sábado, 5 de setembro de 2009

Álcool, Um Passo para a Morte

A bebida alcoólica carrega um detalhe interessante, qual seja, o de ser uma das mais poderosas e destruidoras drogas a infelicitar o ser humano, mas que, no entanto, tem livre curso o seu uso no seio da sociedade terrena. Ela é uma droga que ataca o sistema nervoso, desequilibrando-o, tal como o fazem o crack, a maconha, o LSD, a cocaína e todas as demais drogas psicoativas.
Ela está ao alcance do bolso de qualquer pessoa, pois que se apresenta muito cara ou bem barata. E tudo de forma LEGAL! É incrível, mas é a verdade, e as nossas autoridades ainda não acordaram para tal fato, ou estão aguardando que medidas proibitivas sérias sejam tomadas, inicialmente pelos chamados países do primeiro mundo, para que só assim se disponham, também, por um rígido controle ou pela proibição em nosso país, já tão cumulado de miséria de todos os tipos.
Ora, é do conhecimento público que o governo arrecada milhões de reais com os impostos taxados sobre as bebidas alcoólicas, esquecidos dos outros milhões gastos com a manutenção dos hospitais públicos que atendem, por determinação governamental, milhões de pessoas com enfermidades que têm as suas origens no uso do álcool. São empresas multinacionais e nacionais que se enriquecem em cima da desgraça do semelhante, provocando, queiram ou não, a lei de ação e reação, ou o carma, como quiserem.
A desculpa esfarrapada, infantil de que "bebe quem quer" não atenua o erro de quem é responsável pela fabricação da bebida alcoólica. Têm culpa, sim, o fabricante e os distribuidores. Eles haverão de responder perante a lei de causa e efeito, proporcionalmente ao grau de participação no ato faltoso, logicamente contrário à lei de Deus.
O álcool, como todos devem saber, é conseguido graças à fermentação de sumos de origem vegetal, tais como da uva e da cana-de-açúcar, ambas possuidoras de glicose. Esta fermentação é conseguida pela interferência de fungos ou bactérias chamadas saprófitas. aquelas que se alimentam de substância em decomposição oriunda de outro ser vivo. (1)
Um dos mais tristes aspectos nisso tudo é que terras férteis, que poderiam estar sendo utilizadas para a produção de alimentos saudáveis, estejam prestando-se à produção de bebidas destruidoras da saúde física e moral do ser humano.
O organismo começa a absorção de uma pequena parcela de álcool pelo estômago e a maior parte pelo intestino delgado. O álcool atravessa o fígado e penetra na corrente sangüínea, alcançando o seu efeito máximo no organismo,e principalmente no cérebro, mais ou menos uma hora após a sua ingestão, variando de conformidade com os organismos e seus funcionamentos. O efeito estonteante perdura por várias horas.
Os efeitos do álcool provocam sobre o organismo, uma grande carência de vitaminas (a chamada avitaminose), o que gera doenças como o raquitismo, que é carência de vitamina D, a pelagra, carência de vitamina B, e beribéri, carência de vitamina B1.
O uso do álcool, pelo ser humano, gera muitos contra-tempos, como: acidentes de trânsito, de trabalho e no lar; faz a pessoa alegre, galhofeira, desinibida, tornando-a digna de escárnio pois que ela não só perde o senso do ridículo mas também o limite de seus atos; faz do homem tímido e fraco um valentão que, invariavelmente, costuma partir para a briga, não obstante, em muitas ocasiões, mal se equilibra em pé; o ébrio costuma cair ao tropeçar nas próprias pernas; torna-se inconveniente, insensível, apaga-se e... morre para os amigos, porque passa a ser intolerável a sua presença. Em suma, o ébrio é digno da nossa compaixão.
O tóxico aqui tratado, malgrado se esconda dentro de garrafas, rótulos e de embalagens sofisticadas, envenena a criatura humana, provocando-lhe danos físicos , muitos deles irreversíveis, além dos males morais que, na maioria dos casos, são motivos para a desestruturação de famílias, desajustes conjugais, desavenças com os filhos...
