A mãe dava as primeiras lições de fé e entendimento a respeito de Deus para a filha, que lhe acompanhava, atentamente, o raciocínio.
Buscando o linguajar infantil, escolhendo as palavras para que lhe fossem compreensíveis, falava a mãe com cuidado e gentileza a respeito de Deus, Criador do Universo. O Pai de todos nós.
Ao ouvir a mãe lhe explicando que Deus é nosso Pai, a menina arregalou os olhos, surpresa. Buscando ter certeza de que havia compreendido, perguntou:
Pai de todo mundo? Pai de cada um de nós?
É isso mesmo. - Respondeu a mãe, contente pelo aprendizado que se fazia.
Então, conclui a criança, deixando a mãe sem resposta, diante da sagacidade da pequena: Ora mãe, se ele é Pai de cada um de nós, como é que Ele cuida de todo mundo?
* * *
A profundidade da reflexão infantil muitas vezes não encontra resposta em nossa mente, quando não nos habituamos a refletir um pouco a respeito das coisas de Deus.
Quantas vezes nos queixamos, a respeito da vida, dos dissabores, das desilusões e desafios, tão pesados para nossos ombros?
Nessas horas nos deixamos levar pelo pensamento pessimista de quem se imagina sozinho no mundo, como se ninguém cuidasse de nós, como se ninguém se importasse conosco.
Esquecemos que aprendemos a chamar Deus de Pai. Esquecemos de que não é o pai figurativo e imaginário, mas sim Aquele que cuida e Se preocupa com cada um de Seus filhos.
Jesus, procurando nos explicar as coisas de Deus, nos leva a raciocinar de forma simples, ao dizer que nem os maus, quando um filho lhes pede pão, são capazes de lhe dar uma serpente e assim, tanto mais se poderá esperar do Pai que está nos Céus.
Com esse raciocínio nos fortalece a fé, nos aconselhando a deixar a cada dia as suas necessidades, não nos preocupando com aquilo que não está ao nosso alcance, pois Deus provê a todas as nossas necessidades.
E, quantas vezes os cuidados de Deus nos chegam através de um amigo, de um conselho certo nas horas da intemperança?
Em outros momentos, são os cuidados de Deus que nos chegam através de um encontro aparentemente fortuito ou de um telefonema inesperado, que nos faz mudar de rumo, nos demove de um propósito infeliz ou renova nossa paisagem íntima.
Mesmo que, muitas das vezes, os desígnios de Deus passem despercebidos por nós e lhes demos o nome de acaso, sorte ou coincidência, sempre estará a Providência Divina a cuidar dos Seus filhos.
Os cuidados de Deus com cada um de nós são tão preciosos que, antes de nascermos, Ele nos designa um Espírito amigo que irá velar por nossa caminhada, nos proteger, ser nosso anjo da guarda.
Irá nos cuidar em nome dEle. Só mesmo um Pai seria capaz de tantos cuidados e desvelos para com um filho.
E, mesmo que nos apresentemos ora rebeldes ou ainda ingratos para com tanto cuidado, Ele será sempre o Pai amoroso a aguardar nosso amadurecimento a fim de que consigamos entender o quanto Ele nos ama.
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