sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Algumas Anotações sobre o Espiritismo e o Terceiro Milênio

Bismael B Moraes(*)

Muitas pessoas têm repetido, sem maior reflexão, que "o mundo passará por grandes mudanças e será melhor a partir do terceiro milênio". Entretanto, quando assim falam, não se referem ao "3º milênio da Era Cristã" (tomando por base o nascimento do Cristo, para os que se apresentam como seguidores do cristianismo). Parecem esquecer a recomendação do Mestre Jesus: "Conhece a verdade, e a verdade te libertará". E o Espiritismo, por suas conseqüências religiosas, é a doutrina da fé raciocinada. Ensina essa doutrina que não basta decorar o que se tenha lido ou ouvido, mas pede que pensemos a respeito de tudo, para que, conscientemente, tenhamos certeza do que sentimos e estejamos sempre prontos a aprender. Deve ser assim para quem se imagine adepto do Espiritismo cristão.

Baseada no tripé - filosofia, ciência e moral religiosa -, a Doutrina Espírita, também conhecida como a Terceira Revelação trazida pelos Espíritos superiores, registrada e perenizada na Codificação de Allan Kardec, é conhecida pelos seus seguidores e estudiosos - repetimos – como a "Doutrina da Fé Raciocinada". Com ela, além de analisarmos sobre o que somos, de onde viemos, o que estamos fazendo na Terra e para onde vamos após o desencarne (a morte do corpo), aprendemos que não devemos apenas repetir o que lemos e ouvimos, pois temos, como Espíritos encarnados, seres inteligentes da Natureza e com tarefas definidas para o nosso progresso, a obrigação de raciocinar acerca de tudo e só aceitar aquilo que possa enfrentar a ciência, face a face, sem temer a verdade. Somos dotados do livre-arbítrio por Deus e podemos escolher, conscientemente, sobre o que entendemos como certo e bom.

A ciência prova que a Terra existe há bilhões de anos. A origem do ser humano, segundo os pesquisadores, remonta a três bilhões de anos. E os registros históricos mostram que as religiões e as manifestações das crenças têm milhões de anos, com as mais variadas formas de misticismo e os questionamentos de seus seguidores. As civilizações do mundo criaram seus horóscopos, marcando o tempo de nascimento de suas sociedades, e têm seus calendários, nem sempre cientificamente comprovados, mas dogmaticamente seguidos e festejados. Assim, fala-se de horóscopo chinês, horóscopo asteca, horóscopo incaico, horóscopo indiano, e outros, bem como de calendário egípcio, calendário grego, calendário judaico, calendário romano, calendário muçulmano, calendário eclesiástico, etc, com base em costumes e tradições.

Por exemplo, a civilização dos Incas existiu desde 20.000 a 100 anos antes de Cristo (a.C.); a civilização africana conta registros de pinturas de 6000 anos a.C.; a civilização egípcia, mais de 4000 anos a.C., assim como a civilização judaica; a civilização grega é de mais de 3000 anos a.C.; a indiana, além de 2500 anos a.C., como também a chinesa, e há outros registros que podem ser pesquisados. Veja-se, a propósito, que em 15 de setembro de 2007, foi comemorado por Israel o Ano 5767, e a China, em 2007, comemorou o Ano 4704, e outros apontamentos históricos poderiam ser lembrados.

Ainda, se fizermos uma busca na história das religiões, encontraremos, em várias épocas e em lugares mais diversos, Espíritos altamente evoluídos: são os chamados reveladores, missionários, guias ou líderes religiosos que, com os seus ensinamentos, foram e são bases morais para seus povos ou seguidores. Poderíamos citar alguns, como exemplos: Krishna, que viveu por volta do ano 2100 a.C. (antes de Cristo) e ensinava que "quando o corpo se dissolve, a alma vai para a região de seres puros; se a paixão a domina, ela vem de novo habitar a Terra"; depois, Moisés, cerca de 1700 anos a.C. (antes de Cristo), com o judaísmo, que originou a seita do cristianismo, a ele creditando-se a origem do Dez Mandamentos; em seguida, os divulgadores do bramanismo, mais ou menos 1400 a.C. (antes de Cristo), tendo o Brama como criador, superior, absoluto, com base no Livro dos Vedas, envolvendo ainda costumes, dogmas, mistérios, sacrifícios; e, já próximo dos 700 anos a.C. (antes de Cristo), veio Budha, dele nascendo o budismo, ensinando a "colocação da humanidade no caminho da mora.l e da Lei Divina"; mais adiante, viria Lao-Tse, na China, cerca de 600 anos a.C. (antes de Cristo), com o taoísmo, aconselhando "esquecer as ofensas e amar ao próximo como a si mesmo"; e, ainda na China, tem-se o filósofo Confúcio, 550 anos a.C. (antes de Cristo), criando-se o confucionismo, que ensinava: "Faze ao próximo como a ti mesmo; esquece as injúrias, mas não os benefícios"; e chegamos à Era Cristã, com Jesus Cristo e suas lições de amor, justiça, caridade e perdão, nascendo o cristianismo, inicialmente perseguido e, depois, tornando-se religião estatal (aceita pelo Estado Romano), pelo Edito de Milão, no ano 313 depois de Cristo (d.C.), por ato do Imperador Constantino.

