa seja imoral. Como a moral significa o conjunto de qualidades que constituem o ser humano, todos nós temos menos qualidades do que defeitos. É através destas imperfeições que os obsessores encontram a condição necessária para transmitirem seus pensamentos ao obsediado. É a chamada sintonia mental, onde o Espírito desencarnado vai aos poucos envolvendo fluidicamente o encarnado, dominando-o às vezes por completo. Durante as palestras, que devem sempre ter um direcionamento moral, o necessitado será levado a uma auto-análise. Com isso, poderá iniciar o "fechamento" desta "porta aberta" aos Espíritos ignorantes.
2. Passes: após as palestras, o assistido deverá ser encaminhado para o recebimento de passes. Através deles, poderá haver a limpeza dos fluidos que o envolvem. Quando há a obsessão, a entidade perturbadora emite junto ao obsediado uma série de energias negativas, que ficam impregnadas no perispírito do ser. Isso pode causar-lhe mal-estar constante. No tratamento do GEAP, o enfermo recebe durante quatro semanas, um passe semanal, sempre após as palestras públicas. Estes passes são acompanhados através de um controle, onde anotamos a presença do indivíduo e sabemos se o mesmo está participando regularmente do tratamento (ver modelo abaixo). Dividimos também o momento do passe, onde os frequentadores que não estão em tratamento recebem-no primeiro. Após, são ministrados os passes aos que estão em tratamento. Isso ocorre para que as faixas espirituais responsáveis pela desobsessão deixem o ambiente fluídico propício a cada tipo de assistência.
Obs. (1): aliado ao passe, é aconselhável que o assistido tome água fluidificada, que auxiliará na absorção de mais fluidos.
Obs. (2): é importante lembrarmos que o passe só é auxiliador no processo do tratamento. A pessoa obsediada precisa assistir semanalmente a palestra, o principal estimulante de mudança íntima do ser.
3. A Prece: Allan Kardec nos explica que a prece é poderoso instrumento de combate à obsessão. Com ela, o obsediado eleva seu padrão vibratório (sintonia mental), impedindo a atuação do obsessor. Mas a prece deve ser feita de coração, uma verdadeira conversa com Jesus e os bons Espíritos. As orações decoradas, se forem preferidas pela pessoa, devem ter suas frases meditadas e sentidas quando ditas, para que realmente toquem o sentimento do que ora e atinjam o seu objetivo.
4. A Evocação do Espírito: Em "O Livro dos Médiuns", capítulo 25, Allan Kardec discorre sobre o procedimento da evocação. Segundo o codificador, este é o meio mais eficaz de se diagnosticar o tipo de obsessão e conseguir um resultado verdadeiro no tratamento desta enfermidade. Há dirigentes espíritas que acreditam que nas reuniões mediúnicas (ou de desobsessão) só devem ser permitidas comunicações espontâneas de Espíritos. Isso é um erro, de acordo com Allan Kardec, e mostra o desconhecimento de algumas casas sobre "O Livro dos Médiuns". Com isso, o atendimento espiritual acaba sendo prejudicado, e o obsediado continua com seu sofrimento. Durante a evocação, o Espírito obsessor será questionado sobre suas intenções e os motivos que o levam a permanecer junto ao encarnado. Será orientado dentro dos ensinos morais de Jesus e com os cuidados que recomenda a Doutrina Espírita. O doutrinador, que deve ser um trabalhador experiente e livre de vícios mais grosseiros (fumo, bebida, adultério, desonestidade). Isso lhe dará força moral durante a doutrinação, e o Espírito sentirá uma necessidade maior de ouvi-lo. Deverá conduzir a orientação de acordo com a natureza do Espírito, podendo usar de mansidão ou sendo enérgico, mas nunca humilhando a entidade. Aconselha-se que a conversa com o desencarnado não seja longa, mas sim objetiva. Demorar-se demais pode favorecer o animismo mediúnico e dificultar a obtenção de informações. O Espírito deverá ser evocado quantas vezes forem necessárias, em outras reuniões, até haver o afastamento definitivo.
O acompanhamento
É importante um acompanhamento semanal da evolução do tratamento. Os entrevistadores poderão conversar com o assistido, questionando-lhe sobre possíveis melhoras ou mesmo degenerações do caso.
Porém, este acompanhamento pode ser impraticável quando os atendentes tiverem muitas entrevistas novas para serem feitas. Pode-se, então, preparar outras pessoas para tal trabalho. A atividade delas se resumiria em colher informações gerais junto ao assistido, sem necessitar aprofundar-se no problema. Estas informações podem estar restringidas em: se sentiu alguma melhora após o início do tratamento; se está dormindo bem; se notou algo de diferente em seu dia-a-dia; se necessita de algo mais.
Depois, estes depoimentos serão encaminhados aos atendentes, que se notarem que há a necessidade de uma nova conversa particular, avisarão o enfermo e se reunirão com ele.
Os entrevistadores também precisarão separar alguns casos mais graves, onde o contato semanal com o obsediado tem de ser feito. Nestas situações, o assistido precisa de uma "injeção de ânimo" constante, e se isso não for feito, poderá continuar ou aumentar a sintonia com o obsessor.
O retorno
Após os primeiros 30 dias, com o tratamento fluídico (passes), a orientação moral (palestras e entrevistas) e o trabalho mediúnico (evocações), há o retorno do assistido junto aos entrevistadores. Neste momento, analisaremos novamente o caso, percebendo se houve ou não melhora do enfermo.
Geralmente, este período é suficiente para que a pessoa sinta-se refeita do problema e assim possa ser suspenso o tratamento. Nestes casos, deve-se orientar a pessoa para que a mesma frequente por pelo menos mais 60 dias a casa, assistindo às palestras e recebendo o passe.
Isso ajudará ainda mais na manutenção da nova ordem psíquica do mesmo e abrirá seu conhecimento a respeito das coisas espirituais.
Mas se o tratamento não tiver evoluído, os entrevistadores deverão fazer uma nova avaliação do caso. Podem ser feitos novos questionamentos ao assistido e novas evocações.
Esse procedimento será constante até que haja a melhora do indivíduo. Porém, deve-se lembrar de que boa parte da solução da obsessão está na mudança moral do assistido, e este deverá comprometer-se intimamente com a busca de um equilíbrio de vida, fechando as portas para a perturbação espiritual.
Por tudo isso, as pessoas que buscam o amparo espiritual da Doutrina Espírita precisam compreender a abrangência de seu conteúdo. O centro espírita pode e deve fazer muito pelos necessitados de auxílio, principalmente aqueles que são vítimas da obsessão.
Muitos núcleos, ao invés de priorizarem o tratamento das enfermidades espirituais, dedicam-se quase que exclusivamente à ajuda material aos menos afortunados. Embora meritória, a caridade material deve ser o segundo braço de trabalho da casa espírita.
A miséria existente na sociedade condói o verdadeiro cristão, que precisa esforçar-se para aliviá-la ou mesmo extingui-la. Mas há órgãos governamentais, religiosos de todas as frentes e instituições filantrópicas que, juntamente com os espíritas, ocupam-se desse mister.
Mas, e da parte espiritual? Quantas religiões têm as ferramentas necessárias para libertar o ser de más influências espirituais? Há aquelas que conseguem afastar perturbações espirituais através da modificação moral do obsediado, sem a necessidade de um aprofundamento no caso. Porém, estes casos referem-se a simples perturbações, e não a obsessões.
Como Allan Kardec definiu, a obsessão é uma doença espiritual, sendo a "influência persistente de um mau Espírito sobre outro ser". Persistente, disse o codificador da Doutrina. E essa persistência só poderá ser quebrada através da modificação moral do obsediado, mas, paralelamente, haverá a necessidade de orientação e encaminhamento do obsessor.
É então que entra o principal papel do centro espírita, que tem como orientar o homem moralmente, ajudando-o a corrigir suas imperfeições, e afastar e esclarecer o Espírito influenciador, dando-lhe um novo caminho.
Nesse perfil encontra-se o Tratamento Espiritual, também chamado de Desobsessão. Nele, o centro espírita desenvolverá junto ao obsediado os métodos necessários à libertação da enfermidade espiritual, trazendo-lhe a paz de outrora.
Todo o tratamento é baseado nas orientações de Allan Kardec, contidas nas Obras Básicas da Codificação. Seus resultados puderam ser comprovados em 15 anos de experiência no desenvolvimento deste trabalho, tanto no Grupo Espírita Apóstolo Paulo, como também no Grupo Espírita Bezerra de Menezes.
No Grupo Apóstolo Paulo, temos conseguido cerca de 75% de solução nos casos de obsessão. Isso só pôde ser observado devido ao acompanhamento bimestral dos tratamentos em andamento. Destes 75% resolvidos, 80% aconteceram em 30 dias de tratamento, e 20% em 60 dias.