O álcool afeta o sistema nervoso, provocando depressão, perda de memória, perda de senso da realidade, neurites e morte. Os vários aparelhos orgânicos passam a sofrer os seguintes males: o respiratório - pneumonia, angina de peito, ou angina pectóris; o digestivo - perda do paladar, úlceras gástricas, hemorróidas, hepatite, cirrose, barriga d'água e irritação da mucosa pancreal; o reprodutor - impotência, nefrite ou "Mal de Bright", gota, uricemia; o circulatório- anemia, hipertensão, hipercolesterolemia, arteriosclerose e dilatação dos vasos.
As conseqüências do alcoolismo são o surgimento de problemas nas áreas familiares, sociais, psicológicas e orgânicas, estas já vistas aqui. No lar, os membros da família se desagregam em decorrência de situações grotescas provocadas pelo alcoolizado. Na área social ocorre o fracasso pela perda do convívio sadio, com reflexos, também, no âmbito profissional. Psicologicamente é costume aparecer, e de forma acentuada, o complexo de culpa cada vez que o alcoólatra se embriaga. A baixa auto-estima toma proporções alarmantes, desgastando intimamente o viciado.
O ser humano bebe porque já traz do passado propensão ao vício de beber, e como se mostra, nesta reencarnação, ainda fraco de caráter, desajustado socialmente, sem possuir uma explicação lógica para a vida, busca motivos para o seu alcoolismo em vários fatores que não correspondem à verdade, Alegam, por exemplo, os viciados, que bebem por causa de um amor não correspondido, por perda de emprego, pelos desajustes familiares que enfrentam, pelos problemas financeiros com que se defrontam, pelos momentos de angústia que se vêem obrigados a passar, etc, etc. Nós, espíritas, sabemos que nada disso explica o alcoolismo, e sim o desajuste do espírito reencarnado que, por ignorância com respeito aos valores morais da vida, buscam uma saída através do alcoolismo. Desejam esconder-se, fugir da vida e se perdem ainda mais por não saberem usar a mente racional em vez da emocional.
O alcoolismo pode e deve ser prevenido, bastando que se não o comece em casa, que a sociedade se esforce por não justificá-lo com o "beber socialmente", e que se ofereça a todos uma vivência religiosa que fale, com logicidade, ao entendimento. Só estes fatores quando bem trabalhados, podem curar o alcoolismo da vida terrena. O alcoólatra necessita de esclarecimento, precisa conhecer as verdadeiras origens de sua compulsão ao álcool, as suas limitações e saber que se pode integrar à vida, levar uma existência feliz, ser uma pessoa alegre sem o álcool circulando em suas veias. Sem a busca do auto-conhecimento, sem a compreensão da vida em seu duplo aspecto - material e espiritual -, fica muito difícil a pessoa deixar o vício. Acima de toda iniciativa para que o alcoólatra deixe o vício, necessário trabalhar sua vontade, o querer livrar-se do vício. A sua participação no processo de cura é fundamental.
Como é do conhecimento espírita que nunca estamos sós, há, junto do alcoólatra. um agravante que ele desconhece: a presença de espíritos também viciados em álcool que o acompanham e o incentivam no vício. Esses desencarnados estão sempre ao lado dos "amigos de bar", daqueles que estão sempre dizendo "vamos tomar uma?" São exatamente os mesmos que fogem, que deixam de ser os "amigos" quando o viciado manifesta o desejo de mudar o comportamento, optando por uma conduta sóbria.
O evangelho-terapia-espírita é o mais eficiente medicamento para todo e qualquer mal que acomete o ser humano, sendo que o Espiritismo é o recurso que deve ser usado na obtenção da cura do alcoolismo porque incita fraternalmente, sem imposição, à mudança de hábitos e a uma nova visão da vida.
(1) Apoio no livro "Tóxicos, duas viagens", de autoria de Eurípedes Kühl, Editora Espírita Cristã Fonte Viva - Belo Horizonte - MG

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