domingo, 10 de julho de 2011

Observador, Obeservação e Observado

O HOMEM INTEGRAL
JOANNA DE ÂNGELIS - ESPÍRITO
DIVALDO PEREIRA FRANCO - MÉDIUM

Anteriormente, pareciam existir três posturas na situação de um observador: a pessoa, o objeto e o ato.
Separados, a pessoa se abstraía do todo para observar; o objeto se apresentava a distância, sob observação; a atitude afastava o observador.
Esses limites tornavam-se dificuldades para um comportamento unitário, concorde com as circunstâncias, afastando sempre o indivíduo dos acontecimentos e, de certo modo, isentando-o das responsabilidades.
As complexidades do destino, da sorte, do berço e outras preponderavam como mecanismos de justificação do êxito ou do fracasso de cada um.
O homem se apresentava, então, dissociado da vida, afastado do universo, fora das ocorrências, como um ser à parte dos fatos.
A pouco e pouco, ele se deu conta de que a unidade se encontra presente no conjunto, que por sua vez se faz unitário, assim como a onda é o mar, embora o mar não seja a onda.
Permanecem, em tal postura, os critérios da individualidade pessoal, não obstante a sua integração no todo.
O olho que observa é, ao mesmo tempo, o olho observado, responsável pela observação.
A criatura já não se isola da harmonia geral ou do coletivo, a fim de observar, sem que, por sua vez, não seja observada.
A observação faz parte da vida que, de igual modo, depende do indivíduo observador.
Na inteireza da unidade, todos os agentes que a constituem são portadores do mesmo grau de responsabilidade, a benefício do conjunto. Não há como transferir-se para outrem a tarefa que lhe diz respeito.
O excesso de esforço em um, enfraquece-o, a favor, negativo, da ociosidade de outro, que se debilita por falta de movimentação.
Tal compreensão do mecanismo existencial deflui de uma capacidade maior de amadurecimento psicológico do homem, que já não se compadece da própria fraqueza, porém busca fortalecer-se; tampouco se considera inferior em relação aos demais, por saber-se detentor de energias equivalentes.
O seu é o mesmo campo de luta, no qual todos se encontram com idênticas responsabilidades, evitando marginalizar-se. Se o faz, tem consciência que está conspirando contra o equilíbrio geral e que ficará a sós, desde que o todo se refará mesmo sem ele, criando e assumindo nova forma.
Mergulhado na harmonia geral, o homem deve contribuir conscientemente para mantê-la, observando-a e com ela se identificando, observado e em sintonia, diante do conjunto que também o envolve no ato de observar.

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