sábado, 4 de dezembro de 2010

Tratamento Espiritual - O Que é e Como Ministra-lo

A Doutrina Espírita tem um tríplice aspecto. É filosofia, pois nos leva a pensar nos porquês da vida e no destino do homem, cuja existência imortal de seu Espírito o faz modificar-se. É ciência, já que não aceita suposições que não estejam baseadas em fatos concretos e sensatos, desprezando a fé cega e valorizando o aprendizado e auto-análise constantes. E, por fim, é religião, levando-nos a crer verdadeiramente em Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Crença essa alicerçada nos dois primeiros aspectos citados.
Por tudo isso, as pessoas que buscam o amparo espiritual da Doutrina Espírita precisam compreender a abrangência de seu conteúdo. O centro espírita pode e deve fazer muito pelos necessitados de auxílio, principalmente aqueles que são vítimas da obsessão.
Muitos núcleos, ao invés de priorizarem o tratamento das enfermidades espirituais, dedicam-se quase que exclusivamente à ajuda material aos menos afortunados. Embora meritória, a caridade material deve ser o segundo braço de trabalho da casa espírita.
A miséria existente na sociedade condói o verdadeiro cristão, que precisa esforçar-se para aliviá-la ou mesmo extingui-la. Mas há órgãos governamentais, religiosos de todas as frentes e instituições filantrópicas que, juntamente com os espíritas, ocupam-se desse mister.
Mas, e da parte espiritual? Quantas religiões têm as ferramentas necessárias para libertar o ser de más influências espirituais? Há aquelas que conseguem afastar perturbações espirituais através da modificação moral do obsediado, sem a necessidade de um aprofundamento no caso. Porém, estes casos referem-se a simples perturbações, e não a obsessões.
Como Allan Kardec definiu, a obsessão é uma doença espiritual, sendo a "influência persistente de um mau Espírito sobre outro ser". Persistente, disse o codificador da Doutrina. E essa persistência só poderá ser quebrada através da modificação moral do obsediado, mas, paralelamente, haverá a necessidade de orientação e encaminhamento do obsessor.
É então que entra o principal papel do centro espírita, que tem como orientar o homem moralmente, ajudando-o a corrigir suas imperfeições, e afastar e esclarecer o Espírito influenciador, dando-lhe um novo caminho.
Nesse perfil encontra-se o Tratamento Espiritual, também chamado de Desobsessão. Nele, o centro espírita desenvolverá junto ao obsediado os métodos necessários à libertação da enfermidade espiritual, trazendo-lhe a paz de outrora.
Todo o tratamento é baseado nas orientações de Allan Kardec, contidas nas Obras Básicas da Codificação. Seus resultados puderam ser comprovados em 15 anos de experiência no desenvolvimento deste trabalho, tanto no Grupo Espírita Apóstolo Paulo, como também no Grupo Espírita Bezerra de Menezes.
No Grupo Apóstolo Paulo, temos conseguido cerca de 75% de solução nos casos de obsessão. Isso só pôde ser observado devido ao acompanhamento bimestral dos tratamentos em andamento. Destes 75% resolvidos, 80% aconteceram em 30 dias de tratamento, e 20% em 60 dias.
Nada de mais foi feito. Apenas foram seguidas as recomendações de Allan Kardec e da falange do Espírito de Verdade, quanto à forma de lidar-se com a obsessão.
Baseados nestes resultados, mostraremos os passos que devem ser tomados pelos responsáveis da casa na condução do tratamento, desde a recepção e encaminhamento do necessitado, sua entrevista inicial, as primeiras orientações e como lidar mediunicamente com o obsessor.
Cada casa espírita poderá adaptar as formas de atendimento de acordo com suas possibilidades físicas (estrutura do centro) e espirituais (capacitação dos atendentes e médiuns). Porém, deve manter vigilância para que não distorça as diretrizes básicas orientadas por Kardec e citadas no decorrer deste trabalho.

