Alcir Luiz Tonoli
É comum algumas pessoas confundirem espíritas com simpatizantes do espiritismo.
Simpatizantes são pessoas que lêem alguns Romances, assistem algumas palestras ou filmes, falam muito, dizem pouco. E se denominam espíritas!
Não o são.
Ser espírita é muito mais que ler alguns romances que por vezes pouco tem de realidade, distraem, mas não esclarecem, conversas descompromissadas e concordâncias com fatos e palestras.
Ser espírita é não ter medo de se afirmar espírita, e vemos muitas pessoas ocultando isso, covardia ou vergonha???
Ser espírita é conhecer e estudar sempre as obras de Kardec, Leon Denis, Flamarion, André Luiz, Hermínio C. Miranda, Divaldo de Franco e outros estudiosos do espiritismo sempre esclarecendo, orientando e trazendo novos conhecimentos, provocando debates que estimulam a pensar, refletir e analisar.
Sem dispensar os romances, pois há muitos que são ótimos, nem poderia menosprezar todos pois seria ser radical, além disso também escrevo, precisamos ler e estudar mais o espiritismo.
Ser Espírita é colocar em pratica o conhecimento em prol de nosso desenvolvimento e aprimoramento espiritual e do próximo também, é ser leal e ético, sincero e sempre buscar a verdade.
È respeitar os demais mesmo que não concordem com nossa forma de pensar, porém exigir esse mesmo respeito.
Ser espírita é não ter medo de assumir que se é, sem falsa humildade nem pretensa superioridade.
É muito comum afirmar-se que ser espiritualista é a mesma coisa que ser espírita ou espiritista. Aqueles que assim pensam dão prova de que desconhecem os fundamentos da Doutrina Espírita. Há outros que, ao serem interrogados sobre a religião a que pertencem, embora sejam espíritas militantes, vacilam e dão esta resposta: Sou espiritualista.
De duas uma: ou respondem assim porque desconhecem a diferença que há entre a Doutrina Espírita e as doutrinas espiritualistas, ou porque temem confessar a qualidade de espírita convicto. Acham que, afirmando serem espiritualistas, eximem-se de quaisquer responsabilidades, no tocante à religião, diante da sociedade a que pertencem. É a isto que se chama ”covardia moral”.
É preciso que se saiba que ”todo espírita é necessariamente espiritualista, mas nem todos os espiritualistas são espíritas”.
Embora seja a Doutrina Espírita uma doutrina espiritualista, por excelência, é necessário fazer-se distinção das demais correntes espiritualistas.
Para exemplo, tomemos a Umbanda, seita muito divulgada no Brasil.
Será a Umbanda doutrina espiritualista?
Sim, é doutrina espiritualista, porquanto estabelece a comunicação entre os vivos e os chamados mortos, admitindo, conseqüentemente, a sobrevivência do Espírito após a morte do corpo físico; admite sua evolução através das vidas sucessivas e crê no resgate, pela dor, das faltas cometidas em existências anteriores.
Por essas características, não há dúvida alguma tratar-se a Umbanda de uma doutrina essencialmente espiritualista. Mas, por outro lado, será ela Doutrina Espírita ou Espiritismo?
Não. A Umbanda não pode ser considerada Doutrina Espírita porque admite cerimônias litúrgicas, entre elas a do casamento e a do batizado; é litólatra, porque adota nos seus trabalhos imagens dos chamados ”santos” (a palavra litólatra vem de litolatria, que é a adoração das pedras), e é também fitólatra, porque faz uso de ervas para defumações, além de outros ritos (a palavra fitólatra vem do grego phyton ”planta”; o segundo elemento, latra, provém do verbo grego latrein ”adorar”). Mas o Espiritismo não tem ritos de espécie alguma.
Como se vê, por estas observações ficou demonstrada a diferença existente entre a Doutrina Espírita e uma das doutrinas espiritualistas, que é a Umbanda, doutrina esta que tem, face aos seus dogmas e ritos, bastante afinidade com o Catolicismo, também considerado espiritualista, porque admite a existência de Deus e de entidades espirituais que sobrevivem após a desencarnação.
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