Nada de mais foi feito. Apenas foram seguidas as recomendações de Allan Kardec e da falange do Espírito de Verdade, quanto à forma de lidar-se com a obsessão.
Baseados nestes resultados, mostraremos os passos que devem ser tomados pelos responsáveis da casa na condução do tratamento, desde a recepção e encaminhamento do necessitado, sua entrevista inicial, as primeiras orientações e como lidar mediunicamente com o obsessor.
Cada casa espírita poderá adaptar as formas de atendimento de acordo com suas possibilidades físicas (estrutura do centro) e espirituais (capacitação dos atendentes e médiuns). Porém, deve manter vigilância para que não distorça as diretrizes básicas orientadas por Kardec e citadas no decorrer deste trabalho.
A informação
Como citamos anteriormente, muitos centros espíritas, por falta de conhecimento ou de prioridades, não têm desenvolvido um tratamento espiritual. Assim, não são todos os frequentadores (admiradores ou espíritas) que sabem desta possibilidade de auxílio. Acreditam que a única forma de amparo espiritual são os passes.
É importante que estejam escritos na fachada da casa, além do nome do centro e do horário das palestras públicas, a existência de um atendimento de orientação a pessoas com problemas espirituais, e o período em que ele ocorre.
Há vários nomes que pode se dar a este trabalho: entrevistas, consultas, atendimento espiritual. Aconselhamos a dar a denominação de "Entrevistas", pois o termo consulta pode ser entendido como orientação médica e atendimento espiritual pode confundir o Espiritismo com cultos afro-brasileiros, onde o médium fica "incorporado" no momento da conversa com o necessitado. E isso é inconcebível dentro de um centro espírita.
Seria interessante também divulgar o tratamento através de folhetos explicativos sobre a Doutrina Espírita. Nós, do GEAP, temos obtido ótimos resultados de público, interessados em conhecer o Espiritismo e suas práticas, ao distribuirmos uma propaganda deste tipo. Trata-se do "Entenda a Vida". É mais uma oportunidade do indivíduo problemático saber que há opções de auxílio para sua vida.
A recepção
A pessoa deverá encontrar na recepção da casa espírita todas as informações necessárias para saber do que se trata esta entrevista.
Há aqueles que acreditam que a entrevista nada mais é do que a conversa com o "guia" espiritual de um médium, que terá que pagar pela "consulta" e outras coisas do gênero.
Assim que for esclarecido, o indivíduo dará ao recepcionista – que deve ser um trabalhador com bom conhecimento espírita - algumas informações preliminares sobre sua vida. Estas anotações serão feitas em uma ficha, colocando-se de início: nome, idade, endereço, profissão, estado civil e número de filhos, quando os tiver. Depois, esta ficha será entregue aos entrevistadores, que anotarão as demais informações necessárias à compreensão do tipo de problema enfrentado pelo entrevistado.
A ficha
É importante que os entrevistadores tenham anotadas algumas características da personalidade do entrevistado, como também suas principais angústias, medos e consequências, frutos da influência a que está sendo submetido. Isso ajudará na formação do perfil da obsessão, facilitando o seu tratamento.
Estas informações básicas serão anotadas na ficha do tratamento, que teve seu preenchimento iniciado na recepção. Esta ficha será guardada em ambiente onde apenas os entrevistadores e o responsável pela recepção terão acesso, preservando a intimidade do assistido.
A influência espiritual pode ser atraída de diversas maneiras. Conhecendo o hábito religioso e social da pessoa, poderemos iniciar o diagnóstico do caso. O consumo excessivo de álcool ou fumo, o uso de drogas, a frequência em terreiros de Umbanda, Quimbanda ou Candomblé, o sono agitado, o uso de psicotrópicos e a existência de problemas cerebrais podem contribuir para a instalação da obsessão. E será importante observarmos estes fatos na ficha do entrevistado.
Além do que foi citado, os entrevistadores anotarão a evolução do tratamento no decorrer das semanas. Iremos ver mais adiante que caso haja a obsessão, iremos evocar o obsessor em nossas reuniões mediúnicas. Na ficha, colocaremos como está a doutrinação do ser espiritual e o estado psíquico do ser encarnado.
Não há como verificarmos o progresso do tratamento se não tivermos guardadas conosco as informações do início e do decorrer do trabalho. Confiarmos apenas em nossas lembranças pode significar fracasso na tentativa de elaborarmos uma orientação confiável ao necessitado, seja ele o obsediado ou o obsessor.
Abaixo, o modelo de ficha utilizado no Grupo Espírita Apóstolo Paulo.
Os atendentes e a entrevista
As pessoas responsáveis pela entrevista deverão ser trabalhadores preparados e com conhecimento acima da média sobre a Doutrina Espírita. Isso porque serão eles que terão a responsabilidade de orientar as pessoas quanto às atitudes que deverão tomar daquele momento em diante, visando afastar o problema espiritual.
Também diagnosticarão, através do bom senso e da mediunidade, quem está sofrendo uma obsessão ou não. Muitos problemas de personalidade ou mesmo enfermidades psíquicas podem ser confundidas com influências espirituais. Aí está mais um motivo para as anotações na ficha citada.
Além disso, há pessoas que procuram fazer uma entrevista no centro espírita, apenas para desabafarem ou terem uma orientação mais específica sobre um problema corriqueiro. Nestes casos, os entrevistadores precisarão estar atentos para perceberem que pode ser desnecessário qualquer tipo de tratamento espiritual, além da frequência à casa para acompanhar as palestras.
É importante que sejam duas as pessoas os atendentes. Se possível, uma de cada sexo. Isso facilitará o atendimento, pois psicologicamente há indivíduos que se sentem melhor contando suas angústias na presença de seres do mesmo sexo, ou o inverso.
A presença entre os atendentes de um médium com faculdade desenvolvida e confiável é de muita importância, pois ele poderá ajudar na percepção do caso ainda durante a entrevista (ver abaixo "O diagnóstico").
Ambos os entrevistadores deverão manter seriedade e discrição, deixando claro ao entrevistado que tudo o que ali for dito, ali será mantido. Por isso, o ambiente reservado é fundamental durante o atendimento.
Antes de iniciar o atendimento, os entrevistadores deverão fazer uma prece particular, rogando a Jesus e aos Bons Espíritos que os inspirem na melhor maneira de conduzir os trabalhos. A prece tornará o ambiente propício, envolvendo-o de fluidos salutares, e quando o entrevistado adentrar à sala, irá se sentir mais seguro para confiar seus tormentos e dúvidas a pessoas que até então não conhecia.
No início da conversa, pergunte ao entrevistado o que ele está precisando, qual o tipo de problema que o traz ali. Deixe-o relaxado. Não force sua abertura. Aos poucos, isso acontecerá.
Escute mais do que fale. Este não é o momento de moralizar ninguém. O necessitado está ali para desabafar. Mostre-se condoído com a narrativa e só a corte caso precise de alguma informação a mais, que ajudará na compreensão do caso.
Depois da conversa preliminar e tomadas as devidas anotações, pode-se analisar mediunicamente o caso, para que o entrevistado seja encaminhado para o tratamento espiritual adequado. É o momento do diagnóstico.
Obs: todo este processo deve durar entre cinco e dez minutos, ultrapassando este tempo apenas em situações de exceção, onde seja necessária uma conversa mais prolongada. O tempo determinado, que não deve ser dito para o entrevistado, é apenas uma forma de organizar o atendimento e dar condições de entrevistar o maior número possível de pessoas. Caso o centro não esteja com muitos a serem atendidos, este tempo pode e deve ser estendido.
O diagnóstico
No GEAP, qualificamos as obsessões em três tipos: cármica, moral e contaminações. Isso serve para facilitar o tipo de orientação que daremos, tanto para a entidade, quanto para o assistido.
A cármica, ou de vidas passadas, seriam as obsessões provenientes de más atitudes em outras encarnações. Essas situações geraram ódio ou mágoa em outro ser, que agora desencarnado, busca vingança.
Já a moral é ligada à conduta social do indivíduo. Seus vícios mais grosseiros, suas atitudes ligadas ao orgulho, avareza, sensualidade. Assim, pode haver a sintonia mental entre os seres, facilitando a obsessão.
Quanto às contaminações, elas estão diretamente ligadas à frequência do indivíduo em lugares, seitas ou templos assistidos por maus Espíritos. Estes ambientes são carregados de fluidos negativos, e a ida até lá pode fazer com que estas entidades liguem-se ao assistido, tentando-o a permanecer no local, para ficar sob seus domínios.
Com o diagnóstico do tipo de obsessão poderemos atuar diretamente na causa do problema.