A informação

Como citamos anteriormente, muitos centros espíritas, por falta de conhecimento ou de prioridades, não têm desenvolvido um tratamento espiritual. Assim, não são todos os frequentadores (admiradores ou espíritas) que sabem desta possibilidade de auxílio. Acreditam que a única forma de amparo espiritual são os passes.
É importante que estejam escritos na fachada da casa, além do nome do centro e do horário das palestras públicas, a existência de um atendimento de orientação a pessoas com problemas espirituais, e o período em que ele ocorre.
Há vários nomes que pode se dar a este trabalho: entrevistas, consultas, atendimento espiritual. Aconselhamos a dar a denominação de "Entrevistas", pois o termo consulta pode ser entendido como orientação médica e atendimento espiritual pode confundir o Espiritismo com cultos afro-brasileiros, onde o médium fica "incorporado" no momento da conversa com o necessitado. E isso é inconcebível dentro de um centro espírita.
Seria interessante também divulgar o tratamento através de folhetos explicativos sobre a Doutrina Espírita. Nós, do GEAP, temos obtido ótimos resultados de público, interessados em conhecer o Espiritismo e suas práticas, ao distribuirmos uma propaganda deste tipo. Trata-se do "Entenda a Vida". É mais uma oportunidade do indivíduo problemático saber que há opções de auxílio para sua vida.

A recepção

A pessoa deverá encontrar na recepção da casa espírita todas as informações necessárias para saber do que se trata esta entrevista.
Há aqueles que acreditam que a entrevista nada mais é do que a conversa com o "guia" espiritual de um médium, que terá que pagar pela "consulta" e outras coisas do gênero.
Assim que for esclarecido, o indivíduo dará ao recepcionista – que deve ser um trabalhador com bom conhecimento espírita - algumas informações preliminares sobre sua vida. Estas anotações serão feitas em uma ficha, colocando-se de início: nome, idade, endereço, profissão, estado civil e número de filhos, quando os tiver. Depois, esta ficha será entregue aos entrevistadores, que anotarão as demais informações necessárias à compreensão do tipo de problema enfrentado pelo entrevistado.

A ficha

É importante que os entrevistadores tenham anotadas algumas características da personalidade do entrevistado, como também suas principais angústias, medos e consequências, frutos da influência a que está sendo submetido. Isso ajudará na formação do perfil da obsessão, facilitando o seu tratamento.
Estas informações básicas serão anotadas na ficha do tratamento, que teve seu preenchimento iniciado na recepção. Esta ficha será guardada em ambiente onde apenas os entrevistadores e o responsável pela recepção terão acesso, preservando a intimidade do assistido.
A influência espiritual pode ser atraída de diversas maneiras. Conhecendo o hábito religioso e social da pessoa, poderemos iniciar o diagnóstico do caso. O consumo excessivo de álcool ou fumo, o uso de drogas, a frequência em terreiros de Umbanda, Quimbanda ou Candomblé, o sono agitado, o uso de psicotrópicos e a existência de problemas cerebrais podem contribuir para a instalação da obsessão. E será importante observarmos estes fatos na ficha do entrevistado.
Além do que foi citado, os entrevistadores anotarão a evolução do tratamento no decorrer das semanas. Iremos ver mais adiante que caso haja a obsessão, iremos evocar o obsessor em nossas reuniões mediúnicas. Na ficha, colocaremos como está a doutrinação do ser espiritual e o estado psíquico do ser encarnado.
Não há como verificarmos o progresso do tratamento se não tivermos guardadas conosco as informações do início e do decorrer do trabalho. Confiarmos apenas em nossas lembranças pode significar fracasso na tentativa de elaborarmos uma orientação confiável ao necessitado, seja ele o obsediado ou o obsessor.
Abaixo, o modelo de ficha utilizado no Grupo Espírita Apóstolo Paulo.