Pois bem. Sabemos que "o progresso moral do mundo ou da humanidade se dará pelo progresso individual de cada um dos seus membros", como ensinam os Espíritos. Entretanto, como, via de regra, os espíritas são pessoas interessadas em aprender, aos poucos, vêm se tornando leitores cativos de muitas editoras, ora havendo obras sérias e edificantes, ora encontrando-se livros e artigos que não podem ser aceitos sem maior reflexão... Há, infelizmente, algumas obras e articulistas falando do Terceiro Milênio como se, partindo do ano dois mil da Era Cristã, o mundo estivesse se transformando em um ambiente melhor, e isso não dependesse das descobertas do ser humano em todas as épocas, do seu esforço e de sua reforma íntima, evitando o mal e persistindo no bem, em suas caminhada de progresso, caindo e levantando, sofrendo ou tendo sucesso, chorando e sorrindo, sempre em busca de "conhecer a verdade e se libertar".

Somos espíritas cristãos e, por isso, não podemos esquecer os registros da ciência e os ensinamentos dos Espíritos, bem como das lições de Allan Kardec e de seus seguidores éticos. A história (que é ciência), por exemplo, nos mostra, por intermédio de documentos, que, em razão de inúmeras divergências quanto a data do Nascimento de Jesus, o dia 25 de dezembro (Dia de Natal) foi uma criação do Papa Julio I, no Século IV d.C. (depois de Cristo), para evitar as "datas pagãs".

Ainda recentemente, em artigo para o jornal "Folha de S. Paulo" (12-3-2006, p.2), um dos grandes empresários brasileiros e que tem formação superior, ao criticar a situação econômico-social e política do mundo, depois de falar da China, da Índia, do Irã e dos Estados Unidos, afirmou: "Ninguém poderia imaginar que o século 21 seria aberto com tanta intranqüilidade". (Observe-se que, pelo costume, o articulista sequer se lembra de que estamos no "Século 21 da Era Cristã!).

Neste final, voltamos a chamar a atenção de todos para o ensinamento dos Espíritos superiores: sabemos que o mundo abriga a humanidade e que está é o resultado de bilhões de anos de lenta evolução. Por isso, como adeptos conscientes do Espiritismo, não devemos esquecer que o progresso moral é vagaroso e não se inicia partindo do ano 2001 da Era Cristã, mas é de todas as épocas. Repetimos, com base nas lições da Doutrina Espírita, que a melhoria do Planeta Terra, para todos nós, dependerá do progresso individual de cada ser humano. Devemos aprender a perdoar, a diminuir nosso preconceito e amar ao próximo. E o modelo para isso acha-se na Questão nº 625 de "O Livro dos Espíritos": - Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? E a resposta é: JESUS! Basta que sigamos suas lições e seus exemplos.

Como, de acordo com a ONU – Organização das Nações Unidas -, atualmente, o mundo tem aproximadamente sete bilhões de habitantes, distribuídos por mais de 200 países, e verificando-se, pelas estatísticas, que somente cerca de um terço (1/3) dessa população - mais ou menos 2,5 bilhões - são cristãos, estando os verdadeiros espíritas entre estes, de logo se vê que 2/3 dos povos da Terra não conhecem o cristianismo, mas todos – cristãos ou não - somos amparados pelos Espíritos do bem que, pela graça de Deus, estão em qualquer parte do Universo!

Por isso, como espíritas cristãos, seguidores e divulgadores da fé raciocinada, não estaríamos incorrendo em erro, ao afirmarmos ou aceitarmos, sem reflexão, "o terceiro milênio" (calendário da Era Cristã) como ponto para a regeneração do mundo, quando sabemos que a Terra tem bilhões de anos e que mais de 2/3 dos habitantes do nosso Planeta sequer conhecem os ensinamentos do Cristo, mas que, mesmo assim, há povos não-cristãos evoluindo e evoluídos, pois os Espíritos Mentores se acham em todos os cantos do mundo?

Jesus nos recomendou: orar e vigiar. Nossos alicerces são as lições do Cristo. Deus é a causa primária de todas as coisas. Razão, perplexidade, leveza e sabedoria devem ser dosadas pelo equilíbrio.Tenhamos cuidado com o que lemos e raciocinemos sobre o que ouvimos. Espiritualmente, somos seres eternos, independentemente de nossas concepções doutrinárias ou religiosas. Muita paz.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dia de Finados

Como a Doutrina Espírita encara o Dia de Finados?


Realmente o tema desperta algumas dúvidas. Mesmo alguns companheiros espíritas perguntam se devem ou não ir aos cemitérios no dia 2 de Novembro, se isto é importante ou não.


Antes de tudo, lembremos que o respeito instintivo do homem pelos desencarnados, os chamados mortos, é uma consequência natural da intuição que as pessoas têm da vida futura.