Podemos identificar mediunicamente o caso atendido de três formas:
1. Médium vidente: um médium vidente poderá nos fornecer informações sobre o ambiente espiritual que cerca o entrevistado e anotará na ficha do mesmo o que foi observado. Tudo o que for verificado não será dito à pessoa. O entrevistador poderá dizer a natureza da observação, mas não os detalhes, para evitar intimidar mais ainda o enfermo. É importante que esta visão seja comparada com as informações que temos do caso e com a manifestação da entidade durante a reunião mediúnica posterior. Allan Kardec nos lembra, em "O Livro dos Médiuns", que a vidência é uma das faculdades mediúnicas com maior possibilidade de erro, devido a estes médiuns serem bastante impressionáveis. Por isso, se for possível, seria mais sensato manter o vidente em uma sala à parte, e encaminhar o entrevistado para lá após a entrevista. Assim, sem haver o conhecimento do caso por parte do vidente, sua mediunidade poderá nos dar informações mais confiáveis. Feitas as anotações, as mesmas serão novamente encaminhadas aos entrevistadores, que procederão com o entrevistado da maneira já citada.
2. Médium sensitivo: após a conversa na sala de entrevistas, um médium sensitivo (com capacidade de identificar a natureza de um Espírito, conforme diz Allan Kardec) ministra um passe no entrevistado. Durante o passe, percebe se há influência espiritual e o tipo da mesma. Sem a presença do atendido, informa aos entrevistadores (o médium pode ser um deles) o que sentiu. Novamente, o entrevistado só terá uma informação geral do que se passa, conforme já explicamos. Assim como na vidência, é importante que esta observação seja comparada na reunião mediúnica. De preferência, que a manifestação espiritual durante esta reunião aconteça em um médium que não conheça o caso. Tudo isso, para que a mistificação ou o engano tenham a menor possibilidade possível de ocorrer.
3. Evocação do Espírito: poderá haver a evocação do Espírito obsessor durante a reunião mediúnica nos casos em que o entrevistador quiser ter informações mais detalhadas sobre o tipo de influência espiritual ou mesmo em casos mais graves, onde a obsessão é patente. Há centros que não dispõem de videntes ou sensitivos desenvolvidos a tal ponto que consigam diagnosticar o problema sem que haja a manifestação espiritual na reunião mediúnica. Nestes casos, o entrevistador deverá proceder na entrevista com todos os passos citados, mas não terá como confirmar imediatamente o tipo de influência que está lidando. Então, encaminhará o caso à reunião mediúnica e após a comunicação do obsessor orientará com maior segurança o entrevistado. Isso poderá ocorrer em uma segunda entrevista, após a reunião ocorrida.
Obs: Em nenhum destes três casos, o médium deverá ficar incorporado na frente do atendido. Isso porque há pessoas sensíveis e impressionáveis demais, e a manifestação espiritual poderá ser mais prejudicial do que benéfica. Lembremos a orientação de Allan Kardec: o contato com o mundo espiritual só deve ser feito por pessoas que tenham estudo e prática nesta área.
O tratamento
Diagnosticada a influência, parte-se então para o tratamento propriamente dito. Ele será dividido em frentes de orientação e transmissão de fluidos:
1. Orientação do obsediado: as palestras públicas serão o principal meio de moralização do indivíduo. Moralizar não significa que a pessoa seja imoral. Como a moral significa o conjunto de qualidades que constituem o ser humano, todos nós temos menos qualidades do que defeitos. É através destas imperfeições que os obsessores encontram a condição necessária para transmitirem seus pensamentos ao obsediado. É a chamada sintonia mental, onde o Espírito desencarnado vai aos poucos envolvendo fluidicamente o encarnado, dominando-o às vezes por completo. Durante as palestras, que devem sempre ter um direcionamento moral, o necessitado será levado a uma auto-análise. Com isso, poderá iniciar o "fechamento" desta "porta aberta" aos Espíritos ignorantes.
2. Passes: após as palestras, o assistido deverá ser encaminhado para o recebimento de passes. Através deles, poderá haver a limpeza dos fluidos que o envolvem. Quando há a obsessão, a entidade perturbadora emite junto ao obsediado uma série de energias negativas, que ficam impregnadas no perispírito do ser. Isso pode causar-lhe mal-estar constante. No tratamento do GEAP, o enfermo recebe durante quatro semanas, um passe semanal, sempre após as palestras públicas. Estes passes são acompanhados através de um controle, onde anotamos a presença do indivíduo e sabemos se o mesmo está participando regularmente do tratamento (ver modelo abaixo). Dividimos também o momento do passe, onde os frequentadores que não estão em tratamento recebem-no primeiro. Após, são ministrados os passes aos que estão em tratamento. Isso ocorre para que as faixas espirituais responsáveis pela desobsessão deixem o ambiente fluídico propício a cada tipo de assistência.
Obs. (1): aliado ao passe, é aconselhável que o assistido tome água fluidificada, que auxiliará na absorção de mais fluidos.
Obs. (2): é importante lembrarmos que o passe só é auxiliador no processo do tratamento. A pessoa obsediada precisa assistir semanalmente a palestra, o principal estimulante de mudança íntima do ser.
3. A Prece: Allan Kardec nos explica que a prece é poderoso instrumento de combate à obsessão. Com ela, o obsediado eleva seu padrão vibratório (sintonia mental), impedindo a atuação do obsessor. Mas a prece deve ser feita de coração, uma verdadeira conversa com Jesus e os bons Espíritos. As orações decoradas, se forem preferidas pela pessoa, devem ter suas frases meditadas e sentidas quando ditas, para que realmente toquem o sentimento do que ora e atinjam o seu objetivo.
4. A Evocação do Espírito: Em "O Livro dos Médiuns", capítulo 25, Allan Kardec discorre sobre o procedimento da evocação. Segundo o codificador, este é o meio mais eficaz de se diagnosticar o tipo de obsessão e conseguir um resultado verdadeiro no tratamento desta enfermidade. Há dirigentes espíritas que acreditam que nas reuniões mediúnicas (ou de desobsessão) só devem ser permitidas comunicações espontâneas de Espíritos. Isso é um erro, de acordo com Allan Kardec, e mostra o desconhecimento de algumas casas sobre "O Livro dos Médiuns". Com isso, o atendimento espiritual acaba sendo prejudicado, e o obsediado continua com seu sofrimento. Durante a evocação, o Espírito obsessor será questionado sobre suas intenções e os motivos que o levam a permanecer junto ao encarnado. Será orientado dentro dos ensinos morais de Jesus e com os cuidados que recomenda a Doutrina Espírita. O doutrinador, que deve ser um trabalhador experiente e livre de vícios mais grosseiros (fumo, bebida, adultério, desonestidade). Isso lhe dará força moral durante a doutrinação, e o Espírito sentirá uma necessidade maior de ouvi-lo. Deverá conduzir a orientação de acordo com a natureza do Espírito, podendo usar de mansidão ou sendo enérgico, mas nunca humilhando a entidade. Aconselha-se que a conversa com o desencarnado não seja longa, mas sim objetiva. Demorar-se demais pode favorecer o animismo mediúnico e dificultar a obtenção de informações. O Espírito deverá ser evocado quantas vezes forem necessárias, em outras reuniões, até haver o afastamento definitivo.
O acompanhamento
É importante um acompanhamento semanal da evolução do tratamento. Os entrevistadores poderão conversar com o assistido, questionando-lhe sobre possíveis melhoras ou mesmo degenerações do caso.
Porém, este acompanhamento pode ser impraticável quando os atendentes tiverem muitas entrevistas novas para serem feitas. Pode-se, então, preparar outras pessoas para tal trabalho. A atividade delas se resumiria em colher informações gerais junto ao assistido, sem necessitar aprofundar-se no problema. Estas informações podem estar restringidas em: se sentiu alguma melhora após o início do tratamento; se está dormindo bem; se notou algo de diferente em seu dia-a-dia; se necessita de algo mais.
Depois, estes depoimentos serão encaminhados aos atendentes, que se notarem que há a necessidade de uma nova conversa particular, avisarão o enfermo e se reunirão com ele.
Os entrevistadores também precisarão separar alguns casos mais graves, onde o contato semanal com o obsediado tem de ser feito. Nestas situações, o assistido precisa de uma "injeção de ânimo" constante, e se isso não for feito, poderá continuar ou aumentar a sintonia com o obsessor.
O retorno
Após os primeiros 30 dias, com o tratamento fluídico (passes), a orientação moral (palestras e entrevistas) e o trabalho mediúnico (evocações), há o retorno do assistido junto aos entrevistadores. Neste momento, analisaremos novamente o caso, percebendo se houve ou não melhora do enfermo.
Geralmente, este período é suficiente para que a pessoa sinta-se refeita do problema e assim possa ser suspenso o tratamento. Nestes casos, deve-se orientar a pessoa para que a mesma frequente por pelo menos mais 60 dias a casa, assistindo às palestras e recebendo o passe.
