Esse triste companheiro
Cujo passo te procura
Ralado de desventura
Que não sabes de onde vem...
Esse pedinte arrasado
Por dores desconhecidas,
Emaranhado em feridas,
Sem proteção de ninguém...
Esse amigo que lastima
A própria ação rude e cega
No cárcere que o segrega
Para reforma e pesar...
Esse irmão largado à noite,
De olhar magoado e profundo
Que roga debalde ao mundo
O doce calor de um lar...
Essa mendiga que estende
Pobre mão encarquilhada
Cuja penúria na estrada
Ninguém na Terra traduz...
Esse doente cansado
Que se lamenta sozinho
Abandonado ao caminho
À mingua de paz e luz...
Essa mãe de filho ao peito
Que em lágrimas se consome
Às vezes com febre e fome
Rogando socorro em vão...
Essa criança assustada
Que chora sem rumo certo,
Flor atirada ao deserto
Anjo na cruz da aflição...
À frente desses amigos
Que o sofrimento encarcera
Corações em longa espera
Recordai o “não julgueis”...
Eles não pedem censura
Mostrando a necessidade
Ensinam que a caridade
É a lei de todas as leis!...
Esses irmãos quase mortos!...
Eis que o Céu no-los envia
Na estrada do dia-a-dia
Para as lições do Senhor!...
Saibamos ressuscitá-los
Da morte em sombra na prova
Doando-lhes vida nova
Na escola viva do amor!...
Francisco Cândido Xavier ( médiuns )
Irene Souza Pinto ( espírito )
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