Não faria nenhum sentido o respeito ou as homenagens aos mortos se no fundo o homem não acreditasse que aqueles seres queridos continuassem vivendo de alguma forma. É um fato curioso que mesmo aqueles que se dizem materialistas ou ateus nutrem este respeito pelos mortos.


Embora o culto aos mortos ou antepassados seja de todos os tempos, Léon Denis nos diz que o estabelecimento de uma data específica para a comemoração dos mortos é uma iniciativa dos druidas, antigo povo que viveu na região que hoje é a França. Os druidas, um povo que acreditava na continuação da existência depois da morte, se reuniam nos lares, não nos cemitérios, no primeiro dia de novembro, para homenagear e evocar os mortos.


A noção de imortalidade que a maioria das pessoas tem, no entanto, ainda é confusa, fazendo com que as multidões se encaminhem para os cemitérios, como se o cemitério fosse a morada eterna daqueles que pereceram.


O Espiritismo ensina o respeito aos desencarnados como um dever de fraternidade, mas mostra que as expressões de carinho não precisam ser realizadas no cemitério, nem é necessário haver um dia especial para que tais lembranças ou homenagens sejam realizadas.


Mas para os espíritos desencarnados o dia 2 de Novembro tem alguma coisa mais solene, mais importante? Eles se preparam para visitar os que vão orar sobre os túmulos?


É preciso entender que nossa comunicação com os desencarnados é realizada através do pensamento. As preces, as orações, são vibrações do pensamento que alcançam os espíritos.


Nossos entes queridos desencarnados são sensíveis ao nosso pensamento. Se existe entre eles e nós o sentimento de verdadeira afeição, se existe esse laço de sintonia, eles percebem nossos sentimentos e nossas preces, independente de ser dia de finados ou não.


Esse é o aspecto consolador da Doutrina Espírita: a certeza de que nossos queridos desencarnados, nossos pais, filhos, parentes e amigos, continuam vivos e continuam em relação conosco através do pensamento.


Não podemos ter a sua presença física, mas o sentimento verdadeiro nos une e eles estão em relação conosco, conforme as condições espirituais em que se encontrem.

Realizaram a grande viagem de retorno à pátria espiritual antes de nós, nos precederam na jornada de retorno, mas continuam vivos e atuantes.


Um amigo incrédulo uma vez nos falou:

“Só vou continuar vivo na lembrança das pessoas”.

Não é verdade. Continuamos tão vivos após a morte quanto estamos vivos agora. Apenas não dispomos mais deste corpo de carne, pesado e grosseiro.


Então, os espíritos atendem sim aos chamados do pensamento daqueles que visitam os túmulos. No dia 2 de Novembro, portanto, como nos informam os amigos espirituais, o movimento nos cemitérios, no plano espiritual, é muito maior, porque é muito maior o número de pessoas que evocam, pelas preces e pelos sentimentos, os desencarnados.

Questões sobre o tema:

- Se estes desencarnados pudessem se tornar visíveis, como eles se mostrariam?


Com a forma que tinham quando estavam encarnados, para que pudessem ser reconhecidos.


Não é raro que o espírito quando desencarne sofra ou provoque alterações na sua aparência, ou seja, no seu corpo espiritual. Espíritos que estão em equilíbrio mental e emocional podem se apresentar com uma aparência mais jovem do que tinham quando estavam encarnados, enquanto outros podem inclusive adotar a aparência que tinham em outra encarnação. Por outro lado, espíritos que estão em desequilíbrio podem ter uma aparência muito diferente da que tinham no corpo, pois o corpo espiritual mostra o verdadeiro estado interior do espírito.


- E quanto aos espíritos esquecidos, cujos túmulos não são visitados? Como se sentem?


Isto depende muito do estado do espírito. Muitos já reconhecem que a visita aos túmulos não é fundamental para se sentirem amados. Outros, no entanto, comparecem aos cemitérios na esperança de encontrar alguém que ainda se lembre deles e se entristecem quando se vêem sozinhos.


- A visita ao túmulo traz mais satisfação ao desencarnado do que uma prece feita em sua intenção?


Visitar o túmulo é a exteriorização da lembrança que se tem do espírito querido, é uma forma de manifestar a saudade, o respeito e o carinho. Desde que realizada com boa intenção, sem ser apenas um compromisso social ou protocolar, desde que não se prenda a manifestações de desespero, de cobranças, de acusações, como ocorre em muitas situações, a visitação ao túmulo não é condenável. Apenas é desnecessária, pois a entidade espiritual não se encontra no cemitério, e pode ser lembrada e homenageada através da prece em qualquer lugar. A prece ditada pelo coração, pelo sentimento, santifica a lembrança, e é sempre recebida com prazer e alegria pelo desencarnado.


- No ambiente espiritual dos cemitérios comparecem apenas os espíritos cujos corpos foram lá enterrados?