Isso ajudará ainda mais na manutenção da nova ordem psíquica do mesmo e abrirá seu conhecimento a respeito das coisas espirituais.
Mas se o tratamento não tiver evoluído, os entrevistadores deverão fazer uma nova avaliação do caso. Podem ser feitos novos questionamentos ao assistido e novas evocações.
Esse procedimento será constante até que haja a melhora do indivíduo. Porém, deve-se lembrar de que boa parte da solução da obsessão está na mudança moral do assistido, e este deverá comprometer-se intimamente com a busca de um equilíbrio de vida, fechando as portas para a perturbação espiritual.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Yvonne do Amaral Pereira
Véspera de Natal de 1900, seis horas da manhã. Na pequena Vila de Santa Tereza de Valença, hoje Rio das Flores, Estado do Rio de Janeiro, renasce em lar espírita Yvonne do Amaral Pereira, primogênita do casal Manoel José Pereira Filho e Elisabeth do Amaral Pereira. Teve cinco irmãos, além de outro mais velho, filho do primeiro casamento de sua mãe.
Seu pai, pequeno comerciante, homem generoso de coração e desprendido dos bens materiais, faliu por três vezes por favorecer a clientela em prejuízo próprio.
Tornou-se, pouco depois, funcionário público, de cujos parcos proventos viveu até sua desencarnação, em 1935.
Yvonne viveu em lar pobre e modesto. Aprendeu com os pais a servir os mais necessitados, pois em sua casa eram acolhidos com carinho pobres criaturas sem recursos, inclusive mendigos.
Contam seus biógrafos que, com 29 dias de nascida, depois de um acesso de tosse, sobreveio uma sufocação que a deixou como morta, em estado de catalepsia.
Durante 6 horas permaneceu nesse estado.
O médico e o farmacêutico atestaram morte por sufocação. O velório foi preparado.
A suposta defunta foi vestida com grinalda e vestido branco e azul, e o caixão encomendado.
A mãe, que não acreditava que a filha estivesse morta, retirou-se para um aposento, onde orou fervorosamente a Maria de Nazaré, pedindo que a situação fosse definida.
Instantes depois, a criança acordou aos prantos.
Sua infância foi povoada de fenômenos espíritas, muitos deles narrados no livro Recordações da Mediunidade.
Aos 4 anos já se comunicava com os Espíritos, que considerava pessoas normais, encarnadas.
Duas entidades lhe eram particularmente caras.
O espírito Charles, que fora seu pai carnal e a quem considerava como tal, devido a lembranças vivas de uma encarnação passada.
Foi seu orientador durante toda a sua vida, inclusive nas atividades mediúnicas.
O espírito Roberto de Canalejas, que fora médico espanhol em meados do século XIX, era a outra entidade pela qual nutria um profundo afeto e com a qual tinha ligações espirituais de longa data.
Mais tarde, na vida adulta, manteria contatos mediúnicos regulares com outras entidades evoluídas, como o Dr. Bezerra de Menezes, Camilo Castelo Branco e Frédéric Chopin.
Aos 8 anos repetiu-se o fenômeno de catalepsia, associado a desprendimento parcial.
Aconteceu à noite e a visão que teve marcou-a pelo resto da vida.
Em espírito, foi parar ante uma imagem do "Senhor dos Passos", na igreja que freqüentava.
Pedia socorro, pois sofria muito.
A imagem, então, cobrando vida, dirigiu-lhe as seguintes palavras: "Vem comigo, minha filha, será o único recurso que terás para suportar os sofrimentos que te esperam".
Aceitou a mão que lhe era estendida, subiu os degraus e não se lembra de mais nada.
De fato, Yvonne Pereira foi uma criança infeliz.
Vivia acossada por uma imensa saudade do ambiente familiar que tivera na sua última encarnação na Espanha e que lembrava com extraordinária clareza.
Considerava seus familiares, principalmente seu pai e irmãos, como estranhos.
Para ela, o pai verdadeiro era o espírito Charles e a casa, a da Espanha.
Esses sentimentos desencontrados e o afloramento das faculdades mediúnicas faziam com que tivesse comportamento considerado anormal por seus familiares. Por esse motivo, até os dez anos, passou a maior parte do tempo na casa da avó paterna.
Em ambientação reencarnatória propícia, teve aos 8 anos o primeiro contato com um livro espírita.
Aos 12, o pai deu-lhe de presente "O Evangelho segundo o Espiritismo" e "O Livro dos Espíritos" que a acompanharam pelo resto da vida, sendo a sua leitura repetida um bálsamo nas horas difíceis.
Aos 13 anos começou a freqüentar as sessões práticas de Espiritismo, que muito a encantavam, pois via os espíritos comunicantes.
Teve como instrução escolar apenas o curso primário.
Não pôde, por motivos econômicos, fazer outros cursos, o que representou uma grande provação para ela, pois amava o estudo e a boa leitura, tanto que, aos 16 anos, já tinha lido obras de grandes autores como Goethe, Bernardo Guimarães, José de Alencar, Alexandre Herculano e Arthur Conan Doyle.
Desde cedo teve de trabalhar para o seu próprio sustento.
O fenômeno de catalepsia foi comum na sua vida a partir dos 16 anos.
A maior parte das reportagens de além-túmulo, dos romances, das crônicas e contos relatados por Yvonne Pereira foram coletados no mundo espiritual através deste processo.
A sua mediunidade, porém, foi diversificada.
Foi médium psicógrafa e receitista, assistida por entidades de grande elevação, como Bezerra de Menezes, Charles, Roberto de Canalejas e Bittencourt Sampaio.
Possuía mediunidade de efeitos físicos, chegando a realizar algumas sessões de materialização, mas nunca sentiu atração por esta modalidade mediúnica.
Os trabalhos que mais gostava de fazer, no campo da mediunidade, eram os de desdobramento, incorporação e receituário homeopático.
Nessa última atividade trabalhou em diversos centros espíritas de várias cidades em que morou durante seus 54 anos de labor mediúnico.
Como médium psicofônica, pôde entrar em contato com obsessores, obsidiados e suicidas, aos quais devotava um carinho especial, sendo que muitos deles tornaram-se espíritos amigos. Costumava ler nos periódicos e jornais nomes de suicidas e orava por eles constantemente, catalogando-os num livro de preces criado por ela.
Era o que fazia como forma de reparação ao seu suicídio pretérito por afogamento.
Passado algum tempo, muitos deles vinham agradecer-lhe as orações e davam-lhe fortes abraços passeando com ela de braços dados pelo casarão em que morava, sem que ela, confusa, soubesse distinguir se o visitante era encarnado ou desencarnado...
Pelo desdobramento noturno Yvonne Pereira visitava o mundo espiritual, amparada por seus orientadores, coletando as crônicas, contos e romances com os quais hoje nos deleitamos.
Deixou 20 obras de sua lavra mediúnica, entre as quais Memórias de um Suicida, considerada por Chico Xavier a que melhor retrata a profundeza do Umbral.
Este livro, ditado pelo espírito Camilo Castelo Branco, que usou o pseudônimo Camilo Cândido Botelho, foi recebido em 1926, mas editado somente 30 anos depois, em 1956, pela FEB.
São também de sua autoria os seguintes livros: Nas Telas do Infinito, Amor e Ódio, Nas Voragens do Pecado, O Drama da Bretanha, Cavaleiro de Numiers, Ressurreição e Vida, Sublimação, Dramas da Obsessão, Devassando o Invisível e Recordações da Mediunidade, tendo como autores espirituais Bezerra de Menezes, Charles, Leão Tolstoi e Roberto de Canalejas.
Embora conhecesse bem a arte poética, jamais psicografou qualquer poema.
Deixou uma série de 10 livros destinados ao público infanto-juvenil, recebidos por intuição e supervisionados por Bezerra de Menezes e Léon Denis, livros que ainda não vieram a lume.
Diz Yvonne, em entrevista a Jorge Rizzini em 1972:
"A formação do meu caráter foi feita pelo Dr. Bezerra. Segui sempre os conselhos dele. Mas houve outros espíritos que me guiaram, como Bittencourt Sampaio e Eurípedes Barsanulpho, com quem trabalhei muito, principalmente em curas de paralíticos."
A maior parte de sua atividade mediúnica foi exercida em Lavras e outras cidades de Minas Gerais.
Foi esperantista convicta e trabalhou arduamente na sua propaganda e difusão, através de correspondência que mantinha com outros esperantistas, tanto no Brasil quanto no exterior.
Yvonne Pereira serviu como médium de 1926 a 1980, quando um acidente vascular cerebral impossibilitou-a para a atividade mediúnica.
Sempre humilde, terna e vivaz, morava num casarão em Piedade, subúrbio do Rio de Janeiro, em companhia de sua irmã casada, Amália Pereira Lourenço, também espírita.
