sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Superando Obstáculos

Nilza Teresa Rotter Pelá
de Ribeirão Preto, SP
A própria história de nossa espécie denota que a superação de obstáculos apresenta-se como recurso para a evolução individual e coletiva e se constitui em excelente fonte de aprendizado. Privar alguém de confrontar-se com dificuldades ou furtar-lhe condições de vivenciar a dificuldade pode levar a uma estagnação pessoal com conseqüente prejuízo de seu caminhar na busca da superação de si mesmo.
Já tivemos oportunidade de discutir nesta coluna o comportamento de muitos adultos, notadamente alguns pais, que buscam sempre aplainar os caminhos daqueles que lhe são mais jovens no corpo físico, com a desculpa de poupar-lhes sofrimento, entretanto sofrer não é o objetivo, é mero acidente de trajeto até que a dificuldade seja superada , e como diz o ditado popular a pessoa passa então a "tirar de letra" a dificuldade que transforma-se em ato corriqueiro.
A propósito deste tema corre uma página na Internet, cuja autoria não logramos obter, que muito bem ilustra a questão, denomina-se "A lição da borboleta" que transcrevemos a seguir:
"Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo, um homem sentou e observou a borboleta por várias horas conforme ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco. Então pareceu que ela parou de fazer qualquer progresso.
Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia e não conseguia ir mais longe.
Então o homem decidiu ajudar a borboleta, ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente. Mas seu corpo estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas 0 homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo, que iria se afirmar a tempo.
Nada aconteceu! Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar. 0 que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário da borboleta para passar através da pequena abertura era o modo com que Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas de modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.
Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida. Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados. Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar."
É ainda freqüente observarmos a atitude de pseudo ajuda no interior dos lares e escolas, sobretudo quando percebemos que o filho e/ou o aluno apresenta uma dificuldade muito grande para atender a execução de uma determinada tarefa.
Nas nossas lides acadêmicas temos algumas vezes deparado com alunos que vêm dos dois primeiros graus de ensino portando deficiências; quase sempre nesta situação nos perguntamos se não estamos sendo "duros demais" com este grau de exigência.
Dois são os caminhos que se abrem nesta circunstância: abaixamos o nível ou caminhamos junto tendo que repetir a mesma orientação várias vezes a ponto de acharmos algumas vezes que também não daremos conta. A primeira situação sem dúvida é mais cômoda e mais rápida, poupa nossa ansiedade, mas nega à pessoa a possibilidade de crescimento por menor que ele seja (menor para nós, para ele pode ser gigantesco).
Há de se considerar entretanto que ninguém esta fazendo apologia ao fato de que se deve colocar dificuldade na vida das pessoas para "fortalecer-lhe o caráter". Este é outro engano, mas que infelizmente ainda ocorre. Estes implantes artificiais de nada ajudam e podem muitas vezes gerar o desânimo para continuar.
O bom-senso ainda é o grande conselheiro da medida certa, nem tirar a dificuldade quando ela é fonte de crescimento pessoal, nem favorecer a dificuldade quando ela pode atuar como agente impeditivo.
Em tempo, lembremos que bom-senso significa "aplicação correta da razão para julgar ou raciocinar em cada caso particular da vida, faculdade para discernir entre o verdadeiro e o falso." (Grande Dicionário Aurélio)

Um comentário:

  1. Através dos ensinamentos de luz da Doutrina Espírita Cristã, aprendemos que grande parte de nossas dificuldades propiciam resgate e aprendizado, normalmente constituindo elementos da Misericórdia Divina para a construção do nosso melhoramento.
    Com isso em mente sabemos que devemos superar os obstáculos.
    Podemos e devemos tentar mudar o que está ao nosso alcance, para melhorar nossa situação. Peçamos a Deus que nos auxilie a identificar o que pode ser mudado em nossas vidas por nossa própria ação. Há uma oração muito conhecida que diz: "Senhor, dai-me forças para mudar o que deve ser mudado; resignação para aceitar o que não pode ser mudado; e discernimento para saber o que pode e o que não pode ser mudado.
    Tendo identificado quais as coisas que podemos mudar, é hora de partir para ação.

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