Não. Segundo as narrativas, o ambiente espiritual dos cemitérios fica bastante tumultuado no chamado Dia de Finados. E isto ocorre por vários motivos. Primeiro, como já dissemos, pela própria quantidade de pessoas que visitam os túmulos. Cada um de nós levamos nossas companhias espirituais, somos acompanhados pelos espíritos familiares. Depois, porque muitos espíritos que estão vagando desocupados e curiosos do plano espiritual também acorrem aos cemitérios, atraídos pelo movimento da multidão, tal como ocorre entre os encarnados. Alguns comparecem respeitosos enquanto outros se entregam à galhofa e à zombaria.

- E existem espíritos que permanecem fixados no ambiente do cemitério depois de sua desencarnação?


Sim, embora esta não seja uma ocorrência comum. Além disso, devemos nos lembrar que nos cemitérios, bem como em qualquer lugar, existem equipes espirituais trabalhando para auxiliar, dentro do possível, os que estão em sofrimento.


- Os espíritos dão alguma importância ao tratamento que é dado ao seu túmulo? As flores, os enfeites, as velas, os mausoléus, influenciam no estado espiritual do desencarnado?


Não. Somente os espíritos ainda muito ligados às manifestações materiais poderiam se importar com o estado do seu túmulo, e mesmos estes, em pouco tempo, percebem a inutilidade, em termos espirituais, de tais arranjos. O carinho com que são cuidados os túmulos só tem algum sentido para os encarnados, que devem se precaver para não criarem um estranho tipo de culto. Não devemos converter as necrópoles vazias em “salas de visita do além”. Há locais mais indicados para nos lembrarmos daqueles que partiram.


- E que tipo de local seria este?


O lar! Nossos entes familiares que já desencarnaram podem ser lembrados na própria intimidade e no aconchego de nosso lar, ao invés da frieza dos cemitérios e catacumbas. Eles sempre preferirão receber nossa mensagem de saudade e carinho envolvida nas vibrações do ambiente familiar. Qualquer que seja a situação espiritual em que eles se encontrem, serão alcançados pelo nosso pensamento. Por isso, devemos nos esforçar para, sempre que lembrarmos deles, que nosso pensamento seja de saudade equilibrada, de desejo de paz e bem-estar, de apoio e afeto, e nunca de desespero, de acusação, de culpa, de remorso.


- Mas a tristeza é natural, não?

Sim, mas não permitamos que a saudade se converta em angústia, em depressão. Usemos os recursos da confiança irrestrita em Deus, da certeza de Sua justiça e sua bondade. Deus é Amor, e onde haja a expressão do amor, a presença divina se faz. Vamos permitir que essa presença acalme nosso coração e tranquilize nosso pensamento, compreendendo que os afetos verdadeiros não são destruídos pela morte física, não são encerrados na sepultura. Dois motivos, portanto, para não cultivarmos a tristeza: sentimos saudades – e não estamos mortos; nossos amados não estão mortos – e sentem saudades...

Se formos capazes de orar, com serenidade e confiança, envolvendo a saudade com a esperança, sentiremos a presença deles entre nós, envolvendo nossos corações em alegria e paz.

domingo, 1 de novembro de 2009

Poema de Gratidão

Oração Final – Por Divaldo Pereira Franco

Muito obrigado Senhor!
Muito obrigado pelo que me deste.
Muito obrigado pelo que me dás.

Obrigado pelo pão, pela vida, pelo ar, pela paz.
Muito obrigado pela beleza que os meus olhos vêem no altar da natureza.
Olhos que fitam o céu, a terra e o mar
Que acompanham a ave ligeira que corre fagueira pelo céu de anil
E se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil.


Muito obrigado Senhor!

Porque eu posso ver meu amor.
Mas diante da minha visão
Eu detecto cegos guiando na escuridão
que tropeçam na multidão
que choram na solidão.

Por eles eu oro e a ti imploro comiseração
porque eu seique depois desta lida, na outra vida, eles também enxergarão!


Muito obrigado Senhor!
Pelos ouvidos meus que me foram dados por Deus.
Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro
A melodia do vento nos ramos do olmeiro
As lágrimas que vertem os olhos do mundo inteiro!

Ouvidos que ouvem a música do povo que desce do morro na praça a cantar.
A melodia dos imortais, que se houve uma vez e ninguém a esquece nunca mais!
A voz melodiosa, canora, melancólica do boiadeiro.
E a dor que geme e que chora no coração do mundo inteiro!

Pela minha alegria de ouvir, pelos surdos, eu te quero pedir
Porque eu sei
Que depois desta dor, no teu reino de amor, voltarão a sentir!


Obrigado pela minha voz
Mas também pela sua voz
Pela voz que canta
Que ama, que ensina, que alfabetiza,

Que trauteia uma canção
E que o Teu nome profere com sentida emoção!

Diante da minha melodia
Eu quero rogar pelos que sofrem de afazia.
Eles não cantam de noite, eles não falam de dia.
Oro por eles
Porque eu sei, que depois desta prova, na vida nova
Eles cantarão!


