Extraido da Revista Cristã de Espiritismo
Charles Darwin tinha a teoria da seleção natural quase pronta desde 1838, mas somente em 1º de julho de 1858, ao lado de Alfred Russell Wallace, resolveu apresentá-la.
A Teoria da Evolução e o Espiritismo são compatíveis?
Charles Darwin, naturalista inglês, nasceu em 12 de fevereiro de 1809, em Shrewsbury. Robert Darwin, seu pai, era Físico, filho de Erasmus Darwin, poeta, filósofo e naturalista. A mãe de Charles, Susannah Wedgood Darwin morreu quando ele contava apenas oito anos de idade.
Com dezesseis anos, Darwin deixou Sherewsbury para estudar medicina na Universidade de Edinburgh. Repelido pelas práticas cirúrgicas sem anestesia (ainda desconhecida na época), Darwin parte para a Universidade de Cambridge, com o objetivo (imposto pelo seu pai) de tornar-se clérigo da Igreja da Inglaterra.
A vida religiosa não agrada a Darwin, e em 31 de dezembro de 1831 ele aceita o convite para tornar-se membro de uma expedição científica a bordo do navio Beagle. Assim, Darwin passa cinco anos (1831 a 1836) navegando pela costa do Pacífico e pela América do sul. Durante este período, o Beagle aportou em quase todos os continentes e ilhas maiores à medida que contornava o mundo, inclusive no Brasil. Darwin fora chamado para exercer as funções de geólogo, botânico, zoologista e homem de ciência. Esta viagem foi uma preparação fundamental para a sua vida subseqüente de pesquisador e escritor. Tanto é verdade que na introdução de seu livro ele assim se refere: "as relações geológicas que existem entre a fauna extinta da América meridional, assim como certos fatos relativos à distribuição dos seres organizados que povoam este continente, impressionaram-me profundamente quando da minha viagem a bordo do Beagle, na condição de naturalista. Estes fatos (...) parecem lançar alguma luz sobre a origem das espécies (...) julguei que, acumulando pacientemente todos os dados relativos a este assunto e examinando-os sob todos os aspectos, poderia, talvez, elucidar esta questão".
Em todo o lugar aonde ia, Darwin reunia grandes coleções de rochas, plantas e animais (fósseis e vivos) enviadas à sua pátria. Imediatamente, após seu regresso à Inglaterra, Darwin iniciou um caderno de notas sobre a evolução, reunindo dados sobre a variação das espécies, dando assim os primeiros passos para a Origem das Espécies. No começo, o grande enigma era explicar o aparecimento e o desaparecimento das espécies.
Assim surgiram, em sua cabeça, várias questões: por que se originavam as espécies? Por que se modificavam com o passar dos tempos, diferenciavam-se em numerosos tipos e freqüentemente desapareciam do mundo por completo?
A chave do mistério Darwin encontrou casualmente na leitura: "Ensaio sobre a População", de Malthus.
Depois disso, nasceu à famosa doutrina darwinista da seleção natural, da luta pela sobrevivência ou da sobrevivência do mais apto - pedra fundamental da Origem das Espécies.
As pesquisas feitas pelo naturalista durante a viagem abordo do Beagle é que fundamentaram sua Teoria da Evolução, servindo de base para o famoso livro Origem das Espécies, cujo título original em Inglês é On The Origin of Species By Means of Natural Selection (Na Origem das Espécies – Sob o Conhecimento da Seleção Natural). A obra foi publicada em 1859, sob o bombardeamento das controvérsias – o que era (é) muito natural: Darwin estava (está) mudando a crença contemporânea sobre a criação da vida na Terra.
No livro Origem das Espécies, Darwin defende duas teorias principais: a da evolução biológica - todas as espécies de plantas e animais que vivem hoje descendem de formas mais primitivas - e a de que esta evolução ocorre por "seleção natural". Os princípios básicos da teoria sobre a evolução de Charles Darwin, apresentados na Origem das Espécies, são quase que universalmente aceitos no mundo científico; embora existam controvérsias em torno deles.
A Origem das Espécies demonstra a atuação do princípio da seleção natural ao impedir o aumento da população. Alguns indivíduos de uma espécie são mais fortes, podem correr mais depressa, são mais inteligentes, mais imunes à doença, mais agressivos sexualmente ou mais aptos a suportar os rigores do clima do que seus companheiros. Estes sobreviverão e se reproduzirão, enquanto os mais fracos perecerão. No curso de muitos milênios, as variações levaram à criação de espécies essencialmente novas.