Na noite de 9 de março de 1984, vitimada por trombose, desencarnou durante uma cirurgia a que se submetera no Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro.
Corpo foi sepultado no Cemitério de Inhaúma.
Tinha 83 anos e mantivera-se solteira, cumprindo dignamente o mandato mediúnico exercido com amor e total devotamento ao semelhante.
FONTES: Danilo Vilela e Jorge Rizzini (entrevistas e notas biográficas, Revista Reformador - jan/82 e jornal Macaé Espírita - Nº 289/ 290 - jan/fev. 2000
Publicado no jornal O Espírita Mineiro - 292
Obras
Dona Yvonne.jpgA obra mediúnica de Yvonne Pereira monta a uma vintena de livros. Embora desde 1926 tenha escrito numerosas obras psicografadas, somente decidiu publicá-las na década de 1950, segundo ela mesma, após muita insistência dos "mentores espirituais". Dentre as mais conhecidas destacam-se:
* Memórias de um Suicida (Rio de Janeiro: FEB, 1955. 568p.) - atribuída aos espírito de Camilo Castelo Branco e de Léon Denis. Constitui-se num libelo contra o suicídio, descrevendo em sua primeira parte, os sofrimentos experimentados pelos que atentaram contra a própria vida. Na segunda e na terceira partes focaliza os trabalhos de assistência e de preparação para uma nova encarnação. Esta obra é considerada um marco na bibliografia mediúnica brasileira e o melhor exame sobre o suicídio sob o ponto de vista doutrinário espírita.
* Nas Telas do Infinito - apresenta duas novelas: uma atribuída ao espírito Bezerra de Menezes e outra a Camilo Castelo Branco.
* Amor e Ódio (Rio de Janeiro: FEB, 1956. 553p.) - atribuída ao espírito Charles, enfoca o drama de um ex-aluno francês do Prof. Rivail (Allan Kardec), o artista Gaston de Saint-Pierre, acusado de um crime que não cometera. Após grandes padecimentos, recebe os esclarecimentos elucidativos por meio de um exemplar de O Livro dos Espíritos, à época em que este foi lançado pelo codificador.
* A Tragédia de Santa Maria (Rio de Janeiro: FEB, 1957. 267p.) - atribuído ao espírito Bezerra de Menezes, ambientado em uma fazenda de café em Vassouras (RJ).
* Ressurreição e Vida (Rio de Janeiro: FEB, 1963. 314p.) - atribuído ao espírito Leon Tolstoi, compreende seis contos e dois mini-romances ambientados na Rússia dos czares.
* Nas Voragens do Pecado (Rio de Janeiro: FEB, 1960. 317p.) - primeiro volume de uma trilogia atribuído ao espírito Charles, relata a trágica história do massacre dos huguenotes na Noite de São Bartolomeu (23 de Agosto de 1572), durante o que seria uma encarnação anterior da médium, na personalidade de Ruth-Carolina de la Chapelle.
* O Cavaleiro de Numiers (Rio de Janeiro: FEB, 1976. 216p.) - segundo volume da trilogia, mostra outra suposta encarnação da médium, ainda na França, na personalidade de Berth de Sourmeville.
* O Drama da Bretanha (Rio de Janeiro: FEB, 1974. 206p.) - terceiro e último volume da trilogia, ilustra como a médium, agora na personalidade Andrea de Guzman, não consegue suportar os embates de sua expiação e se suicida por afogamento.
* Dramas da Obsessão (Rio de Janeiro: FEB, 1964. 209p.) - atribuído ao espírito Bezerra de Menezes, compreende duas novelas abordando o tema obsessão.
* Sublimação (Rio de Janeiro: FEB, 1974. 221p.) - apresenta dois contos atribuídos ao espírito Charles (um ambientado na Pérsia e outro na Espanha) e três contos atribuídos ao espírito Leon Tolstoi (ambientados na Rússia).
Como escritora, publicou muitos artigos em jornais populares, produção atualmente desconhecida, que carece de um trabalho amplo de recuperação. São ainda da autora:
* A Família Espírita
* À Luz do Consolador (Rio de Janeiro: FEB, 1997. ) - coletânea de artigos da médium na revista Reformador, originalmente entre a década de 1960 e a de 1980.
* Cânticos do Coração (Rio de Janeiro: Ed. CELD. 1994. 2 v. 246 p.) - coletânea de artigos publicados no jornal Obreiros do Bem.
* Contos Amigos
* Devassando o Invisível (Rio de Janeiro: FEB, 1963. 232p.) - a autora desenvolve uma dezena de estudos sobre temas doutrinários, com base em suas experiências mediúnicas.
* Evangelho aos Simples
* O Livro de Eneida
* Pontos Doutrinários - reúne crônicas publicadas na revista Reformador.
* Recordações da Mediunidade (Rio de Janeiro: FEB, 1968. 212p.) - a autora discorre sobre reminiscências de vidas passadas, arquivos da alma, materializações, premonição e obsessão.
* A Lei de Deus
Yvonne do Amaral Pereira
Seu pai, pequeno comerciante, homem generoso de coração e desprendido dos bens materiais, faliu por três vezes por favorecer a clientela em prejuízo próprio.
Tornou-se, pouco depois, funcionário público, de cujos parcos proventos viveu até sua desencarnação, em 1935.
Yvonne viveu em lar pobre e modesto. Aprendeu com os pais a servir os mais necessitados, pois em sua casa eram acolhidos com carinho pobres criaturas sem recursos, inclusive mendigos.
Contam seus biógrafos que, com 29 dias de nascida, depois de um acesso de tosse, sobreveio uma sufocação que a deixou como morta, em estado de catalepsia.
Durante 6 horas permaneceu nesse estado.
O médico e o farmacêutico atestaram morte por sufocação. O velório foi preparado.
A suposta defunta foi vestida com grinalda e vestido branco e azul, e o caixão encomendado.
A mãe, que não acreditava que a filha estivesse morta, retirou-se para um aposento, onde orou fervorosamente a Maria de Nazaré, pedindo que a situação fosse definida.
Instantes depois, a criança acordou aos prantos.
Sua infância foi povoada de fenômenos espíritas, muitos deles narrados no livro Recordações da Mediunidade.
Aos 4 anos já se comunicava com os Espíritos, que considerava pessoas normais, encarnadas.
Duas entidades lhe eram particularmente caras.
O espírito Charles, que fora seu pai carnal e a quem considerava como tal, devido a lembranças vivas de uma encarnação passada.
Foi seu orientador durante toda a sua vida, inclusive nas atividades mediúnicas.
O espírito Roberto de Canalejas, que fora médico espanhol em meados do século XIX, era a outra entidade pela qual nutria um profundo afeto e com a qual tinha ligações espirituais de longa data.
Mais tarde, na vida adulta, manteria contatos mediúnicos regulares com outras entidades evoluídas, como o Dr. Bezerra de Menezes, Camilo Castelo Branco e Frédéric Chopin.
Aos 8 anos repetiu-se o fenômeno de catalepsia, associado a desprendimento parcial.
Aconteceu à noite e a visão que teve marcou-a pelo resto da vida.
Em espírito, foi parar ante uma imagem do "Senhor dos Passos", na igreja que freqüentava.
Pedia socorro, pois sofria muito.
A imagem, então, cobrando vida, dirigiu-lhe as seguintes palavras: "Vem comigo, minha filha, será o único recurso que terás para suportar os sofrimentos que te esperam".
Aceitou a mão que lhe era estendida, subiu os degraus e não se lembra de mais nada.
De fato, Yvonne Pereira foi uma criança infeliz.
Vivia acossada por uma imensa saudade do ambiente familiar que tivera na sua última encarnação na Espanha e que lembrava com extraordinária clareza.
Considerava seus familiares, principalmente seu pai e irmãos, como estranhos.
Para ela, o pai verdadeiro era o espírito Charles e a casa, a da Espanha.
Esses sentimentos desencontrados e o afloramento das faculdades mediúnicas faziam com que tivesse comportamento considerado anormal por seus familiares. Por esse motivo, até os dez anos, passou a maior parte do tempo na casa da avó paterna.
Em ambientação reencarnatória propícia, teve aos 8 anos o primeiro contato com um livro espírita.
Aos 12, o pai deu-lhe de presente "O Evangelho segundo o Espiritismo" e "O Livro dos Espíritos" que a acompanharam pelo resto da vida, sendo a sua leitura repetida um bálsamo nas horas difíceis.
Aos 13 anos começou a freqüentar as sessões práticas de Espiritismo, que muito a encantavam, pois via os espíritos comunicantes.
Teve como instrução escolar apenas o curso primário.
Não pôde, por motivos econômicos, fazer outros cursos, o que representou uma grande provação para ela, pois amava o estudo e a boa leitura, tanto que, aos 16 anos, já tinha lido obras de grandes autores como Goethe, Bernardo Guimarães, José de Alencar, Alexandre Herculano e Arthur Conan Doyle.