Obrigado Senhor!

Pelas minhas mãos
Mas também pelas mãos que aram
Que semeiam, que agasalham.
Mãos de ternura que libertam da amargura
Mãos que apertam mãos
De caridade, de solidariedade

Mãos dos adeuses
Que ficam feridas
Que enxugam lágrimas e dores sofridas!

Pelas mãos de sinfonias, de poesias, de cirurgias, de psicografias!
Pelas mãos que atendem a velhice
A dor
O desamor!
Pelas mãos que no seio embalam o corpo de um filho alheio sem receio!
E pelos pés que me levam a andar, sem reclamar!


Obrigado Senhor!

Porque me posso movimentar.
Diante do meu corpo perfeito
Eu te quero rogar

Porque eu vejo na Terra
Aleijados, amputados, decepados, paralisados, que se não podem movimentar.

Eu oro por eles
Porque eu sei, que depois desta expiação
Na outra reencarnação
Eles também bailarão!


Obrigado por fim, pelo meu Lar.
É tão maravilhoso ter um lar!
Não é importante se este Lar é uma mansão, se é uma favela, uma tapera, um ninho, um grabato de dor, um bangalô, uma casa do caminho ou seja lá o que for.

Que dentro dele, exista a figura
do amor de mãe, ou de pai
De mulher ou de marido
De filho ou de irmão
A presença de um amigo

A companhia de um cão
Alguém que nos dê a mão!

Mas se eu a ninguém tiver para me amar
Nem um teto para me agasalhar,
nem uma cama para me deitar

Nem aí reclamarei.
Pelo contrário, eu te direi

Obrigado Senhor!
Porque eu nasci!
Obrigado porque creio em ti

Pelo teu amor, obrigado senhor!



(Texto Transcrito do Vídeo de Divaldo Franco )

A Mudanda Interior

Prezados amigos!
Estamos chegando ao fim de 2009, onde devemos fazer uma reflexão do que fizemos para melhorar nosso interior, a fim de evoluimos espíritualmente, subindo aos poucos os degraus da escada dos Bem Aventurados.
Estamos no século XXI, onde deve prevalecer o trabalho em grupo em prol da individualidade, para que uns ajudem ao outro. Já não existe espaço para o egoisto, esse monstro que destroi corações de famílias, nem ergocentrismo, não somos melhores que ninguém.
Muitas pessoas vem a casa espírita reclamando de problemas e perseguições espírituais, esquecendo-se que Ele próprio é culpado pela maioria dos problemas, onde sua sintonia espíritual é de acordo com os perseguidores, pensamos e agirmos e definimos nossas companhias.
Ninguém que quer fazer o mal, vai ficar junto de uma pessoa que persevera no bem.
Meus bem amados! Está chegando o dia em que todas as coisas serão restabelecidas nos seus devidos lugares, para dissipar as trevas e confundir os orgulhosos.
A terra está passando por transformações onde futuramente não haverá espaços para a maldade, quem continuar na maldade, não reencarnará nesse nosso planeta , será absorvido para mundos inferiores, onde aprenderá na primitividade seu desenvolvimento espíritual.
Não se engane, por acontecer coisas abomináveis, pois espíritos que estão tendo sua última oportunidade de regeneração na terra estão se comprometendo ainda mais com suas maldades que um dia serão resgatadas pela lei de ação e reação.
São espíritos que se compraziam no mal, que prometeram se regenerar na terra e se complicam mais ainda.
A nossa reflexão começa: Será que realmente acreditamos nas promessas do Cristo? Se acreditamos temos que mudar para melhor, pois FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO!
a CARIDADE não se faz só com dinheiro, e sim de todas as maneiras possíveis, como a palavra amiga, compreender nossos familiares mais difíceis, ouvir a quem deseja falar, ter educação para com nossos irmãos etc. Há cada um desses que ajudares, é a Deus que vc ajuda.
Irmãos! Amemos uns aos outros para dignificar as palavras de Jesus!
Muita paz para todos! Jesus nos ampare!
Irmão Antonio Carlos em 01.11.2009

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Algumas Anotações Sobre o Espiritismo e o Terceiro Milênio

Bismael B Moraes(*)

Muitas pessoas têm repetido, sem maior reflexão, que "o mundo passará por grandes mudanças e será melhor a partir do terceiro milênio". Entretanto, quando assim falam, não se referem ao "3º milênio da Era Cristã" (tomando por base o nascimento do Cristo, para os que se apresentam como seguidores do cristianismo). Parecem esquecer a recomendação do Mestre Jesus: "Conhece a verdade, e a verdade te libertará". E o Espiritismo, por suas conseqüências religiosas, é a doutrina da fé raciocinada. Ensina essa doutrina que não basta decorar o que se tenha lido ou ouvido, mas pede que pensemos a respeito de tudo, para que, conscientemente, tenhamos certeza do que sentimos e estejamos sempre prontos a aprender. Deve ser assim para quem se imagine adepto do Espiritismo cristão.

