sexta-feira, 7 de agosto de 2009

DEPRESSÃO - MARIA DOLORES

Dizes que sofres angústias Até mesmo quando em casa,Que a tua dor extravasa Nas cinzas da depressão.Que não suportas a vida, Nem te desgarras do tédio,O fantasma, em cujo assédio Afirma que tudo é vão.
Perto da rua em que moras Há uma viúva esquecida, Guarda o avô quase sem vida E três filhinhos no lar;Doente, serve em hotel,Trabalha na rouparia. Busca o pão de cada dia, Sem tempo para chorar.
Não longe triste mulher,Num cubículo apertado,Chora o esposo assassinado Que era guarda de armazém...Tem dois filhinhos de colo.Por enquanto, ainda não sabe O que deve fazer da existência.Espera pela assistênciaDos que trabalham no bem.
Um paralítico cego,Numa esteira de barbante,Implora mais adiante Quem lhe dê água a beber...Ninguém atende... Ele grita,Na penúria que o consome,Tem sede e febre, tem fome,Sobretudo quer morrer.
Depressão? Alma querida,Se tens apenas tristeza, Se te sentes indefesa, Contra a mágoa e dissabor,Sai de ti mesma e auxilia Aos que mais sofrem na estrada. A depressão é curadaPelo trabalho do amor.
Xavier, Francisco Cândido. In: Dádivas de Amor.Ditado pelo Espírito Maria Dolores

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