Os atendentes e a entrevista

As pessoas responsáveis pela entrevista deverão ser trabalhadores preparados e com conhecimento acima da média sobre a Doutrina Espírita. Isso porque serão eles que terão a responsabilidade de orientar as pessoas quanto às atitudes que deverão tomar daquele momento em diante, visando afastar o problema espiritual.
Também diagnosticarão, através do bom senso e da mediunidade, quem está sofrendo uma obsessão ou não. Muitos problemas de personalidade ou mesmo enfermidades psíquicas podem ser confundidas com influências espirituais. Aí está mais um motivo para as anotações na ficha citada.
Além disso, há pessoas que procuram fazer uma entrevista no centro espírita, apenas para desabafarem ou terem uma orientação mais específica sobre um problema corriqueiro. Nestes casos, os entrevistadores precisarão estar atentos para perceberem que pode ser desnecessário qualquer tipo de tratamento espiritual, além da frequência à casa para acompanhar as palestras.
É importante que sejam duas as pessoas os atendentes. Se possível, uma de cada sexo. Isso facilitará o atendimento, pois psicologicamente há indivíduos que se sentem melhor contando suas angústias na presença de seres do mesmo sexo, ou o inverso.
A presença entre os atendentes de um médium com faculdade desenvolvida e confiável é de muita importância, pois ele poderá ajudar na percepção do caso ainda durante a entrevista (ver abaixo "O diagnóstico").
Ambos os entrevistadores deverão manter seriedade e discrição, deixando claro ao entrevistado que tudo o que ali for dito, ali será mantido. Por isso, o ambiente reservado é fundamental durante o atendimento.
Antes de iniciar o atendimento, os entrevistadores deverão fazer uma prece particular, rogando a Jesus e aos Bons Espíritos que os inspirem na melhor maneira de conduzir os trabalhos. A prece tornará o ambiente propício, envolvendo-o de fluidos salutares, e quando o entrevistado adentrar à sala, irá se sentir mais seguro para confiar seus tormentos e dúvidas a pessoas que até então não conhecia.
No início da conversa, pergunte ao entrevistado o que ele está precisando, qual o tipo de problema que o traz ali. Deixe-o relaxado. Não force sua abertura. Aos poucos, isso acontecerá.
Escute mais do que fale. Este não é o momento de moralizar ninguém. O necessitado está ali para desabafar. Mostre-se condoído com a narrativa e só a corte caso precise de alguma informação a mais, que ajudará na compreensão do caso.
Depois da conversa preliminar e tomadas as devidas anotações, pode-se analisar mediunicamente o caso, para que o entrevistado seja encaminhado para o tratamento espiritual adequado. É o momento do diagnóstico.

Obs: todo este processo deve durar entre cinco e dez minutos, ultrapassando este tempo apenas em situações de exceção, onde seja necessária uma conversa mais prolongada. O tempo determinado, que não deve ser dito para o entrevistado, é apenas uma forma de organizar o atendimento e dar condições de entrevistar o maior número possível de pessoas. Caso o centro não esteja com muitos a serem atendidos, este tempo pode e deve ser estendido.

O diagnóstico

No GEAP, qualificamos as obsessões em três tipos: cármica, moral e contaminações. Isso serve para facilitar o tipo de orientação que daremos, tanto para a entidade, quanto para o assistido.
A cármica, ou de vidas passadas, seriam as obsessões provenientes de más atitudes em outras encarnações. Essas situações geraram ódio ou mágoa em outro ser, que agora desencarnado, busca vingança.
Já a moral é ligada à conduta social do indivíduo. Seus vícios mais grosseiros, suas atitudes ligadas ao orgulho, avareza, sensualidade. Assim, pode haver a sintonia mental entre os seres, facilitando a obsessão.
Quanto às contaminações, elas estão diretamente ligadas à frequência do indivíduo em lugares, seitas ou templos assistidos por maus Espíritos. Estes ambientes são carregados de fluidos negativos, e a ida até lá pode fazer com que estas entidades liguem-se ao assistido, tentando-o a permanecer no local, para ficar sob seus domínios.
Com o diagnóstico do tipo de obsessão poderemos atuar diretamente na causa do problema.

Podemos identificar mediunicamente o caso atendido de três formas:

1. Médium vidente: um médium vidente poderá nos fornecer informações sobre o ambiente espiritual que cerca o entrevistado e anotará na ficha do mesmo o que foi observado. Tudo o que for verificado não será dito à pessoa. O entrevistador poderá dizer a natureza da observação, mas não os detalhes, para evitar intimidar mais ainda o enfermo. É importante que esta visão seja comparada com as informações que temos do caso e com a manifestação da entidade durante a reunião mediúnica posterior. Allan Kardec nos lembra, em "O Livro dos Médiuns", que a vidência é uma das faculdades mediúnicas com maior possibilidade de erro, devido a estes médiuns serem bastante impressionáveis. Por isso, se for possível, seria mais sensato manter o vidente em uma sala à parte, e encaminhar o entrevistado para lá após a entrevista. Assim, sem haver o conhecimento do caso por parte do vidente, sua mediunidade poderá nos dar informações mais confiáveis. Feitas as anotações, as mesmas serão novamente encaminhadas aos entrevistadores, que procederão com o entrevistado da maneira já citada.
2. Médium sensitivo: após a conversa na sala de entrevistas, um médium sensitivo (com capacidade de identificar a natureza de um Espírito, conforme diz Allan Kardec) ministra um passe no entrevistado. Durante o passe, percebe se há influência espiritual e o tipo da mesma. Sem a presença do atendido, informa aos entrevistadores (o médium pode ser um deles) o que sentiu. Novamente, o entrevistado só terá uma informação geral do que se passa, conforme já explicamos. Assim como na vidência, é importante que esta observação seja comparada na reunião mediúnica. De preferência, que a manifestação espiritual durante esta reunião aconteça em um médium que não conheça o caso. Tudo isso, para que a mistificação ou o engano tenham a menor possibilidade possível de ocorrer.
3. Evocação do Espírito: poderá haver a evocação do Espírito obsessor durante a reunião mediúnica nos casos em que o entrevistador quiser ter informações mais detalhadas sobre o tipo de influência espiritual ou mesmo em casos mais graves, onde a obsessão é patente. Há centros que não dispõem de videntes ou sensitivos desenvolvidos a tal ponto que consigam diagnosticar o problema sem que haja a manifestação espiritual na reunião mediúnica. Nestes casos, o entrevistador deverá proceder na entrevista com todos os passos citados, mas não terá como confirmar imediatamente o tipo de influência que está lidando. Então, encaminhará o caso à reunião mediúnica e após a comunicação do obsessor orientará com maior segurança o entrevistado. Isso poderá ocorrer em uma segunda entrevista, após a reunião ocorrida.

Obs: Em nenhum destes três casos, o médium deverá ficar incorporado na frente do atendido. Isso porque há pessoas sensíveis e impressionáveis demais, e a manifestação espiritual poderá ser mais prejudicial do que benéfica. Lembremos a orientação de Allan Kardec: o contato com o mundo espiritual só deve ser feito por pessoas que tenham estudo e prática nesta área.

O tratamento

Diagnosticada a influência, parte-se então para o tratamento propriamente dito. Ele será dividido em frentes de orientação e transmissão de fluidos:

1. Orientação do obsediado: as palestras públicas serão o principal meio de moralização do indivíduo. Moralizar não significa que a pessoa seja imoral. Como a moral significa o conjunto de qualidades que constituem o ser humano, todos nós temos menos qualidades do que defeitos. É através destas imperfeições que os obsessores encontram a condição necessária para transmitirem seus pensamentos ao obsediado. É a chamada sintonia mental, onde o Espírito desencarnado vai aos poucos envolvendo fluidicamente o encarnado, dominando-o às vezes por completo. Durante as palestras, que devem sempre ter um direcionamento moral, o necessitado será levado a uma auto-análise. Com isso, poderá iniciar o "fechamento" desta "porta aberta" aos Espíritos ignorantes.
2. Passes: após as palestras, o assistido deverá ser encaminhado para o recebimento de passes. Através deles, poderá haver a limpeza dos fluidos que o envolvem. Quando há a obsessão, a entidade perturbadora emite junto ao obsediado uma série de energias negativas, que ficam impregnadas no perispírito do ser. Isso pode causar-lhe mal-estar constante. No tratamento do GEAP, o enfermo recebe durante quatro semanas, um passe semanal, sempre após as palestras públicas. Estes passes são acompanhados através de um controle, onde anotamos a presença do indivíduo e sabemos se o mesmo está participando regularmente do tratamento (ver modelo abaixo). Dividimos também o momento do passe, onde os frequentadores que não estão em tratamento recebem-no primeiro. Após, são ministrados os passes aos que estão em tratamento. Isso ocorre para que as faixas espirituais responsáveis pela desobsessão deixem o ambiente fluídico propício a cada tipo de assistência.
Obs. (1): aliado ao passe, é aconselhável que o assistido tome água fluidificada, que auxiliará na absorção de mais fluidos.
Obs. (2): é importante lembrarmos que o passe só é auxiliador no processo do tratamento. A pessoa obsediada precisa assistir semanalmente a palestra, o principal estimulante de mudança íntima do ser.