Baseada no tripé - filosofia, ciência e moral religiosa -, a Doutrina Espírita, também conhecida como a Terceira Revelação trazida pelos Espíritos superiores, registrada e perenizada na Codificação de Allan Kardec, é conhecida pelos seus seguidores e estudiosos - repetimos – como a "Doutrina da Fé Raciocinada". Com ela, além de analisarmos sobre o que somos, de onde viemos, o que estamos fazendo na Terra e para onde vamos após o desencarne (a morte do corpo), aprendemos que não devemos apenas repetir o que lemos e ouvimos, pois temos, como Espíritos encarnados, seres inteligentes da Natureza e com tarefas definidas para o nosso progresso, a obrigação de raciocinar acerca de tudo e só aceitar aquilo que possa enfrentar a ciência, face a face, sem temer a verdade. Somos dotados do livre-arbítrio por Deus e podemos escolher, conscientemente, sobre o que entendemos como certo e bom.

A ciência prova que a Terra existe há bilhões de anos. A origem do ser humano, segundo os pesquisadores, remonta a três bilhões de anos. E os registros históricos mostram que as religiões e as manifestações das crenças têm milhões de anos, com as mais variadas formas de misticismo e os questionamentos de seus seguidores. As civilizações do mundo criaram seus horóscopos, marcando o tempo de nascimento de suas sociedades, e têm seus calendários, nem sempre cientificamente comprovados, mas dogmaticamente seguidos e festejados. Assim, fala-se de horóscopo chinês, horóscopo asteca, horóscopo incaico, horóscopo indiano, e outros, bem como de calendário egípcio, calendário grego, calendário judaico, calendário romano, calendário muçulmano, calendário eclesiástico, etc, com base em costumes e tradições.

Por exemplo, a civilização dos Incas existiu desde 20.000 a 100 anos antes de Cristo (a.C.); a civilização africana conta registros de pinturas de 6000 anos a.C.; a civilização egípcia, mais de 4000 anos a.C., assim como a civilização judaica; a civilização grega é de mais de 3000 anos a.C.; a indiana, além de 2500 anos a.C., como também a chinesa, e há outros registros que podem ser pesquisados. Veja-se, a propósito, que em 15 de setembro de 2007, foi comemorado por Israel o Ano 5767, e a China, em 2007, comemorou o Ano 4704, e outros apontamentos históricos poderiam ser lembrados.

Ainda, se fizermos uma busca na história das religiões, encontraremos, em várias épocas e em lugares mais diversos, Espíritos altamente evoluídos: são os chamados reveladores, missionários, guias ou líderes religiosos que, com os seus ensinamentos, foram e são bases morais para seus povos ou seguidores. Poderíamos citar alguns, como exemplos: Krishna, que viveu por volta do ano 2100 a.C. (antes de Cristo) e ensinava que "quando o corpo se dissolve, a alma vai para a região de seres puros; se a paixão a domina, ela vem de novo habitar a Terra"; depois, Moisés, cerca de 1700 anos a.C. (antes de Cristo), com o judaísmo, que originou a seita do cristianismo, a ele creditando-se a origem do Dez Mandamentos; em seguida, os divulgadores do bramanismo, mais ou menos 1400 a.C. (antes de Cristo), tendo o Brama como criador, superior, absoluto, com base no Livro dos Vedas, envolvendo ainda costumes, dogmas, mistérios, sacrifícios; e, já próximo dos 700 anos a.C. (antes de Cristo), veio Budha, dele nascendo o budismo, ensinando a "colocação da humanidade no caminho da mora.l e da Lei Divina"; mais adiante, viria Lao-Tse, na China, cerca de 600 anos a.C. (antes de Cristo), com o taoísmo, aconselhando "esquecer as ofensas e amar ao próximo como a si mesmo"; e, ainda na China, tem-se o filósofo Confúcio, 550 anos a.C. (antes de Cristo), criando-se o confucionismo, que ensinava: "Faze ao próximo como a ti mesmo; esquece as injúrias, mas não os benefícios"; e chegamos à Era Cristã, com Jesus Cristo e suas lições de amor, justiça, caridade e perdão, nascendo o cristianismo, inicialmente perseguido e, depois, tornando-se religião estatal (aceita pelo Estado Romano), pelo Edito de Milão, no ano 313 depois de Cristo (d.C.), por ato do Imperador Constantino.

Pois bem. Sabemos que "o progresso moral do mundo ou da humanidade se dará pelo progresso individual de cada um dos seus membros", como ensinam os Espíritos. Entretanto, como, via de regra, os espíritas são pessoas interessadas em aprender, aos poucos, vêm se tornando leitores cativos de muitas editoras, ora havendo obras sérias e edificantes, ora encontrando-se livros e artigos que não podem ser aceitos sem maior reflexão... Há, infelizmente, algumas obras e articulistas falando do Terceiro Milênio como se, partindo do ano dois mil da Era Cristã, o mundo estivesse se transformando em um ambiente melhor, e isso não dependesse das descobertas do ser humano em todas as épocas, do seu esforço e de sua reforma íntima, evitando o mal e persistindo no bem, em suas caminhada de progresso, caindo e levantando, sofrendo ou tendo sucesso, chorando e sorrindo, sempre em busca de "conhecer a verdade e se libertar".

