sábado, 4 de dezembro de 2010

Inspiração, Intuição e Telepatia

Edvaldo Kulcheski

Como ocorrem estes fenômenos? Sua existência demonstra que a pessoa é médium?

No momento em que exerce sua faculdade, o médium pode permanecer no estado normal ou ficar num estado mais ou menos acentuado de crise (transe mediúnico).

Conforme o tipo de faculdade que possui, permanece com as percepções normais ou seu estado de percepção pode se tornar muito mais sensível. Quando no estado normal, é inspirativo ou intuitivo. Quando no estado de crise adquire a forma de sonambulismo ou de êxtase.
Na inspiração e na intuição recebem o pensamento do espírito e posteriormente, com seu modo característico, transmitem a mensagem.
O sonambulismo natural é o estado de independência do espírito em que as suas faculdades adquirem maior amplitude. A alma tem percepções que no estado normal se acham embotadas.

O estado de êxtase é um sonambulismo mais apurado. A alma do estático ainda é mais independente.

Nos estados de sonambulismo e de êxtase, a própria alma do médium pode comunicar-se, constituindo isto o fenômeno chamado animismo.

Na inspiração, a intervenção espiritual é bem menos perceptível, mais discreta; é um modo de o homem receber ajuda aparente do plano superior. São apenas idéias ou sugestões mentais desprovidas de sentimentos.·

A intuição é semelhante a inspiração, porém, a intervenção espiritual é bem mais acentuada; o espírito comunicante transmite suas idéias ou sugestões mentais carregadas de sentimentos ao encarnado que, entendendo-as, interpreta-as e as enuncia com suas próprias palavras.

Tanto na inspiração como na intuição o que ocorre é a transmissão do pensamento, portanto, se efetuam o processo de comunicação telepática.
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Telepatia e mediunidade

Na telepatia processada exclusivamente entre os encarnados, uma vontade ativa transmite os seus pensamentos e outra vontade deliberadamente passiva recebe os pensamentos emitidos, o que constitui num processo de transmissão mental diretamente de encarnado para encarnado. Mas no caso da inspiração e da intuição telepática, além de o médium deixar-se “inspirar” por outro espírito desencarnado, ele também assenhoreia-se dos seus problemas venturosos ou aflitivos, assim como, às vezes, recepciona mensagem espiritual educativa que ultrapassa o seu entendimento ou concepção comum que tem a vida.

Na telepatia entre encarnados, um cérebro ativo envia ondas concêntricas que são captadas por outro cérebro receptor passivo, por que ambos sintonizam-se na mesma faixa vibratória de transmissão mental.

Na inspiração e, principalmente, na intuição, efetua-se o “ajuste perispiritual” entre o perispírito do médium e o desencarnado, em que o primeiro recebe diretamente a mensagem que deve transferir para o mundo material.

No caso de pura telepatia entre encarnados, o fenômeno é subordinado exclusivamente aos acontecimentos do mundo físico, enquanto que, no intercâmbio telepático inspirativo e intuitivo com os espíritos desencarnados, os médiuns captam notícias inéditas do Além, fazem previsões acertadas e muitas vezes expõem assuntos que, além de transcender aos seus próprios conhecimentos, ainda ultrapassam a concepção habitual dos frequentadores das sessões espíritas.

Na inspiração, o médium não se afasta do corpo, precisa apenas sintonizar-se mentalmente com o espírito para receber telepaticamente a influência e transmití-la, sem se afastar do corpo. É totalmente consciente, ocorrendo a assimilação de correntes mentais que o espírito envia ao encarnado, ou seja, são apenas idéias ou sugestões mentais desprovidas de sentimentos.

É simplesmente uma influência telepática com plena consciência do médium, nada provando a origem mediúnica, mas reconhece-se que é uma influência estranha quando o assunto tratado está fora das cogitações do médium ou mesmo contrária a seus pontos de vista.

Na intuição o médium também não se afasta do corpo, mas tem de sintonizar-se mentalmente a harmonizar-se vibratoriamente com o espírito para receber telepaticamente a influência estranha e posteriormente transmití-la.

Duas pessoas sintonizadas mentalmente estarão, evidentemente, com as mentes perfeitamente entrosadas e havendo entre elas harmonia vibratória, se estabelecerá entre elas uma ponte magnética vinculando-as, imantando-as profundamente.

Os pensamentos e as sensações diferentes que o médium sente, deve-se ao jato de força mental e força vibratória que o espírito lança sobre o sistema nervoso do encarnado, ou seja, as idéias ou sujestões mentais vem carregadas de sentimentos, sensações etc.

O médium recebe as idéias, interpreta-as e dá-lhes forma com suas próprias palavras.

Não raro o comunicante imprime maior vigor à ação telepática pondo a mão no cérebro material, caracterizando aí a chamada mediunidade intuitiva.

As incorporações caracterizam-se pelo fato de o espírito do médium afastar-se do corpo (ao qual fica unido por um cordão fluídico) e entrar num estado de sonolência ou transe.
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Livro Nos domínios da mediunidade

A seguir, alguns trechos do livro de André Luiz, psicografado por Chico Xavier.·

“Os veículos físicos aparecem quais se fossem correntes eletromagnéticas em elevada tensão.