3. A Prece: Allan Kardec nos explica que a prece é poderoso instrumento de combate à obsessão. Com ela, o obsediado eleva seu padrão vibratório (sintonia mental), impedindo a atuação do obsessor. Mas a prece deve ser feita de coração, uma verdadeira conversa com Jesus e os bons Espíritos. As orações decoradas, se forem preferidas pela pessoa, devem ter suas frases meditadas e sentidas quando ditas, para que realmente toquem o sentimento do que ora e atinjam o seu objetivo.
4. A Evocação do Espírito: Em "O Livro dos Médiuns", capítulo 25, Allan Kardec discorre sobre o procedimento da evocação. Segundo o codificador, este é o meio mais eficaz de se diagnosticar o tipo de obsessão e conseguir um resultado verdadeiro no tratamento desta enfermidade. Há dirigentes espíritas que acreditam que nas reuniões mediúnicas (ou de desobsessão) só devem ser permitidas comunicações espontâneas de Espíritos. Isso é um erro, de acordo com Allan Kardec, e mostra o desconhecimento de algumas casas sobre "O Livro dos Médiuns". Com isso, o atendimento espiritual acaba sendo prejudicado, e o obsediado continua com seu sofrimento. Durante a evocação, o Espírito obsessor será questionado sobre suas intenções e os motivos que o levam a permanecer junto ao encarnado. Será orientado dentro dos ensinos morais de Jesus e com os cuidados que recomenda a Doutrina Espírita. O doutrinador, que deve ser um trabalhador experiente e livre de vícios mais grosseiros (fumo, bebida, adultério, desonestidade). Isso lhe dará força moral durante a doutrinação, e o Espírito sentirá uma necessidade maior de ouvi-lo. Deverá conduzir a orientação de acordo com a natureza do Espírito, podendo usar de mansidão ou sendo enérgico, mas nunca humilhando a entidade. Aconselha-se que a conversa com o desencarnado não seja longa, mas sim objetiva. Demorar-se demais pode favorecer o animismo mediúnico e dificultar a obtenção de informações. O Espírito deverá ser evocado quantas vezes forem necessárias, em outras reuniões, até haver o afastamento definitivo.

O acompanhamento

É importante um acompanhamento semanal da evolução do tratamento. Os entrevistadores poderão conversar com o assistido, questionando-lhe sobre possíveis melhoras ou mesmo degenerações do caso.
Porém, este acompanhamento pode ser impraticável quando os atendentes tiverem muitas entrevistas novas para serem feitas. Pode-se, então, preparar outras pessoas para tal trabalho. A atividade delas se resumiria em colher informações gerais junto ao assistido, sem necessitar aprofundar-se no problema. Estas informações podem estar restringidas em: se sentiu alguma melhora após o início do tratamento; se está dormindo bem; se notou algo de diferente em seu dia-a-dia; se necessita de algo mais.
Depois, estes depoimentos serão encaminhados aos atendentes, que se notarem que há a necessidade de uma nova conversa particular, avisarão o enfermo e se reunirão com ele.
Os entrevistadores também precisarão separar alguns casos mais graves, onde o contato semanal com o obsediado tem de ser feito. Nestas situações, o assistido precisa de uma "injeção de ânimo" constante, e se isso não for feito, poderá continuar ou aumentar a sintonia com o obsessor.

O retorno

Após os primeiros 30 dias, com o tratamento fluídico (passes), a orientação moral (palestras e entrevistas) e o trabalho mediúnico (evocações), há o retorno do assistido junto aos entrevistadores. Neste momento, analisaremos novamente o caso, percebendo se houve ou não melhora do enfermo.
Geralmente, este período é suficiente para que a pessoa sinta-se refeita do problema e assim possa ser suspenso o tratamento. Nestes casos, deve-se orientar a pessoa para que a mesma frequente por pelo menos mais 60 dias a casa, assistindo às palestras e recebendo o passe.
Isso ajudará ainda mais na manutenção da nova ordem psíquica do mesmo e abrirá seu conhecimento a respeito das coisas espirituais.
Mas se o tratamento não tiver evoluído, os entrevistadores deverão fazer uma nova avaliação do caso. Podem ser feitos novos questionamentos ao assistido e novas evocações.
Esse procedimento será constante até que haja a melhora do indivíduo. Porém, deve-se lembrar de que boa parte da solução da obsessão está na mudança moral do assistido, e este deverá comprometer-se intimamente com a busca de um equilíbrio de vida, fechando as portas para a perturbação espiritual.

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