Somos espíritas cristãos e, por isso, não podemos esquecer os registros da ciência e os ensinamentos dos Espíritos, bem como das lições de Allan Kardec e de seus seguidores éticos. A história (que é ciência), por exemplo, nos mostra, por intermédio de documentos, que, em razão de inúmeras divergências quanto a data do Nascimento de Jesus, o dia 25 de dezembro (Dia de Natal) foi uma criação do Papa Julio I, no Século IV d.C. (depois de Cristo), para evitar as "datas pagãs".

Ainda recentemente, em artigo para o jornal "Folha de S. Paulo" (12-3-2006, p.2), um dos grandes empresários brasileiros e que tem formação superior, ao criticar a situação econômico-social e política do mundo, depois de falar da China, da Índia, do Irã e dos Estados Unidos, afirmou: "Ninguém poderia imaginar que o século 21 seria aberto com tanta intranqüilidade". (Observe-se que, pelo costume, o articulista sequer se lembra de que estamos no "Século 21 da Era Cristã!).

Neste final, voltamos a chamar a atenção de todos para o ensinamento dos Espíritos superiores: sabemos que o mundo abriga a humanidade e que está é o resultado de bilhões de anos de lenta evolução. Por isso, como adeptos conscientes do Espiritismo, não devemos esquecer que o progresso moral é vagaroso e não se inicia partindo do ano 2001 da Era Cristã, mas é de todas as épocas. Repetimos, com base nas lições da Doutrina Espírita, que a melhoria do Planeta Terra, para todos nós, dependerá do progresso individual de cada ser humano. Devemos aprender a perdoar, a diminuir nosso preconceito e amar ao próximo. E o modelo para isso acha-se na Questão nº 625 de "O Livro dos Espíritos": - Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? E a resposta é: JESUS! Basta que sigamos suas lições e seus exemplos.

Como, de acordo com a ONU – Organização das Nações Unidas -, atualmente, o mundo tem aproximadamente sete bilhões de habitantes, distribuídos por mais de 200 países, e verificando-se, pelas estatísticas, que somente cerca de um terço (1/3) dessa população - mais ou menos 2,5 bilhões - são cristãos, estando os verdadeiros espíritas entre estes, de logo se vê que 2/3 dos povos da Terra não conhecem o cristianismo, mas todos – cristãos ou não - somos amparados pelos Espíritos do bem que, pela graça de Deus, estão em qualquer parte do Universo!

Por isso, como espíritas cristãos, seguidores e divulgadores da fé raciocinada, não estaríamos incorrendo em erro, ao afirmarmos ou aceitarmos, sem reflexão, "o terceiro milênio" (calendário da Era Cristã) como ponto para a regeneração do mundo, quando sabemos que a Terra tem bilhões de anos e que mais de 2/3 dos habitantes do nosso Planeta sequer conhecem os ensinamentos do Cristo, mas que, mesmo assim, há povos não-cristãos evoluindo e evoluídos, pois os Espíritos Mentores se acham em todos os cantos do mundo?

Jesus nos recomendou: orar e vigiar. Nossos alicerces são as lições do Cristo. Deus é a causa primária de todas as coisas. Razão, perplexidade, leveza e sabedoria devem ser dosadas pelo equilíbrio.Tenhamos cuidado com o que lemos e raciocinemos sobre o que ouvimos. Espiritualmente, somos seres eternos, independentemente de nossas concepções doutrinárias ou religiosas. Muita paz.

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Ciência, Filosofia e Religião

Fala-se muito em espíritos, espiritismo, vida após a morte, mas quase nada se sabe a seu respeito. Os adversários do Espiritismo desconhecem tudo a respeito e fazem tremenda confusão.Os próprios espíritas, por sua vez, na sua esmagadora maioria estão na mesma situação. Pois os dois lados partem do preconceito e agem por precipitação.

Quer dizer formularam uma idéia pessoal da doutrina, um esterereótipo mental a que se apegaram.

Mas fica a pergunta quantos sabem que o Espiritismo foi pesquisado por um verdadeiro batalhão de cientistas. Foram Físicos, Químicos, Psicólogos e estão a dispor de qualquer um que queira analisar suas descobertas, pois hoje com o acesso a WWW você digita lá no.

GOOGLE por exemplo; Oliver lodge, Alfred R. Wallace, Myers,Willian Crookes este ultimo em entrevista publicada no The International Psychic Gazette de 1917

Disse "É uma verdade indubitável que uma conexão foi estabelecida entre este mundo e o outro Isto depois deste físico e químico inglês ser desafiado a comprovar que Katie King um espírito de mulher que se materializava, não era uma farsante foram três anos. De 1870 a 1874, o. Físico pacientemente observa, controla, mede, pesa, repete 14 fenômenos, desde movimentos, ruídos, luzes e a materialização de uma mulher que ele tira mais de 50 fotos.

