Na formação do nosso planeta, nos dizem os espíritos, ele já era perfeito e ali estava, orientando os espíritos abnegados na construção de nosso planeta.
E mais à frente, quando ainda andávamos capengas, com toda sua infância e doçura, ele ali estava, nos orientando em nossa infância, como um pai orienta um filho.
Mais tarde, já conscientes de nós mesmos, agimos como escorpiões, picando sua mão, escolhendo pela prática do errado. Maltratando nossos irmãos, agindo como selvagens.
Porém, em toda sua doçura e bondade, mais uma vez, ele nos estendeu sua mão, aquela mesma que nós picamos, e com ajuda dos espíritos superiores, reduziu sua luz, tomou uma veste carnal e veio até nós, trazer sua sabedoria, um manual do bem viver, nosso sublime legado.
E mais uma vez picamos sua mão, desrespeitando seus ensinamentos, nos aproveitando de nossos irmãos mais simples, usando suas palavras de acordo com nossa conveniência, criando seitas, matando em seu nome.
Quantas vezes, em nossa arrogância suprema, nos intitulamos os donos da verdade, ferindo convicções alheias, impondo nossa maneira de ser e quando uma pequena ofensa nos foi feita, blasfemamos, xingamos a tudo e a todos e às vezes nem foi verdadeiramente uma ofensa, mas só uma verdade que feriu nosso orgulho. Então dizemos com veemência: jamais perdoarei.
Mas devemos lembrar que mesmo depois de Judas ter traído, depois de nós escolhermos Barrabás, depois de Pilatos ter lavado as mãos, e mesmo depois de lhe terem colocado uma coroa de espinhos, de ter que carregar uma cruz pesada e de ser chicoteado no meio da multidão, de ser crucificado nu, mesmo depois de tanta humilhação, de tanta ingratidão, suas últimas palavras foram um pedido a Deus: Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem.
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