terça-feira, 15 de setembro de 2009

Perca de Entes Queridos

A dor é pungente, a angústia é asfixiante, o vácuo, o vazio, é profundo...

Tudo isto avassala-nos o ser quando a morte adentra o lar, para ceifar, impiedosamente, um ente querido: a mãe, o pai, um filho, uma filha, um irmão, uma irmã, a avó, o avô, um tio, uma tia... Às vezes, a pessoa nem possui laços consangüíneos, mas é um amigo fiel e dedicado de todas as horas, tudo se passando como se fosse um parente.

O sentimento de “perda” aparece agigantado, não importando a idade do ente querido, se muitos anos ou apenas alguns anos, alguns meses ou horas de vida (caso de crianças que morrem em tenra idade).

É natural que assim seja, pois é o amor puro falando mais alto, só que é ainda um amor possessivo que precisa ser trabalhado, controlado e dominado, pois sabemos que na Terra, nada possuímos, nem mesmo o próprio corpo carnal. Tudo é concedido por Deus ao Espírito, a título de empréstimo, por algum tempo, para instrumento do seu próprio progresso. Existe o sentimento de “perda”, porque achamos que somos “donos” das coisas e também das pessoas. Por isso falamos: minha casa, meu lar, meu carro, meu dinheiro, meu filho, meu pai...

A palavra “perda” é utilizada impropriamente, visto que nada perdemos, quando nada possuímos. O conceito de imortalidade da alma precisa ser mais evidenciado, mais enfatizado. Devemos entender que, em vez de “perda” dos entes queridos, há apenas uma separação temporária, pois, mais cedo ou mais tarde, estaremos todos juntos novamente. É verdade que este reencontro pode demorar muitos anos, 50 anos por exemplo. Mas o que são 50 anos, frente a eternidade, a imensidão do tempo? A contagem do tempo para os Espíritos desencarnados é diferente da nossa aqui na Terra, porque é livre das convenções terrenas, que só são úteis para a matéria densa. O Espírito desencarnado, vivendo noutra dimensão, tem um entendimento mais amplo da vida e do tempo.

A morte física tira do convívio material, aqueles que nos são caros, mas isto não quer dizer que eles estejam excluídos dos nossos pensamentos e sentimentos de afeto, de amor. Não devemos nos entristecer e sofrer pela separação física temporária, mesmo porque a separação espiritual não existe. Sempre que um Espírito pensa num outro Espírito, encarnado ou desencarnado, um fio fluídico se estabelece entre os dois seres, servindo de canal de ligação, de comunicação, entre eles. É um canal de mão dupla, de ida e de volta. Os pensamentos, sentimentos e desejos de um, como se fosse um telefone, podem ser captados e interpretados pelo outro, com maior ou menor intensidade, dependendo do vigor da fonte emissora do pensamento, do sentimento e do desejo. É como, de alguma forma, os dois Espíritos estivessem em contato íntimo, cada qual percebendo a presença do outro, em Espírito.

Por esse motivo é que devemos pensar nos falecidos, nos entes queridos que já empreenderam a viagem de regresso à Pátria Espiritual, com muito amor e carinho e mesmo com alegria, porque eles sentirão exatamente o que estamos sentindo. Da mesma forma, não é necessária nem aconselhada a visita aos cemitérios para as orações e a colocação de flores nas tumbas, visto que lá moram simplesmente os despojos materiais em decomposição, em transformação e às vezes, nem mesmo isto encontraremos mais.

As orações e as flores podem ser oferecidas como presentes de amor e ternura, em qualquer lugar, inclusive dentro do lar, pois os Espíritos se ligam pelos pensamentos e desejos, automaticamente e percebem, instantaneamente, as nossas intenções.

É verdade que alguns Espíritos vivem dentro dos cemitérios, ao lado das suas tumbas, perdendo um tempo precioso apegados ainda aos despojos materiais, geralmente em sofrimento. A maioria, porém, logo percebe que ganhou com a morte, a liberdade em relação à matéria e vai procurar dar continuidade à vida, preocupando-se com alguma atividade no Plano Espiritual. Além disso, nos Cemitérios estão sediados Espíritos das trevas, inferiorizados, que ainda não conseguiram se livrar das necessidades materiais e se comprazem com o mal, aceitando oferendas materiais, em troca de favores comprometedores. Como os médiuns são que nem rádios receptores e emissores, com as antenas ligadas, podem, de repente, entrar em sintonia com tais entidades e receber as suas influências negativas e até mesmo se sentirem mal. Por isso as visitas aos cemitérios devem ficar restritas exclusivamente ao dever social de sepultamento daqueles que nos são caros e nada mais.

Com relação aos entes queridos desencarnados, é preciso, também, não ficarmos com os pensamentos fixos neles, dia e noite, todos os dias, pois tal procedimento pode prejudicá-los e atrapalhar o desenvolvimento da sua vida espiritual, tornando-nos, nós os encarnados, verdadeiros obsessores dos desencarnados.

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