Richard Simonetti, funcionário aposentado do Banco do Brasil, residente em Bauru, SP. É orador, jornalista e escritor espírita, ocupando atualmente o cargo de presidente do Centro Espírita "Amor e Caridade". Livros publicados: "Quem Tem Medo da Morte?", "Uma Razão Para Viver", "Atravessando a Rua", entre outros.
P: - Como se tornou espírita?R: - Tive a felicidade de nascer em lar espírita. Meus pais eram médiuns. Minha mãe foi dedicada colaboradora no Centro Espírita Amor e Caridade, de Bauru, que hoje presido. Uma grande bênção, sem dúvida, mas uma responsabilidade maior. E também algumas agruras. Minhas professoras, no antigo grupo escolar, me assustavam dizendo que eu não poderia ir para o Céu, porquanto era pagão. Não fora batizado.
P: - Você está lançando seu quadragésimo sexto livro, “Clamores da alma”. Fale-nos sobre ele.R: - O livro aborda temas de atualidade, à luz da Doutrina Espírita, convidando a reflexões sobre a Homossexualidade, a Mediunidade, a solidão, a vida extraterrestre, o passe magnético, o exercício do amor… O título do foi baseado num dos capítulos, que trata da experiência gratificante de uma professora com um aluno displicente. De como ambos cresceram a partir do momento em que ela reconheceu as carências do discípulo. Naturalmente, estou torcendo para que o leitor não veja muitas carências no conteúdo.
P: - O que costuma lhe inspirar para a produção de seus livros?R: - Sempre destaco que não sou médium psicógrafo. Meus textos não são psicografados, mas “suorografados”, dão muito trabalho. Mas sempre há uma “mãozinha” do mundo espiritual, sugerindo temas e abordagens pelos condutos da intuição.
P: - Quais livros espíritas você indicaria aos nossos leitores?R: - Não fosse pretensão minha, sugeriria ao iniciante Uma Razão para Viver, um livro que escrevi para atender a esse segmento. É simples, com muitas histórias e citações, contando, ainda, com uma orientação para o leitor, ao final de cada capítulo. Para quem já conhece a Doutrina, a obra de André Luiz, psicografada por Chico Xavier, é imperdível.
P: - Quais países já visitou em palestras de divulgação da Doutrina Espírita?R: - Estados Unidos, Uruguai, Suíça, Itália, França e Portugal.
P: - O que sentiu no movimento espírita desses países?R: - A exceção de Portugal, o movimento espírita naqueles países é feito por brasileiros. Creio que deslanchará na medida em que tenhamos pessoas em condições de trabalhar pela divulgação, de forma fluente, no idioma de cada país.
P: - O público da casa espírita, que encontra Brasil afora e exterior, dando palestras, possui o mesmo perfil do que há 20 anos? Existem diferença de público dependendo do Estado ou região? Se há diferença, você costuma fazer alterações em suas palestras, quais?R: - No Brasil não há essa preocupação, mesmo porque sempre procuro falar de forma simples, sem complicar para o ouvinte. O público de hoje é mais exigente, tem maior cultura, mas não aprecia grandes vôos de intelectualidade. No exterior é preciso cuidado com a temática. Não dá, por exemplo, para falar em atender favelados, no exercício da caridade, em países como Suíça e França, onde inexistem.
P: - A introspecção, o olhar para dentro parece ser o cerne da questão para se conseguir a paz interior. O público de modo geral tem percebido isso?R: - Creio que não basta o olhar introspectivo. Vãs filosofias nasceram do empenho de pensadores mal direcionados. É preciso vasculhar o universo interior portando uma luz para iluminar caminhos. Essa luz é o Evangelho, apreciado sob a ótica da Doutrina Espírita.
P: - Com relação ao polêmico assunto sobre células tronco, qual sua opinião?R: - Creio que embriões em laboratório não têm Espírito em processo reencarnatório. Não haveria de ser agradável para ele estagiar em geladeira por tempo indefinido. Isso somente deverá ocorrer quando o óvulo for introduzido no útero materno. Assim, s.m.j., não vejo problema em utilizarem-se embriões descartados para estudos e aplicações das células tronco.
O dirigente âncora quer segurar tudo em suas mãos, anulando a iniciativa do grupo. É um desastre.
P: - Você foi por várias gestões presidente do Centro Espírita Amor e Caridade, localizado na cidade de Bauru, e uma das maiores instituições filantrópicas do país. O que pode nos contar sobre sua larga experiência na direção dessa Casa Espírita.R: - O segredo de uma boa administração, favorecendo o crescimento do Centro Espírita, é ser leme, evitando a tendência para âncora. O dirigente leme busca manter o Centro na direção certa, observados os princípios doutrinários, mas não cerceando a ação dos companheiros, a “tripulação”. O dirigente âncora quer segurar tudo em suas mãos, anulando a iniciativa do grupo. É um desastre.
P: - Em sua opinião como o Espiritismo pode colaborar para a sociedade de modo geral?R: - A certeza da imortalidade e a consciência de que prestaremos contas do que estamos fazendo na Terra, proporcionadas pelo conhecimento espírita, é a grande alavanca de renovação da sociedade, ajudando-nos a superar o egoísmo, causa geradora de todos os males humanos. Na medida em que a Doutrina avance na divulgação, estaremos edificando um mundo melhor.
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