Desde cedo teve de trabalhar para o seu próprio sustento.
O fenômeno de catalepsia foi comum na sua vida a partir dos 16 anos.
A maior parte das reportagens de além-túmulo, dos romances, das crônicas e contos relatados por Yvonne Pereira foram coletados no mundo espiritual através deste processo.
A sua mediunidade, porém, foi diversificada.
Foi médium psicógrafa e receitista, assistida por entidades de grande elevação, como Bezerra de Menezes, Charles, Roberto de Canalejas e Bittencourt Sampaio.
Possuía mediunidade de efeitos físicos, chegando a realizar algumas sessões de materialização, mas nunca sentiu atração por esta modalidade mediúnica.
Os trabalhos que mais gostava de fazer, no campo da mediunidade, eram os de desdobramento, incorporação e receituário homeopático.
Nessa última atividade trabalhou em diversos centros espíritas de várias cidades em que morou durante seus 54 anos de labor mediúnico.
Como médium psicofônica, pôde entrar em contato com obsessores, obsidiados e suicidas, aos quais devotava um carinho especial, sendo que muitos deles tornaram-se espíritos amigos. Costumava ler nos periódicos e jornais nomes de suicidas e orava por eles constantemente, catalogando-os num livro de preces criado por ela.
Era o que fazia como forma de reparação ao seu suicídio pretérito por afogamento.
Passado algum tempo, muitos deles vinham agradecer-lhe as orações e davam-lhe fortes abraços passeando com ela de braços dados pelo casarão em que morava, sem que ela, confusa, soubesse distinguir se o visitante era encarnado ou desencarnado...
Pelo desdobramento noturno Yvonne Pereira visitava o mundo espiritual, amparada por seus orientadores, coletando as crônicas, contos e romances com os quais hoje nos deleitamos.
Deixou 20 obras de sua lavra mediúnica, entre as quais Memórias de um Suicida, considerada por Chico Xavier a que melhor retrata a profundeza do Umbral.
Este livro, ditado pelo espírito Camilo Castelo Branco, que usou o pseudônimo Camilo Cândido Botelho, foi recebido em 1926, mas editado somente 30 anos depois, em 1956, pela FEB.
São também de sua autoria os seguintes livros: Nas Telas do Infinito, Amor e Ódio, Nas Voragens do Pecado, O Drama da Bretanha, Cavaleiro de Numiers, Ressurreição e Vida, Sublimação, Dramas da Obsessão, Devassando o Invisível e Recordações da Mediunidade, tendo como autores espirituais Bezerra de Menezes, Charles, Leão Tolstoi e Roberto de Canalejas.
Embora conhecesse bem a arte poética, jamais psicografou qualquer poema.
Deixou uma série de 10 livros destinados ao público infanto-juvenil, recebidos por intuição e supervisionados por Bezerra de Menezes e Léon Denis, livros que ainda não vieram a lume.
Diz Yvonne, em entrevista a Jorge Rizzini em 1972:
"A formação do meu caráter foi feita pelo Dr. Bezerra. Segui sempre os conselhos dele. Mas houve outros espíritos que me guiaram, como Bittencourt Sampaio e Eurípedes Barsanulpho, com quem trabalhei muito, principalmente em curas de paralíticos."
A maior parte de sua atividade mediúnica foi exercida em Lavras e outras cidades de Minas Gerais.
Foi esperantista convicta e trabalhou arduamente na sua propaganda e difusão, através de correspondência que mantinha com outros esperantistas, tanto no Brasil quanto no exterior.
Yvonne Pereira serviu como médium de 1926 a 1980, quando um acidente vascular cerebral impossibilitou-a para a atividade mediúnica.
Sempre humilde, terna e vivaz, morava num casarão em Piedade, subúrbio do Rio de Janeiro, em companhia de sua irmã casada, Amália Pereira Lourenço, também espírita.
Na noite de 9 de março de 1984, vitimada por trombose, desencarnou durante uma cirurgia a que se submetera no Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro.
Corpo foi sepultado no Cemitério de Inhaúma.
Tinha 83 anos e mantivera-se solteira, cumprindo dignamente o mandato mediúnico exercido com amor e total devotamento ao semelhante.
FONTES: Danilo Vilela e Jorge Rizzini (entrevistas e notas biográficas, Revista Reformador - jan/82 e jornal Macaé Espírita - Nº 289/ 290 - jan/fev. 2000
Publicado no jornal O Espírita Mineiro - 292
Obras
Dona Yvonne.jpgA obra mediúnica de Yvonne Pereira monta a uma vintena de livros. Embora desde 1926 tenha escrito numerosas obras psicografadas, somente decidiu publicá-las na década de 1950, segundo ela mesma, após muita insistência dos "mentores espirituais". Dentre as mais conhecidas destacam-se:
* Memórias de um Suicida (Rio de Janeiro: FEB, 1955. 568p.) - atribuída aos espírito de Camilo Castelo Branco e de Léon Denis. Constitui-se num libelo contra o suicídio, descrevendo em sua primeira parte, os sofrimentos experimentados pelos que atentaram contra a própria vida. Na segunda e na terceira partes focaliza os trabalhos de assistência e de preparação para uma nova encarnação. Esta obra é considerada um marco na bibliografia mediúnica brasileira e o melhor exame sobre o suicídio sob o ponto de vista doutrinário espírita.
* Nas Telas do Infinito - apresenta duas novelas: uma atribuída ao espírito Bezerra de Menezes e outra a Camilo Castelo Branco.
* Amor e Ódio (Rio de Janeiro: FEB, 1956. 553p.) - atribuída ao espírito Charles, enfoca o drama de um ex-aluno francês do Prof. Rivail (Allan Kardec), o artista Gaston de Saint-Pierre, acusado de um crime que não cometera. Após grandes padecimentos, recebe os esclarecimentos elucidativos por meio de um exemplar de O Livro dos Espíritos, à época em que este foi lançado pelo codificador.
* A Tragédia de Santa Maria (Rio de Janeiro: FEB, 1957. 267p.) - atribuído ao espírito Bezerra de Menezes, ambientado em uma fazenda de café em Vassouras (RJ).
* Ressurreição e Vida (Rio de Janeiro: FEB, 1963. 314p.) - atribuído ao espírito Leon Tolstoi, compreende seis contos e dois mini-romances ambientados na Rússia dos czares.
* Nas Voragens do Pecado (Rio de Janeiro: FEB, 1960. 317p.) - primeiro volume de uma trilogia atribuído ao espírito Charles, relata a trágica história do massacre dos huguenotes na Noite de São Bartolomeu (23 de Agosto de 1572), durante o que seria uma encarnação anterior da médium, na personalidade de Ruth-Carolina de la Chapelle.
* O Cavaleiro de Numiers (Rio de Janeiro: FEB, 1976. 216p.) - segundo volume da trilogia, mostra outra suposta encarnação da médium, ainda na França, na personalidade de Berth de Sourmeville.
* O Drama da Bretanha (Rio de Janeiro: FEB, 1974. 206p.) - terceiro e último volume da trilogia, ilustra como a médium, agora na personalidade Andrea de Guzman, não consegue suportar os embates de sua expiação e se suicida por afogamento.
* Dramas da Obsessão (Rio de Janeiro: FEB, 1964. 209p.) - atribuído ao espírito Bezerra de Menezes, compreende duas novelas abordando o tema obsessão.
* Sublimação (Rio de Janeiro: FEB, 1974. 221p.) - apresenta dois contos atribuídos ao espírito Charles (um ambientado na Pérsia e outro na Espanha) e três contos atribuídos ao espírito Leon Tolstoi (ambientados na Rússia).
Como escritora, publicou muitos artigos em jornais populares, produção atualmente desconhecida, que carece de um trabalho amplo de recuperação. São ainda da autora:
* A Família Espírita
* À Luz do Consolador (Rio de Janeiro: FEB, 1997. ) - coletânea de artigos da médium na revista Reformador, originalmente entre a década de 1960 e a de 1980.
* Cânticos do Coração (Rio de Janeiro: Ed. CELD. 1994. 2 v. 246 p.) - coletânea de artigos publicados no jornal Obreiros do Bem.
* Contos Amigos
* Devassando o Invisível (Rio de Janeiro: FEB, 1963. 232p.) - a autora desenvolve uma dezena de estudos sobre temas doutrinários, com base em suas experiências mediúnicas.
* Evangelho aos Simples
* O Livro de Eneida
* Pontos Doutrinários - reúne crônicas publicadas na revista Reformador.
* Recordações da Mediunidade (Rio de Janeiro: FEB, 1968. 212p.) - a autora discorre sobre reminiscências de vidas passadas, arquivos da alma, materializações, premonição e obsessão.
* A Lei de Deus
Yvonne do Amaral Pereira
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Deus Não é Tirano, Ele é Amor!