Quer dizer fez tudo que se faz contigo ou comigo só que era um espírito tudo registrado e passado pelo crivo de outras centenas de cientistas contrários a tudo que foi descoberto.

Nenhuma outra doutrina, no mundo, passou incólume por tantas investigações promovidas por grandes cientistas que a contestavam.

Dai parte a Ciência Espírita que é o fundamento da Doutrina, sobre ela se ergue a Filosofia Espírita, e desta resulta naturalmente a Religião Espírita.

O Espiritismo é, a síntese essencial dos conhecimentos humanos aplicado à investigação da verdade. É o pensamento debruçado sobre si mesmo para reajustar-se à realidade.

É a resposta racional e lógica para a pergunta: 'De onde venho?'"Porque estou aqui?", Para onde vou?.

Mas não é e nem pretende ser uma religião social, pelo que não disputa um lugar entre as igrejas e as seitas, mas pretende arrancar o homem da animalidade e levá-lo à moralidade.

Sua finalidade não é combater, contrariar, negar ou destruir as religiões, mas auxilia-las. Sem com isso endossar os apegos aos formalismos religiosos, ou sua aderência às circunstâncias. Pois diante das leis evolutivas que impulsionam o homem para além das suas convenções circunstanciais isto só enfraquece e diminui as religiões.

É um curioso espetáculo na arena intelectual, e religioso em que vemos o homem lutando, por orgulho, para sustentar que não é mais do que pó e cinza.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Amar, o Maior Desafio da Vida

Zenaide Ramos da Silva

Sendo o Amor o mais nobre sentimento de que é capaz um ser humano, evidentemente não consiste em mera simpatia romântica, e muito menos em atração sexual; consiste em algo muito mais profundo, consiste na afirmativa do Cristo:- Mestre qual é o maior mandamento da lei?- "Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito; é o maior e o primeiro mandamento. E eis o segundo, que é semelhante àquele: Amareis vossa próximo como a vós mesmos. ( S. Mateus, cap. 22, v, 34 a 40).

Se compreendêssemos a grandiosidade dessa máxima ensinada por Jesus, certamente a humanidade já não se lamentaria de tanta dor e sofrimento, já não se lamentaria tanto das vicissitudes da vida, por que a vida deslizaria tranqüila como as águas límpidas de um rio calmo; não haveria tantas mágoas e nem tantas lágrimas. A dor de cada um, o rio de lágrimas que corre na fronte dos mais desalentados, com certeza, são vestígios de desamor a si e ao próximo.

Amar ao próximo como a si mesmo, é a receita prescrita pelo divino Mestre, capaz de desarmar corações enfurecidos, capaz de transformar pensamentos desprovidos desse sentimento que se pode afirmar ser a maior carência do ser humano que o impossibilita de experimentar e aprender a amar; amar para ser feliz, amar para fazer o outro também feliz. Leo Buscaglia, autor de um livro que fala sobre a maior experiência da vida, que é o

AMOR, escreveu:-" Ninguém pode dar aquilo que não possui; para dar amor, precisamos ter amor. Ninguém pode ensinar aquilo que não sabe, para ensinar o amor, precisamos compreendê-lo. Ninguém pode conhecer aquilo que não estuda; para estudar o amor, precisamos viver no amor. Ninguém pode admitir aquilo a que não se entrega; para se entregar ao amor, precisamos estarmos vulneráveis a ele."

Estarmos vulneráveis ao amor, é vivermos de tal forma que as nossas atitudes e exemplos possam servirem de ponte recíproca para tantos quantos por ela trafeguem, ou seja, para consolidação na praticidade da regra de ouro, que é fazer ao outro somente o que gostaríamos que fosse feito a nós. Cumprida esta assertiva, ninguém jamais se queixaria de ninguém, porque sendo o aprendizado do amor, o maior desafio na vida do homem, e este tivesse de perecer por não absolvê-lo, a humanidade certamente inteira, pereceria, por falta de amor.

Mas, tendo sido a criatura humana, criada para ser feliz, e a felicidade consistindo na vivência e prática do amor, estamos todos fadados a conhecer, experimentar, praticar e viver a maior experiência e desafio da vida, que é o AMOR.

Ninguém, tão bem expressou o sentimento de amor do que Paulo de Tarso, o apóstolo dos gentios, em sua primeira Epístola aos Corintios, no cap.13, em bela forma poética.

Ainda que eu falasse línguas, a de todos os homens e a dos anjos, e não tivesse amor, seria como um sino ruidoso ou um címbalo estridente.

E ainda que eu tivesse o dom de todas as profecias e o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, e ainda que eu tivesse toda a fé ao ponto de transportar montanhas, se eu não tivesse amor, eu nada seria.

E ainda que eu distribuísse toda a minha fortuna para alimentar os pobres, e que eu entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me adiantaria, por que o amor não é vaidoso, é benigno..., não é leviano e não se ensoberbece.