Após a publicação de sua obra mais famosa, Darwin continua a escrever e publicar trabalhos na área da Biologia por toda a sua vida. Ele passa a viver, com sua esposa e filhos, em Downe, um vilarejo a 50 milhas de Londres. Sofre de síndrome do pânico e mal-de-Chagas, o último adquirido durante sua viagem pela América do Sul. A morte chega em 19 de abril de 1882. Charles Darwin é sepultado na Abadia de Westminster.
O DIÁLOGO POSSÍVEL – ALLAN KARDEC E CHARLES DARWIN
A Dra Hebe Laghi de Souza, nascida em Salto, formada em Biologia, especializou-se em Genética dirigindo suas pesquisas na área da Genética Ecológica e Evolutiva. Doutora em Ciências, transferiu-se para a Unicamp, onde, no Departamento de Genética e Evolução, tornou-se responsável pela área de Genética Animal, organizando um laboratório de Pesquisa. Foi aí, conta ela, que defrontou-se com o Espiritismo, passando a estudar em profundidade as obras de Allan Kardec. Percebeu logo que essa Doutrina, graças ao seu aspecto de Ciência, não ficava nada a dever ás teorias darwinianas, pelo contrário, enquadrava-se perfeitamente em todos os ensinamentos científicos. Comenta a pesquisadora que “ao analisar a Doutrina Espírita entendi melhor o homem descrito por Darwin ; encontrei lógica na maneira com que apresentava a espiritualidade, a bondade e a justiça de Deus.” São palavras dela.
É fantástico observar a beleza das almas que além da asa do conhecimento que possuem, conseguem cultivar a humildade o suficiente para reconhecer a existência e a grandeza de uma Inteligência Superior a todos nós, além da necessidade da outra asa, a da bondade, para se completarem.
Baseada em seus conhecimentos de cientista e pesquisadora, aliada agora aos conhecimentos do Espiritismo, reuniu seus trabalhos no livro “Darwin e Kardec - Um Diálogo Possível”, mostrando que “O Livro dos Espíritos” escrito por Allan Kardec e, “A Origem das Espécies”, por Charles Darwin, “foram os marcos de uma grade reviravolta na história intelectual e espiritual da humanidade”.
Como se sabe, o Espiritismo apresenta o espírito humano como produto decorrente de um longo processo de evolução do chamado “princípio inteligente” através de todos os reinos da natureza em longo processo evolutivo. São bilhões de milênios de evolução para o princípio inteligente chegar ao nível da alma humana.“No decorrer desse processo, imprimimos em nosso íntimo o conhecimento de nós mesmos e do Universo, de Deus Criador e de sua natureza eterna, sábia e cheia de amor”.
Estas palavras da Dra Hebe refletem exatamente os ensinamentos do Espiritismo com Kardec, e estão lá em toda sua obra, extensa e racional, para todos que quiserem estuda-la tal qual ela é. Por isso dissemos que o Espiritismo ao abordar a Evolução, vai além da teoria de Darwin, abrindo as portas para uma visão de Deus como a meta sublime do nosso eterno aperfeiçoamento e progresso espiritual. Ninguém interpreta melhor as palavras de Jesus que o Espiritismo, que vai às fontes da Espiritualidade, não tendo medo da mediunidade, mas colocando-a sempre sob a tutela da Ciência. Por isso temos insistido que o verdadeiro Espiritismo é muito pouco conhecido, até mesmo pelos espíritas, que normalmente vão aos Centros Espíritas para tomar passe e água fluida, para melhorar dos seus problemas pessoais e não para aprender o que somos dentro do Universo e o porque da Evolução.
A Dra Hebe em seu livro afirma que “Darwin fez explodir, como poderosa bomba, toda a vaidade que reinava na sua época, detonando o orgulho, abrindo largas portas para conflitos, dúvidas e temores já que arrancava o homem do pedestal onde julgava estar, mostrando a vida como uma longa escalada a subir, desde o mais ínfimo organismo para chegar ao Homem...”.
“O Espiritismo, indo mais além”, diz a autora, “mostra nossas conexões com Deus, e o processo evolutivo da alma humana junto com a matéria”, conforme Kardec preceitua em suas investigações de que resultaram os livros clássicos da doutrina como “ O Livro dos Espíritos” e “A Gênese.”
O livro da Dra Hebe é de leitura obrigatória. Todos devem conhece-lo por tratar-se de obra de peso de uma autora genuinamente ligada à Ciência, que convence por mostrar inteligência e coração, sem fanatismo religioso, além do que é contemporânea nossa, nascida na vizinha cidade de Salto.
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