É comum surgirem crises nas instituições humanas. Somos seres falíveis, com inúmeras limitações e dificuldades, e nossas falhas pessoais refletem-se diretamente nas atividades a que nos dedicamos ou nas instituições a que nos vinculamos, seja na condição de funcionário, voluntário, diretor ou mero colaborador.
Estas crises podem receber vários títulos: desorganização, desencontro, melindres, desentendimentos, agressões, separações, divisões, disputas, intrigas, “fofocas de bastidores”, abandonos, brigas, inimizades, calúnias, desastres financeiros e administrativos, entre tantos outros adjetivos que poderíamos colocar.
E as instituições espíritas, compostas por seres humanos igualmente falíveis que todos somos, não estão livres desses pesadelos que colocam a perder grandes investimentos de pioneiros, no passado, como de dedicados trabalhadores do presente. Isso nos dois planos da vida e não exclusivamente do ponto de vista material, mas especialmente na valorização da condição humana nas diversas áreas que se queira relacionar.
Muitas dessas crises são oportunidades de crescimento; outras poderiam ser evitadas e muitas – a maioria delas – simplesmente surgem porque ainda nos deixamos perder por bagatelas do relacionamento. Porém, sabe-se de onde se originam?
É simples. Muitas crises são construídas paulatinamente pela nossa invigilância, quando:
a) Consideramo-nos indispensáveis;
b) Tornamo-nos centralizadores e deixamos de preparar sucessores ou continuadores;
c) Desejamos impor pontos de vistas, considerando que somente nós sabemos;
d) Tornamo-nos indiferentes aos sentimentos das pessoas;
e) Desejamos fazer como achamos que deve ser feito, desconsiderando posições alheias;
f) Desejamos abraçar todas as tarefas, concentrando-as em nossa incomparável capacidade e experiência;
g) Tomamos para nós o título de enviado, missionário, porta-voz da espiritualidade ou aquele trabalhador sempre consciente e infalível;
h) Tornamo-nos fiscalizadores da conduta alheia;
i) Deixamo-nos levar pela crítica contumaz aos esforços alheios...
j) Quando levamos para o lado pessoal...
k) Quando consideramos as outras pessoas incapazes de levar adiante qualquer tarefa e as marginalizamos pelo ponto de vista de nossa opinião pessoal.
Será preciso continuar com tão nefasta relação? Não, são as circunstâncias humanas, não é mesmo? Infelizmente. Mas é daí que surgem as crises, que nem sempre são construtivas. Nossos pensamentos infelizes, nossa língua inoportuna, nossos gestos e posturas destroem iniciativas e “matam” ambientes, relacionamentos e instituições.
Pessimismo? Exagero? Penso que não.
Estamos nos deixando perder por bagatelas... Voltemo-nos para a finalidade principal de nossa amada e grandiosa Doutrina Espírita: o aprimoramento moral de nós mesmos.
Artigo gentilmente cedido por Orson Peter CarraraAssessor de Imprensa da Casa Editora O Clarim em Matão SP
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