sexta-feira, 7 de agosto de 2009

EUTANÁSIA E VIDA

Amigos da Terra perguntam freqüentemente pela opinião dos companheiros desencarnados, com respeito à eutanásia. E acrescentam que filósofos e cientistas diversos aderem hoje à idéia de se apoiar longamente a morte administrada, seja por imposição de recursos medicamentosos ou por abandono de tratamento. Declaram-se muitos deles confrangidos diante dos problemas das crianças que surgem desfiguradas no berço, ou à frente dos portadores de enfermidades supostas irreversíveis, muitas vezes em estado comatoso nos recintos de assistência intensiva. Alguns chegam a indagar se os pequeninos excepcionais devem ser considerados seres humanos e se existe piedade em delongar os constrangimentos dos enfermos interpretados por criaturas semimortas, insensíveis a qualquer reação.
Entretanto, imaginam isso pela escassez dos recursos de espiritualidade de que dispõem para dilatar a visão espiritual para lá do estágio físico.
É preciso lembrar que, em matéria de deformação, os complexos de culpa determinam inimagináveis alterações no corpo espiritual.
O homem vê unicamente o carro orgânico em que o espírito viaja no espaço e no tempo, buscando a evolução própria, mas habitualmente não enxerga os retoques de aprimoramento ou as dilapidações que o passageiro vai imprimindo em si mesmo, para efeito de avaliação de mérito e demérito, quando se lhe promova o desembarque na estação de destino.
A vista disso, o homem comum não conhece a face psicológica dos nossos irmãos suicidas e homicidas conscientes, ou daqueles outros que conscientemente se fazem pesadelos ou flagelos de coletividades inteiras. Devidamente reencarnados, em tarefas de reajuste, não mostram senão o quadro aflitivo que criaram para si próprios, de vez que todo espírito descende das próprias obras e revela consigo aquilo que fez de si mesmo.
Diante das crianças em prova ou dos irmãos enfermos, imaginados irrecuperáveis, medita e auxilia-os!
Ninguém, por agora, nas áreas do mundo físico, pode calcular a importância de alguns momentos ou de alguns dias para o espírito temporariamente internado num corpo doente ou disforme.
Perante todos aqueles que se abeiram da desencarnação, compadece-te e ajuda-o quanto puderes.
Recorda que a ciência humana é sempre um fato admirável, em transformação constante, embora respeitável pelos benefícios que presta. No entanto, não te esqueças de que a vida é sempre formação divina, e, por isto mesmo, em qualquer parte será sempre um ato permanente de amor.
De "Diálogo dos Vivos", de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires – (Espíritos Diversos)

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