O sistema nervoso, os núcleos glandulares e os plexos emitem luminescência particular. E justapondo-se ao cérebro, a mente surge como esfera de luz característica, oferecendo em cada companheiro determinado potencial de radiação.
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Corpo físico – manifestação transitória da alma

Em qualquer estudo mediúnico, não podemos esquecer que a individualidade espiritual, na carne, mora na cidadela atômica do corpo, formado por recursos tomados de empréstimo ao ambiente do mundo. Sangue, encéfalo, nervos, ossos, pele e músculos representam materiais que se aglutinam entre si para a manifestação transitória da alma, na Terra, constituindo-lhe vestimenta temporária, segundo as condições em que a mente se acha.·


Amortecimento vibratório do instrutor espiritual

O instrutor espiritual pousou a destra na fonte do médium que comandava a assembléia, tornando-se mais humanizado, obscuro (com menos luz). Graduou o pensamento e a expressão, de acordo com a capacidade do médium e do ambiente que o cerca, ajustando-se-lhes às possibilidades.

O benfeitor espiritual tornou-se mais pesado porque amorteceu o elevado tom vibratório em que se respira habitualmente, descendo à posição do médium, tanto quanto lhe é possível, para benefício do trabalho que se inicia.

Os espíritos cujas vibrações se processam aceleradamente, devido à sua evolução, graduam o pensamento e densificam o perispírito quando desejam transmitir as comunicações, inspirar dirigentes mediúnicos ou expositores.·

Para reduzir seu padrão vibratório, os espírito superiores impregnam-se de matéria sutil colhida no próprio ambiente; para elevar o tom vibratório do médium, eles encontrarão na concentração ou transe daquele, os meios de ativar-lhes as vibrações.·
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O mentor espiritual age no cérebro do médium·

A cabeça venerável do instrutor espiritual passou a emitir raios fulgurantes, ao mesmo tempo que o cérebro do médium, sob os dedos do benfeitor, se sublimava de luminosidade intensa, embora diversa.

O mentor desencarnado levantou a voz comovente, suplicando a Bênção Divina.

O médium transmitiu igualmente em alta voz, imprimindo diminutas variações.

Fios de luz brilhante ligavam os componentes da mesa, dando-lhes a perceber que a prece os reunia mais fortemente entre si.”
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Mecanismo da ação espiritual sobre o médium

Terminada a oração, acerquei-me do médium. Desejava investigar mais a fundo as suas impressões físicas e observei-lhe, então, todo o busto, inclusive os braços e mãos, sob vigorosa onda de força, arrepiar-lhe a pele, num fenômeno de doce excitação, como que “agradável calafrio”. Essa onda de força descansava sobre o plexo solar, onde se transformava em luminoso estímulo, que se estendia pelos nervos até o cérebro, do qual se derramava pela boca, em formas de palavras.

O jato de forças mentais do instrutor espiritual atuou sobre a organização psíquica do médium, apoiando-se no plexo solar, elevou-se ao sistema neuro-cerebrino.

Como energia elétrica da usina emissora que, atingindo a lâmpada, se espalha no filamento incandescente, produzindo o fenômeno da luz.
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Fenômeno de assimilação mental

Vimos aqui o fenômeno da perfeita assimilação de correntes mentais que preside habitualmente a quase todos os fatos mediúnicos.

Essas impressões apóiam-se nos centros dos corpos espiritual, que funcionam à maneira de condensadores, atingem, de imediato, os cabos do sistema nervoso, a desempenharem o papel de preciosas bobinas de indução, acumulando-se aí num átimo e reconstituindo-se, automaticamente, no cérebro.

Semelhante a milagroso teclado de eletroimãs, ligados uns aos outros e em cujos fulcros dinâmicos se processam as ações e as reações mentais, que determinam vibrações criativas, através do pensamento ou da palavra, considerando-se o encéfalo como poderosa estação emissora e receptora e a boca por valioso auto-falante.

Tais estímulos se apressam ainda o mecanismo das mãos e dos pés ou pelas impressões dos sentidos e dos condutores, transformadores e analistas, sob o comando direto da mente.

A mediunidade é um dom inerente a todos os seres, (cada um a manifestando em determinado grau), como a faculdade de respirar, e cada criatura assimila as forças superiores ou inferiores com as quais sintoniza. Por isso mesmo, o Divino Mestre recomendou-nos oração e vigilância para não cairmos nas sugestões do mal, porque a tentação é o fio de forças vivas a irradiar-se de nós, captando os elementos que lhe são semelhantes e tecendo, assim ao redor de nossa alma, espessa rede de impulsos, por vezes irresistíveis.

Sintonia vibratória

Sintonia significa, em definição mais ampla, entendimento, harmonia compreensão, ressonância ou equivalência. Sintonia é, portanto, um fenômeno de harmonia psíquica, funcionando, naturalmente à base de vibrações. Duas pessoas sintonizadas estarão, evidentemente, com as mentes perfeitamentes entrosadas, havendo entre elas, uma ponte magnética a vinculá-las, imantando-as profundamente. Estarão respirando na mesma faixa, intimamente associadas”.

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