Colaboração dos Irmãos:Evany e Valmir
Um dos maiores temores que vibram no coração do homem é o medo do castigo divino.
Convivendo com a possibilidade de que Deus possa se ofender e castiga-lo por suas faltas, o indivíduo sofre e se divide entre o amor e o temor de Deus.
Atribuindo ao Criador os mesmos vícios que ainda possui, o ser humano teme ser castigado a qualquer momento por um Deus caprichoso e cruel que está sempre à procura de defeitos para se vingar, impondo-nos sofrimentos.
Paulo, o apóstolo, se manifestou a respeito desse tema dizendo o seguinte:
“Gravitar para a unidade divina, eis o fim da humanidade.
Para atingi-lo, três coisas são necessárias: a justiça, o amor e a ciência. Três coisas lhe são opostas e contrárias: a ignorância, o ódio e a injustiça.
Pois bem! Digo-vos, em verdade, que mentis a estes princípios fundamentais, comprometendo a idéia de Deus, exagerando-lhe a severidade.
Duplamente a comprometeis, deixando que no espírito da criatura penetre a suposição de que há nela mais clemência, mais virtude, amor e verdadeira justiça, do que atribuis ao ser infinito.
Quem é, com efeito, o culpado? É aquele que, por um desvio, por um falso movimento da alma, se afasta do objetivo da criação, que consiste no culto harmonioso do belo, do bem, idealizados pelo arquétipo humano, pelo Homem-Deus, por Jesus-Cristo.
Que é o castigo? A conseqüência natural, derivada desse falso movimento; uma certa soma de dores necessária a desgosta-lo da sua deformidade, pela experimentação do sofrimento.
Assim, o que se chama castigo é apenas a conseqüência das leis naturais.
É graças à dor física que a criatura procura o remédio para sua enfermidade. É graças ao sofrimento moral que a alma busca a própria cura.
O sofrimento só tem por finalidade a reabilitação, o retorno do aprendiz ao caminho reto.
Como podemos perceber, o mal não é de essência divina, é gerado pelas criaturas, ainda imperfeitas.
O sofrimento não é imposto por Deus como castigo, é o efeito natural do falso movimento da criatura, e que a estimula, pela amargura, a se dobrar sobre si mesma, a voltar ao objetivo traçado pelas leis divinas, que é a harmonia.
E essas leis são justas, imparciais e amorosas.
Um exemplo disso acontece quando um homem, enlouquecido, assassina várias pessoas, foge e, na fuga, se fere profundamente.
O que acontece com seu organismo?
Suas células, obedecendo a lei natural, começam imediatamente a se movimentar para estancar o sangue, cicatrizar a ferida e expulsar os germes que causam infecção.
Se Deus quisesse castiga-lo, derrogaria suas próprias leis e faria com que as células desse indivíduo não trabalhassem a seu favor, mas se rebelassem e o deixassem morrer.
Afinal, ele é um criminoso!
Mas não é isso que acontece. As leis divinas seguem naturalmente seu curso. O sol brilha, incansável, sobre justos e injustos, sem se importar com o que acontece sob sua luz.
A chuva cai sobre a mansão e sobre o casebre. O frio fustiga a pobres e ricos. As catástrofes naturais arrebatam sábios e ignorantes, velhos e crianças, fortes e fracos.
Por todas essas razões devemos entender que o Criador não derroga suas próprias leis para nos punir ou para nos premiar.
As nossas ações é que geram efeitos sobre essas leis.
As boas ações geram efeitos positivos, e as infrações às leis geram efeitos desajustados.
Nada mais justo do que esta sentença: “a cada um segundo suas obras.”
Nem castigo, nem perdão. Deus não castiga porque suas leis são de amor, e não perdoa porque jamais se ofende.
Pensemos nisso, e busquemos atender essas leis soberanas que estão inscritas em nossa própria consciência.
Um dos maiores temores que vibram no coração do homem é o medo do castigo divino.
Convivendo com a possibilidade de que Deus possa se ofender e castiga-lo por suas faltas, o indivíduo sofre e se divide entre o amor e o temor de Deus.
Atribuindo ao Criador os mesmos vícios que ainda possui, o ser humano teme ser castigado a qualquer momento por um Deus caprichoso e cruel que está sempre à procura de defeitos para se vingar, impondo-nos sofrimentos.
Paulo, o apóstolo, se manifestou a respeito desse tema dizendo o seguinte:
“Gravitar para a unidade divina, eis o fim da humanidade.
Para atingi-lo, três coisas são necessárias: a justiça, o amor e a ciência. Três coisas lhe são opostas e contrárias: a ignorância, o ódio e a injustiça.
Pois bem! Digo-vos, em verdade, que mentis a estes princípios fundamentais, comprometendo a idéia de Deus, exagerando-lhe a severidade.
Duplamente a comprometeis, deixando que no espírito da criatura penetre a suposição de que há nela mais clemência, mais virtude, amor e verdadeira justiça, do que atribuis ao ser infinito.
Quem é, com efeito, o culpado? É aquele que, por um desvio, por um falso movimento da alma, se afasta do objetivo da criação, que consiste no culto harmonioso do belo, do bem, idealizados pelo arquétipo humano, pelo Homem-Deus, por Jesus-Cristo.
Que é o castigo? A conseqüência natural, derivada desse falso movimento; uma certa soma de dores necessária a desgosta-lo da sua deformidade, pela experimentação do sofrimento.
Assim, o que se chama castigo é apenas a conseqüência das leis naturais.
É graças à dor física que a criatura procura o remédio para sua enfermidade. É graças ao sofrimento moral que a alma busca a própria cura.
O sofrimento só tem por finalidade a reabilitação, o retorno do aprendiz ao caminho reto.
Como podemos perceber, o mal não é de essência divina, é gerado pelas criaturas, ainda imperfeitas.
O sofrimento não é imposto por Deus como castigo, é o efeito natural do falso movimento da criatura, e que a estimula, pela amargura, a se dobrar sobre si mesma, a voltar ao objetivo traçado pelas leis divinas, que é a harmonia.
E essas leis são justas, imparciais e amorosas.
Um exemplo disso acontece quando um homem, enlouquecido, assassina várias pessoas, foge e, na fuga, se fere profundamente.
O que acontece com seu organismo?
Suas células, obedecendo a lei natural, começam imediatamente a se movimentar para estancar o sangue, cicatrizar a ferida e expulsar os germes que causam infecção.
Se Deus quisesse castiga-lo, derrogaria suas próprias leis e faria com que as células desse indivíduo não trabalhassem a seu favor, mas se rebelassem e o deixassem morrer.
Afinal, ele é um criminoso!
Mas não é isso que acontece. As leis divinas seguem naturalmente seu curso. O sol brilha, incansável, sobre justos e injustos, sem se importar com o que acontece sob sua luz.
A chuva cai sobre a mansão e sobre o casebre. O frio fustiga a pobres e ricos. As catástrofes naturais arrebatam sábios e ignorantes, velhos e crianças, fortes e fracos.
Por todas essas razões devemos entender que o Criador não derroga suas próprias leis para nos punir ou para nos premiar.
As nossas ações é que geram efeitos sobre essas leis.
As boas ações geram efeitos positivos, e as infrações às leis geram efeitos desajustados.
Nada mais justo do que esta sentença: “a cada um segundo suas obras.”
Nem castigo, nem perdão. Deus não castiga porque suas leis são de amor, e não perdoa porque jamais se ofende.
Pensemos nisso, e busquemos atender essas leis soberanas que estão inscritas em nossa própria consciência.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Quando. . .
QUANDO, nas horas de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma
e as lágrimas te aflorarem aos olhos, busca-me: eu sou aquele que sabe
sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas;
QUANDO te julgares incompreendido dos que
te circundam e vires que, em torno, a indiferença recrudesce, acerca-te
de mim: eu sou a LUZ, sob cujos raios se aclaram a pureza de tuas intenções
e a nobreza de teus sentimentos;
QUANDO se te extinguir o ânimo para arrostares
as vicissitudes da vida e te achares na iminência de desfalecer, chama-me:
eu sou a FORÇA capaz de remover-te as pedras dos caminhos e sobrepor-te
às adversidades do mundo;
QUANDO, inclementes, te açoitarem os vendavais
da sorte e já não souberes onde reclinar a cabeça, corre para junto
de mim: eu sou o REFÚGIO, em cujo seio encontrarás guarida para o teu
corpo e tranqüilidade para o teu espírito;
QUANDO te faltar a calma, nos momentos de
maior aflição, e te considerares incapaz de conservar a serenidade de
espírito, invoca-me: eu sou a PACIÊNCIA, que te faz vencer os transes
mais dolorosos e triunfar das situações mais difíceis;
QUANDO te debateres nos paroxismos da dor
e tiveres a alma ulcerada pelos abrolhos dos caminhos, grita por mim:
eu sou o BÁLSAMO que te cicatriza as chagas e te minora os padecimentos;
QUANDO o mundo te iludir com suas promessas
falazes e perceberes que já ninguém pode inspirar-te confiança, vem
a mim: eu sou a SINCERIDADE, que sabe corresponder à franqueza de tuas
atitudes e à nobreza de teus ideais;
QUANDO a tristeza e a melancolia te povoarem
o coração e tudo te causar aborrecimento, clama por mim: eu sou a ALEGRIA,
que te insufla um alento novo e te faz conhecer os encantos de teu mundo
interior;
QUANDO, um a um, te fenecerem os ideais mais
belos e te sentires no auge do desespero, apela para mim: eu sou a ESPERANÇA,
que te robustece a fé e te acalenta os sonhos;
QUANDO a impiedade recusar-se a relevar-te
as faltas e experimentares a dureza do coração humano, procura-me: eu
sou o PERDÃO, que te levanta o ânimo e promove a reabilitação de teu
espírito;
QUANDO duvidares de tudo, até de tuas próprias
convicções, e o cepticismo te avassalar a alma, recorre a mim: eu sou
a CRENÇA, que te inunda de luz o entendimento e te habilita para a conquista
da Felicidade;
QUANDO já não provares a sublimidade de uma
afeição terna e sincera e te desiludires do sentimento de teu semelhante,
aproxima-te de mim: eu sou a RENÚNCIA, que te ensina a olvidar a ingratidão
dos homens e a esquecer a incompreensão do mundo;
E QUANDO, enfim, quiseres saber quem sou,
pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha
e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda.
Eu sou a dinâmica da vida, e a harmonia da Natureza: chamo-me AMOR,
o remédio para todos os males que te atormentam o espírito.
EU SOU JESUS
e as lágrimas te aflorarem aos olhos, busca-me: eu sou aquele que sabe
sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas;
QUANDO te julgares incompreendido dos que
te circundam e vires que, em torno, a indiferença recrudesce, acerca-te
de mim: eu sou a LUZ, sob cujos raios se aclaram a pureza de tuas intenções
e a nobreza de teus sentimentos;
QUANDO se te extinguir o ânimo para arrostares
as vicissitudes da vida e te achares na iminência de desfalecer, chama-me:
eu sou a FORÇA capaz de remover-te as pedras dos caminhos e sobrepor-te
às adversidades do mundo;
QUANDO, inclementes, te açoitarem os vendavais
da sorte e já não souberes onde reclinar a cabeça, corre para junto
de mim: eu sou o REFÚGIO, em cujo seio encontrarás guarida para o teu
corpo e tranqüilidade para o teu espírito;
QUANDO te faltar a calma, nos momentos de
maior aflição, e te considerares incapaz de conservar a serenidade de
espírito, invoca-me: eu sou a PACIÊNCIA, que te faz vencer os transes
mais dolorosos e triunfar das situações mais difíceis;
QUANDO te debateres nos paroxismos da dor
e tiveres a alma ulcerada pelos abrolhos dos caminhos, grita por mim:
eu sou o BÁLSAMO que te cicatriza as chagas e te minora os padecimentos;
QUANDO o mundo te iludir com suas promessas
falazes e perceberes que já ninguém pode inspirar-te confiança, vem
a mim: eu sou a SINCERIDADE, que sabe corresponder à franqueza de tuas
atitudes e à nobreza de teus ideais;
QUANDO a tristeza e a melancolia te povoarem
o coração e tudo te causar aborrecimento, clama por mim: eu sou a ALEGRIA,
que te insufla um alento novo e te faz conhecer os encantos de teu mundo
interior;
QUANDO, um a um, te fenecerem os ideais mais
belos e te sentires no auge do desespero, apela para mim: eu sou a ESPERANÇA,
que te robustece a fé e te acalenta os sonhos;
QUANDO a impiedade recusar-se a relevar-te
as faltas e experimentares a dureza do coração humano, procura-me: eu
sou o PERDÃO, que te levanta o ânimo e promove a reabilitação de teu
espírito;
QUANDO duvidares de tudo, até de tuas próprias
convicções, e o cepticismo te avassalar a alma, recorre a mim: eu sou
a CRENÇA, que te inunda de luz o entendimento e te habilita para a conquista
da Felicidade;
QUANDO já não provares a sublimidade de uma
afeição terna e sincera e te desiludires do sentimento de teu semelhante,
aproxima-te de mim: eu sou a RENÚNCIA, que te ensina a olvidar a ingratidão
dos homens e a esquecer a incompreensão do mundo;
E QUANDO, enfim, quiseres saber quem sou,
pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha
e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda.
Eu sou a dinâmica da vida, e a harmonia da Natureza: chamo-me AMOR,
o remédio para todos os males que te atormentam o espírito.
EU SOU JESUS
Prevenção Contra o Suicídio
Emmanuel
Quando a idéia de suicídio, porventura, te assome à cabeça, reflete, antes de tudo, na Infinita Bondade de Deus, que te instalou na residência planetária, solidamente estruturada, a fim de sustentar-te a segurança no Espaço Cósmico.
Em seguida, ora, pedindo socorro aos Mensageiros da Divina Providência.
Medita no amor e na necessidade daqueles corações que te usufruem a convivência. Ainda que não lhes conheças, de todo, o afeto que te consagram e embora a impossibilidade em que te reconheces para medir quanto vales para cada um deles, é razoável ponderes quantas lesões de ordem mental lhes causarias com a violência praticada contra ti mesmo.
Se a idéia perniciosa continua a torturar-te, mesmo que te sintas doente, refugia-te no trabalho possível, em que te mostres útil aos que te cercam.
Visita um hospital, onde consigas avaliar as vantagens de que dispões, em confronto com o grande número de companheiros portadores de moléstias irreversíveis.
Vai pessoalmente ao encontro de algum instituto beneficente, a que se recolhem irmãos necessitados de apoio total, para os quais alguns momentos de diálogo amigo se transformam em preciosa medicação.
Lembra-te de alguém que saibas em penúria e busca avistar-te com esse alguém, procurando-lhe aliviar a carga de aflição.
Comparece espontaneamente aos contatos com amigos reeducandos que se encontram internados em presídios do seu conhecimento, de maneira a prestares a esse ou aquele algum pequenino favor.
Não desprezes a leitura de alguma página esclarecedora, capaz de renovar-te os pensamentos.
Entrega-te ao serviço do bem ao próximo, qualquer que ele seja e faze empenho em esquecer-te, porque a voluntária destruição de tuas possibilidades físicas, não só representa um ato de desconsideração para com as bênçãos que te enriquecem a vida, como também será o teu recolhimento compulsório à intimidade de ti mesmo, no qual, por tempo indefinível, permanecerás no envolvimento de suas próprias perturbações.
Quando a idéia de suicídio, porventura, te assome à cabeça, reflete, antes de tudo, na Infinita Bondade de Deus, que te instalou na residência planetária, solidamente estruturada, a fim de sustentar-te a segurança no Espaço Cósmico.
Em seguida, ora, pedindo socorro aos Mensageiros da Divina Providência.
Medita no amor e na necessidade daqueles corações que te usufruem a convivência. Ainda que não lhes conheças, de todo, o afeto que te consagram e embora a impossibilidade em que te reconheces para medir quanto vales para cada um deles, é razoável ponderes quantas lesões de ordem mental lhes causarias com a violência praticada contra ti mesmo.
Se a idéia perniciosa continua a torturar-te, mesmo que te sintas doente, refugia-te no trabalho possível, em que te mostres útil aos que te cercam.
Visita um hospital, onde consigas avaliar as vantagens de que dispões, em confronto com o grande número de companheiros portadores de moléstias irreversíveis.
Vai pessoalmente ao encontro de algum instituto beneficente, a que se recolhem irmãos necessitados de apoio total, para os quais alguns momentos de diálogo amigo se transformam em preciosa medicação.
Lembra-te de alguém que saibas em penúria e busca avistar-te com esse alguém, procurando-lhe aliviar a carga de aflição.
Comparece espontaneamente aos contatos com amigos reeducandos que se encontram internados em presídios do seu conhecimento, de maneira a prestares a esse ou aquele algum pequenino favor.
Não desprezes a leitura de alguma página esclarecedora, capaz de renovar-te os pensamentos.
Entrega-te ao serviço do bem ao próximo, qualquer que ele seja e faze empenho em esquecer-te, porque a voluntária destruição de tuas possibilidades físicas, não só representa um ato de desconsideração para com as bênçãos que te enriquecem a vida, como também será o teu recolhimento compulsório à intimidade de ti mesmo, no qual, por tempo indefinível, permanecerás no envolvimento de suas próprias perturbações.
Assinar:
Postagens (Atom)